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Chapada Diamantina |
Voltar à Bahia depois de tantos
anos é sempre bom... desta vez, no entanto, entramos no maior estado da região
Nordeste pelo litoral norte (sua área é pouco maior que a França), seguindo
direção Salvador pela BA 099.
Banhada pelo Oceano Atlântico,
com a maior extensão de costa brasileira, o mais populoso estado da região NE
também possui o maior número de municípios e o maior PIB da região (apesar de seu índice de IDH ser bem baixo!). Esta é a
nossa terceira vez em terras baianas.
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Sítio do Conde - Praia de Poças |
Em Conde fizemos uma
parada estratégica para compras e abastecimento e dali 9km até o mar, na
localidade de Sítio do Conde, onde buscamos um local aprazível para
ficarmos. Na praia de Poças, numa porção de terra entre o mar batido com
arrecifes e lagoas do espraiado do rio Itapicuru encontramos uma bela sombra
debaixo do coqueiral para ficarmos. O acesso de 4 x 4 foi tranquilo em meio às
dunas e tivemos apenas a companhia de uns bois que vieram matar sua sede mais
tarde.
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Rio Itapicuru - Sítio do Conde |
A pesca do camarão é feita no
espraiado do rio usando armadilhas indígenas e conversamos com uns pescadores
que nos explicaram o processo de captura e nos mostraram como é. Dali seguimos
ao sul, pela costa, 20km numa estrada de chão (em bom estado) até Barra do
Itariri, onde resolvemos ficar. O lugar é lindo, com o encontro do rio
Itariri e o mar e muitos corais petrificados!
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A ponta da Barra |
Barra do Itariri é subordinado à
Conde e possui uma infraestrutura pequena. O comércio local que estava
parcialmente aberto quando chegamos, em função da chuva rápida que deu em
seguida, acabou fechando!! E não abriu mais... queríamos comer um pastel à
noite, porém desistimos. Tudo estava fechado. Em conversa com locais, nos
explicaram que mesmo na temporada de verão o comércio e
lanchonetes/restaurantes só funcionam durante o dia, “ficamos cansados e
fechamos”! Ah, tá!
Há muito tempo fizemos um “amigo
virtual” que tem uma pousada em Porto de Sauípe. Resolvemos ir até lá
para conhecer o Márcio e sua esposa, Isabel, ao vivo e em cores. A Casa da
Sogra (sua pousada) tem área de recepção para motorhomes e ali estacionamos
nosso Garça, debaixo de um lindo e carregado coqueiro, com direito à luz e
água. Combinamos o valor de R$ 30,00 por pessoa (U$6), por dia, e aproveitamos dois
dias para explorar a região, bater muito papo e tomar muita água de coco.
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Fortalecendo os laços da amizade com Márcio e Isabel |
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Porto de Sauípe e suas piscinas naturais (na maré baixa!) |
Praia do Forte foi aquele
PPI (Puta Programa de Índio rsrsrsrs)! O lugar, badalado, mais parece um
grande resort de luxo, tipo Búzios - RJ ou Balneário Camboriú - SC. Aqui
se paga para respirar! As áreas de estacionamento são por cor (azul, verde,
...) e o valor mínimo para se estacionar começa em R$ 6,00 a hora (U$1,2). Não
conseguimos enxergar o mar e nem a praia, pois todos os acessos são via
servidões e teríamos que estacionar em algum local para podermos explorar a
cidadezinha e região. Por ser fim de semana, estava cheio e não havia muito local para estacionar!
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Na Praia do Forte |
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Cemitério de covas rasas, ao lado do Forte Castelo D'Ávila |
Fomos até o primeiro forte
português, construído em 1555, e o Castelo D’Ávila (como se chama) cobra
ingresso de R$ 25,00 por pessoa (U$5), sem direito a meio ingresso para professor ou
aposentado! Ah, tá! Como temos nosso orçamento bem definido, acabamos deixando estas visitas para outro momento!
Hora de deixar o litoral pra trás
e irmos até o Recôncavo, mais precisamente em Cruz das Almas, para reencontrar
o primo querido, Davi, e sua família que já nos acolheu diversas vezes quando
de nossa passagem por aqui.
