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sábado, 3 de março de 2012

CURIOSIDADES, DICAS E INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A BOLÍVIA

                                
Bandeira da Bolívia
Muito se tem falado e ainda se fala sobre a Bolívia. A Bolívia, no entanto, é ainda para muitos uma desconhecida, quer por falta de informações corretas ou por simples costume de apenas repassar algumas informações recebidas sem verificar a sua confiabilidade. Não pretendemos aqui mostrar que sabemos tudo, pois isso seria uma desnecessária pretensão, apenas queremos desmistificar alguns aspectos que vivenciamos pelas nossas viagens pela Bolívia. A seguir,então, vamos passar algumas informações que consideramos úteis a quem quer conhecer este país.

Mapa com os 9 departamentos bolivianos
A Bolívia é, junto com o Paraguai, um país que não é banhado por mar, mas em contrapartida tem uma diversidade de paisagens e atrações que fazem dela um dos países mais bonitos a serem visitados. Sua área territorial é de 1.098.581 km², sendo apenas um pouco maior que o estado do Mato Grosso. Sua população atual é de, aproximadamente, 9.929.849 pessoas segundo o senso de 2010 e a expectativa de vida gira em torno dos 65 anos de idade. Possui 9 departamentos (estados) que são divididos geograficamente em apenas duas grandes áreas: Llanos (ao leste, divisa com o Brasil) e Serranias Sibandinas(ao oeste, divisa com Peru e Chile). Estes nove departamentos são subdivididos em províncias que são responsáveis administrativamente das questões locais. Esta divisão em duas grandes áreas se dá naturalmente pela peculiar geografia acidentada do país, onde encontramos altitudes variando de 98m de altitude (Puerto Quijarro-divisa com o Brasil) na área de Llanos, até a 4100m de altitude na cidade de Potosi- a cidade mais alta do mundo, na área da Serrania,  ou ainda a 6.542m de altitude no alto do Pico Sajama, maior montanha do país perto da divisa com o Chile.
Detalhe importante: A capital da Bolívia é SUCRE (La Plata)!! E não La Paz!!  Nesta cidade de pouco mais de 250.000 habitantes,  localizada na parte centro sul do país e  fundada em 30 de novembro de 1538, por Pedro de Anzures (Marques de Campo Redondo) está localizada a Sede da Suprema Corte de Justiça e foi também a sede do governo boliviano até o ano de 1898.  Com o declínio do comércio e extração da prata em Potosi, a sede do governo foi transferida a La Paz. Assim mesmo com a sede do governo estando em La Paz, a Capital oficial da Bolívia é Sucre (La Plata)

"Out door" com os nomes de algumas etnias bolivianas
A base da população boliviana é constiuída por Aimarás(25%), Quéchuas(30%) diversas outras etnias-mais de 30-(15%), europeus ibéricos(15%) entre outros como asiáticos, que completam esse caldeirão multicultural que é a Bolívia. A predominância religiosa é a cristã, mas com forte sincretismo religioso vindo das culturas indígenas produzindo interessantes misturas,costumes e hábitos nas manifestações religiosas populares como temos visto nas nossas viagens.
A Bolívia é um país que pode ser visitado durante todo o ano, é claro, tomando-se o cuidado com as questões climáticas que são bastante variáveis por motivo de sua diversidade geográfica. Basicamente há duas épocas: Época "Seca" (de abril a novembro) e Época de "Lluvia"-chuva (de dezembro a março), mas as variações na verdade são muito pequenas. O que deve ser levado em conta mesmo são as temperaturas dos locais que serão visitados, pois podem variar muito de uma estação a outra e também  da região. De qualquer forma, a Bolívia tendo como principais destinos turísticos as montanhas e o altiplano, sempre convém estar bem equipado com roupas para frio e para calor. No verão já pegamos -15°C,  a mais de 5000m de altitude.

