Viagem Família______________________________________

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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Viajando e Acampando - Outra forma de turismo

   
Nosso Ninho (www.bluecamping.com.br)
      Poucas pessoas não gostam de viajar. Poucas pessoas tem o desprendimento e vontade de utilizar barracas como meio de pouso e descanso.
      Um pouco dessa falta de motivação é o receio de abrir mão do conforto proporcionado por hotéis, pousadas, hostels ou similares. Obvio que uma barraca não tem banheiro nem muito espaço par ficar em pé ou outros confortos proporcionados por um quarto de hotel com frigobar e ar condicionado. Em contrapartida quando você tem uma barraca você pode dormir com conforto em locais distantes desprovidos de infraestrutura hoteleira, locais estes em geral muito bonitos e desconhecidos da grande maioria do público turista normal. Isso mesmo, o usuário de barraca não é um turista normal, palavras que já ouvimos de muitos conhecidos que relatam apenas as más experiências vividas com barracas.


   
       Barracas existem de todos os tipos, desde pequenas em formatos de tenda ou iglu até grandes como bangalôs com grandes telhados e avancês. Claro que uma barraca grande dá mais trabalho para montar do que uma pequena e o peso também é proporcional ao tamanho desejado. Mas existem hoje grandes evoluções para o campista como barracas com estruturas infláveis. Outras com hastes ou varetas de fibra de vidro são extremamente leves e práticas, ocupando pouco espaço em uma mochila ou no carro. Nós optamos por utilizar a opção de barraca de teto ou barraca automotiva.
       Atualmente no Brasil existem três fabricantes/distribuidores de barracas automotivas segundo pesquisamos. São eles: Blue Camping (www.bluecamping.com.br)  Sumatra (www.sumatra4x4.com.br) e Camping's World (www.campingsworld.com.br).  Todas elas tem semelhanças nos projetos ficando as diferenças ao gosto do interessado. Algumas diferenças estruturais e construtivas como o tipo do piso, tamanho de janelas, escadas, colchões, telas mosquiteiras, dimensões e materiais utilizados na sua confecção devem ser levados em conta por quem deseja adquirir este tipo de acomodação. Claro que o preço variedades de fixação em diversos modelos de carros, peso e outras facilidades oferecidas pelos fabricantes também não podem ser desprezados.
Opção de dormir na barraca ou dentro do carro.
        Barracas de teto tem inúmeras vantagens sobre as tradicionais barracas que são armadas diretamente no chão. Também tem algumas desvantagens operacionais como o fato de apenas poderem ser usadas sobre o carro, não podendo haver a possibilidade de transportá-la para o alto de uma montanha ou um local qualquer onde o carro não chegue. Também o preço é mais elevado em relação a uma barraca tradicional, motivado pela construção estrutural, resistência, materiais empregados na sua confecção, tecnologia e claro pela menor oferta apresentada.  As vantagem são também maiores pois oferece qualidade superior, praticidade e rapidez na montagem. O conforto proporcionado por colchões de alta qualidade que acompanham barracas de teto também é fundamental. A resistência superior às intempéries como ventos forte, neve, chuvas intensas também são vantagens que barracas de teto ou automotivas apresentam pela alta resistência e qualidade dos materiais apresentados na sua construção. Grande vantagem é a limpeza no interior da barraca e também a segurança motivadas pelo também fato da montagem dessas barracas acontecer no alto, afastado do solo, longe de terra, areia, folhas, animais e mesmo água de possíveis chuvas e evitando pisadas e atropelamentos possíveis em barracas no solo.
Camping bem arborizado em Peruíbe-SP.
        A grande questão de porque utilizar uma barraca como acomodação merece um detalhamento maior. O primeiro é para onde se vai viajar e qual o objetivo ou meta desta viagem. No caso de viagens urbanas a utilização de barracas sejam elas quais forem é uma opção muitas vezes arriscada. O principal problema encontrado nas nossas viagens com barracas passando por cidades é a falta de locais para o pernoite. A grande maioria das cidades ou não possuem locais adequados como campings ou então quando estes existem, tem estruturas precárias ou mesmo inexistentes. Outro motivo é quando existe um camping em cidade, na maioria das vezes ele fica mal localizado, longe de atrações turísticas ou infraestrutura de alimentação e outras. Os preços praticados em campings localizados em cidades também turísticas são altos e fora da realidade a que se propõe um campista, desestimulando essa prática tão saudável e interativa.
Banheiros básicos em camping em Guarujá


