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Vista superior do Grand Canyon - North Rim |
Mesmo sendo fim de primavera, quase verão, as temperaturas no alto das montanhas estão bastante baixas e a ocorrência de neve ainda está alta. Antes de chegamos à Kanab, no Utah, havíamos pego uma nevasca no Bryce Canyon e o North Rim do Grand Canyon tinha sido atingido pela mesma neve. Pegando informações mais atualizadas alguns dias depois, soubemos que a estrada parque para a entrada norte do Grand Canyon havia sido aberta!! Este era o nosso novo destino!!
ARIZONA: Grand Canyon National Park (North e South Rim), Flagstaff, Route 66, Williams
Enquanto subíamos a montanha pela estrada parque o tempo foi mudando e fechando. Quando chegamos ao Visitor Center, caía uma chuva fina e chata. Mesmo assim, nos agasalhamos e fizemos as trilhas tirando muitas fotos e observando que, ao longe, o sol estava vindo devagarinho... Então, retornamos para o Visitor Center e a loja de souvenires e esperamos um pouco. Em uma hora, aproximadamente, o tempo abriu e refizemos o passeio, agora com tempo bom e ensolarado! Fizemos mais fotos e batemos papo com muitos turistas que também insistiram e voltaram para curtir a paisagem com sol!
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Com chuva fina, ainda assim a vista é deslumbrante! |
No Grand Canyon tudo é grande: o desfiladeiro esculpido pelo rio Colorado com 447 km de extensão, até 29 km de largura, 1,8 km de profundidade; a quantidade de visitantes, principalmente no South Rim, que chega a 6 milhões de turistas; a beleza do lugar, que é indescritível!!
Theodore Roosevelt, em 1903, disse: "O Grand Canyon me enche com admiração, está além de comparação, além da descrição, absolutamente sem paralelo no vasto mundo... Deixe este grande maravilha da natureza permanecer como agora é e não faça nada para estragar a sua grandeza, sublimidade e beleza. Você não pode melhorá-la.. . Mas o que você pode fazer é mantê-la para os seus filhos, filhos de seus filhos e todos os que virão depois de você, como a grande visão que cada americano deve ver."
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Localização das diversas tribos nativas norte-americanas |
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Corte horizontal que determina a diferença de altitude de um lado para o outro no Grand Canyon |
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Neve remanescente dos dias anteriores no North Rim |
Em 2019 está sendo comemorado seu centenário de criação como Parque Nacional! Considerado uma das 7 maravilhas naturais do mundo, vale a pena visitá-lo com calma e admirar os paredões, as cores e diversidade de formas das montanhas e do rio Colorado serpenteando tudo, como um fiozinho visto lá de cima!
Calcula-se que o Rio Colorado tem escavado a rocha e aprofundado o cânion há 5 a 6 milhões de anos. O primeiro europeu a vislumbrar sua beleza foi o espanhol García López de Cárdenas, em 1540. Antes dele, porém, os nativos norte-americanos da etnia pueblo viviam ao seu redor e consideravam o Grand Cânion um lugar sagrado.
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Nosso acampamento selvagem entre as duas entradas do Grand Canyon |
Além do North Rim e South Rim, existem ainda outros lugares pertencentes ao parque que podem ser visitados. Um deles, bem famoso e caro, é o West Rim, dentro de terras indígenas de reserva e que tem o famoso Hualapai Skywalk: uma passarela em formato de ferradura, feita de vidro resistente que comporta o peso de até 70 aviões com centenas de pessoas e que fica a 1200 m de altura. Este passeio custa, em média, U$ 67 por pessoa! Ele não está incluído no National Pass, pois está em área particular e não é permitida a entrada de carros particulares, sendo o transporte feito em shuttle (ônibus) gratuito.
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Encontrando outros viajantes: Ramesh e Raksha, da Índia e Betina e Ralf, da Alemanha, além de outra família americana. |
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Grand Canyon Lodge - restaurante do hotel |
O importante é que no Grand Canyon você tem todos os serviços normais de atendimento ao turista (restaurantes, lanchonetes, loja de souvenir, banheiros, área de camping, hotel), além da opção extra dos passeios de helicóptero ou canyoing pelo Colorado.