5083m de altitude nos Gêisers Sol de La Mañana - Parque Eduardo Avaroa

-8,4° C - Saindo para ver os Gêisers na Bolívia
A moeda corrente no país é o Boliviano (Bs) também dividido em centavos, e em alguns locais como centros turísticos ou cidades maiores eventualmente pode-se usar o Dólar Americano (U$). O Real (R$) utilizado no Brasil não é aceito, a não ser excepcionalmente perto das divisas internacionais.  A Cotação atual (2012) é de : U$ 1,00 =  Bs 6,90  e  R$ 1,00 = Bs 3,95. 
Nas cidades pode-se usar Cartões de Crédito para sacar em Cajeros Automáticos (Caixas Automáticos) bem como para efetuar pagamentos em hotéis e alguns estabelecimentos, porém muito cuidado, pois ainda este hábito está pouco difundido em cidades menores e lugarejos. Se for visitar pequenas cidades e atrações mais afastadas ou ainda durante os percursos e deslocamentos sempre tenha uma boa reserva de Bolivianos na carteira para não passar apuros. Nossa recomendação é que faça saques na função débito e também crédito, pois já utilizamos os dois modos e eles são mais vantajosos do que fazer o câmbio trocando dólares, que, porventura, tenha trazido.  O câmbio via cartões sai mais em conta do que comprar dólares " in cash".
Uma informação importante é quanto às bandeiras utilizadas nos Cartões de Crédito/Débito: se puder, leve um cartão de cada bandeira, pois há lugares onde uma não funciona e aí, se não houver opção, você terá problemas. Recomendamos as bandeiras Visa e MasterCard e não recomendamos o American Express, pois é muito difícil ser aceito e achar algum estabelecimento bancário para efetuar saques com ele. Na Bolívia, esqueça o Money Gram,  que é aquele cartão de débito pré-pago em dólares ou euros principalmente se for Amex. Tentei usar em todos os lugares por onde passamos e só perdi tempo. Não vale a pena perder na cotação de reais para dólares na carga ou recarga e depois ficar vagando pelas cidades tentando inutilmente achar um cajero para efetuar o saque!! Em Potosi, por exemplo, fiquei mais de uma hora indo a todos cajeros do centro da cidade e nada consegui!!

Compras em Uyuni

Lojinha boliviana
Regra de ouro (não só na Bolívia, mas principalmente lá) é: NEGOCIE!!!   Sempre, seja para comprar ou fazer câmbio de valores. Nunca aceite a primeira "oferta".  No caso do câmbio, para nós,  em muitas vezes casas de câmbio ou bancos tinham cotações bem melhores que os famosos cambistas, além da segurança na transação. Nas compras, pechinche e argumente os preços, mas sem ser chato, pois muitas vezes quando queremos adquirir um produto ou serviço, não sabemos o tempo a energia ou o conhecimento necessário para produzí-lo. Resumindo: seja amigo, converse e respeite. Ser um "mala" é muito ruim para todos!!
A Bolívia tem ótimos preços para artesanatos locais e roupas confeccionadas com lã de lhama, vicunha e alpaca. Estes produtos são aqui muito mais em conta que nos vizinhos Argentina e Chile. Vale a pena investir seu capital aqui para adquirir bons casacos, gorros, luvas e toda enorme variedade de lembrancinhas e souvenires.
Calle(rua) comercial em Copacabana -Titicaca

Lojinha com menina boliviana em Tiwanaku - perto de La Paz
Quando vamos a outros países para turismo ou negócios sempre é importante termos conhecimentos básicos prévios do local que iremos visitar. O mais importante é procurar interferir o mínimo possível no cotidiano dos habitantes locais. Seja cortês, educado e, principalmente, interessado. Arrogância, prepotência e falta de respeito não combinam com o visitante que quer ser bem recebido. Não esqueça, para você, a sua visita é um momento passageiro, mas para quem mora no local tudo que acontece é rotina e se repete todos os dias. Sempre fomos muito bem tratados pelos locais, com algumas ressalvas para algumas autoridades oficiais empossadas.
Antes de ir à Bolívia, procure aprender a falar o Espanhol, nem que seja de forma básica. Esqueça o "Portunhol", que lá não serve para nada. Vão te olhar com ar de interrogação e no fim você vai ter que falar através de gestos. É claro que o ideal seria falar Quéchua e Aimará, mas aí seria pedir demais.

Restaurante e Pizzeria Itália - Potosi
(Av. Bustillos esq. Ayacucho, n° 1101-Fone 2612-2801)

Comprando pão em Uyuni - Mercado Municipal
Ah, a comida!!  Aí está um dos grandes mistérios e dilemas sobre a Bolívia.  Sinto desapontar muita gente, mas nos milhares de quilômetros que já percorremos em território boliviano, nunca tivemos nenhum problema que seja digno de nota no quesito alimentação. Já experimentamos de tudo, desde carne de lhama, porco, cordeiro, papas(batatas), frango, queijos, pães, legumes, frutas diversas em todas as regiões. Cada região tem seus pratos principais e mais conhecidos, mas de qualquer forma uma especialidade tipicamente boliviana são as famosas salteñas (versão da empanada argentina/chilena).