Banheiro razoavelmente estruturado
        Lamentavelmente existe certo preconceito contra campistas em geral, fato motivado muitas vezes pelos próprios campistas. Já vimos campistas que deixam sujeira ao redor da barraca e pelo camping.  Outros fazem algazarra ouvindo música a volumes altos, produzem gritaria desrespeitando as normas dos campings. Restos de comida e lixo deixados em pias e tanques provenientes de lavagem de louças das refeições também é comum de ser encontrados em campings principalmente em períodos de temporada ou grande afluxo de campistas.
         Deixar banheiros sujos e alagados desrespeitando outros usuários também são maus hábitos comuns de serem observados nos poucos campings encontrados. O campismo e o caravanismo, quando se utilizam traillers ou Motor Homes são hábitos bastante comuns em países da Europa, Oceania e Américas em geral. No Brasil as poucas opções de pouso aliado às más condições dos pousos existentes, a sensação de insegurança, o preconceito mas principalmente os altos custos que envolvem a atividade desestimulam essa prática. Já passamos por casos onde o camping cobrava mais por pessoa do que um hotel razoável a poucas centenas de metros de distância.
Camping em Ubatuba-SP.

Camping básico sem muita infraestrutura
        As cidades litorâneas e turísticas pouco investem nesse tipo de opção de acomodação mais barata e mais interativa, indo na contramão do resto do mundo. Chega-se a conclusão de que no Brasil esse nicho turístico não é valorizado por diversas motivações exatamente ao contrário de países vizinhos como a Argentina e Chile onde são encontrados locais de pouso a beira das estradas onde podem ser encontrados banheiros, água, mesas e até churrasqueiras para o uso dos viajantes.
        Em recentes viagens utilizando a nossa barraca de teto automotiva acabamos acampando em postos de combustível, parques estaduais e nacionais, postos da Polícia Rodoviária e claro em quintais de casas de pessoas que conhecemos e estacionamentos de pousadas. Acampamentos ditos selvagens acabam por ser a melhor opção quando se tem lugares ermos mas contemplados de bela paisagem, natureza e cursos d'água a disposição. As opções muitas vezes tem que ser obtidas com muita conversa e simpatia de forma a motivar a receptividade turística. Em geral em cidades pequenas e no interior do país é mais fácil em contrapartida de cidades densamente urbanizadas como Praia Grande-SP onde fomos informados por um proprietário de pousada da proibição de uso de barracas no município por causa de uma possível legislação municipal existente. Em outras nem campings existem.
Acampando em estacionamento de pousada em São Bento do Sapucaí
           O campismo e caravanismo não são apenas opções de baixo custo para viajar e fazer turismo. O campismo é um estilo de vida que assume uma forma mais natural, sustentável e interativa de conhecer novos lugares e pessoas. O campismo não é obrigação de abrir mão do conforto mas sim uma outra opção com conforto e praticidade. Experiências e conhecimentos que fizemos utilizando nossa barraca são insubstituíveis e impossíveis de serem adquiridos se tivéssemos nos hospedado em algum hotel. Algumas amizades decorrentes dessas viagens e vivências ficaram para sempre.
        O Brasil já teve mais e melhores opções de campings e acampamentos mas precisamos evoluir muito para descobrir que este nicho turístico é rentável, eco sustentável e altamente democrático e divertido. Cabe a nós amantes da liberdade e natureza incentivarmos cada vez mais bons hábitos de forma a estimular que mais opções venham a ser criadas no nosso país na área do campismo. Quem sabe em alguns anos possamos vir a ser referência e destino de milhares de turistas internacionais que por aqui passam a caminho de outros destinos.
     