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Vista da planície, com a highway cortando as pradarias onde antes vivam e pastavam os milhares de bisões |
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Terras de navajos, onde antes havia bisões |
Por ser muito grande, conhecemos o North Rim do Grand Canyon (ele fecha durante o inverno) num dia e no outro, o South Rim, com a presença de muito mais turistas, pois esta parte do parque fica aberta o ano todo. O caminho que liga a parte norte à parte sul passa por terras indígenas de navajos, e pela Navajo Bridge, uma obra linda que passa por cima do Colorado River!!
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Uma pioneira teve sua carroça quebrada neste ponto da estrada e passou a morar debaixo de uma pedra. Os índios a ajudaram e construíram a casa acima, onde a mulher viveu por muitos anos! |
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A nativa norte-americana navajo, Ella Haskie, artesã e vendendo joias e bijoux de produção própria |
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Navajo Bridge, sobre o rio Colorado |
Nosso próximo camping selvagem foi próximo de Tucsayan, já na área externa do parque nacional. Em Valle aproveitamos pra tirar fotos de carros antigos e dali seguimos até Flagstaff, onde alguns dias antes havia acontecido a Overland Expo, da qual muitos brasileiros participaram. Seguindo sempre em direção oeste, agora pela Route 66, passamos pelas cidades de Williams, Seligman, Peach Springs, Truxton e finalmente Kingman.
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Carro do Elvis rsrsrsr, em Williams |
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Aqui tudo tem a marca da Route 66 - há a opção de comprar também itens antigos |
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Em Selligman, a cidade do Cars (Pixar) |
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Tietando os carros do desenho da Pixar, Cars |
Dali, seguindo ao norte pela R93, cruzando um pedaço do Deserto de Mohave, chegamos à Nevada, onde fomos visitar o famoso e lindo Hoover Dam!
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R89 - Passando por um cantinho do Deserto de Mohave |
NEVADA - Hoover Dam, Las Vegas, Nelson, Red Rock Canyon National Conservation Area, Lake Mead National Recreation Area, Death Valley National Park
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A placa da divisa dos estados fica em cima da ponte sobre o Hoover Dam |
O Hoover Dam (Represa Hoover) fica na divisa entre os estados do Arizona e Nevada e faz o represamento do rio Colorado, num "açude" chamado de Lake Mead. A construção do maior projeto dos EUA levou 5 anos para ser concluída (2 anos a menos que o previsto), entre os anos de 1931 e 1936, e custou pouco menos de U$ 700 milhões. Durante sua construção, 96 trabalhadores perderam sua vida.
A represa tem 221 m de altura, 380 m de largura, largura inferior de barragem com 200 m e superior, com 14 m, além de uma capacidade de produção de 2078 MW. Além de energia elétrica, o Hoover Dam também é responsável por controlar inundações e fornecer água para irrigação (agricultura) para os estados da Califórnia e Nevada, bem como Arizona.
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Duto usado apenas uma vez, quando a represa encheu muito e ultrapassou o limite de segurança |
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Represa construída no Black Canyon |
A visita é gratuita, porém a segurança é máxima... a revista feita no carro foi mais precisa e dedicada que a da divisa com o México. Até na barraca foi mexido e o Marcos teve que abrir a capa e iniciar a montagem da barraca, quando o soldado responsável falou que não era necessário! Não pude ajudar, tendo que permanecer dentro do carro! Perguntamos o porquê de tanta preocupação e a resposta foi: "É um local estratégico e já houve casos de pessoas querendo entrar com fuzil!!" AFFFFFF!!!!!
Maconha ou qualquer tipo de arma não é permitido no local!!! Para parar o carro só nas áreas de estacionamento free ou pagas, você escolhe quanto quer andar! O lugar é incrível! Vale a pena a visita! São meio milhão de visitantes por ano na represa!
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Nosso pernoite foi no estacionamento do Hoover Dam Cassino |
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Pernoite tranquilo na área do estacionamento do Cassino |
Optamos por ir a Las Vegas por caminho alternativo, passando por dentro do Lake Mead National Recreation Area (usando o National Pass). Trata-se de um parque que fica no lago da represa e onde há áreas de camping, marinas e muitas trilhas que as pessoas percorrem de bike (ou a pé, os mais corajosos, pois o calor aqui é grande!). Enquanto enchíamos o tanque de água do carro numa área próxima a um camping, cumprimentamos um homem que fazia dumping com seu RV! Nossa surpresa foi receber a resposta do cumprimento em português, bem gaúcho!!!
