Viagem Família______________________________________

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domingo, 21 de fevereiro de 2016

Tiradentes - Minas Gerais

Dia 23 de janeiro de 2016
Tiradentes - MG: Museu da Moto (museudamoto@museudamoto.com.br)
Já depois do café da manhã, retomamos nossa viagem rumo à Tiradentes, cidade histórica onde já estivemos muitas vezes e onde temos amigos queridos.
A cidade de João Pinheiro, onde pernoitamos, possui pouco mais de 47 mil habitantes e sua principal atividade econômica é a agropecuária. A região foi colonizada por volta do século XVIII, pelos bandeirantes, antes da descoberta do ouro. De João Pinheiro a Belo Horizonte se percorrem 400 km, pela BR 040. 
Este trecho da BR 040 é cheio de pedágios... a cada 100 km (ou cidade maior) há um posto de pedágio, a um custo de R$ 4,60 cada um. Infelizmente o serviço prestado pela concessionária não atende às necessidades, visto que ainda não há Centros de Atendimento ao Usuário - eles estão sendo construídos - e se você quiser usar o banheiro, por exemplo, terá de usar aqueles que funcionam precariamente em contêineres.
Atendimento ao usuário ao longo da BR 040 - feito em contêineres
Parece piada, mas depois de percorremos tantos quilômetros pelo Brasil (até aqui já foram pelo menos 9 mil), acabamos caindo num buraco imenso às margens da BR 040, a poucos quilômetros de Belo Horizonte. Paramos num congestionamento e resolvemos lanchar, pois era hora do almoço.
Usamos o acostamento para retornar alguns metros, pois havia um restaurante ali. Não tinha como ver a cratera que formada pela erosão e falta de conservação no trecho... resultado: a roda ficou no ar e o eixo ficou assentado na estrada. Tentamos inutilmente tirar o carro usando a tração...,... mas foi impossível visto que duas rodas (uma da frente e outra traseira) estavam no ar!!
Um cidadão de moto parou em nosso auxílio e sugeriu que ligássemos para o 0800 da concessionária da rodovia BR 040, dizendo que muitos outros motoristas já haviam caído no mesmo buraco, e desta forma foi feito. Após a ligação na qual solicitamos um guincho para reboque, passou-se aproximadamente uns 15 min e veio um carro pequeno de apoio da concessionária. O motorista alegou que não poderia ajudar, pois nosso automóvel é muito pesado e ele não conseguiria nos puxar. Conversando com o motorista o Marcos sugeriu que se houvesse mais dois homens fortes, para levantar a traseira, poderiam tirar o carro e, assim, foi chamada a ambulância que presta serviço à rodovia. Depois de poucos minutos lá estava a ambulância, com seus dois enfermeiros e o motorista levantando a traseira e o Marcos em cima do capô para fazer peso e encostar a roda dianteira esquerda no chão, eu (Mari) fui pro banco do motorista, engatei a reduzida 4x4 e... saímos com uma ajudinha valiosa!!! Ajuda improvisada, mas eficiente.


De Belo Horizonte a Tiradentes são mais 190 km, mas antes de chegarmos lá comemos um pão de queijo com suco na Queijaria Santa Maria, perto de Conselheiro Lafayete. A propaganda dizia: "pão de queijo por R$ 1,00"! É era enorme e gostoso!!!
Chegando à Tiradentes encontramos nossos amigos Mariana e Maurício, com sua filha Aninha no Museu da Moto, também dos amigos Rômulo e Andressa Garcia.
Estava acontecendo uma grande mostra de cinema na cidade, com projeções ao ar livre na praça central, com presença de milhares de pessoas. No Museu da Moto os amigos Rômulo e Andressa também entraram no clima e exibiram num telão o filme "Desafiando os Limites" , recomendadíssimo.
Com Mariana, no Museu da Moto, em Tiradentes MG
Marcos numa Kawasaki - ano 2002, igualzinha a utilizada pelos Chips do seriado americano
Aprendendo um pouco sobre a história do motociclismo
Fomos jantar no restaurante Vovó e CIA, na praça central, onde comemos "comida de boteco" (porção de linguiça com mandioca frita e torresmo de panceta). A cidade estava lotada, em função da Mostra de Cinema que sempre ocorre em janeiro, e retornamos ao Museu para nos despedirmos, pois iríamos pernoitar no camping da cidade, para não sair do clima descolado da nossa viagem.
Com os amigos aventureiros mineiros