Nós com nosso "Ninho" e o Garça (Kia) em Posto de combustível na divisa de Minas Gerais com a Bahia

terça-feira, 16 de agosto de 2016

De São Bento do Sapucaí para casa - Barra Velha-SC

 
Igreja Matriz São Bento (1853)
           Hoje é sábado e como temos que estar na próxima segunda-feira em casa, com quase 800 km pela frente, acordamos cedo para conhecer essa simpática cidade. Dessa forma, para não ficar muito cansativo, dividiremos a distância parando para dormir na casa de parentes na cidade de Jundiaí. Como é bom poder contar com a possibilidade de acomodação na casa de amigos e parentes quando se faz uma viagem longa! Dessa forma os custos diminuem e pode-se planejar pontos de apoio ao longo do percurso.
Nosso local de acampamento na Pousada da Vovó Nana (0xx-12-99623-9440)




           São Bento do Sapucaí é também reconhecida como uma das 12 cidades clima ou Estância Climática. Localizada na Serra da Mantiqueira possui uma população de aproximadamente 10.500 habitantes e tem o turismo de aventura e turismo ecológico entre suas principais atividades principalmente pela sua proximidade ao Complexo da Pedra do Baú. Também podem ser encontrados quiosques com artesanato de fibra de bananeira,  doces caseiros, cachaças artesanais e chocolates.
          A cidade surgiu com o desbravamento da região em busca de ouro e pedras preciosas através dos bandeirantes. O principal deles foi Gaspar Vaz da Cunha, conhecido como Oyaguara. Oyaguara na língua indígena significa cão branco feroz ou lobo,  nome dado a ele pela sua ferocidade no trato com companheiros e também contra os indígenas que combateu.
          Com o a diminuição de ouro na região, lentamente a economia do então povoado Terras Altas do Sapucaí passou a ser concentrada no cultivo do fumo da cana de açúcar e do café dando espaço ao crescimento do local com utilização de mão de obra escrava. 
          Passou a condição de cidade no ano de 1832 e a Estância Climática somente em 1976. São Bento ainda foi palco de combates da Revolução Constitucionalista de 1932 pela sua proximidade com o estado de Minas Gerais que aliado ao governo de Getúlio Vargas combateu os paulistas que queriam o separatismo. Hoje existe o Museu da Revolução no bairro Morro do Quilombo que conta essa história.
          Cachoeiras, trilhas, circuitos de bike, casario histórico são outras atrações dessa pacata cidade que tem na sua alma o turismo e a receptividade com gente acolhedora e muito simpática.
          Para conhecer melhor São Bento do Sapucaí, vá ao Centro de Informações Turísticas e adquira o Guia Prático de São Bento do Sapucaí, verdadeira bíblia para os aventureiros e amantes do turismo radical.

          Tomamos um gostoso café, cortesia do Márcio da Pousada Vovó Nana e fomos conhecer a primeira atração, uma das mais conhecidas da cidade. Trata-se da Capela de Mosaicos, construída no início do Século XX foi reformada em 2008 por motivo de apresentar rachaduras e também foi redecorada para se diferenciar das demais capelinhas que são tradicionais para a devoção. Ângelo Milani e Claudia Villar, casados e artistas plásticos, foram os autores dos trabalhos mosaicos diferenciados e geométricos que decoram todas as superfícies dessa conhecida atração da cidade.

Capela dos Mosaicos



          Caminhar pela cidade conversando com moradores e descobrindo novidades e curiosidades dos lugares que passamos sempre foi uma atividade que realizamos. Não basta apenas fazer passeios ou visitar o que é mais divulgado ou conhecido.
           O Centro de Informações Turísticas localizado ao lado do Mercado Municipal bem no centro da cidade também foi uma ótima referência pois a Reny que nos atendeu tem muito conhecimento a passar. Conversamos também com um simpático senhor chamado Zé do Leme, figura folclórica da cidade que também muito simpático nos proporcionou boas informações e muito humor.  Claro que não poderíamos deixar de adquirir deliciosas trufas de chocolate caseiro da região.

Caminhando pelas calmas ruas históricas de São Bento


Conversando com o Zé do leme

Centro de Informações Turísticas de São Bento do Sapucaí
Deliciosos chocolates artesanais.
         Agora é cair na estrada para voltar para casa com a certeza de que São Bento do Sapucaí, Campos do Jordão, Santo Antônio do Pinhal, São Luiz do Paraitinga, Pindamonhangaba, Piquete, Monteiro Lobato e tantas outras cidades que compõe a Serra da Mantiqueira merecem todas visitas mais demoradas e minuciosas.
         Evidentemente durante o percurso antes de chegarmos à cidade de Jundiaí - onde nos abrigaremos na casa de nossos queridos primos - paramos para adquirir delícias coloniais tão típicas daqui, afinal a mistura de sabores combina com a mistura dos estados de Minas Gerais e São Paulo que por aqui estão sempre próximos nos costumes locais.