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Lake Mead |
Não é que o Tony é gaúcho e vive nos EUA há 20 anos?? Ele e a companheira, Luciane, também brasileira e moradora nos EUA há 15 anos, nos convidaram para ficarmos em sua casa em Las Vegas, podendo assim conhecer uma das cidades mais famosas dos Estados Unidos. Aceitamos, pois nunca dizemos "não" pra qualquer convite que seja!!
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Com Lu e Tony, em Las Vegas!! |
Acabamos ficando uns dias por aqui, colocando o blog e a escrita de nosso livro em dia!! Havia muito a se fazer!! Aproveitamos para conhecer a cidade durante o dia e também passamos pelo Boulevard à noite... rsrsrsr
Como diz a frase célebre: "o que se faz em Vegas, fica em Vegas!" Nem te conto o que fizemos aqui...hehehehe...
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Muito luxo, glamour e desperdício de $$$ nos inúmeros cassinos |
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Na entrada do Museu de Cera de Madame Tussauds, com Lady Gaga |
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Réplica dos canais de Veneza, com gôndolas legítimas! |
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Show da Celine Dion - o último da carreira! Será??? |
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Escada rolante em caracol!! |
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Paris, em plena Las Vegas! |
Las Vegas à noite é outro planeta! Apesar de não termos passeado a pé pelas ruas, tivemos uma ideia apenas passeando de carro! Muitas luzes e cores, sexo, drogas e rock n'roll!!
Tony tem negócios com móveis e artefatos em pedras e nestes dias em que ficamos hospedados em sua casa, conhecemos o Red Rock Canyon, que é uma National Conservation Area, localizada a poucas milhas da cidade.
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Peças exclusivas produzidas pela Braza Stone, do Tony |
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Passeando pela Red Rock Canyon, com os amigos Tony e Luciane |
O lugar é lindo e possui uma scenic drive (estrada parque com vistas bonitas do lugar) de 13 milhas (21 km, aproximadamente) de extensão, onde se pode ter uma ideia de todas as belezas e trilhas disponíveis, além das áreas para picnic e camping, espalhadas pelo parque.
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Scenic drive e lá no fundo, Las Vegas |
As cores diferentes das rochas indicam milhares de anos de diferença na idade das mesmas. Há 65 milhões de anos, quase na mesma época da extinção dos dinossauros, essas montanhas surgiram sob a influência da movimentação das placas tectônicas do Pacífico sobre a Placa Americana. Isso fez com que as camadas de carbonato acinzentado ou calcário se sobrepusessem ao arenito vermelho e amarelo.
Outro passeio bacana que fizemos junto com o casal foi até a estação de esqui próxima de Vegas - Lee Canyon! Isso mesmo: estação de esqui! Mesmo sendo área desértica, nas montanhas há neve e muito frio! Estivemos lá no mês de junho e pensando nos 38°C de Las Vegas, fomos ao passeio de bermuda e blusinha... Ui, que frio!!!
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A caminho do Lee Canyon |
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Pistas de esqui em meio às árvores |
Outro lugar interessante que fomos conhecer durante nossa estadia em Vegas foi a pequena e abandonada cidade de Nelson! Distante uma hora de Las Vegas,
Nelson Ghost Town foi fundada por volta do ano 1858, após os espanhóis terem descoberto ouro nas montanhas da região, em 1775. Durante os anos de 1858 e 1945 houve muita exploração nas minas da região. Além do ouro, aqui também se extraíam cobre, prata e chumbo.
O seu nome é uma homenagem ao prospetor Charles Nelson que foi assassinado em sua mina, em 1897, pelo índio Avote. As disputas pelo ouro e desentendimentos sobre propriedades eram frequentes e muitos assassinatos gratuitos ocorreram na região. Dizem que muitos dos mineiros que aqui vieram tentar a sorte eram desertores da Guerra da Secessão. Em 2010, o censo registrou a presença de 37 habitantes na cidade.