Protagonista do filme Desafiando os Limites - com Anthony Hopkins:  Indian 2016
O Camping Tiradentes fica na entrada da cidade e possui boa infra estrutura, contando com cozinha comunitária, banheiros e quartos para alugar. Custo de R$ 40,00 para casal mais R$ 10,00 para estacionar o carro?!?!? (Até agora não entendemos o porque de cobrar o estacionamento do carro!!)
www.campingtiradentes.com.br
Chegamos lá às 23h, cansados, mas felizes por termos visto nossos amigos novamente. A proprietária nos recebeu e indicou os lugares onde poderíamos armar nosso acampamento. Rapidamente nos organizamos, tomamos um gostoso banho e dormimos, embalados pelo marulhar das águas do córrego Santo Antônio (afluente do Rio das Mortes).

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Chapada dos Veadeiros - Alto Paraíso de Goiás(GO)

Dia 22 de janeiro de 2016

Já depois do café da manhã seguimos viagem, descendo pela GO 118, até Alto Paraíso de Goiás onde queríamos pegar informações sobre a Chapada dos Veadeiros. Fomos até o Centro de Informação ao Turista, onde o Marcos Cruz (marcos.agenda21@gmail.com), guia de turismo nos orientou e explicou sobre os passeios a serem feitos e outros detalhes. Como chovia muito, já havíamos definido que não iríamos fazê-los desta vez... a Chapada não vai fugir e teremos outras oportunidades de vê-la com bom tempo!
De qualquer forma, prepare o bolso! Todos os passeios com exceção do Parque Nacional são cobrados. Acreditamos que, pela proximidade com Brasília (230 km de distância, apenas), os preços acabam sendo mais altos em tudo, seja em acomodações, lembranças, artesanatos e alimentação. Planeje bem seu roteiro e priorize seus passeios.
Cachoeira Poço Encantado: ingresso R$ 20,00
A cidade de Alto Paraíso de Goiás possui boa infra estrutura (contando com mais de 3500 leitos), apesar de ser pequena e ter apenas pouco mais de 7 mil habitantes. Ela é conhecida por seu lado místico, pois está localizada no mesmo paralelo de Machu Picchu (Paralelo 14) e por suas mais de 120 cachoeiras catalogadas. Foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO (2001) e recebe turistas de outras nacionalidades o ano todo. 
A atividade garimpeira foi bastante intensa na região, pois em 1912 foi descoberta a primeira jazida de cristal de rocha. Com a criação do parque, os garimpeiros passaram a exercer a função de guias e proprietários de restaurantes e pousadas. 
Inúmeras lojas com cristais de todos os tipos e outros artigos esotéricos
Centro de Informação Turística em Alto Paraíso de Goiás
No distrito de São Jorge, cujo acesso é feito por estrada asfaltada e está a 35 km de distância de Alto Paraíso, fica o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros - criado por Juscelino Kubitschek em 1961, bioma importantíssimo de cerrado de altitude, que conta com mais de 65 mil hectares. A entrada do Parque é gratuita e as trilhas são auto guiadas. Porém, para aqueles que não gostam de se aventurar sozinhos há a opção de guias que cobram em média R$ 150,00 a diária. Há 4 opções de trilhas e a dos Cânions tem 12 km de distância. 
Muitas das cachoeiras ficam em propriedades particulares e, por este motivo, cobram ingressos, que variam de R$ 10,00 a R$ 20,00  e até R$ 40,00 por pessoa. Nesses casos, é interessante realizar os passeios com guias para evitar a perda de tempo, pois são muitos caminhos e você pode se perder (perdendo tempo).
Após algumas compras de cristais e de conhecer pessoas muito legais, seguimos adiante, em direção à Brasília (porém não indo até a capital federal), seguindo de Planaltina diretamente para Cristalina pela GO 118. O trecho estava simplesmente horrível... os buracos eram imensos e faziam com que os motoristas "dançassem" na pista desviando das crateras! Uma vergonha, pois o trecho fica a menos de 50 km da Capital Federal.
GO 118 - trecho próximo à Brasília (DF)
Paramos em Cristalina para comprar mais alguns cristais e lanchar, pois já passava das 16 h e entramos em Minas Gerais ao entardecer. Seguimos pela BR 040 até João Pinheiro, onde pernoitamos a R$ 80,00 a diária para casal, com café da manhã.
Pôr-de-sol, próximo de Paracatu (MG)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Rumo à Chapada dos Veadeiros - Goiás

