Viagem Família______________________________________

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segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Cuzco (Peru)

Cuzco (Peru)
31 de dezembro a 02 de janeiro de 2008

Como é o último dia do ano e pretendemos passar a virada em Cuzco, temos que nos apressar, pois são 480 km de distância entre Puno e ela.



Provavelmente, a estrada mais bonita de toda a viagem! A paisagem é paradisíaca, ladeada de montanhas nevadas e vales com pequenas e charmosas vilas, parecendo Europa.
Atingimos nosso objetivo às 20 h... e sem hospedagem! Perdemos nossas reservas por estarmos dois dias atrasados! Conseguimos um Hostal meia boca e seguimos em direção à Plaza de Armas, a procura de um belo restaurante para podermos comemorar, em grande estilo, a virada do ano em família!


Foi tudo perfeito! A comida, a bebida, a música e a companhia!!! Na praça central a multidão se comprimia aguardando a virada. Estouram-se os fogos!!! FELIZ NUEVO AÑO!!




Cuzco é um capítulo à parte. Cuzco significa o “umbigo do mundo” e é um exemplo de preservação da cultura inca quanto da cultura dos invasores: os espanhóis! A cidade está muito bem preservada e servida de hotéis, restaurantes e atrações. Possui aproximadamente 400.000 habitantes e está situada a 3200 msm, e sua economia gira em torno do turismo e prestação de serviços.


Passamos todo o primeiro dia do ano visitando as Catedrais de Cuzco, Iglesia de La Compania, Iglesia Santo Domingo, anexo ao Museu Coricancha, do ouro (que estava fechado) e o bairro San Blás! Em seus arredores visitamos Saqsaywaman – templo do Sol, Tambomachay –templo das Águas, templo Q’engo – templo da Terra e Pukapukara –casa de verão do Imperador. Todas essas visitas foram feitas de táxi, baratíssimo, pois além de não precisarmos nos deslocar com nossos carros, os motoristas ainda servem como guias!



Em Cuzco compram-se as passagens para Machu Picchu. Prepare seu bolso, pois os preços são “internacionais”, muito bem cobrados e em U$ dollars.

De La Paz (Bolívia) a Puno (Peru)

De La Paz (Bolívia) a Puno (Peru)
30 e 31 de dezembro

Agora temos como objetivo chegar a Puno, cidade que fica às margens do Lago Titicaca e localizada no Peru. A estrada que margeia o Titicaca é lindíssima, com asfalto de boa qualidade e visual belíssimo!



O Lago Titicaca é o lago navegável mais alto do mundo, com uma extensão de aproximadamente 8000 km², localizado a uma altitude de 3656 m. Possui um água cristalina e salobra, a uma temperatura média de 15°C. Ele é repartido pelos dois países, Bolívia e Peru, e ao atravessá-lo com pequenas balsas, chega-se a cidade de Copacabana.

Copacabana – é uma cidade cosmopolita. Ela é frequentada por turistas do mundo todo, possui muitos bares, cyber cafés e restaurantes e, é claro, lojinhas com muito souvenirs e quinquilharias! É muito importante para os povos andinos, pois é local de devoção da Virgen de La Candelaria, sua padroeira. Essa catedral está localizada na Av 6 de agosto, que é o centro comercial e gastronômico da cidade: o point!



Após muitas fotos e compras, seguimos em direção a Puno, não antes de fazermos um lanchinho às margens do Titicaca.

Puno – é uma cidade com muitas ruínas de povos andinos (aimaras) e sua economia é baseada em turismo e extração de cimento. Imperdível o passeio às famosas Ilhas flutuantes de Uros, um resquício da cultura aimara! Essas ilhas são construídas de totora – gramíneas da família do junco, que depois de cortado e seco, serve para fazer tudo, desde móveis, telhados, paredes até a própria ilha!

Utilizamos os meios de transporte típicos da região para nossos deslocamentos na cidade: o bicitaxi e o mototaxi, que custam uma bagatela e são divertidíssimos!

domingo, 30 de dezembro de 2007

De Cochabamba a La Paz

De Cochabamba a La Paz
28 de dezembro a 30 de dezembro

Amanheceu em Cochabamba e antes de tomarmos café da manhã, por aqui el desajuno, já sentimos alguns efeitos da altitude. Sentem-se os efeitos do “soroche” pela secura na boca, taquicardia e, às vezes, dor de cabeça. Foi-nos oferecido o chá de coca que é tomado naturalmente em todos os lugares, como no Brasil se toma o cafezinho.

A cidade possui muitos ônibus multicoloridos, mais parecendo uma competição de alegorias e, disputando espaço com eles, continuamos seguindo em direção aos Andes Orientais.