As saltenhas são uma espécie de pastelzinho recheado com as mais diferentes misturas, desde carne agridoce, passando por vegetais cozidos com batatas,  jamón con queso (presunto e queijo) até os tradicionais com carne de rês (vaca) , pollo (frango) ou lhama. A massa da saltenha é  tradicionalmente a massa de farinha de trigo "podre" sempre fechada com o sistema de replugue boliviano (puxa um pedacinho da massa e vira levemente). São assadas em forno bem quente de 7 a 10 minutos. Na Bolívia as saltenhas são encontradas em todo lugar e as degustamos quase todos os dias, sempre procurando descobrir a mais saborosa.
Jantando no Pollo Crokan- do Mário (Uyuni)
Também se come em quase todo lugar o famoso pollo con papas fritas (frango com batatas fritas), que pode ser frito ou assado na brasa ou em "máquinas" de assados, como as encontradas no Brasil, só mais rústicas. Também se fala bastante na pimenta da comida boliviana: realmente, mais na parte central do país como Cochabamba, Santa Cruz de La Sierra e La Paz se deve prestar mais atenção a alguns pratos que podem vir mais condimentados e (bastante cuidado) com alguns acompanhamentos que podem parecer inofensivos vegetais, mas na verdade são poderosas pimentas. A pimenta aji longa boliviana é parecidíssima com nossa vagem, o que levou nosso amigo/irmão Luiz Santoro a colocar uma inteirinha na boca quando estivemos em Santa Cruz de La Sierra, produzindo muitas risadas em todos os presentes, menos para ele, é claro!!!
Restaurante na Calle de Las Bruxas- La Paz

Luiz com nossa turma depois da pimenta- La Casa de Camba- Santa Cruz de La Sierra
Também um capítulo a parte é a questão da bebida. Muito se tem falado sobre a contaminação da água potável, que há estabelecimentos que falsificam "água mineral" engarrafando água de torneira ou até de rio para a venda. Nunca vimos nada desse tipo! Sempre compramos e consumimos água mineral  sem gás em todos os lugares e nunca tivemos problemas de saúde a elas relacionados. O cuidado com a água mineral é sempre verificar se o bocal da garrafa está limpo e lacrado e também quanto ao grau de alcalinidade e a quantidade de enxofre presente. Mais enxofre mais possibilidade de... digamos... acidente intestinal !! O mesmo cuidado se dá com a comida. Sempre prestar atenção em locais de pouco movimento onde a comida pode ficar muito tempo exposta e também na higiene do local. É claro que às vezes não há muitas alternativas, mas não deixe de experimentar os pratos e quitutes locais a não ser que realmente seja reprovável! Boa parte da cultura de um país ou lugar se conhece através da culinária.
Mate de Coca industrializado e folhas de coca ao natural.
Outro mito a desmistificar é a tão falada coca. A coca (Erythroxylum Coca), tem seu uso comprovado há mais de 8.000 anos e naqueles tempos era restrito aos membros mais influentes da sociedade como nobres e sacerdotes. Sua ação é inibidora da fome (anorexiante), sede e cansaço dissiminaram seu uso por toda região andina, visto as grandes altitudes presentes na região, pois os povos pré-incaicos precisavam se deslocar não podendo transportar grandes quantidades de suprimentos. Para a folha da coca tornar-se cocaína, seu princípio ativo é extraído através de reações com solventes álcalis, ácido sulfúrico, querosene e até óleo diesel, sendo que o hábito de tomar chá () de coca, é absolutamente inofensivo, sendo vendido in natura ou mesmo industrializado em qualquer mercado em todas as regiões andinas, desde a Colômbia até a Argentina.  Esse chá é servido a passageiros e tripulantes por companhias aéreas que fazem voos regulares a regiões andinas para prepará-los e evitar o tão famoso soroche (mal das alturas).
Além de amenizar os efeitos da altitude, o chá de coca é altamente digestivo e diurético, auxiliando na hidratação constante, muito necessária em altitudes elevadas.
Tomando chá (té) de coca na altitude dos Andes
Nós sempre tomamos litros e mais litros de chá de coca e nunca (que decepção) ficamos "chapados" ou "de barato". E olhe que até as crianças também tomaram! Tomar chá de coca nos Andes é hábito diário de todas familias do mesmo modo como no Brasil se toma um café.
Outro capítulo a parte são as cervejas bolivianas que degustamos nas viagens. Entre elas, a Huari (Oruro), Lipeña (Potosi), El Inca (Cochabamba), Potosina (Potosi),  Paceña (La Paz) entre muitas outras. Todas muito saborosas, devido a ótima qualidade da água utilizada na sua fabricação. Há muitas bebidas exóticas e não poderíamos deixar de experimentar algumas das mais estranhas. Também experimentamos muitas marcas de águas minerais e também sucos e alguns refrigerantes, mas no momento não recordo nenhum dos nomes... rsrsrsrsr... !