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Mina desativada ao fundo |
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Tentando ligar pra casa... sem linha disponível! rsrsrsr |
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Com um grupo que estava tirando fotos para um book. Alex, da Indonésia, Anastasia, da Rússia e seu fotógrafo |
O que não sabíamos e só descobrimos mais tarde, quando já estávamos indo embora do lugar, é que o "proprietário" da lanchonete cobra U$ 10 por hora para quem quer tirar fotos ou ter um passeio monitorado. Havia alguns grupos fazendo campanhas publicitárias quando chegamos, tirando fotos com roupa de época e tudo mais...
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Além das lebres, muito fofas, há escorpiões, cobras e outros animais peçonhentos no local |
Como nossas fotos não tinham esse fim, saímos de fininho e voltamos pra casa, não sem antes batermos papo com um grupo bem animado: Anastasia é russa, 24 anos, modelo e Alex, seu produtor é da Indonésia (sua namorada é de Bal. Camboriú... mundo pequeno!) além do fotógrafo, que esqueci de perguntar o nome.
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Último dias de moleza em Las Vegas! |
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Jantar/churrasco de despedida, com Ane, irmã do Tony, Luciane e Tony |
Depois de quase 5 dias (ou teriam sido 6?) deixamos Vegas e nossos amigos Tony e Luciane para seguirmos viagem, desta vez tendo como destino o lugar mais seco e quente do mundo: o
Death Valley National Park.
O Death Valley tem mais de 3,3 milhões de acres (7800k m²) com paisagens desérticas, geologia complexa e vida selvagem rara, além de ter sido o lar dos indígenas da etnia Timbisha Shoshone. Por aqui também pode se ter a sorte de ver os treinos dos caças da Força Aérea Americana, que usa a extensa área de deserto para fazer testes.
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Minas de Boráx fizeram com que a região se expandisse a partir de 1882 |
Pela sua localização e característica, o Death Valley possui propriedades únicas, como por exemplo: a Bacia de Badwater é o ponto de menor altitude no mundo, ficando a 86 m abaixo do nível do mar.
Outra curiosidade é que a temperatura mais alta registrada sobre o planeta Terra foi aqui, 56,7°C, em 1913 e a temperatura de 93,9 °C junto ao solo, em 1917!!
A maior parte de sua área já está no estado da Califórnia, em sua parte oeste. Ao norte, faz divisa com o Deserto de Mojave e sua área se estende pela Cordilheira de Amargosa e outras cadeias de montanhas até o sul.
Até tínhamos a intenção de fazer algum passeio ou trilha pelo deserto, indo até as Pedras Rolantes (que se movem pela ação do vento), mas o calor externo de mais de 41°C nos desincentivou.
Assim, chegamos à Califórnia!!!
CALIFÓRNIA - Los Angeles (Hollywood, Santa Monika Bay, Berverly Hills), Sequoia National Park, Yosemite National Park
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Estrada cheia e trânsito maluco nos arredores de Los Angeles |
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Sempre seguindo por ela: a Route 66 |
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Chegando a praia de Santa Monica - LA |
Apesar de cidades grandes não serem nosso foco, não tínhamos como ir à Califórnia e não conhecer
Los Angeles, até porque estava em nosso caminho. Desta forma, seguimos já cedo para a
praia de Santa Mônica, onde estacionamos o carro e usamos pela primeira vez o parquímetro! Pusemos as moedinhas e tínhamos 1 hora pra rodar a pé pela área! Pegamos informação turística num quiosque próximo e andando uns 8 min chegamos ao fim (ou seria o começo) da
Route 66!!!! A praia estava cheia e o lugar, onde está o Bubba Gump Shrimp, do filme Forrest Gump, também estava lotado!
Depois das obrigatórias fotos, retornamos pro carro rapidamente, pois o tempo estava vencido e dali fomos até
Beverly Hills, onde paramos perto da
Rodeo Drive e fomos passear a pé pelas lojas de marca, vendo os carrões (Ferrari, Porsche, Rolls, Maseratti) e gente grã-fina passeando com os conversíveis, Tesla e Mustang!!
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Rodeo Drive: local onde ficam as lojas mais chiques de Beverly Hills |
Dali buscamos no GPS a
calçada da fama, onde também caminhamos por um trecho, tirando fotos de estrelas de famosos e curtindo o local! Não podíamos deixar Hollywood sem ver o lugar onde fica o letreiro famoso no morro - Mt Lee, onde está o Observatório (cujo custo para estacionar é de U$ 7 por hora), onde não paramos, apenas diminuímos a velocidade para tirar fotos do tal letreiro... À tarde as fotos não ficaram tão legais, por conta da posição do sol, mas "deu pro gasto"!!