A subida é bastante acentuada, com muitas curvas acentuadas e a paisagem é um pouco desoladora, meio desértica. Nossos carros comportaram-se bem, pois são todos diesel/turbinados, não perdendo rendimento na altitude, diferente de nós, humanos, que a essa altura já estávamos sentindo os efeitos do ar rarefeito. Ao atingirmos altitude máxima do Passo La Cumbre (4496 msm), tivemos a primeira espetacular vista dos Andes nevados!



O visual é de tirar o fôlego e dá até vontade de chorar!!! Também ´da vontade de chorar a cena de ver campesinos e cholas, com seus niños de mãos estendidas, gritando por doações!

Chegamos em El Alto (arredores de La Paz) pelas 18h e fomos surpreendidos pelo caos e buzinas por todos os lados! Uma loucura!! Usa-se mais a buzina do que o bom senso. Todo cuidado é pouco!!! Se você acha que as marginais, em São Paulo são congestionadas, você não viu La Paz!!!

La Paz – a cidade de La Paz foi fundada ao redor da Iglesia de Laja, no ano de 1548, no dia 20 de outubro. A cidade não se desenvolveu ali, pois o local é desabrigado e sujeito às intempéries, com um constante e gelado vento. Foi transferida para a cratera de um vulcão extinto em 16 de julho de 1879, dia em que o chefe da revolução popular contra o governo, Murillo, foi enforcado!
La Paz situa-se a 3800 m de altitude!!! Possui uma população aproximada de 1 milhão de habitantes, em seu centro, e mais um milhão nos arredores (El Alto).


No dia seguinte, após termos sido gentilmente hospedados no Hostal Central Gest House, do Istok e do Martim, saímos para conhecer Tiwanaku, distante 72 km do centro de La Paz.

Tiwanaku – é imperdível!!! Ruínas dos povos andinos que ali habitaram a mais de 16 séculos a.C. Possuía avançada cultura, com sistemas de irrigação, observatório astronômico e conheciam medicina, fazendo, inclusive, trepanações no cérebro dos sacerdotes. Construíram pirâmides com pedras trazidas de distâncias superiores a 100 km, pois ali não há pedras dessa dimensão!!! O Templo de Kalasasaya, com a Porta do Sol, foi construída ao longo de 200anos... No seu auge, chegou a ter uma população de quase dois milhões de habitantes.
Essa cultura extingui-se, provavelmente, por um longo período de seca estimado de 50 a 100 anos e foi sucedida pelos povos incas a pelo menos 3000 anos.


Saindo de Tiwanaku, rumamos à montanha Chacaltaya, com seus 5400 m de altitude, a mais alta estação de esqui do mundo!!! Sobe-se toda de carro até 5300 m, e fomos brindados, em pleno verão, com uma forte nevasca, fazendo a temperatura cair até –10°C. Depois de todos se divertirem com a neve, descobrimos que o piso estava congelado e altamente escorregadio, proporcionando belos sustos!!! Com todo cuidado, descemos rumo ao nosso jantar típico, na Calle de Las Bruxas, sempre muito bem acompanhados e ciceroneados pela Wilma, excelente guia que nos foi indicada pelos proprietários do Hostal e que demonstrou grande domínio e amplos conhecimentos pela história da região e de seu povo!!!
No alto da Montanha Chacaltaya

Muita neve e piso extremamente escorregadio

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

De Corumbá (MS) a Cochabamba (Bolívia)

De Corumbá (MS) a Cochabamba (Bolívia)
26 de dezembro a 28 de dezembro

Saindo do Hostel Internacional onde estávamos hospedados, descobrimos que só há três dias no ano em que a aduana boliviana não funciona: a Sexta-feira da Paixão, o dia da padroeira do país e o Natal!!! Adivinhem: é Natal!!!
Adiamos nossa partida para o dia 26 de dezembro, bem cedo, na esperança de que o dia rendesse, pois tínhamos 700 km de rípio pela frente. Só não contávamos com a “agilidade e boa vontade” dos policiais bolivianos. Ás 11 da manhã, finalmente, entramos no país!
Não mais do que 20 km percorridos, fomos surpreendidos pelo primeiro peaje – ilegal, como a maioria dos outros muitos pedágios encontrados.


O Pantanal boliviano é admiravelmente selvagem e bonito! Pudemos vislumbrar suas paisagens tanto durante o dia, quanto à noite, pois percorremos a distância entre S. Jose de Chiquitos e Sta. Cruz de La Sierra madrugada adentro.

San Jose de Chiquitos – cidade missioneira, construída pelos jesuítas, que fundaram a igreja de San Jose de Chiquitos em 1561, tendo sua torre principal concluída em 1748.

Mucho polvo!!! A camada de poeira na Carretera Boliviana era de, aproximadamente, 20 cm e parecia talco!!! Chegamos em Sta. Cruz às 3h30min, sem nos alimentarmos, completamente exaustos e imundos!!!