Dia 21/janeiro/2016
Viela ao lado da Igreja de São Benedito - Natividade TO
Ainda chovia quando acordamos em Porto Nacional (TO). Após o café da manhã, retomamos a estrada em direção a Natividade, 160 km distante daqui, pela TO 050, também conhecida como Rodovia Coluna Prestes.
Igreja de São Benedito (primeiras décadas do séc. XVIII)

A cidade de Natividade é muito linda, tem pouco menos de 10 mil habitantes e que foi criada em 1734, sendo o núcleo urbano mais antigo do estado. Em sua parte histórica as casas são todas bem conservadas e se observam duas fachadas representadas: uma mais simples e despojada, que remota ao século XVIII, quando a cidade ainda era uma vila e a mineração era sua fonte econômica e outra, mais elaborada e ornamentada, já do século XIX, quando a pecuária passou a ser a base da economia na região. 
Estilos arquitetônicos com influência portuguesa e francesa

Em 1735, chegou ao arraial uma imagem de Nossa Senhora da Natividade, que veio de barco pelo Rio Tocantins e depois em ombros escravos até o Arraial. Para garantirem sua permanência no local, os moradores tiveram que enfrentar ataques dos índios.  Essa imagem é a mesma venerada nos dias de hoje na igreja Matriz de Natividade, uma das mais antigas do Estado, datada de 1759. 

Igreja Matriz de N. Sra de Natividade (1759)
No início da colonização, toda uma tribo da etnia Xavante foi aniquilada por se ter negado à escravidão determinada pelos portugueses, que possuíam escravos trazidos da África para trabalharem na extração do ouro.
Segundo a tradição oral, entre portugueses e escravos africanos, havia quarenta mil trabalhadores nas minas: conta-se também que caravanas de mais de cem burros com suas bruacas carregadas com "arrobas de ouro" seguiam de Natividade para Salvador, na Bahia, e dali para Portugal. Com o declínio da mineração, desceram a serra para desenvolver a agricultura e o comércio.

http://www.natividade.to.gov.br/Historia/


Ruínas da Igreja de N. Sra. do Rosário dos Pretos (século XVIII)

Natividade foi tombada 1987, quando ainda pertencia ao estado de Goiás, e em 2004, pelo Programa Monumenta do governo federal, foi toda revitalizada. São 250 imóveis no perímetro tombado e que é constituído basicamente de igrejas, moradias e logradouros públicos. 
É uma cidade onde a Festa do Divino ainda ocorre com muitos festejos e possui uma Via Sacra que se estende por muitos quilômetros na estrada. Também é bastante visitada pela arte da ourivesaria. As joias produzidas aqui em filigrana são exportadas para outras regiões e países, tendo um curso  para jovens da comunidade, Ourivesaria Mestre Juvenal , em que se aprendem as técnicas para confecção das tradicionais joias. 
Cemitério antigo da cidade
Já havíamos estado nesta cidadezinha charmosa em 2010 e como estava em nosso caminho, aproveitamos para revê-la, com grande satisfação!
http://www.viagemfamilia.com.br/2010/07/jalapao-2010-familia-mmdn-27jul-28jul.html



Não podíamos deixar de aproveitar para degustar e comprar os famosos doces da Casa da Tia Naninha (www.amorperfeitotiananinha.com.br) antes de seguirmos viagem.
Importante lembrar que o tempo todo em que estivemos na cidade, a chuva não deu trégua!!!

Percorremos ainda uns 350 km até chegarmos em Teresina de Goiás - que já faz parte da Chapada dos Veadeiros, onde já havíamos nos hospedado uma vez (em 2010, quando estivemos no Jalapão). Aproveitamos para rever o Hotel Uirapuru onde havíamos ficado e que agora tem novo dono, Algieser Neves Paiva.