Comprando Paceña em Copacabana-Titicaca



"Degustando" uma espécie de cachaça com uma víbora (morta dentro).
Os deslocamentos rodoviários na Bolívia são sempre uma surpresa! Ora se entra no país por uma bela estrada asfaltada, ora nem estradas tem para se chegar a outra cidade. As estradas pavimentadas possuem asfalto em ótima conservação, melhores que as brasileiras, mas as que não tem pavimentação requerem um veículo com boa altura em relação ao solo. Nossa recomendação é um 4x4 confiável, pois as surpresas aparecem a cada quilômetro. Exemplo: estávamos indo para o Chile, passando pelo deserto na altitude de aproximadamente 4000m e, de repente, tivemos que cruzar um rio com mais de 1 metro de profundidade. Você até pode conhecer o país com um veículo comum, mas para descobrir segredos e atrações escondidas lindíssimas vale a pena encarar a Bolívia com uma máquina bem preparada para desbravá-la! Na Bolívia você vai encarar terra, muito pó( mucho polvo), pedras, areia do deserto, eventualmente neve, chuva granizada (mistura de neve com chuva), áreas alagadas (Llanos del Chaco) entre outras coisas. Por este motivo, saiba como enfrentar todo isso com preparo e disposição tanto seu quanto do seu veículo. Não é um país para se ter pena do carro. Usa-se ele ao limite em muitas vezes.
"Estrada" entre Potosi e Uyuni

Alto da montanha Chacaltaya-perto de La Paz (5300m de altitude)



Deserto entre a Bolívia e Chile
Tenha em mente que na altitude elevada não só você como seu veículo vão sentir a falta de ar. Perda de potência, mais fumaça no escapamento(carros a diesel) são sintomas normais. Carros a gasolina e sem turbina vão sofrer ainda mais com a falta de potência. Vá com calma para não exigir demais do teu possante para evitar quebras ou problemas mecânicos. Se ele superaquecer não tenha vergonha de parar um pouco para resfriá-lo. Aproveite e aprecie a paisagem tirando belas fotos.

A altitude é um ponto muito importante para comentar.
Todos, repito, todos são atingidos pelos seus efeitos. A intensidade desses efeitos dependem de pessoa para pessoa. Para alguns, uma dor de cabeça leve e ligeiro mal estar. Outros, podem sofrer até aneurismas cerebrais e pulmonares. Outros ainda tonturas, enjôos, dores de cabeça muito fortes, falta de ar entre outras manifestações.
Existem diversos meios para se amenizar os sintomas apresentados.
1°- Boa condição física e aeróbica são importantes.
2°- Sempre respire profundamente, evitando entrecortar(respirar tipo cachorrinho).
3°- Ande e movimente-se devagar nos primeiros dias na altitude. Levante-se lentamente.
4°- Beba muito líquido (água, sucos) e não tenha medo de tomar o chá de coca que é servido em todos lugares.
5°- Adquira nas farmácias locais as "Soroche Pills" ou então compre ainda antes da viagem o remédio chamado "DIAMOX".  Nós sempre usamos este e tem sido de extrema ajuda. Nos foi receitado e recomendado por um médico que atende montanhistas e resgatistas em altitudes. Tome 2 a 3 horas antes de encarar áreas muito elevadas.
6°- Em casos extremos e para minimizar efeitos, faça como os bolivianos(nós já fizemos) e masque folhas de coca adquiridas em todos os lugares livremente. 
7°- Evite bebidas alcoólicas.
8°- Em casos extremos de mal estar e falta de ar, procure assistência médica para receber oxigênio extra!
Depois de alguns dias seu corpo se acostuma com o ar rarefeito e você se sente melhor.


