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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Serra das Confusões - Piauí

Dia 06/jan/2016

Choveu a noite inteira, pois estamos finalmente entrando na época das chuvas! Tivemos de desmontar a barraca debaixo do maior pé d’água. Muito ruim, pois deve encharcar toda a roupa de cama da barraca, esperamos que isso não aconteça! Tomamos nosso café reforçado, pois hoje nosso destino é a Serra das Confusões, distante 105 km do Sítio Mocó e cuja cidade base é Caracol.

Se você busca sinalização para chegar à Serra das Confusões, esqueça! Placas indicativas são inexistentes, seja para a questão turística seja para informações aos motoristas. A melhor forma é “pare e pergunte”, que foi o que fizemos até acharmos a sede do ICMBio, já em Caracol,  onde o Aguinaldo, tipo de gerente do Instituto, indicou o guia que nos acompanhou dentro da área do parque: o Abílio. É obrigatória a contratação de guia para percorrer as trilhas dentro do Parque. O custo da diária do guia é de R$ 70,00 (se ele for dentro de seu veículo). Como o Garça está cheio de tralhas e não há espaço pra nada, o Abílio, nosso guia, foi com sua moto e para isso pagamos uma taxa adicional de R$ 30,00 (que podem ser negociadas!)

Estrada parque
Iniciamos nosso passeio debaixo de chuva fina, seguindo o Abílio por estrada de chão e areia por uns 25 km até o Centro de Visitantes. A primeira trilha a ser percorrida chama-se “Cores da Caatinga” e pode ser percorrida de automóvel quase toda (3 km). Nós fizemos tudo a pé, pois o Guarda Parque chamado Deusdete achou que nosso carro estava muito alto e iria enroscar na vegetação (o que não se comprovou na nossa caminhada). Depois se percorre mais 1 km por picada no meio da mata, circundando a ravina dos morros e de onde se avistam as primeiras formações rochosas.


A vista do alto da serra é muito bonita, sendo que a morfologia das rochas é completamente diferente do que vimos na Serra da Capivara, caracterizando-se por topos em forma de abóbada, parecendo uma massa de bolo escorrida. A topografia do terreno lembra um caldeirão, pois no meio há mata virgem inexplorada por ter difícil acesso. Desde modo, avifauna permanece mais preservada e longe do alcance de caçadores, possuindo espécies de onça parda, veados, outros mamíferos, pássaros e répteis.

Após duas horas, aproximadamente, retornamos à base onde pegamos o carro e seguimos o caminho para dentro do parque, uns 3 km, onde iniciamos a segunda trilha do dia: da Gruta Riacho do Boi. Para ter acesso a ela, inicialmente precisa-se descer por uma escadaria bem íngreme e fixada nas rochas, até chegar o fundo do vale, uns 50 m. Esta trilha é percorrida em sua totalidade por um leito de rio, que agora está seco por conta da falta de chuvas. Não é possível percorrê-la em caso de chuvas fortes e por longo período, pois ali podem ocorrer as perigosas cabeças d’água.

Indo para a Gruta Risacho do Boi


A fenda produzida pela erosão do rio, por milênios, possui um comprimento aproximado de 2 km, onde há partes em que se usa iluminação artificial: lanternas elétricas são imprescindíveis! O percurso é feito sobre pedras e areia e existem aberturas no alto da fenda – a mais de 50 m de altura – que permitem a entrada de réstias de luz! Observamos sapos, rãs, morcegos e andorinhas, além de aranhas, que se utilizam do local para fazer seu habitat. Ao final, chega-se ao “jardim”, onde há a presença de vegetação exuberante.  Levamos 1 hora para irmos e 45 min para voltarmos, pois as novidades do caminho na ida devem ser fotografadas!!! É um passeio recomendável e de visual magnífico!!
Entrada da gruta


No interior da Gruta Riacho do Boi

Jardim Encantado no final da gruta
Como ainda tínhamos tempo antes de escurecer, Abílio nos levou por outra trilha na volta, percorrendo o cânion mais uns 400 m adiante das escadas de modo a atingir olhos d’água perenes, utilizados para abastecimento da população, já na estrada do Parque.

Retornamos ao carro subindo uma ladeira por uns 10 min e de lá, retornamos ao Centro de Visitantes, onde conversamos com o Guarda Parque Deusdete, que permitiu que acampássemos no estacionamento do local, cedendo a cozinha e banheiro com chuveiro para que pudéssemos nos recuperar e preparar nosso almojantar: arroz, feijão, almôndegas e salada de milho verde. De sobremesa, chocolate, tudo acompanhado por suco natural e água. A noite é de uma escuridão total e antes de acabar o Jornal (sim, havia televisão que o guarda estava assistindo) já havíamos nos recolhido para dormir!
Acampando na entrada do parque da Serra das Confusões
Usando a cozinha gentilmente cedida pelo guarda-parque Deusdete
Em tempo... a Serra das Confusões recebe este nome, pois a coloração das pedras muda ao longo do dia, dependendo da incidência dos raios solares, fato que nós comprovamos no local, as pedras estavam azuis e ficaram avermelhada mais tarde, causando uma "confusão" na cabeça das pessoas que passavam por ali, levando muitos transeuntes a se perderem...

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