Hotel Uirapuru: (62) 3467 - 1390 ou (62) 9614 - 6122
Cozinhando nosso jantar!
Após alguma negociação, nos hospedamos a R$ 80,00 para casal com café da manhã e ainda utilizamos a sua cozinha para fazermos nosso jantar, visto que havíamos comprado carne e verduras para acampamento (o que acabou não acontecendo em função do mau tempo) e, como ainda não temos uma geladeira à bordo, corríamos o risco de que estragariam.
Fazendo postagens antes de dormir!


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Acampando pelo Interior do Brasil

Indo para Petrolina - Pernambuco
Viajar é muito bom, principalmente quando se tem toda a estrutura necessária, equipamento, locais de apoio e tudo mais que seria necessário a uma boa viagem.
Dessa forma, nessa virada de ano 2015/2016, nós decidimos realizar uma verdadeira expedição pelo interior do Brasil.
A aventura começou com a decisão de encarar o interior e sertão brasileiros utilizando-nos principalmente do que tínhamos a bordo do nosso valente companheiro de aventuras, o Garça. A prioridade seria dormirmos em nossa nova aquisição, a barraca de teto que adquirimos da empresa Blue Camping (www.bluecamping.com.br) ainda no mês de novembro de 2015.
A segunda decisão seria percorrer prioritariamente estradas pelo interior do Brasil, até atingirmos o nosso destino máximo, que no caso seriam os famosos Lençóis Maranhenses. A decisão seria estratégica para testar as opções de acampamento pelo deslocamento em regiões menos turísticas e também para evitar a grande concentração de pessoas que se dirigem a regiões litorâneas nessa época do ano.
Mordomias nas casas de parentes
Lanchinho à beira da estrada entre Minas e Bahia
Hospedagem em casa de parentes e amigos
Como seria nossa  primeira experiência de acampar em cima do carro, partimos no dia 23 de dezembro de Santa Catarina um pouco inseguros quanto à questão de onde e como escolheríamos os nossos locais de pouso, visto que optamos também por cozinhar nossas refeições, deixando a alimentação de restaurantes e lanchonetes para casos onde não fosse possível a nossa escolha.
Em algumas cidades principais no Paraná, São Paulo e Minas Gerais acabamos nos hospedando em casa de familiares e através deles conseguimos alguns contatos para pouso em casas de amigos ao longo do percurso.
Na sombra na cidade de Remanso - BA
Café da manhã a dois
Acampamento selvagem
Finalmente, depois de alguns dias na estrada curtindo a mordomia de casas bem equipadas, deparamo-nos com a primeira noite no meio da estrada BR 116 entre os estados de Minas Gerais e a Bahia.
Anoiteceu e precisávamos parar para abastecer nosso companheiro Garça. Decidimos assim, no ímpeto, de dormir naquele posto de combustíveis mesmo. Surgiu a primeira dúvida: Seria seguro? Logo em seguida, a segunda dúvida: Seria silencioso? A terceira: Onde poderíamos tomar um banho, pois afinal banheiros existem em quase todo lugar, mas teriam chuveiros e eles seriam adequados?
Tudo isso passa desapercebido quando se utiliza um hotel para o pernoite, mas passa a ser prioridade quando se utiliza uma barraca.
Descobrimos que existem muitos postos de combustível com boa infraestrutura para banhos e eventuais acampamentos. Pesquise e verifique antes o local. Achamos bons lugares até no interior do Maranhão!
Informações em postos de combustíveis
Acampamento na Serra da Capivara - PI
Estrutura de camping com conforto


Nada como conversar com caminhoneiros durante o abastecimento! Informações sobre higiene dos banheiros e uma visita a estes logo em seguida para nos tranquilizar. As instalações eram muito boas com banheiros femininos e masculinos separados, limpos, amplos e com chuveiros bem bons! Acabamos jantando no restaurante anexo ao posto, pois a comida oferecida era variada, bem apresentada e a preços ótimos nem nos animando a começar a cozinhar ao lado do carro, apesar de vermos muitos caminhoneiros e suas famílias assim procedendo.
Banho tomado, estômago apaziguado, agora a dúvida: Onde estacionar o carro e montar a barraca? Perguntamos ao gerente do posto e ele nos falou que poderíamos ficar onde quiséssemos. Então escolhemos nosso local sob algumas árvores no fundo do terreno, fato que se mostrou ótima escolha, pois ficava mais distante das bombas de combustível, do restaurante e dos banheiros locais de natural movimento.
Não podemos nos esquecer de que postos de combustível tem movimento a noite toda e para dormir precisa-se escolher um local calmo para um pernoite mais tranquilo.
Acampando no Parque Nacional da Serra das Confusões - Piauí