         Depois de uma ótima noite dormida na casa de amigos parentes voltamos pela tão famosa quanto perigosa BR 116 ( Regis Bittencourt) descendo a Serra do Mar paranaense pela também famosa Estrada da Graciosa aproveitando para degustar os famosos pastéis da serra em locais muito bonitos. Toda volta é boa, mas sempre deixa uma vontade de retornar o quanto antes para uma nova aventura.

Paradinha para o pastel no Paraná-Serra da Graciosa

Santo Antônio do Pinhal - Campos do Jordão - São Bento do Sapucaí (Serra da Mantiqueira)

     
          Acordar no friozinho da Serra da Mantiqueira depois de uma ótima noite e tomar um gostoso café da manhã com a família é bom demais. O dia amanheceu com neblina e temperatura de 8 °C e nos despedimos do Rubens que tão gentilmente nos acolheu permitindo acamparmos no sítio dele. Vamos primeiro conhecer a Estação Ferroviária Eugênio Lefèvre por onde passamos ontem rapidamente.





           A estação Eugênio Lefèvre ( www.efcj.sp.gov.br ) foi inaugurada em 1916 e é uma relíquia da história ferroviária do Brasil. Fica a 5 quilômetros do centro de Santo Antônio e tem esse nome em homenagem a este engenheiro que juntamente com Euclides da Cunha projetou a estrada de ferro que ligaria Mogi das Cruzes ao Porto de São Sebastião. Está localizada a 1.162 metros de altitude sendo a primeira parada do trem turístico que sobe de Pindamonhangaba para Campos do Jordão. Possui agradável café/restaurante e o mirante da Santa que homenageia N. Sra. Auxiliadora e permite uma linda vista para o Vale do Paraíba.
           Pela manhã pouco pudemos ver da bela vista do vale, pois nessa época do ano (inverno) a possibilidade de neblina é muito grande. Em contrapartida pudemos assistir a chegada do trem turístico vindo de Pindamonhangaba que fez sua parada no local.

Estátua e Mirante de N. Sra Auxiliadora


Trem turístico de Pindamonhangaba a Campos do Jordão ( RS 58,00 ida e volta)

Interior da cabine do condutor do trem turístico
           Seguindo adiante, fomos conhecer outro ponto turístico da cidade: a Cachoeira do Lageado. Foi frustrante, pois o local estava fechado, apesar de ser uma sexta-feira e época de alta temporada na região. A infraestrutura no local é precária e o acesso é pouco sinalizado necessitando constantes paradas para informações. Cobra-se um ingresso de R$ 5,00 para ver uma cascatinha simples e sem muito atrativo.

           Uma ótima pedida para conhecer em Santo Antônio do Pinhal é a Eisland (wwe.eisland.com.br).  O clima de montanha aliado a excelente qualidade dos gelatos (sorvetes finos) da fazenda elaborados com ingredientes locais e importados selecionados são imperdíveis. O proprietário da fazenda, o Marcos, terá muito prazer em te atender e explicar todo o processo que utiliza leite e creme de leite frescos provenientes de gado da raça Jersey criados ali mesmo.
            Claro que degustamos diversos sabores como Floresta Negra, Moka(café) e Mascarponne com Goiabada, todos deliciosos e recomendadíssimos.
Degustando deliciosos gelatos artesanais


Simpáticas vaquinas Jersey


            Santo Antônio do Pinhal (www.santoantoniodopinhal.sp.gov.br) possui muitas opções de atrativos contemplativos, ecoturísticos (trilhas - birdwatching - cachoeiras) gastronômicos e dezenas de hotéis e pousadas merecendo uma visita mais demorada pela sua diversidade e opções de custo mais acessível, mas pelo tempo curto que dispomos, rumamos para Campos do Jordão pela SP 50 a mais ou menos 15 km daqui.
         