No dia seguinte, quase refeitos e bem alimentados, obrigamo-nos a lavar os carros, pois era impossível prosseguir com tanta a sujeira!



Sta Cruz de La Sierra – a maior cidade da Bolívia, com bem mais de 1 milhão de habitantes. Foi fundada em 26 de fevereiro de 1561, pelo Cap. Don Ñuflo de Chaves, com a presença de nativos e 90 espanhóis. Vale a pena ver:
• A cidade antiga Sta Cruz de La Sierra com casario tricentenário
• A Catedral e a praça da República
• As ruas descentradas e convergindo como se fôssem um funil.
• As calçadas das ruas são cobertas.

Almoçamos no restaurante típico La Casa del Camba, degustando pela primeira vez, a cozinha típica boliviana com comida bem condimentada e apimentada, mas muito saborosa! E barata! Degustamos também, cerveja local, muito boa para lavar o ardido remanescente das pimentas na boca. Seguimos em direção a Cochabamba, mais 480 km, num percurso que leva, aproximadamente, 7 horas de subida dos Andes Orientais.

Cochabamba fica a 2600 msm, mas para atingi-la, atravessasse o Passo que fica a 3200 msm. Atravessamos dois túneis antes de atingi-la. A vista noturna da cidade é belíssima, pois chegamos à 1h.
Está virando hábito viajar a noite! Detalhe: Não é um bom hábito e nem é recomendável! As estradas bolivianas não oferecem recursos em caso de emergência, especialmente à noite!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

De Curitiba (PR) a Corumbá (MS)

De Curitiba (PR) a Corumbá (MS)
22 de dezembro a 26 de dezembro

De Curitiba a Corumbá são 1600 km a rodar! Nós, Os Garças, e os Abutres, percorremos essa distância, passando por locais muito interessantes como: as cidades do interior do Paraná (Umuarama, Reserva, Campo Mourão,...) nas quais apreciamos a flora e fauna, percorrendo caminhos alternativos, com a finalidade de evitar pedágios e vislumbrar as paisagens!
Chegando ao Mato Grosso do Sul, cruzamos a lindíssima ponte sobre o Rio Paraná, passando por Naviraí e atingindo nossa primeira parada, em Dourados!

Detalhe a ser considerado é a mudança do fuso horário: uma hora a menos que a hora de Brasília!!!

Dourados (MS) – cidade originada por doação de terras do governo brasileiro para ex-combatentes da Guerra do Paraguai. Esta colonização foi feita, principalmente, por gaúchos, paranaenses e catarinenses, nos idos de 1937. A economia do local é baseada principalmente na agricultura (soja, milho e cana), agropecuária bovina e ovina.
Seguindo em frente, pela manhã, em estradas quase desertas, com MUITO calor, passamos a poucos km de Bonito (outra viagem que já realizamos!!!) Perto da cidade de Miranda, paramos para comprar artesanatos – Casa do Artesanato - e abastecer os veículos, quando fomos surpreendidos pela chegada da terceira família - os Maritacas, que vinha de Minas Gerais.
Agora todos juntos no caminho para a estrada do Pantanal Sul conhecemos o Recanto da Maria, que já foi tema de reportagem no Globo Rural. Ao sairmos dos veículos fomos surpreendidos pelo ataque voraz dos mosquitos, que vinham aos milhares! Depois de um banho de Repelex, fotografamos e admiramos MUITOS jacarés, que respondiam ao toque de um sino... uma visão surreal!!!



Toda a região, inclusive o Passo do Lontra (já próximo de Miranda), é objeto de pesquisas, pois possui vasto bioma e diversidade. Também utilizado para pesca desportiva, safári fotográfico e caminhadas contemplativas!



Mais alguns km, chegamos a ...”lugar distante”, nome em tupi-guarani, da cidade de Corumbá (MS).
Corumbá (MS) – situada no extremo oeste brasileiro, faz divisa com a Bolívia. Sua população aproximada é de 93 000 hab e é também MUITO quente!!! A economia basea-se no comércio e principalmente nos serviços de turismo de pesca esportiva e turismo rural. É uma cidade com população muito variável, influenciada pelas cheias dos rios do Pantanal. Destaques:
• o Forte Junqueira (1871) – importante posto de controle, na época do Brasil Colônia, para fiscalização das embarcações provenientes do Paraguai e Bolívia.
• O casario colonial
• Passeios de chalana pelo rio Paraguai, para observação dos tuiuiús e jacarés, entre outros bichos.


Chegamos nessa distante cidade na véspera de Natal e fomos surpreendidos com fechamento dos restaurantes e afins, bem como da aduana boliviana... Assim, por esse motivo, nós mesmos providenciamos a nossa ceia de Natal familiar, fazendo compras num mercadinho e que resultou num maravilhoso trabalho em equipe!!!