Dia 14/janeiro/2016
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Escadaria que leva ao setor histórico |
Estamos deixando os Lençóis Maranhenses com a certeza de que voltaremos a vê-los, mas com água em suas lagoas, na época da seca!!! Não nos arrependemos de conhecê-los agora, até porque eles são maravilhosos em qualquer época do ano. Assim, saímos de Barreirinhas depois do café e de nos despedirmos do Sr. Chico, seguindo pela BR 222, e depois pela BR 135 , aproximadamente 300 km, até a capital do estado do Maranhão: São Luís!
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Ponte José Sarney (!) ao fundo sobre o Rio Anil, baía de São Marcos |
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Catedral de São Luís do Maranhão (1629) - foi reconstruída várias vezes até que, em 1922 assumiu o aspecto neoclássico |
Em 1535 (época das capitanias hereditárias) houve a primeira tentativa portuguesa de ocupação da área, com a instalação da cidade de Nazaré (provavelmente onde hoje é São Luís), em 1550. Porém por excessivos combates com os índios da região e a dificuldade em acessar a ilha, a cidade foi abandonada.
Portanto, São Luís foi fundada por franceses apenas em 1612, sendo invadida alguns anos mais tarde pelos holandeses (1641) e depois os portugueses retornaram e se instalaram em 1644, expulsando-os.
Atualmente conta com mais de um milhão de habitantes e possui segundo terminal portuário mais profundo do mundo, permitindo a entrada de navios de mais 20 m de calado em seu porto. Com a construção da estrada de ferro Carajás e dos portos de Itaqui e Ponta de Madeira, São Luís voltou a se recuperar no quadro econômico, após ter passado por ciclos cana-se-açúcar, cacau e tabaco no século XVII e de produção de algodão e da expansão da indústria têxtil no século XVIII, tendo seu declínio no século XIX.
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Muitos casarões estão em ruínas, infelizmente! |
Seguimos diretamente para o centro da cidade, onde encontramos o Centro de Atendimento ao Turista ao lado da Catedral de São Luís do Maranhão. Fomos muito bem recepcionado e a funcionária rapidamente nos explicou onde ficavam os principais pontos turísticos no setor histórico, que percorremos a pé.
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Algumas construções estão sendo revitalizadas |
Observamos, com tristeza, que muitos casarões antigos estão em ruínas e os azulejos, tão famosos, estão caindo das paredes. Apesar de ter sido declarada Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1997, São Luís encontra dificuldades em manter sua história. São 3500 prédios que se distribuem em 220 ha no setor histórico e cujos azulejos que recobrem as fachadas vinham diretamente de Portugal!
Outro senão a destacar é que esta região central é bastante perigosa à noite, não sendo recomendada a sua visitação após o entardecer onde desocupados e pessoas suspeitas perambulam pelas vielas antigas!
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Mercado das Tulhas |
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Dentro do mercado, na barraca do camarão seco |
Fomos passeando pelas vielas e nos admirando com a riqueza cultural do local! Seguimos pela Rua Giz até o Mercado das Tulhas (também conhecido com Feira da Praia Grande) onde antigamente funcionava uma espécie de celeiro (século XVIII).
Neste mercado você pode encontrar lembrancinhas de todos os tipos e artigos de artesanato regional, bem como quiosques com comidas típicas e sucos das frutas tropicais.
Fizemos nosso lanchinho regado a suco de bacuri e cajá e continuamos nosso passeio, parando no Centro de Pesquisas de História Natural e Arqueologia do Maranhão, onde descobrimos que esta região também foi habitada por dinossauros. No acervo em exposição há 200 itens entre fósseis e réplicas de espécies que viveram no Maranhão. Fomos atendidos com muito atenção pela Denise, pelo Renan e pela Quetsia, monitores das diferentes salas que tratam sobre a arqueologia, etnologia e paleontologia onde trocamos informações sobre dinossauros, escavações arqueológicas, fosseis, etnias indígenas antigas e costumes tribais, tudo muito legar e enriquecedor. Vale muito a pena conhecer este espaço!!! O Viagem Família recomenda este museu.
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Conversando com a Denise sobre a megafauna existente do MA |
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Observando utensílios indígenas com a Quetsia, na sala de etnologia |
No Centro de Pesquisa, as salas de paleontologia, arqueologia e etnologia compõem juntas cerca de 900 elementos expostos que transmitem ao homem de hoje um pouco sobre a cultura e o dia-a-dia dos homens épocas passadas. São 200 itens na Paleontologia, 500 na Arqueologia e 200 na Etnologia.
Depois de uma aula sobre aspectos geográficos e etnográficos, retornamos a Avenida Pedro II (onde havíamos deixado nosso carro) para vermos o Palácio do Leões, onde funciona a sede do Governo Estadual do MA.
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O Palácio dos Leões foi construído sobre o Forte que deu origem à cidade no século XVII |
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Subida das escadarias do Palácio |
O Palácio dos Leões foi erguido pelos franceses como uma fortificação em homenagem ao rei Luís XIII em 1612. A estrutura do atual prédio foi construída no final do século XVIII e passou por inúmeras reformas, até assumir o estilo neoclássico.
Não é permitido tirar fotografias durante na área interna do palácio no setor aberto à visitação. É obrigatório o uso de sapatilhas descartáveis (são fornecidas no local)para percorrer as instalações do Palácio. Podem ser vistos moveis de época e cerâmicas vindas da Europa, além de acervo de pinturas de artistas nacionais e estrangeiros dos séculos passados. Na sala do banquete, ainda utilizada hoje em cerimônias oficiais, pudemos tirar uma foto da vista da baía do rio Anil com os contrastes de São Luís ao fundo: palafitas e prédios de luxo!!!
A baía de São Marcos é composta pelos Rio Anil e o Rio Bacanga e a diferença entre as marés ultrapassa 4 metros de altura. Assim, quando chegamos à cidade a maré estava seca e já ao final da tarde, a maré estava alta. Este fenômeno é único e ocorre até 4 vezes ao dia nesta região!
Existem muitos outros logradouros a serem visitados no setor histórico: o Palácio La Ravardière onde funciona a Prefeitura de São Luís, e que fica ao lado do Palácio dos Leões, o Palácio do Comércio, o Centro de Cultura Popular (onde se podem ver manifestações de bumba-meu-boi), Teatro Artur Azevedo (segundo teatro mais antigo do Brasil), Museu Histórico e Artístico do Maranhão, Museu do Negro...
Atravessando as pontes alcançam-se as praias que compõem a orla luís maranhense: São Marcos, Calhau, Caolho, ... até chegar o município de Raposo, com suas casinhas de pescadores e praias isoladas.
Com o entardecer, procuramos hospedagem, pois aqui na capital não há estrutura para acampar! Assim ficamos no St. Louis Hotel, onde, após negociação, conseguimos o pernoite com café da manhã a R$ 96,00.
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Maré seca |
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Maré cheia
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Saímos à noite a pé e fomos alertados por moradores que seria muito perigoso, é uma localidade chamada Ilhinha, onde casas palafitas se espalham sobre a praia degradando o lugar que poderia ser tão bonito. Então, fica o alerta: muito cuidado com esta localidade esquecida pelas autoridades e onde a insegurança prolifera! Desta forma, seguimos de carro até a Avenida Litorânea, onde há dezenas de bares e restaurantes padronizados na orla, de modo muito organizado e bonito. Há dezenas de pessoas praticando corrida e footing neste local. No caminho de retorno ao hotel, aproveitamos pra jantar.
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