Pouca ou quase nenhuma sinalização estão a disposição dos condutores para orientá-los, por isso compre mapas, guias, pergunte muito para moradores locais.  Os veículos e camionetes na Bolívia nem sempre são bem conservados por esse motivo não se espante com a grande quantidade de "sucatas" que circulam.  Também tome cuidado com os motoristas em geral pois dirigem de forma displicente não respeitando muito as normas de trânsito. A buzina é um acessório indispensável, por isso faça como os bolivianos, buzine sem medo! No geral o trânsito nas cidades é um caos!!

Trânsito em La Paz
Mantenha a documentação em ordem e sempre a mão, pois do nada aparece uma autoridade e se não apresentar tudo o que ele pedir, com certeza terá que pagar uma propina (regalo). Uma das coisas desagradáveis na Bolívia, talvéz a mais desagradável,  é a enorme quantidade de peages (pedágios) que literalmente infestam as estradas oficiais. Existem pedágios parciais de trechos entre cidades, e outros que abrangem todo o departamento (estado). Informe-se na cabine de cobrança dizendo seu destino, pois o trecho maior pago adiantado é mais barato.  Fique esperto!

Peage(Pedágio)
Também lá há o desagradável costume dos policiais e oficiais em pedir uma propina na maior cara de pau, alegando taxa de ingresso no departamento (estado), taxa de saida da cidade, taxa de saída e entrada no país, etc, etc,...  É irritante e revoltante!!  Sempre tente negociar, "dando uma choradinha", mas de forma nenhuma os afronte diretamente, pois podem criar muita perda de tempo e transtornos. Leve na brincadeira, mesmo que esteja com vontade de "pular no pescoço" do infeliz!! Mais ao centro-norte do país há também pedágios não oficiais, " administrados" pelos proprietários das terras por onde se transita. Saia do carro, negocie, pague e vá embora. Não vale a pena criar confusão por causa de alguns trocados. DICA:  Para evitar essas cobranças, procure passar nesses lugares durante a siesta, que aí estão todos dormindo e você passa tranquilamente sem pagar. O horário é ao redor do almoço e começo da tarde.
Potosi
Uma coisa muito importante sempre é onde vamos dormir. Na Bolívia as opções são muitas, mas em sua grande maioria não tem muito luxo ou ostentação. Os hotéis, hostels e hospedagens na sua maioria tem um relativo conforto a preços baixos. Afinal o objetivo é dormir nos intervalos das aventuras e não ficar "chocando" em algum hotel. Nós sempre quando possível usamos o HI(Hosteling International) e também "pegamos" o que tem em muitos lugares. Já ficamos num dos melhores hoteis de Potosi (Hostal Colonial)-(http://www.hostalcolonial-bo.com/) (hcolonial_potosi@hotmail.com) pagando Bs 560,00 (R$ 140,00) para 4 pessoas e ficamos num "pulgueiro" no Parque Nacional Eduardo Avaroa (http://www.boliviarea.com/)-(info@boliviarea.com) pagando Bs 600,00 (R$ 150,00) de ingresso no Parque e mais Bs 100,00 (R$ 25,00)  para o pernoite. Nunca estivemos num local tão ermo e sujo! A areia voava por todos os lados por causa do vento fortíssimo e não havia água no "banheiro" pegado ao nosso quarto onde muitas pessoas já haviam anteriormente feito suas necessidades produzindo um cheiro insuportável! Tudo isso sem nenhuma infraestrutura, essa foi "prá acabar"!!
Nosso "hotel" à direita-Parque Eduardo Avaroa-Bolívia

Nosso"quarto" coletivo-dentro do "hotel"
Pesquisar é a chave do sucesso, e sempre dividimos a turma para encontrar a melhor opção sempre chegando a uma boa relação custo/benefício.

As atrações turísticas na Bolívia são realmente inúmeras e variadas, e por este motivo requerem uma certa estratégia. Nas cidades sempre adquirimos os guias, mapas e folhetos turísticos impressos onde quer que os encontremos. Aí vemos a necessidade de contratar ou não um guia conhecedor da região ou então vamos desbravando por conta própria. Para as regiões mais inóspitas e selvagens, as vezes é necessário a contratação do guia, pois é muito fácil se perder na região, e se acaba perdendo atrações que não constam nos guias impressos. De qualquer forma os preços são adequados e sempre previamente combinados e confirmados para evitar algum mal entendido.

