Viagem Família______________________________________

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domingo, 23 de agosto de 2020

Suíça: para além do chocolate, queijos e bancos

Cataratas do Reno

Nossa passagem pela Suíça foi bem rápida e tinha por objetivo principal visitar um casal de amigos que havíamos conhecido no Canadá, mais especificamente em Whitehorse, no Yukon, há exatamente um ano. Também queríamos tentar encontrar um "tio" do coração, que era amicíssimo de meu pai (Mari) e com quem perdemos contato há alguns anos. 


Na divisa da Alemanha com a Suíça, perto de Basel, fomos parados pela Polícia Aduaneira que nos orientou para seguirmos apenas pelas rodovias azuis, uma vez que as Autobahn na Suíça são verdes e exigem o uso da vignette. Diferentemente da Áustria e de outros países onde se paga a vignette tendo a opção de validade para 10 dias, 30 dias ou 2 meses, por exemplo, na Suíça só existe a opção de vignette anual, cujo valor é de 40 CHF (CHF: franco suíço) e como só iríamos percorrer pequenas distâncias, optamos por fazê-las nas estradas secundárias. 



Outro detalhe bem interessante (e chato) é que nossos chips da Vodafone da Alemanha, que funcionam em toda região EU (e Zona Schengen) inclusive na Turquia, não funcionam aqui, pois a Suíça não pertence a nenhum dos dois tratados!!!! Desta forma, estávamos sem internet e Google Maps. Isto acabou gerando boas risadas, pois acabamos "nos perdendo" em alguns lugares, tendo de apelar para o velho e bom mapa físico e os PPPPPP (Pare e Pergunte Pro Primeiro Pedestre Passante). 

Placa muito "interessante" na localidade próxima de Zeglingen

Enfim, chegamos à pequena vila de Zeglingen, no Cantão de Basel (Basileia), e depois de perguntarmos para um entregador de materiais, chegamos à casa de nossos amigos, Ernst e Erika, que nos receberam com grill (churrasco) e muito bate papo! Eles também são viajantes e têm muitas histórias para contar, experiências interessantes e diferentes em países da África e Ásia e nossos 3 dias lá foram bem aproveitados e intensos.

Com Ernst e Erika, em seu cantinho

                     
                             

Vista panorâmica da casa

Morro Wisenflu

Esquema das ruínas do Castelo Frohburg










Kloster (monastério)


Trocando ideias com um fazendeiro local

A Suíça é dividida em 26 Cantões (parecido com os nossos Estados) onde vivem aproximadamente 8,5 milhões de habitantes, numa área equivalente ao Estado do Espírito Santo. Seu sistema de governo é bem interessante, pois é uma República Federativa Parlamentarista onde 7 presidentes (cada um responsável por um ministério) se revezam no poder anualmente. 

Cachoeira Giessen

Geograficamente está dividida em três regiões: Alpes, Plateau (planalto: ocupa 1/3 do território) e o Jura (12%). Este Jura é uma espécie de cadeia montanhosa mais baixa que se estende por uma área onde estávamos com nossos amigos. 



Oliveira em plena Suíça

Entre os símbolos que identificam o país destacam-se o chocolate, os queijos, relógios, canivetes e bancos. O custo de vida por aqui é alto, mesmo a relação entre o Euro e o Franco Suíço sendo quase de um para um (1 Euro = 1,08 CHF). Os preços dos produtos nos supermercados são bem mais caros que nas vizinhas Áustria, Itália e Alemanha. O salário mínimo também é mais alto do que nos outros países!

Franco Suíço


Mundialmente conhecida pela sua neutralidade, a Suíça é um dos países mais ricos do mundo e com um dos maiores PIB. Mesmo não tendo exército, é daqui que sai a Guarda do Vaticano. Em conversas com nossos amigos, eles nos contaram que existe legislação que impede um cidadão suíço de participar de algum conflito (guerra) como voluntário. Caso isso aconteça, em seu retorno ao país, este cidadão será preso por descumprimento da lei da neutralidade. 

A  origem do país remota a uma tribo celta, dos Helvécios, e por este motivo o símbolo deste país é CH - Confederação Helvética, aproximadamente do ano 1291. Porém, antes disso, os romanos já haviam passado e deixado suas marcas, por volta do ano 500 a.C. 

SOLOTHURN

Com Ernst, num dos portões de entrada da cidade velha

Muralha da antiga cidade


Erika e Ernst nos levaram para passear na cidade de Solothurn, distante uns 80 km de sua casa, mais ao sul. 

Maquete da cidade antiga, com os amigos Erika e Ernst



Rio Aare

Soleura ou Solothurn ("lugar na água") é a capital do Cantão de Solothurn e tem uma relação mítica com o número 11: existem 11 igrejas, 11 fontes e 11 torres em sua cidade antiga. Curioso é o relógio da praça que só possui 11 marcadores!! 