Passamos por Camocim – maior polo
petrolífero da região – e dali, paramos em Cachoeira, cidade que
conhecemos há 20 anos, quando viemos a primeira vez para a Bahia (nesta época não tinha internet, blog, whatsapp, rsrsrsr).
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Chafariz Imperial (Praça Aristides Milton): 1827 - local de abastecimento de água da cidade, usado até início do séc. XX. Em estilo neoclássico, com o brasão imperial acima e 7 carrancas de ferro fundido servindo como bicas |
Cachoeira, situado às
margens do rio Paraguaçu, foi fundada em 1531 e preserva sua identidade
cultural e histórica através de seu casario barroco, igrejas e museus bem
preservados. A “Cidade Heroica” - assim chamada pela sua participação na luta
decisiva pela independência do Brasil – teve seu apogeu durante os séculos
XVIII e XIX, quando seu porto era usado para escoar a produção agrícola do
Recôncavo Baiano, principalmente o fumo e o açúcar (que continuam alavancando a
economia local).
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Rio Paraguaçu e São Félix do outro lado |
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O bonito e colorido casario |
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Igreja Matriz de N. Sra. do Rosário (1754): a igreja se destaca por possuir um dos maiores conjuntos de azulejos portugueses fora de Portugal. Do alto de suas torres é possível avistar toda a cidade de Cachoeira e da vizinha, São Félix (que fica do outro lado do rio). |
A fundação do povoado é atribuída
ao Caramuru, náufrago português Diogo Álvares Correia, e pela sua localização
estratégica passou a ser a capital da colônia tornando-se Vila de N. Sra. Do Rosário
do Porto da Cachoeira do Paraguaçu (1698).
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Casa da Câmara e Cadeia Pública |
Casa da Câmara e Cadeia
Pública: local onde D. Pedro I foi aclamado Regente e Defensor do Brasil, em
1822. O prédio atualmente abriga a Câmara Municipal de Cachoeira e funciona
como galeria e museu na parte interna inferior, onde antes era a cadeia.
Convento e Igreja N. Sra. do
Carmo (1715): o interior da igreja é revestido em ouro e painéis de azulejos
portugueses. Tombada pelo IPHAN, o prédio do Convento já abrigou o Paço da
Câmara, a Casa da Moeda, quartel, pensão e até hospital! Hoje funciona como uma
pousada e centro de convenções.
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Convento e Igreja N. Sra. do Carmo |
- Ponte D. Pedro II (1885):
construída sobre o rio Paraguaçu, liga as cidades de Cachoeira e São Félix,
possuindo ferro e lastros de madeira importados da Inglaterra. Mede 365m de
comprimento e 9m de largura
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Atravessando a Ponte D. Pedro II, em direção a São Félix |
Quando visitamos Cachoeira e a
vizinha São Félix, 20 anos atrás, exploramos mais as cidades e passamos o dia
“batendo perna”. Desta vez foi apenas um giro rápido e não fomos rever a
vizinha São Félix, pois já estava anoitecendo!
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Vista panorâmica do alto da Serra da Muritiba. Rio Paraguaçu, a Ponte D. Pedro II e as cidades vizinhas de Cachoeira (esquerda) e São Félix (direita) |
Estávamos sendo esperados pelo
primo Davi, em Cruz das Almas, distante 30km, aproximadamente.
Reencontrar a família depois de
tanto tempo foi uma beleza e “não tem preço”! (Davi e família foram os
primeiros membros familiares que reencontramos após nossa saída de viagem pelo
mundo, em janeiro de 2019)
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Com Davi, Tatiana e Eliete |
Nos dias que passamos aqui, em
Cruz das Almas, aproveitamos para passear pela cidade, visitamos o BAG (Banco
Ativo de Germoplasma) da Embrapa, onde está o banco de dados de cada espécie de
planta cultivada e estudada, bem como armazenamento de sementes de modo a
evitar que certas culturas desapareçam. Também aprendemos muito sobre o abacaxi
e seu cultivo, além de contribuirmos nas “análises sensoriais” que o primo faz
semanalmente!
