19 de janeiro de 2015
Buenos Aires
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Edu e o Teatro Colón ao fundo |
Hoje o dia seria dedicado a percorrer a cidade de Buenos Aires a pé pela manhã e, se fosse possível, havíamos planejado ir ao Tigre, cidade localizada a cerca de 35 km, na parte da tarde para conhecer o delta do Rio Paraná num passeio de barco bem famoso e interessante. Infelizmente amanheceu chovendo MUITO e saímos todos os 11 integrantes do Viagem Família debaixo de guarda-chuvas em direção à Av. 9 de Julio (nome dado em homenagem à Declaração de Independência da Argentina), observando as construções e chegando ao Teatro Colón.
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Passeando por Buenos Aires debaixo de chuva. |
Interessante observar que o Teatro Colón ficava, antigamente, na Praza de Mayo, mas em 1888 se decidiu mudá-lo de lugar por ser pequeno (2500 lugares!) e não atender a grande quantidade de apresentações na capital e o imponente edifício, inaugurado em 1908 passou a ser a principal casa de ópera de Buenos Aires. Acusticamente, é considerada uma das 5 melhores casas de espetáculos do mundo. Obedece estilo renascentista, com formas afrancesadas e áticos gregos. O engenheiro responsável pela obra foi Francisco Tamburini e os arquitetos foram Víctor Meano e Julio Dormal. As obras de reforma iniciadas em 2006 estenderam-se por 3 anos e consumiram 100 milhões de dólares, envolvendo 1500 trabalhadores, 130 arquitetos e engenheiros e foram construídos 60 000 m². Há 2487 lugares sentados além dos mil lugares em pé.
O ingresso para visitá-lo custa atualmente $ 180 pesos por pessoa e nós achamos
meio salgado, desta forma, visitamos apenas o hall de entrada e as instalações básicas.
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Acesso de visitantes ao Teatro Colón |
Saímos de lá e tiramos algumas fotos do Obelisco na Av. 9 de Julio. Esta avenida teve sua construção iniciada em 1912 e concluída em 1930, porém seu alargamento e aumento de extensão foi feito em 1980. Desta forma, tornou-se a avenida mais larga do mundo, possuindo inúmeras pistas de rolamento de veículos. Por este motivo, por segurança, os pedestres utilizam diversos sistemas de túneis que cruzam sob essa avenida. Nesses túneis funcionam centros comerciais, lojas de todos os tipos além das estações de metrô.
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O Obelisco possui 67,5 m de altura e está localizado na Av. 9 de Julio,
em frente a Plaza de la República |
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Uma das faces do Obelisco |
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Túnel sob a Av. 9 de Julio, com centro comercial e estação de metrô. Tem saída na Av. Corrientes. |
Continuamos em direção à Casa Rosada, percorrendo a Av. Corrientes até a Calle Florida, que é apenas para pedestres. Nessa altura de nosso passeio a chuva deu uma trégua e pudemos curtir um pouco mais a paisagem. Passamos por teatros e casas de tango, além de praças e prédios históricos.
Para efetuar câmbio, pode-se utilizar as casas que "compram ouro". Há inúmeros compradores que efetuam câmbio de reais e dólares (e euros, e...) e é possível negociar de modo a conseguir uma cotação melhor. Efetuamos algumas compras e chegamos a Plaza de Mayo, passando por diversas marquises onde dormiam moradores de rua, numa referência flagrante à precariedade e problemas sociais e financeiros que o país vem enfrentando ha alguns anos.
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Em frente a Casa Rosada |
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Vista do Cabildo - era sede do governo e foi construído em 1751.
Atualmente é o Museu Histórico Nacional do Cabildo da cidade de BA e da Revolução |
A Catedral de Buenos Aires possui fachada neoclássica, com 12 colunas. Dentro dela está localizado o Mausoléu do libertador Gen. José San Martín, que é guardado por guardas de honra, 24h por dia, sendo que a troca da guarda acontece a cada 2 horas. Tivemos a oportunidade de presenciar a troca.
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Catedral de Buenos Aires |
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Mausoléu do Gen. San Martín |
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Museu onde estão peças do Papa Francisco |
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Cripta, localizada sob o altar principal, onde estão sepultadas autoridades eclesiásticas. |
Os casais Alfredo e Cris e Luiz e Edu foram visitar o Museu de Arte Sacra que fica dentro da Catedral de Buenos Aires e onde estão peças do então Cardeal Jorge Bergóglio (Papa Francisco). O resto da turma ficou sentado nos bancos ou passeando pela imensa catedral admirando a arquitetura, pinturas e demais atrações existentes no seu interior.
A igreja matriz foi construída no séc XVI e transformada em Catedral em 1620, sendo reedificada muitas vezes e a atual fachada é de meados do séc. XVIII.