            Campos do Jordão situada uma altitude de 1.628 m é  um dos principais destinos turísticos de inverno no Brasil. A temperatura média anual gira em torno dos 15 °C sendo normal oferecer temperaturas negativas no inverno. Possui ótima infraestrutura turística oferecendo hotéis, pousadas e restaurantes para todos os gostos e bolsos.
            A população fixa gira em torno de 50.000 habitantes podendo alcançar mais de 1.200.000 visitantes na alta temporada de inverno.
            Inicialmente habitada por índios das etnias caetés, guarulhos e cataguás (tupis) no século XVI começou a ser desbravada por portugueses como Martin Correa de Sá e Inácio Vieira de Carvalho, sendo que os descendentes desse último posseiro vendeu essas terras para Manoel Rodrigues de Jordão cujo sobrenome deu origem ao atual nome da região. No século XIX mais precisamente em 1874 o colonizador Mateus da Costa Pinto adquiriu terras às margens do Rio Imbiri, passando esse ano a ser considerado ano de fundação de Campos do Jordão.
            Nas décadas de 1920 e 1930 começaram a ser construídos os primeiros sanatórios na cidade para tratamento de doenças do pulmonares como pneumonia e tuberculose, pois o clima da região é propício ao tratamento dessas doenças. Esse foi o início da vocação turística da cidade e a partir disso muitas edificações foram sendo erguidas baseadas em construções europeias estando incluída na lista das 15 cidades paulistas consideradas estâncias climáticas. Por este motivo, recebeu o nome de "Suiça Brasileira".
Curtindo o clima serrano em Campos do Jordão

Cervejinha em boa companhia não tem preço
            Claro que como toda cidade famosa e turística na temporada, o movimento é intenso e no caso de Campos do Jordão isso é ainda mais complicado pela sua proximidade com grandes centros urbanos. Fica bastante difícil encontrar vagas para estacionamento e mesmo a maioria das atrações turísticas acabam por ficar com longas filas e a qualidade dos serviços cai bastante.
            Dessa forma acabamos por cortar o centro da cidade do nosso atual roteiro contemplativo e faremos nova visita em outra data oportuna. Para piorar a infraestrutura da cidade está acontecendo o 47° Festival de Inverno de Campos de Jordão com dezenas de atrações musicais e sinfônicas em diversos locais de apresentação. Então decidimos inicialmente visitar o Palácio Boa Vista, residência oficial de inverno do Governador do Estado de São Paulo.
Palácio Boa Vista (de quanta a domingo  das 10h às 12 h - das 14h às 17h entrada gratuita)

Pátio interno do Palácio


            Construído em estilo inglês Maria Tudor e inaugurado em 1964 no governo de Adhemar de Barros, o Palácio Boa Vista é na verdade um grande museu com importantes obras no acervo. Contemplamos verdadeiras e originais obras de arte de Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Aldo Bonadei, Oswaldo de Andrade e Anita Malfatti. Muitas antiguidades, esculturas, vasos, peças decorativas e artigos religiosos dos séculos XVII e XVIII estão espalhadas pelos 105 cômodos do Palácio. Também podem ser visitados os aposentos que já receberam personalidades famosas como o ex-presidentes francês Charles de Gaulle,  Jucelino Kubitchek e Fernando Henrique Cardoso.
            Nos jardins do Palácio existe o Jardim Japonês construído com arquitetura e estilos nipônicos e abriga um sino de cobre confeccionado na Província de Mie, no Japão, e simboliza a amizade e paz entre o Japão e o Estado de São Paulo.



            Na década de 1970 o Palácio Boa Vista foi palco do primeiro Concerto de Inverno da cidade dando origem ao atual Festival Internacional de Inverno, evento que hoje atrai milhares de turistas. Suas imensas salas ainda hoje abrigam instrumentos musicais e pianos então utilizados. São proibidas fotografias no interior do Palácio o que apesar de explicado pelos monitores não convence os visitantes, pois as obras e instalações são públicas.
Vista de Campos do Jordão do alto do Morro do Elefante
       
