Dia 06/jan/2016
Choveu a noite inteira, pois
estamos finalmente entrando na época das chuvas! Tivemos de desmontar a barraca
debaixo do maior pé d’água. Muito ruim, pois deve encharcar toda a roupa de cama da barraca, esperamos que isso não aconteça! Tomamos nosso café reforçado, pois hoje nosso
destino é a Serra das Confusões, distante 105 km do Sítio Mocó e cuja cidade
base é Caracol.
Se você busca sinalização para
chegar à Serra das Confusões, esqueça! Placas indicativas são inexistentes, seja para a questão turística seja para informações aos motoristas. A melhor forma é “pare e pergunte”, que
foi o que fizemos até acharmos a sede do ICMBio, já em Caracol, onde o Aguinaldo, tipo de gerente do
Instituto, indicou o guia que nos acompanhou dentro da área do parque: o Abílio.
É obrigatória a contratação de guia para percorrer as trilhas dentro do Parque.
O custo da diária do guia é de R$ 70,00 (se ele for dentro de seu veículo).
Como o Garça está cheio de tralhas e não há espaço pra nada, o Abílio, nosso guia, foi com
sua moto e para isso pagamos uma taxa adicional de R$ 30,00 (que podem ser
negociadas!)
Estrada parque |
Iniciamos nosso passeio debaixo
de chuva fina, seguindo o Abílio por estrada de chão e areia por uns 25 km até
o Centro de Visitantes. A primeira trilha a ser percorrida chama-se “Cores da
Caatinga” e pode ser percorrida de automóvel quase toda (3 km). Nós fizemos
tudo a pé, pois o Guarda Parque chamado Deusdete achou que nosso carro estava muito alto e iria
enroscar na vegetação (o que não se comprovou na nossa caminhada). Depois se
percorre mais 1 km por picada no meio da mata, circundando a ravina dos morros
e de onde se avistam as primeiras formações rochosas.
A vista do alto da serra é muito
bonita, sendo que a morfologia das rochas é completamente diferente do que
vimos na Serra da Capivara, caracterizando-se por topos em forma de abóbada,
parecendo uma massa de bolo escorrida. A topografia do terreno lembra um
caldeirão, pois no meio há mata virgem inexplorada por ter difícil acesso.
Desde modo, avifauna permanece mais preservada e longe do alcance de caçadores,
possuindo espécies de onça parda, veados, outros mamíferos, pássaros e répteis.
Após duas horas, aproximadamente,
retornamos à base onde pegamos o carro e seguimos o caminho para dentro do
parque, uns 3 km, onde iniciamos a segunda trilha do dia: da Gruta Riacho do Boi.
Para ter acesso a ela, inicialmente precisa-se descer por uma escadaria bem
íngreme e fixada nas rochas, até chegar o fundo do vale, uns 50 m. Esta trilha
é percorrida em sua totalidade por um leito de rio, que agora está seco por
conta da falta de chuvas. Não é possível percorrê-la em caso de chuvas fortes e
por longo período, pois ali podem ocorrer as perigosas cabeças d’água.
Indo para a Gruta Risacho do Boi |
A fenda produzida pela erosão do
rio, por milênios, possui um comprimento aproximado de 2 km, onde há partes em
que se usa iluminação artificial: lanternas elétricas são imprescindíveis! O
percurso é feito sobre pedras e areia e existem aberturas no alto da fenda – a
mais de 50 m de altura – que permitem a entrada de réstias de luz! Observamos sapos,
rãs, morcegos e andorinhas, além de aranhas, que se utilizam do local para
fazer seu habitat. Ao final, chega-se
ao “jardim”, onde há a presença de vegetação exuberante. Levamos 1 hora para irmos e 45 min para
voltarmos, pois as novidades do caminho na ida devem ser fotografadas!!! É um
passeio recomendável e de visual magnífico!!
No interior da Gruta Riacho do Boi |
Jardim Encantado no final da gruta |
Retornamos ao carro subindo uma
ladeira por uns 10 min e de lá, retornamos ao Centro de Visitantes, onde
conversamos com o Guarda Parque Deusdete, que permitiu que acampássemos no
estacionamento do local, cedendo a cozinha e banheiro com chuveiro para que
pudéssemos nos recuperar e preparar nosso almojantar: arroz, feijão, almôndegas
e salada de milho verde. De sobremesa, chocolate, tudo acompanhado por suco
natural e água. A noite é de uma escuridão total e antes de acabar o Jornal
(sim, havia televisão que o guarda estava assistindo) já havíamos nos recolhido
para dormir!
Em tempo... a Serra das Confusões recebe este nome, pois a coloração das pedras muda ao longo do dia, dependendo da incidência dos raios solares, fato que nós comprovamos no local, as pedras estavam azuis e ficaram avermelhada mais tarde, causando uma "confusão" na cabeça das pessoas que passavam por ali, levando muitos transeuntes a se perderem...
Acampando na entrada do parque da Serra das Confusões |
Usando a cozinha gentilmente cedida pelo guarda-parque Deusdete |
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