Finalmente, após mais de 4000 km percorridos, entramos no Peru!!!
A divisa com o Brasil fica na cidade de Iñapari, departamento de Madre de Dios, e seguimos por estrada boa, por 230 km - porém pouco sinalizada, até Puerto Maldonado, capital do Departamento e da província de Tambopata, passando por dois postos de pedágio.
No Peru não há
horário de verão, desta forma, a diferença de fuso aqui é de 3 horas a menos do que horário de Brasília (normalmente seriam 2 horas a menos).
Puerto Maldonado é uma cidade de pouco mais de 38 mil habitantes, agitada e com boa infra-estrutura. Por estar localizada na região amazônica, as opções de passeios que partem da cidade são inúmeras. Desde reservas ecológicas onde se faz arvorismo (Inkaterra Reserva Amazônica, Canopy Walkway, Carachamayo,...), Mariposário Tambopata e serpentário, há também passeios pelos rios Madre de Dios, Tambopata e Inambari e a visita ao Lago Sandoval.
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Mototáxi - meio de transporte comum e econômico dentro das cidades peruanas |
Fomos surpreendidos pela grande opção de passeios que partem de Puerto Maldonado!
Chegamos na cidade ao anoitecer e, após alguma pesquisa, hospedamo-nos no Royal Inn Puerto Hospedaje (royalinn102907@gmail.com) por $150 para 4 pessoas. Seguimos a pé por uma quadra e jantamos numa polleria, com serviço rápido e comida deliciosa, pagando $75 para os 4!
Ainda tínhamos uma preocupação constante neste trecho percorrido, pois não havíamos conseguido adquirir um mapa rodoviário do Peru e como a sinalização rodoviária é bastante incipiente, necessitávamos urgentemente de um guia confiável para nos localizarmos.
Na manhã seguinte, após nosso
desajuno, seguimos até a Prefeitura, onde nos forneceram mapas parciais dos Departamentos, auxiliando bastante nosso percurso até Cusco. O fato é que as agências de turismo não fornecem esse auxílio para o turista provavelmente com receio de perderem a clientela que poderá fazer os passeios de forma autônoma.
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Calle peatonal - centro de Puerto Maldonado |
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Puente Billinghurst, sobre o rio Madre de Dios |
Seguimos viagem pela rodovia Transoceânica passando por lugarejos e iniciamos a subida dos Andes... São apenas 460 km que nos separam de Cusco, mas a viagem levará boas 10h, pois a subida é intensa - saímos de 500 msnm, em Puerto Maldonado para 4000 msnm, em Urcos, depois descendo para Cusco (3400 msnm).
Neste trecho não há muitos postos de combustível, portanto é bom abastecer na cidade grande. Há, ainda, na Ruta PE3 Oc, mais dois pedágios, dos quais um é livre! Poucos atrativos pelo percurso, mas existem algumas cidades com ruínas e opções turísticas pouco divulgadas e conhecidas. Com tempo disponível vale a pena pesquisar novas opções.
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As cidadezinhas (Mazuco, Santa Rosa,...) que ficam às margens da Transoceânica praticam comércio variado. Vende-se de tudo: frutas, carne, autopeças, artigos eletrônicos,... |
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Infelizmente, o lixo também está presente e se acumula do lado da estrada, próximo das vilas! |
Iniciando a subida dos Andes Orientais, a paisagem muda! Muitas curvas sinuosas à direita e à esquerda... As placas de sinalização sugerem que se toque a buzina para alertar sua presença ao condutor que está no sentido contrário e não o visualiza! Muito cuidado e velocidade reduzida são indicados já que a rodovia é estreita e possui bastante movimento normalmente. No nosso caso quase não havia, pois era o começo do ano de 2017.
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Rio Inambari - todas as pontes são pintadas de alaranjado |
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Entrocamento onde se pode ir em direção ao Lago Titicaca (Puno) |
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As montanhas começam a aparecer em sua magnitude |
A subida é íngreme. A temperatura começou a cair e a altitude foi aumentado rapidamente a cada quilômetro percorrido Tivemos de parar para nos agasalhar, pois o termômetro já marcava 5,4 °C e a altitude estava em 4500 msnm. Logo começou uma chuva fina e gelada, bem típica da altitude!!!