Mais um café na sede do parque
Armando o nosso NINHO

Perfeito! A primeira noite bem dormida, apesar de um cidadão sem noção ter chego ao posto às 3h da manhã com o som do possante às alturas ficando lá quase uma hora com o repertório do Amado Batista e funk de péssima qualidade!
Passado o batismo de estrada as coisas aos poucos foram se tornando mais fáceis, e continuamos a nos acomodar no agora apelidado "O NINHO" em diversos locais. O mais incrível é que o Brasil NÃO possui estrutura para camping ou acampamentos ao longo de estradas ou mesmo em cidades.
Desta forma, nossa sugestão é usar a criatividade e principalmente ter desenvoltura para conversar e pedir um local para armar a barraca. Da mesma forma, sugerimos procurar postos ou outros locais um pouco mais distantes de centros urbanos, pois estes naturalmente são mais barulhentos e transmitem maior insegurança.
Acabamos ficando muitas vezes ao lado de pousadas e pequenos hotéis utilizando os banheiros destes como apoio. Em alguns casos oferecíamos um pequeno valor pelo uso dessa facilidade, em outros casos nos ofereciam as instalações de forma gratuita, dependendo do humor da pessoa responsável.
Acampando debaixo de abrigo em Teresina - PI


Utilizando a estrutura de hotel para acampar no Parque Nacional das Sete Cidades


Acampando debaixo de caramanchão em Tutoia - Maranhão
Camping desativado do Rai em Tutoia - Maranhão
Acabamos também pernoitando em postos de gasolina, estacionamentos, centro de recepção de visitantes em Parques Nacionais, locais turísticos e casas de pessoas até então desconhecidas, e claro, acampamentos selvagens, longe de qualquer vestígio de civilização! Todos os locais foram muito bons e não tivemos nenhum problema com a segurança, conseguindo dormir tranquilamente, fato necessário para quem precisa descansar bem durante uma expedição de carro.
O melhor de procurar um local para o pernoite é conversar e conhecer novas pessoas e fazer novas amizades.
Pessoas que nunca tínhamos visto na vida nos acolheram, ofereceram suas instalações e casas e hoje sem medo de errar, estão na nossa lista de novos amigos e a quem agradecemos muito a hospitalidade! Ficamos surpresos e emocionados como ainda existem pessoas tão gentis e agradáveis nesse mundo que nos recebem no meio da noite e ainda limpam e lavam um banheiro para que pudéssemos utilizá-lo e ainda por cima nos trazem café fresquinho logo cedo pela manhã, sem nada pedir em troca!
Amigos Rai e Nilza em Tutoia - Maranhão
Embaixo de um pé de manga em Cardosa - Maranhão
Nosso camping em Barreirinhas - Maranhão
Conversando e fazendo novos amigos em Carolina - Maranhão
A gente do nordeste brasileiro nos surpreendeu! Surpreendeu de forma extremamente positiva. Informações precisas, acolhimento prestimoso, ótimas conversas, comidas diferentes, locais lindos para ficar aos poucos foram nos descontraindo e tornaram nossa viagem de 35 dias uma verdadeira experiência de vida!
Não espere luxos desnecessários, nem coisas elaboradas, mas pode ficar tranquilo quanto à hospitalidade desse povo que nos recebeu tão bem e para onde voltaremos quando for possível.
Para os acampamentos selvagens planeje-se com água potável, luzes noturnas, alimentação bem preparada e você conhecerá locais fantásticos que só serão aproveitados por quem escolhe este tipo de acomodação.
Utilizar água de rios e fontes puríssimas para cozinhar e beber ainda é possível no interior do Brasil! Os estados do Maranhão e do Piauí nos surpreenderam com a quantidade de rios limpos e locais para pernoite selvagem. Nunca esqueça de deixar o local mais limpo do que você encontrou, não sujar os rios, enterrar suas necessidades fisiológicas e não agredir a flora nem a fauna.
Aproveitando para lavar o Garça durante a chuva em São Félix do Tocantins
Acampamento em monumento turístico do Poço Azul- Riachão - MA
Preparando o café da manhã na varanda da pousado do Paulin, em São Félix do Tocantins


