21 de Janeiro de 2010
Deu pena de deixar a cabana do Sr.Gerson e a piscina que ali tinha disponível para os “hóspedes”. Depois de nos despedirmos fomos novamente na CasaPueblo para conhecê-la um pouco melhor.
CasaPueblo é a antiga casa de verão do artista uruguaio Carlos Páez Vilaró. A obra é imensa e não possui linhas retas, mas inclui um museu, uma galeria de arte, um restaurante (Las Terrazas) e um hotel. A estrutura lembra uma casa mediterrânea da ilha de Santorini. Como não dispúnhamos de muito tempo entrei apenas na loja onde os artigos eram muito caros e não levamos nenhum (a caneca do lugar custava U$20!!! Que pena!). Em compensação, como entrei na loja deu pra conhecer o lugar sem pagar um centavo, fomos até os magníficos terraços e descobrimos que a tal Casapueblo foi a inspiração para Vinícius, amigo de Vilaró, na canção “A Casa”. Em outro ponto da casa, encontrei um poema aonde Vinicius declarava seu amor pelo lugar. Foi emocionante conhecer o lugar. Na seqüência compramos na feira de artesanato de Punta Ballenas (do lado da Casapueblo) algumas lembranças e fomos pegar praia em Punta Del Leste conforme prometido ao Pedro.
Punta Del Leste é bem bonita. Verão, muita gente na praia e tudo muito organizado. Ficamos admirados de encontrar um trânsito tranquilo, e que as pessoas tomavam sol em qualquer canto (quer na praia ou nos diversos jardins espalhados pelos calçadões). Conhecemos a Praia Mansa, a Rambla Artigas, a Marina, o Farol de Punta Del Este, e a linda igrejinha de La Candelária(do lado do Farol).
Depois paramos na praia Brava para tomar banho. Escolhemos um ponto próximo da escultura “La Mano” (obra do chileno Mario Irarrazabal) com os dedinhos saindo pra fora da areia. Lá escolhemos uma barraca/restaurante de praia que tivesse ducha e banheiro. Ficamos surpresos quando o garçon nos disse que a estrutura era pública e não do estabelecimento. Milhares de ondas depois, saí do mar completamente enrugado, afinal o Pedro não queria ir embora. Mas não dava pra ficar mais, tínhamos que chegar ainda no Brasil naquele dia... Então prosseguimos pela orla marítima, passando por “La Barra” e suas pontes ondulantes, depois Manantiales, Balneário Buenos Aires, quando pegamos a ruta 9 com destino a cidade de Chuy.
Cerca de 20km depois o Luiz “capotou” e a Edu assumiu o comando do Abutre pela primeira vez na viagem. Quando chegamos no Chuí paramos o carro no primeiro posto depois da fronteira e o frentista falou “Vai diesel aí Dr?”. Beleza... chegamos em terras brasileiras. Foi quando descobrimos que a Edu passou direto pela aduana Uruguaia e não carimbou a nossa saída do país nos passaportes. Voltamos 2km. Trâmites realizados seguimos as orientações do rapaz do posto para bater uma foto com a indicação de ponto mais ao sul do país.
Nossa surpresa foi perceber que ali entre Chuí(Brasil) e Chuy(Uruguai) ficava uma avenida delimitando as duas cidades. Uma coisa maluca: duas avenidas encostadas uma na outra: de um lado a avenida com negócios em Espanhol (a maioria produtos de zona franca), e do outro lado a avenida com negócios escritos em Português. Coisa de Maluco. Já estava anoitecendo e não deu para fazer “comprinhas” de produtos eletrônicos. Sem problemas.
Seguimos então para o balneário Barra do Chuí, para bater a foto com a indicação de ponto mais ao sul do país. Lá chegando, descobrimos que o pequeno balneário pertence a cidade gaúcha Santa Vitória do Palmar, e que além de brasileiros (dá pra contar na mão a quantidade), a Barra do Chuí é uma praia muito freqüentada por turistas argentinos e principalmente uruguaios. Lá encontramos o Marcos, brasileiro, dono de um hotel simples e acolhedor. O cara vive como Deus manda. No verão trabalha muito e no inverno sorri pra vida. Ele disse que ali é o paraíso, não tem violência, não tem tristeza, e ainda de quebra fica num lugar chamado “Campos Neutrais”, que segundo um antigo tratado entre portugueses e espanhóis deveria ser uma faixa desabitada de terra para evitar confrontos entre ambos colonizadores.... Um paraíso.
Fomos até a fronteira com o Uruguai , batemos a fato do ponto mais meridional do Brasil, na volta passamos pelo Farol do Chuí, que ficava muito próximo do nosso hotel. Jantamos num restaurante indicado pelo Marcos.
E quem diria? Uma última “Parrillada” acompanhada de uma cerveja uruguaia Patrícia, em pleno Brasil...