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Sede da Embrapa em Cruz das Almas |
Cruz das Almas é a segunda cidade mais importante do Recôncavo Baiano. Fundada em 1897, era subordinada ao município de São Félix. Em 1943 o governo federal criou a Escola de Agronomia da Bahia em Cruz das Almas e isto acabou alavancando a cidade, pois trouxe um fluxo de pessoas vindas do interior e de outros estados.
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Matriz de Cruz das Almas: Catedral N. Sra. do Bom Sucesso (1815) - os antigos tropeiros passavam pela região e ao chegarem na Vila de N. Sra. do Bom Sucesso, encontravam a cruz de frente à Igreja Matriz onde paravam e rezavam para as almas dos mortos |
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Paço Municipal (1925), com os primos Davi e Tatiana |
A cidade era famosa pelos festejos e a cultural Guerra de Espadas que ocorria durante os festejos juninos, porém a grande incidência de acidentes/queimaduras acabou provocando a proibição da Guerra, em 2011! Quando estivemos aqui a primeira vez, ainda vimos as marcas deixadas pelas "espadas de fogo" nas paredes das casas de uma rua onde o combate acontecia!
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Fomos convidados a dar uma entrevista na Rádio Excelsior 105,1 |
Davi vive há muitos anos em Cruz das Almas e conhece todo mundo... brincamos sempre que ele podia virar político!!! Numa conversa, apresentou-nos o radialista Mário Jorge e combinamos de irmos até a rádio para dar uma entrevista e contar um pouco sobre nossa aventura/viagem pelo mundo!
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Agradecimentos ao Juninho (esq) e ao Mário Jorge pela receptividade |
Foi um tempo muito bom que
passamos por aqui (12 dias), com acolhimento e muita conversa boa e
interessante!
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Com a galera da igreja, na feira do sábado |
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Usa-se o dm³ (= 1 litro) para medir a farinha |
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A variedade e qualidade dos produtos oferecidos na feira livre atrai centenas de pessoas (inclusive de municípios vizinhos) |
Nossa próxima parada na Bahia era
a Chapada Diamantina!! Quando a conhecemos, há 20 anos, nos apaixonamos
pela região e sempre quisemos voltar!!! Naquela época viajávamos de Ipanema e
nossos filhos eram pequenos!!! De lá pra cá, muita coisa mudou rsrsrsrs
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BR 242, direção Oeste |
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A presença de inselbergs (picos maciços ermos) no meio do semiárido é curioso! Já havíamos encontrado estas formações rochosas em outras áreas de caatinga |
Um pouco antes de (20km) Lençóis,
paramos no Balneário do rio Santo Antônio, onde passamos a noite a poucos
metros do rio, por R$ 20,00 o pernoite (U$4). O lugar é tranquilo e bem bonito. Como
era dia de semana, estávamos sozinhos!!
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Balneário Santo Antônio |
No dia seguinte, chegamos em Lençóis,
a porta de entrada da Chapada Diamantina! Como é bonita a estrada que leva pra
lá, a cidadezinha, a região!!! Não nos lembrávamos mais de tanta formosura!!!
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Camping Ancestral |
Aqui nos hospedamos no Camping
Ancestral, pagando R$ 105,00 por 2 pernoites (U$21). Leonardo, proprietário do local,
nos deu dicas para acessar o rio Serrano gratuitamente e fomos pelo Beco das
Lavadeiras até o rio, onde tomamos um gostoso e longo banho. Passear pela
cidade à noite é obrigatório!! Um charme! Uma delícia!!
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Gostoso banho no rio Serrano |
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Beco das Lavadeiras: aqui o hábito de lavar as roupas no rio continua (assim como nas margens do Velho Chico) |
Passeios noturnos pela cidade
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Igreja N. Sr. dos Passos (séc. XIX): Padroeiro dos Garimpeiros de Lençóis |
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Um brinde à vida! Tim tim (Prost, cheers, nasdrowia,...) |
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A noite é badalação pura!!! |
Trilha para a Gruta do Lapão
Pelo maps.me foi possível
verificar que podíamos acessar a Gruta do Lapão sem contratarmos um guia e lá
fomos nós. A subida (e descida) contabilizaram quase 10km de muito suor e
paisagem bonita.