Teleférico (R$ 15,00 ida e volta- de quarta a domingo das 10h às 17h)
            Outro ponto muito visitado é o Morro do Elefante de onde pode se ver toda a cidade de Campos do Jordão. Pode-se chegar ao alto do morro com carro ou através do teleférico que tem sua estação de partida no pé do morro no Parque do Capivari.
             Um dos pontos altos de Campos do Jordão é o Auditório Claudio Santoro (0xx12- 3662-6000). Inaugurado em 1979, pelo Governo do Estado de São Paulo, divide com o Museu Felícia Leirner uma área comum de 35.000 metros quadrados remanescente de Mata Atlântica encravada nas montanhas que circundam Campos do Jordão. O auditório é um dos principais espaços culturais da cidade e tem a capacidade de 814 espectadores além de salas técnicas e um espaço café. Inicialmente chamado de Auditório Campos do Jordão, tece seu nome alterado em 1989 para homenagear o maestro Claudio Santoro, primeiro regente da Orquestra Sinfônica de Brasília, falecido neste mesmo ano. Hoje abriga muitas apresentações musicais e teatrais sendo o principal palco do anual Festival de Inverno.



             Nos mesmos jardins aproveitamos para apreciar o Museu Felícia Leirner (www.museufelicialeirner.org.br) logo ao lado do auditório. Instalado desde 1978 é considerado um dos mais importantes do gênero no mundo. Museu a céu aberto com sua área de exposição formada por diversos caminhos que compõe um circuito por onde o visitante caminha apreciando as obras e a natureza. A sua patronesse, Felícia Leirner, nascida na Polônia em 1904 adotou o Brasil em 1927 e desde 1962 morou em Campos do Jordão dedicando sua vida a cidade e a suas obras até 1982 quando concluiu seus trabalhos para o Museu. Faleceu no ano de 1996, aos 92 anos, deixando um legado de 85 obras intrigantes que são autoguiadas pelo Mapa de Localização ofertado aos visitantes na sua chegada.

Vista da Pedra do Baú de dentro do Museu
Parque de peças em concreto
Peças em bronze da escultora Felícia Leirner
             Já no final da tarde decidimos seguir em direção a cidade de São Bento do Sapucaí. Deixaremos para detalhar as inúmeras atrações de Campos do Jordão em uma próxima visita com mais tempo disponível. De qualquer forma recomendamos pelo menos 10 dias para conhecer essas cidades da região, pois a diversidade de atrativos naturais, culturais, gastronômicos e ecológicos valem a pena serem valorizados e desfrutados com calma e detalhamento.
            De Campos do Jordão a São Bento do Sapucaí são 33 km pela sinuosa e também íngreme Rodovia Monteiro Lobato - SP 042 com visual incrível do Complexo da Pedra do Baú ( 0xx12-1470 e 0xx12-9762-65683971-) à esquerda. Deixamos as escaladas da Pedra do Baú, Bauzinho e Ana Chata para uma próxima oportunidade, pois cada uma merece um dia inteiro para ser conhecida.
Magnífica vista da Pedra do Baú
            Chegamos a São Bento do Sapucaí já ao anoitecer e nesta cidade também não há espaço de camping. Como estávamos buscando um restaurante tipo buffet para matar a nossa fome do dia inteiro, acabamos conhecendo o Carlinhos do Norton, uma conhecida pessoa da cidade e ele nos recomendou a Pousada da Vovó Nana. Disse ainda que se não encontrássemos nada poderíamos acampar numa extensa área arborizada de sua propriedade sem nenhum problema.
Acampados no quintal da Pousada Vovó Nana
            Chegando a Pousada Vovó Nana, que tem boas acomodações e bons preços, bastou falar no nome do Carlinhos do Norton que fomos acomodados no estacionamento da Pousada com nossa barraca e ainda tivemos à disposição um quarto para tomarmos banho e outras necessidades básicas.
            O Márcio (0xx-12-99640-4949) e a Suzana (0xx-12-99623-9440) - proprietários da Pousada da Vovó Nana - além da simpatia com que fomos recebidos, ainda nos deram boas dicas gastronômicas e decidimos sem medo de errar em jantar no Restaurante Sabor da Serra (0xx-12-3971-1772) da Ediméia. Agradecemos muito a simpatia e cordialidade da atendente Marília que além de ótimas sugestões de cardápio foi de extrema gentileza propiciando um delicioso jantar, cerveja artesanal finalizando com um Pettit Gateau maravilhoso!

Degustando uma Bauzera de São Bento do Sapucaí

Em frente ao Sabor da Serra com a Edimeia