A Plaza de Mayo tem caminhos amplos por onde passam dezenas de pedestres, além de contar com estátuas e chafariz. Seu nome comemora a Revolução de Maio de 1810, que iniciou o processo de independência das colônias da região sul. Ao seu redor encontram-se os principais prédios históricos da cidade, como o Cabildo, a Casa Rosada e a Catedral de Buenos Aires, além da sede do Banco Nación. A Praça é o epicentro de acontecimentos de grande importância para a cidade e o país. São comuns manifestações e mobilizações populares e no dia de hoje não foi diferente: havia manifestações acontecendo e, à noite, no mesmo dia, houve uma grande mobilização, pois o procurador geral, Alberto Nizmán, foi assassinado e há indícios que o governo tenha participação no crime!
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Ao fundo, Casa Rosada |
A Casa Rosada é a atual sede do governo e está localizada onde, na época da Colônia, ficava a Real Fortaleza de San Juan Baltazar da Áustria. A fortaleza antiga foi derrubada em 1850 e foi construído um novo prédio onde funcionava a alfândega. O prédio antigo abrigou as tropas inglesas em 1806 e a partir da presidência de Sarmiento (1868-1874), já no prédio novo, passou a funcionar a sede do Poder Executivo e ela passou a ser rosa (junção do vermelho e branco, fazendo referência aos 2 partidos políticos).
Após tirarmos dezenas de fotos, fomos ao Café Tortoni, localizado na Av. de Mayo, 825, famoso desde 1893 e que se mantém intacto desde então. Sua construção e estilo segue o mesmo padrão da famosa Casa Colombo, no Rio de Janeiro. A fila de espera estava enorme então decidimos fazer nosso lanche em outro local. Desta forma, retornamos algumas quadras pela Av. de Mayo e seguimos pela Calle Piedras até o encontro com a Calle Chile, onde pegamos à esquerda, mais algumas quadras para encontrarmos a Mafalda, já em San Telmo. Após muitas fotos com a personagem famosa e querida de Quino, fomos lanchar.
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Esquinas das Calles Chile com Defensa: endereço da Mafalda (Quino) |
Deixamos a Mafalda para trás e seguimos pela Calle Defensa até a Plaza Coronel Manuel Dorrego, local onde aos domingos há feira de antiguidades e onde estão localizados bares onde se pode ouvir boa música!
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No bairro de San Telmo há inúmeras lojas de antiguidades |
É local boêmio e onde se encontram músicos e outros artistas! Continuando nosso extenso passeio pela capital portenha, seguimos para Puerto Madero, retornando pela Av. Paseo Colon até a Faculdade de Engenharia, que está em reformas. De lá, mais duas quadras à direita e se está em Puerto Madero.
Este Porto foi construído pelo engenheiro Eduardo Madero em 1887 e parou de funcionar em meados do séc XIX, ficando abandonado até 1990, quando começou a reciclagem dos velhos celeiros e a região passou a ser nobre, contando com lojas, centros comerciais e restaurantes. hoje é local de visitação e ponto turístico de BA. Por muitos anos após o encerramento das atividades comerciais ligadas ao transporte marítimo, Puerto Madero ficou literalmente abandonado criando uma certa má fama por ter se tornado local de concentração de desocupados e delinquentes. Agora com a importante revitalização do local, torna-se um bonito lugar para visitar e passear.
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Ao fundo, a Ponte da Mulher |
Fomos até o Buque Museu Fragata A.R.A.Presidente Sarmiento, onde se paga um ingresso de $ 5 para auxiliar na manutenção!
O navio é maravilhoso! É um passeio bem bacana e nós recomendamos. Ele foi barco escola da armada argentina e fez 37 viagens ao redor do mundo, entre os anos de 1899 e 1939. Foi construído na Inglaterra em 1898, por encomenda do governo argentino e em 1962 foi declarado Monumento Histórico Nacional.
Puente de la Mujer gira em 90° para permitir a passagem de navios. Sua construção levou 12 meses para ficar pronta e foi concluída em 2001.
Depois de andarmos o dia inteiro cerca de 66 quadras, por diversos bairros da capital argentina, estávamos realmente cansados!! Desta forma, resolvemos pegar um táxi e voltar para o Hotel de uma forma mais rápida. É uma boa opção, visto que os preços dos táxis são bem adequados. Antes de jantarmos, fomos ao Supermercado Carrefour fazer compras: vinhos, alfajores, doces, refrigerantes e tudo mais que quiséssemos trazer da Argentina pois amanhã de manhã pegaremos o BuqueBus (www.buquebus.com) para o Uruguai, na travessia do Rio da Prata.
Na saída para o jantar, encontramos os manifestantes com suas panelas no meio da rua! Aproveitamos para protestar também... apoiando os amigos hermanos na justa reivindicação pelo fim da corrupção naquele país. Acabamos o dia indo jantar no mesmo restaurante do dia anterior: La farola de Santa Fé. Infelizmente hoje o atendimento deixou um pouco a desejar, até porque o Hugo (garçom que havia nos atendido anteriormente) não estava! Fica aí uma dica: Nem sempre a culpa ou os créditos pela comida ou atendimento são de responsabilidade do estabelecimento, as vezes um atendimento profissional e competente fazem toda a diferença.
O susto ficou por conta da entrada de um mendigo no restaurante: que aproveitando-se da confusão causada pelas manifestações, do nada ele entrou, pegou umas comidas na mesa próxima da nossa e saiu deixando os atendentes e frequentadores surpresos.
Até amanhã!!!