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Vegetação típica da região |
A boca da ruta tem 42m de altura
e 64m de largura, sendo considerada a maior “boca” de caverna em arenito no
Brasil. Acabamos não entrando nela pelo adiantado da hora e por não termos o
conhecimento/informação necessário para atravessá-la (teoricamente, são 1,5h
para atravessá-la pelo meio de pedras e travessia de rio).
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Ruazinhas do centro da cidade. O carro fica no estacionamento e os pés são os usados para te levar a explorar os cantinhos da cidade! |
A cidade de Lençóis é conhecida por ser o portal da Chapada Diamantina, recebendo turistas do mundo todo e oferecendo boa infraestrutura para isto. Porém, mais que opções de hospedagem, restaurantes e passeios, a cidade possui um patrimônio arquitetônico maravilhoso, tombado pelo IPHAN em 1973. Sua história e fundação estão intimamente relacionadas à época em que a cidade era a maior produtora de diamantes do mundo (na segunda metade do séc. XIX).
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Igreja N. Sra. do Rosário (séc. XIX) |
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Ao fundo, Mercado Cultural - localizado na antiga Praça das Nagôs, hoje chamada de Praça Aureliano Sá, construído no fim do séc. XIX, foi cenário do comércio de escravos na cidade |
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Casarão do alto do bairro São Félix - foi usado como quartel general do Coronel Horácio de Mattos, lendário lençoense que nos anos 1920 marchou com jagunços contra a capital baiana. Teve como missão expulsar a Coluna Prestes da cidade e região. |
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Vista do lto do bairro São Félix |
ATENÇÃO:
i) não há caixas eletrônicos em Lençóis, portanto venha com dinheiro em espécie ou use cartão (PIX) para efetuar os pagamentos na cidade. Conseguimos algum dinheiro em espécie no Tião, da Photo Síntese, que acaba sendo uma espécie de “caixa eletrônico” na cidade! Ele cobra 10% de ágio pelo serviço. Ao pagarmos o camping, também pagamos um ágio de 5%, pois pagamos nossa diária com cartão de crédito (não de débito ou PIX).
ii) Outra coisa que precisa ser dita: por aqui não se tem o hábito de falar sobre o preço das coisas e dos passeios e a “surpresa” sempre vêm no final quando o cidadão te manda o preço e você não tem como discutir ou negociar! Então, fique esperto: ao combinar o passeio, ou pernoite, ou o que quer que seja, já estabeleça o preço de cara! Evite estresse desnecessário!
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Casario bem preservado pela cidade. A maioria abriga pousadas e hotéis |
iii) Como em toda cidade turística,
Lençóis atrai centenas de pessoas que vêm em busca de turismo de aventura,
trilhas, etc e tal. Tudo tem custo e muitos lugares hoje estão fechados ao
público em geral, exigindo guias credenciados e pagamento de diárias. O Parque
Muritiba cobra ingresso de R$ 20,00 (U$4) por pessoa e dá acesso apenas às piscinas
naturais e poços do rio Serrano (que já conhecemos e tomamos banho mais abaixo,
gratuitamente). O Salão das Areias Coloridas, o Halley e a cachoeira só são
visitados com guia, por R$ 150,00 (U$30) o passeio curto e R$ 200,00 (U$40) o longo, que
inclui mais uma cachoeira.
Trilha para o Ribeirão do Meio
Um passeio que pode ser feito sem
a presença de guia e não tem ingresso é a trilha para o Ribeirão do Meio. A
distância total (ida e volta da cidade) é de 8 km e a trilha é bem tranquila,
dando acesso ao rio em muitos locais bons para banho. Por ser gratuito, acaba
tendo bastante gente (o povo local faz seus piqueniques por lá), mas é uma
ótima opção de passeio e vale a pena!!!
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As piscinas naturais do Ribeirão do Meio |
Nos domingos a cidade possui um
atrativo a mais: a feira livre que começa por volta das 16h e se estende até o
dia seguinte. É a possibilidade de conseguir frutas e verduras fresquinhas a
bons preços! Aproveitamos para nos abastecer. No local também há food trucks
com pastel, hamburguer e outras comidinhas gostosas.