Museo Casa Nacional de Moneda-Potosi

Dentro do Museo com o Sr. Rubén Julio Ruiz Ortiz-Diretor
O forte do turismo boliviano é a natureza e quem vai lá não sai decepcionado. Nas cidades a infraestrutura turística é muito ruim, deixando as vezes uma sensação de perda de tempo pela falta de informações e receptividade turística, apesar de haver opções bem interessantes como museus igrejas e arquitetura colonial.  Não desanime e caminhe muito, pois é para isso que você veio até aqui.  A falta de receptividade turística na Bolívia se vê em algumas situações. No Museo Casa de La Moneda (http://www.casanacionaldelamoneda.org.bo/) em Potosi, o melhor, mais rico em acervo e mais organizado museu da Bolívia, paga-se Bs 40,00 para ingresso de estrangeiros e se quiser tirar fotografias, mais uma taxa extra de Bs20,00.  Já para bolivianos o ingresso é apenas Bs 20,00 e não paga taxa nenhuma para fotografar.
Ingresso do Museu e taxa para fotografar.
Outro absurdo que vivenciamos nesta última viagem, foi a cobrança do combustível (dieseloil) com preços diferenciados para bolivianos ou estrangeiros. O preço normal para bolivianos é de Bs 3,40 (R$ 0,85) , já para nós estrangeiros é praticado o preço de Bs 8.36 (R$ 2,12)  até Bs 9, 60 (R$ 2,38)-em Uyuni. Isto deve-se a uma lei e ordem do Presidente Evo Morales para sobre taxar estes produtos. Passamos pelo absurdo de em alguns postos de combustíveis os funcionários nem quererem vender por determinação do presidente, segundo eles. Aí sempre funciona o jeito brasileiro. Com muita calma e educação você pede e argumenta e depois de algum tempo eles vendem. O preço é negociável, e dependendo da boa vontade e conversa e se não tiver nenhum policial fiscalizando o posto, eles vendem com preços mais baixos conforme a cara do freguês!
Tabela de preços para placas de outros países.
Sol, chuva, vento, frio, calor, altitude, tudo isso, as vezes junto é a Bolívia. Lá é preciso estar equipado com todo tipo de roupa e acessório. Pesadas jaquetas e bermudas usadas juntas são coisa normal, use também sem vergonha. As vezes com chinelos de dedo, como no Salar do Uyuni ou então com botas de cano alto em caminhadas  no Parque e Reserva Eduardo Avaroa. Acessórios como chapéus, bonés, óculos escuros, protetor solar são indispensáveis em toda a viagem que se faz a este fascinante país. Também nunca se esqueça de levar máquinas fotográficas e filmadoras, baterias reserva, carregadores, adaptadores (plugues) diversos, binóculos e outros apetrechos pois perder algum momento mágico pela falta deles é falha imperdoável. A energia elétrica na Bolívia é de 220V.

Cemitério de trens em Uyuni
A documentação necessária para viajar para e pela Bolívia é o normal e quase comum a outros países da América do Sul. São eles:   Passaporte
  Carteira Internacional de Vacinação-Febre Amarela
  Carteira Internacional de Motorista(Altamente Recomendável)
  Seguro-Carta Verde - Obrigatório
  Documentação do Veículo em dia e de preferência em nome do condutor
  Cartões de Crédito e Débito
  Dinheiro
Leve também muita paciência pois algumas aduanas(divisas) são bem enroladas e complicadas. As informações são desencontradas e confusas, mesmo quando vem de funcionários que trabalham ali. Já tivemos caso de funcionário de aduana que não sabia ler. As vezes chegam a pedir documentos inexistentes somente para aparentar autoridade. Não desanime, argumente com firmeza e mostre que sabe exatamente o que é legal e necessário. Não se deixe abusar nem extorquir.

Aduana de La Quiaca-Vilazón-Tupiza

A pior aduana  boliviana que já enfrentamos foi da cidade de La Quiaca (Norte da Argentina) para Vilazón (Sul da Bolívia) As filas são enormes, o serviço é muito confuso, não há informações sobre como proceder e até os funcionários dão informações desencontradas  perdendo-se horas lá. Ficamos quase 5 horas, e olhe que estava tudo certo com nossa documentação e ainda levei uma boa conversa para cima do oficial da imigração para podermos sair de lá mais rapidamente.

Juntando tudo, e pesando os prós e contras, a Bolívia é um país que vale a pena ser visitado pois tem paisagens e atrações imperdíveis. Boa Viagem e Boas Aventuras!!