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Ruta PE 3 Oc |
Aproveitamos para fazer um lanchinho e relembrar o sabor maravilhoso do choclo com queso degustado ali mesmo, à beira da estrada!!!
A vista impressiona... as cidadezinhas incrustadas nas montanhas e as plantações em terraços por todo lugar! Vimos as primeiras lhamas desta viagem!!!
Próximo de Urcos há uma entrada para Ausangate onde se pode fazer trilha e observar montanhas multicoloridas! Como nosso objetivo era chegarmos a Cusco, seguimos mais uma hora pela estrada linda e cheia de paisagens de tirar o fôlego!
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Início da Transoceânica, em Urcos - província de Quispicanchi |
No meio do caminho, vimos umas ruínas e resolvemos parar.
Pikillaqta (piki, em quechua, significa pulga e lakta significa lugar) fica a 20 km de Cusco. Era uma aldeia do povo Wari, uma das civilizações anteriores aos incas e que viveu na região por volta de 1100 a 500 a.C.
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Aqueduto construído pelo povo Wari, antecedentes dos Incas |
A cidade foi descoberta em 1927, por Luis Valcarcel, porém apenas após a década de 1970 é que Gordon MacEvan aprofundou as pesquisas e realizou escavações onde fez importantes descobertas!
O sítio pode ter sido local para festas, pois há um grande pátio para celebrações. Além disso, há inúmeros aquedutos e foram encontradas sementes durante as escavações.
O milho era importante para o povo Wari e foi pintado na cerâmica junto com divindades e formas sobrenaturais. Canais, reservatórios, aquedutos estavam em Pikillaqta juntamente com terraços e campos cultivados. Pikillaqta controlou economicamente a área através da agricultura. Havia uma rede hidráulica que era conduzida, por canais, aos campos de agricultáveis e para o povo.
Chegamos à Cusco ao entardecer. As opções de pernoite são inúmeras... há de todos os tipos, preços, locais,... escolhemos um Hostal bem simples e com
cochera em San Jeronimo, bairro que fica a aproximadamente 10 km do centro e da Plaza de Armas. Depois de instalados, pegamos um táxi ($10) e seguimos para o centro. Vale a pena utilizar táxis em Cusco, pois é muito difícil achar vagas para estacionar perto do centro. Negocie o preço antes com os taxistas. Os preços são bem baratos e você de quebra pergunta sobre a cidade e atrações para o motorista que acaba sendo um guia informal.
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Catedral de Cusco |
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Plaza de Armas, Cusco - Peru |
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Bagunça com o pisco! |
Na manhã seguinte, saímos de "mala e cuia" do hotel, pois o local escolhido não foi tão bom assim e principalmente porque queríamos seguir até o Vale Sagrado, mais precisamente, Pisac!
Assim, fomos até o centro da cidade de Cusco procurar local pra estacionar (coisa impossível!) e encontramos vaga a umas 8 quadras da Plaza de Armas (ótimo!!!) na Calle Recoleta. A proposta para a manhã era de rever lugares incríveis no centro da cidade e conhecer outros locais, como museus e igrejas.
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Calles estreitas do centro de Cusco |
Há mais locais incríveis para se conhecer nesta cidade e que já tivemos a oportunidade de ver na nossa viagem de 2007 para cá. Confiram nos links http://www.viagemfamilia.com.br/2009/11/cuzco.html; http://www.viagemfamilia.com.br/2008/01/machu-picchu-peru.html
Caminhando pelas vielas, conseguimos finalmente encontrar um mapa rodoviário completo do Peru, bem como um guia básico com os principais locais a serem visitados neste país maravilhoso e cheio de encantos. Se você for especialmente para Cusco, há guias específicos da cidade, visto que as opções de passeios e locais a serem conhecidos é muito grande!!! Conselho? Conheça Cusco a pé! Separe pelo menos dois dias para perambulas pelas vielas e ruas ao redor do centro da cidade. Um local especial pra se encantar é o bairro San Blas!