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Feira livre de Lençóis |
Lençóis foi fundada em 1844 e seu
centro histórico foi tombado pelo IPHAN, em 1973. O povoamento teve início em
função da descoberta de minas de diamante na Chapada. A cidade foi a maior
produtora mundial de diamantes e a terceira cidade mais importante da Bahia, em
meados do séc. XIX. A riqueza da cidade era tamanha que até um vice-consulado
da França ela tinha, para facilitar o comércio com este país. O abandono da
região se deu após o escasseamento da produção da pedra preciosa e da
descoberta de minas de diamantes na África do Sul (1865).
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Próximo à Praça do Coreto, na arte alta da cidade |
O Parque Nacional da Chapada
Diamantina foi criado em 1985 para proteger a área e entre os anos de 1980 e
1994 os turistas que aqui se aventuravam eram mochileiros, jovens de
aproximadamente 25 anos e que acabaram ficando por aqui e investindo suas vidas
nesta região encantadora!
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A caminho do Pai Inácio, próximo da entrada para o Orquidário e Cachoeira do Pai Inácio |
Deixamos Lençóis para trás e
seguimos até a Cachoeira do Pai Inácio, distante uns 25km em direção à
Palmeiras (pela BR 242). A estrada para a Cachoeira acaba uns 500m depois da
entrada para o Orquidário e de lá seguimos a pé uns 2 km até a cachoeira, por
trilha fácil! A água é gelada, mas depois da caminhada e do calor que faz por
estas bandas, tudo vale a pena e o banho é pra lá de relaxante!
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Ao fundo, Morro do Camelo |
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"Portaria" da Cachoeira do Pai Inácio |
Como fizemos este passeio numa
segunda-feira, não havia alma viva no local e a portaria estava vazia.
Portanto, não sabemos se é ou não cobrado ingresso para a atração! Parece que
existe uma taxa de R$ 5,00 (U$1) por pessoa (havia uma espécie de cartaz em papelão
pendurado ao lado do portão).
Na sequência, a próxima atração
que visitamos foi o famoso e imperdível Morro do Pai Inácio! Quando estivemos
aqui com as crianças pequenas, a Nati foi levada no colo pelo Marcos pela
trilha em meio às pedras. Hoje, muito diferente, pois existe uma passarela e
escadarias dão acesso ao platô do morro.
Não há placas de sinalização na estrada e tampouco placa indicativa com o ingresso à atração. Há que se conhecer um pouco o lugar para achar a entrada, numa subida bem íngreme à direita da rodovia. Acabamos tendo uma
pequena discussão com os funcionários que lá estavam, não informam nada, foram
bastante grosseiros e desnecessários, mas enfim.... pode ser que estavam tendo
um dia difícil (segunda-feira, né?)! De qualquer maneira, sugerimos que fosse colocado um cartaz na
entrada com o ingresso, a meia-entrada e todas as informações que o Código do
Consumidor deixa claro para evitar o estresse de ambas as partes. Pagamos meia
entrada (professor e idoso), R$ 12,00 (U$2,4) cada, e subimos! A vista lá de cima
continua linda... de um lado se vê o morro do Camelo e a estrada para o
interior do estado. Do outro lado, a estrada para Lençóis, o Orquidário ali
embaixo, a trilha para a cachoeira, ... tudo maravilhoso!
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Formações rochosas curiosas: seria um coração? |
Nosso pernoite se deu numa área
arborizada localizada atrás da igreja de Palmeiras. O lugar é tranquilo, fora
da vista dos moradores da cidadezinha e de curiosos e o rio Preto passa ali ao
lado. Nossos companheiros à noite foram os sapos, numa sinfonia bem harmônica.
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Garça estacionado no centro de Palmeiras |
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Igreja Matriz de Bom Jesus - séc. XIX |
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Monumento em homenagem ao garimpeiro |
No dia seguinte, por estrada
horrorosa, uns 20km passando por Caeté-Açu e Conceição dos Gatos, chegamos ao
Capão, local/vila de onde se faz a trilha para a Cachoeira da Fumaça. Chegamos
antes do meio dia e resolvemos fazer a trilha no mesmo dia. Estacionamos no
pátio de uma casa (R$ 10,00 - U$2 - com possibilidade de pernoite) e seguimos a pé até
a entrada do Parque. O Willyam, condutor e funcionário responsável, explicou
sobre os procedimentos, tempo necessário de subida e descida, e sobre o
pagamento em forma de doação para a manutenção das trilhas (trabalho voluntário
dos moradores e condutores locais). Efetuamos nossa doação e iniciamos a subida
ao meio-dia!!!