Portões da cidade

Casario de Solothurn

Outro portão da cidade

Tradicional atividade na Europa



Localizada às margens do rio Aare e aos pés das montanhas de Jura, Solothurn foi fundada por volta dos ano 14 d.C. pelos celtas. Em 1382 os Habsburgo a atacaram, porém alguns anos mais tarde, em 1481, Solothurn passou a ser membro da Confederação Suíça. 




Conhecida como a cidade barroca mais bonita e fina da Suíça, ela  mistura a grandeza italiana com o charme francês e a praticidade alemã. Passeamos pelo seu centro histórico e tiramos muitas fotos,  lanchando um sanduíche sentados numa sombra, perto do rio e depois tomando um café num pub. Apesar do Covid, havia muitos turistas e as regras de distanciamento social estavam valendo. Assim, só eram permitidas até 3 pessoas de cada vez na padaria, por exemplo. 

Experimentando algumas delícias locais

O santo padroeiro da cidade é São Urso de Soleura, um dos membros da Legião Tebana (legião romana, formada por 6666 homens e que foi martirizada em 286 d.C, após terem se convertido ao Cristianismo). A Catedral de St. Urs, cuja fachada foi doada por Luís XIV, possui escadaria frontal em estilo italiano. 

Catedral de St. Urs






BÜLACH

Com os tios postiços, Maria e Sebastian (Wastl)

Após deliciosos dias em companhia de nossos amigos seguimos para Bülach, cidade onde hoje vivem meus "tios" Sebastian e Maria. Conseguimos encontrá-los através de seu filho mais velho e foi um reencontro muito feliz!!! Wastl (Sebastian) foi o melhor amigo de meu pai e estiveram juntos na Áustria em sua juventude. Ele e a família vieram nos visitar no Brasil muitas vezes quando meu pai ainda era vivo e acabamos perdendo o contato quando eles se mudaram de Glatfelden para Bülach, distante poucos km. 


Bülach fica localizada perto de Zürich (Zurique) e apenas a 6 km do aeroporto internacional. Mencionada pela primeira vez em 811, possui um pequeno e charmoso centro antigo. Passeamos um pouco pelos arredores e aproveitamos para matar saudades destes velhos amigos. 

Centro histórico de Bülach



RHEINFALL - Cataratas do Reno: maior cachoeira em amplitude da Europa




Com 150 m de comprimento e cerca de 23 m de altura, as Cataratas do Reno foram formadas na última Era do Gelo, há aproximadamente 14000 a 17000 anos. Localizada no Alto Reno, na fronteira dos Cantões de Neuhausen e Zurique, possui boa infra-estrutura turística e estacionamos a alguns metros de um dos acessos para as plataformas de onde se podem ver as quedas d'água. Há, também, passeios de barco onde se chega na beirada da cachoeira. O ingresso para descer nas plataformas custa 5 CHF por pessoa. Vale muito a pena!!! 







Loja de cucos no interior do Parque

Dali, buscamos um lugar mais tranquilo para acamparmos. De quebra, aproveitamos para tomar um banho no lindo e histórico Rio Reno. 


Delicioso banho no rio Reno



Não conhecemos muitas regiões da Suíça e acabamos ficando mais na porção onde o idioma falado é o alemão, isto é, nas regiões norte, leste e central do país, onde 63% da população se comunicam em alemão (ou algum dialeto). Já o francês é o segundo idioma oficial na Suíça, falado principalmente na porção oeste do país, cobrindo os Cantões de Genebra, Vaud, Neuchâtel e Jura. O italiano é mais falado no sul do Cantão de Gridioni e Ticino, onde o idioma é conhecido por Lombard e é utilizado por cerca de 350 mil pessoas.

Interior da capela localizada dentro do Parque das Cataratas do Reno




                                 

Quem sabe numa próxima visita não damos uma aventurada na parte francesa e italiana do país? Ah, sem esquecer que ainda há uma pequena porção que fala o romanche!!! O romanche é falado por apenas 37 mil habitantes e possui uma história muito rica. De origem românica, em 15 a.C., a língua é falada livremente com suas variações e dialetos até os dias atuais! 


O Lago de Constança, ou Bodensee em alemão, fica na divisa entre a Suíça, a Alemanha e a Áustria. Alimentado pelo Reno, é dividido em duas partes: Untersee (Lago Inferior) e o Obersee (Lago Superior). É um lago usado para a prática de atividades náuticas e destino de verão garantido!

Bodensee (Lago de Constança), na divisa com a Áustria e Alemanha 



Até a próxima...