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Mt Lee - letreiro criado em 1921 e inaugurado em 1923 como parte de campanha publicitária. Acabou ficando!!
Reformado na década de 1970, hoje tem 14 m de altura e largura que varia de 9,4 m a 12 m |
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Observatório Astronômico Griffith que fica no Mt Hollywood, ocupando uma área de 12200 m²
que foi doada pelo coronel Griffith em 1896! |
Com o entardecer, iniciamos nossa busca por lugar para dormir. Usando o aplicativo IOverlander, achamos uma praça pública ao lado de Hollywood, em Burbank, onde fizemos nosso
picnic usando a as mesas e bancos disponíveis para isso e, após conversarmos com uma senhora, estacionamos em frente a sua casa e abrimos a barraca quando já estava escuro!! Na praça pública há banheiros públicos que ficam abertos e estavam limpos e abastecidos (!)!!
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Acampamento em via pública, ao lado do Parque Público de Burbank |
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Tomando café da manhã |
Como toda cidade grande, existem problemas em LA. Muitos
homeless vivendo em pontos de ônibus, debaixo de ponte ou na rua... Muito triste a situação dessas pessoas! Muitos deles são veteranos que foram dispensados do serviço militar por apresentarem problemas psicológicos ou físicos e com a ajuda que recebem, em torno de U$ 600 mensais, não conseguem pagar aluguel e alimentação. Desta forma, acabam indo morar ou em seus carros ou na rua! A quantidade de pessoas nos EUA que moram em seus traillers, RV's ou carros é imensa!! Em todos os nossos pernoites em Rest Areas tivemos contato com pessoas que vivem assim... porém a maior incidência está na costa oeste!!! Calcula-se que a população que vive à margem, nas ruas, em Los Angeles é de, aproximadamente, 60 mil pessoas!!!!! Importante destacar que existe o "aluguel social", em torno de U$50 mensais (esse é o valor que o usuário paga. O restante do valor é pago pelo governo), mas para a pessoa ter o direito a esse benefício, tem de entrar na fila.
Deixamos a cidade grande grande para trás e fomos subindo pelo estado da Califórnia, com destino ao Sequoia and Kings Canyon National Park.
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Área de florestamento com espécies frutíferas |
O dia estava quente... optamos por caminhos alternativos, mais tranquilos, sem tanto trânsito e vimos um lindo lago, Lake Kaweah. Resolvemos parar para tomar um banho: ficamos pouco mais de uma hora! A água do lago era ge-la-da!!!
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Muitas pessoas da redondeza aproveitando para fazer seu picnic |
Continuamos subindo a montanha e entramos no Parque passados das 16h30min!! Afff! Apesar de ser verão e os dias estarem mais longos, teríamos pouco tempo pra desbravar as trilhas com mais calma... Só poderíamos acampar na área de National Forest, já fora da área do parque nacional!!
Em 1976 a UNESCO declarou a área Reserva da Biosfera. Sendo um dos parques nacionais mais antigos nos Estados Unidos, em 1890 ele foi estabelecido para proteger as coníferas, as árvores gigantes (sequoias) e outras espécies de pinheiros que vivem na área. Os nativos americanos da tribo Monachee foram os primeiros habitantes dessa região. Quando os europeus chegaram aqui, a varíola já tinha dizimado os indígenas.
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Aproveitamos a área de picnic dentro do parque para preparar nossa janta. No local havia dezenas de avisos sobre como proceder em caso de ataque de ursos,... |
As sequoias ou
giants, como são chamadas por aqui, são majestosas e seculares! Com um tronco avermelhado, se diferenciam de outras espécies de pinheiros pela casca rugosa e parecendo uma pata de elefante! Chegamos ao General Sherman já anoitecendo e paramos numa área de estacionamento para deficientes e pessoas idosas, pois quase não havia mais ninguém por lá! O General Sherman não é a mais alta sequoia existente, sendo que este título pertence a outra sequoia da costa - Hyperion! Havia centenas de outras árvores maiores do que ela, porém foram sendo derrubadas pela exploração exacerbada do homem e hoje quase não existem mais espécimes com mais de mil anos! Sendo assim, com seus 2300 a 2700 anos de idade é, sem dúvida, uma beleza da natureza a ser admirada. O nome é uma homenagem ao General da Guerra Civil Americana, William Tecumseh Sherman.