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A subida inicial de 2km é forte |
Dali, 2 km de subida direto, com
pequenas paradas para respirar e ver o visual, maravilhoso! Depois, já no platô
da montanha (a 1300msnm), 3 km de caminhada pela trilha até a Cachoeira da
Fumaça, que nesta época do ano está com pouca água. Levamos 2h20’ para chegar
até aqui. Muito banho de rio, fotos e momentos para olhar o visual, que é
fantástico!! Iniciamos a descida às 15h e levamos 1h40’ para atingirmos a base.
Reencontramos o Willyam e conhecemos o Dimas, guia local que faz o percurso
para atingir a cachoeira pela parte de baixo: leva 2 dias. Ele cobra R$ 400,00
por dia (U$80) por pessoa, all inclusive (alimentação, transporte, barraca).
Caso a pessoa leve sua comida, o preço cai pra R$ 200,00 por pessoa (U$40), por dia.
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Pouco volume de água no rio, mas delicioso para um banho! |
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Vista da cachoeira, ali no meio... tá vendo?? |
Aqui provamos o pastel de palmito
de jaca, bem gostoso!
Depois de muitos dias de
caminhada e trilhas, resolvemos fazer “uma pausa” e rodamos pelo sertão baiano,
muitos quilômetros de caatinga, com pouca infraestrutura.
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Estrada a perder de vista - BR 242 |
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Semi árido baiano - Caatinga: ocupa 4/5 do território do estado |
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Árvores de "mãos dadas", será? |
Em Ibotirama
encontramos o Rio São Francisco, porém aqui ele está bem barrento e não há a
possibilidade de banho. Acabamos pernoitando num grande posto de combustíveis,
com toda a infraestrutura, bem tranquilo e com um gostoso banho (ganhamos 2
cortesias – o preço do banho é de R$ 10,00 (U$2) por pessoa, para 8 min).
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Rio São Francisco - Ibotirama |
Deixamos a BR 242 para trás e
pela BA 172 (dica do primo Davi), seguimos até SaMaVi (Santa Maria Vitória)
encontramos o rio Corrente (que também estava bem cheio e barrento). Correntina
estava a 50km de distância e seguimos até a bonita cidadezinha, onde as
corredeiras do rio Correntina são famosas e as pessoas costumam descê-las com
boias. O centro estava bem agitado e buscamos um local mais tranquilo para
acamparmos, subindo o rio. O lugar encontrado foi atrás de um novo condomínio,
onde havia uma área de remanso com piscininha, uma delícia!!! Todo sombreado e
longe de curiosos, ali ficamos “encaixando” o Garça debaixo de umas árvores e
caímos na água do Rio das Éguas, também chamado de Rio Correntina.
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Um cantinho especial, às margens do rio Correntina (das Éguas) |
- Correntina: fundada em 1866,
possui uma área total de mais de 11,5mil km² e pertence a região econômica do
MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) cujo potencial agrícola é enorme!
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Correntina foi fundada em 1866 e emancipada de Carinhanha em 1891 |
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Parque Aquático Sete Ilhas |
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Parque linear/aquático |
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Igreja N. Sra. da Glória |
Correntina possui um parque
linear bem bonito e boa infraestrutura. Passeamos pela cidade no dia seguinte e
só depois voltamos pra estrada, rodando das 11h30’ até às 16h, e continuávamos
dentro do município de Correntina!!! Affff, que cidade grande!!! Nosso próximo
acampamento foi no Posto Rosário, já na BR 020, localizado no distrito de mesmo
nome (ainda pertencente à Correntina) e com área VIP, banheiros excelentes,
lanchonete chique e tudo mais!!! Com banhos gratuitos, aproveitamos para
relaxar e curtir, debaixo de uma mangueira. Só no dia seguinte chegamos à
divisa com o estado de Goiás.
Mas esta já é outra história!