Manter alimentos bem fechados dentro do carro é indispensável para evitar a aproximação de animais bem como o ato de executar suas necessidades em local mais afastado do acampamento para não permitir a proliferação de insetos e mau cheiro, sempre enterrando-as em locais longe de fontes de água!
Não interferir com os animais locais, não oferecendo alimentos, não retirar plantas nativas, evitar barulhos e voz alta são sinais de inteligência. Conseguimos ver bem de perto muitas aves, roedores, répteis e outros bichos apenas interferindo o mínimo possível no meio ambiente. Sempre leve seu lixo a um local onde é possível depositá-lo com responsabilidade e procure utilizar alimentos que não produzam muito lixo não orgânico.
Acampar de forma autônoma em locais remotos é uma experiência única e que com certeza iremos repetir outras vezes, como anteriormente já fizemos.
A alimentação é item de primeira necessidade, por isso faça cardápios variados e saborosos, evitando apenas o tradicional "miojo"! Nós cozinhamos até carne de panela e risoto!!
No nordeste do nosso país, o calor é predominante e nossa recomendação é que junto com iluminação leve junto um bom ventilador movido à bateria. Nós levamos o nosso acompanhado de uma ótima bateria de carro avulsa, gentilmente emprestada pela empresa Baterias Brasil, da cidade de Barra Velha, onde residimos. Essa opção se mostrou extremamente correta, pois as temperaturas noturnas giram em torno dos 30° C nesta região do país.
Praia selvagem em São Félix do Tocantins
Preparando o almo/janta (frango à passarinho) no acampamento selvagem do Jalapão
Banana colhida ao lado do fervedouro no Jalapão
Ah, a barraca!! O principal acessório de quem vai acampar. Bingo!!! Acertamos na escolha! Optamos pela barraca de teto da Blue Camping e ela foi testada em todos os sentidos. Aguentou sol forte, ventos e chuva, muuuiita chuva, afinal estamos no nordeste durante o inverno nordestino, época sujeita à chuvas intensas e quase diárias. Calor também, não pense que por causa da chuva o tempo esfriou. Apenas em duas ocasiões precisamos fechar todos os panos laterais da barraca, pois ficou um pouco mais fresco à noite.
A escolha por adquirir uma barraca que fica fixa no teto do veículo também se mostrou acertada, pois com as intensas chuvas, verdadeiros rios passaram sob o nosso carro e o Ninho ficou seco e limpo. Animais subiram no carro, fato comprovado com pegadas na lataria e vidros,  mas ficamos bem tranquilos dentro do nosso lar ambulante.
Acampamento no fervedouro do Encontro - Jalapão -TO
Enfim realizamos e vivenciamos esta bela experiência de acampar em cima do carro no interior do Brasil, percorrendo os estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Piauí, Pernambuco, Maranhão, Tocantins, Goiás e Distrito Federal. Mais de 11.000 km percorridos e comprovamos com tristeza de que o Brasil NÃO está preparado para receber viajantes em barracas, trailers ou Motor Homes!
As opções de camping são inexistentes ou extremamente precárias fato bem diferente do que se vê em comparação a países como a Argentina e o Chile.
Aqui no Brasil se precisa contar com a boa vontade de pessoas que, sem maiores interesses, recebem bem o campista acolhendo-o de forma improvisada, mas muito gratificante. Em muitos locais percebe-se um claro despreparo de gestoras do turismo local e órgãos oficiais em oferecer alguma opção de hospedagem diferenciada, além dos tradicionais hotéis e pousadas. Só para conhecimento: na Europa e Estados Unidos, o camping é uma instituição nacional oferecendo inúmeras opções.

Acampamento civilizado na cidade de Tiradentes - Minas Gerais