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General Sherman - considerada a árvore de maior volume no planeta: 1487 m³ de volume, tem pouco mais de 83 m de altura |
Já com a noite chegando, saímos da área do parque e entramos na área de National Forest, onde é permitido acampar e na primeira estradinha disponível, entramos com o Garça e buscamos um local plano para passarmos a noite. Já havia no local outros campistas e rapidamente armamos a barraca e nos deitamos. Nosso vizinho ainda fazia um pitfire (fogo no chão) quando nos recolhemos.
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Paul, nosso vizinho!! Altos papos filosóficos!! |
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Visitas durante o café |
Após muito bate papo com o Paul, nosso vizinho de acampamento, e troca de ideias e boas dicas seguimos para o Yosemite National Park, parando antes num riozinho para se refrescar. A estrada tinha pouquíssimo movimento e era bem sinuosa, porém lindíssima! Fomos curtindo...
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Rio gelado, logo depois de uma represa! Banho garantido! |
Um pouco antes da entrada do parque, buscamos um local interessante para acampar. Não queríamos repetir o mesmo erro do dia anterior: entrar depois do almoço num parque nacional é fria!! Não dá tempo para visitá-lo direito e a gente fica com "aquele gosto de quero mais"!
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Acampamento na área de National Forest, a uns 4 km da entrada do Yosemite National Park |
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Primeira trilha dentro do Yosemite National Park |
Na manhã seguinte entramos no parque e a primeira trilha que fizemos foi Mariposa Grove of Giant Sequoias, utilizando o serviço de shuttle. Caminhamos entre as giants e ficamos 2 horas percorrendo as trilhas. Aqui tivemos a surpresa de encontrar um grupo da terceira idade, muitos com andador e uma senhora com balão de oxigênio, fazendo uma parte da caminhada entre as sequoias... Conversamos com eles e descobrimos que a idade média do grupo era de 85 anos de idade!!! Uma curiosidade: nos Estados Unidos, os seniors (pessoas acima de 65 anos, aposentados) têm algumas vantagens, entre elas o Annual Pass vitalício, cujo custo é de U$ 30!!! Desta forma, podem passear e visitar todos os parques, monumentos e reservas nacionais com custo zero, visto que uma vez que possuem o pass, nunca mais precisarão renová-lo!! É muito comum encontrar grupos de idosos nos parques durante o ano todo por este motivo. Normalmente eles preferem fazer suas visitas fora da temporada de férias escolares, quando a quantidade de gente (e de crianças) é sempre maior!
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Usando o shuttle para retornar até o estacionamento, buscar o Garça |
Continuamos nossa aventura dentro do parque pegando a Glacier Road, onde paramos no Half Dome View. O visual é incrível!! Essa estrada tem é sem saída, portanto precisamos retornar pelo mesmo caminho par seguirmos adiante. Mesmo já sendo meados de junho, ainda há neve em alguns lugares.
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Vista incrível do Half Dome |
Próxima parada: Tunnel View, com suas cachoeiras maravilhosas.
A estrada do Yosemite Valley é ida e volta também. Paramos dezenas de vezes para tirar fotos das paisagens, lindíssimas. Havia muita gente no parque, fazendo trilhas. Optamos por passear o máximo pela rodovia, para ter uma ideia boa de todo o parque e as diversas opções de caminhadas disponíveis.
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Rio Merced, dentro da área do parque |
Deixamos o parque depois das 16h30min e buscamos, sem sucesso, área para acamparmos dentro da National Forest, pela saída de El Portal, circundando o rio Merced. Paramos em Catheys Valley, onde numa área de picnic, fizemos nossa janta. Mais adiante, na cidade de Planada, já com o sol se pondo, paramos para abastecer e o frentista nos disse que podíamos acampar no parque público da cidade. Como já havia anoitecido, fomos até lá e dormimos o "sono dos justos", apenas sendo acordados a cada duas horas pelos trens que passavam na ferrovia próxima.
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Anoitecer em Planada |
Nossa aventura na Califórnia continua... Na próxima postagem, chegaremos a San Francisco!!!