Chegamos ao Museu Qoricancha e nos entristecemos, pois para conhecê-lo deve-se comprar ou o passaporte turístico completo ($130), que dá direito a 16 atrações em Cusco e arredores (todos os principais sítios arqueológicos (8), museus (4), igrejas (4)), incluindo o Vale Sagrado, ou então, adquirir o passaporte para 4 Museus ($70).
Pode-se adquirir o passaporte parcial para outras atrações e então optamos por adquirir o passaporte para Moray, Pisac, Chinchero e Ollantaytambo já sabendo que iríamos nesse percurso conhecer ainda as Salinas de Maras, que tem seu ingresso cobrado a parte.
No ano de 2008 já havíamos conhecido os quatro templos: Quengo, Sacsayhuaman, Tambomachay e Puca-Pucara. Como nosso interesse, neste momento, era apenas o Qoricancha, abandonamos este projeto e fomos ao plano B: ingressamos no Museu e Convento San Domingo (declarado Patrimônio da Humanidade, em 1983), pagando $15 por pessoa. Ele fica anexo ao Qoricancha e tem um acervo bem interessante! Vale a pena conhecê-lo!
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Vista lateral da Iglesia San Domingo |
Este convento com construído sobre o templo Inti Cancha ("campo do sol") de 1534 a 1633. Em 1650 houve um grande terremoto que destruiu boa parte do mesmo, mas que não afetou as estruturas do Qoricancha! Sendo assim, o convento foi reconstruído até 1680.
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Obras de arte de diversos períodos em exposição |
A atual igreja tem uma plataforma de construção em forma de cruz grega, a fachada é de características platerescas e a torre da igreja é de característica barroco inclinado a Churrigueresco.
Tanto a igreja como o convento dominicano foram construídos sobre a estrutura do Qorikancha (sítio de ouro), o principal templo Inca (dedicado à adoração ao sol) cujas paredes, de acordo com os cronistas, foram encontradas revestidas com folhas de ouro.
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O jardim à esquerda pertence ao Museu Qoricancha - Cusco ao fundo. |
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Placa de ouro onde há inscrições com simbologias incas |
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Ruínas remanescentes do antigo Templo Qoricancha original que foi englobado pela Iglesia de Santo Domingo. |
Como já havia passado de meio dia, resolvemos fazer "uma boquinha"! Degustamos um delicioso ceviche (ou cebiche) ao lado da Plaza de Armas. Local chiquetérrimo e comida maravilhosa!
Deixamos Cusco e seguimos até Pisac, distante 32 km, por rodovia em bom estado de conservação, e mais curvas! Pisac tem aproxidamente 10 mil habitantes e é considerada uma das cidades mais importantes do Vale Sagrado.
O Parque Arqueológico Nacional de Pisac consiste em agrupamentos arqueológicos, entre os quais se destacam: plataformas, aquedutos, caminhos associados a muralhas e fachadas, cursos de água canalizados, cemitérios, pontes, etc.
A extensão que cobre este grupo é de 04 quilômetros quadrados. Sobre esta área estão as ruínas que ocupam as colinas, formando grupos de arranjo complicado. Há indícios de que a vigilância ficava bem acima do vilarejo de modo a poder enxergar a chegada de algum invasor!
Nessa área se fazia o plantio de maíz (milho), papas (batata) e outros alimentos, que depois eram levados à capital, Cusco, para alimentar o povo e o Inca juntamente com sua corte.
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Terraços para plantio |
Na saída das ruínas há comércio de artesanato local com bom preço. Aproveite para negociar... não leve seus souvenires pelo primeiro preço oferecido! Os bons comerciantes de todo o Peru gostam de barganhar e pechinchar, desde que não se diminua ou desvalorize o produto! Dica: Os melhores preços são conseguidos ao final do dia quando já há poucos visitantes, logo antes dos parque encerrarem suas atividades diárias.
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Kausay Punku - Proyecto Ecológico: camping |
Começando a descer a montanha, a Nati viu a placa de camping. Assim voltamos para ver o local e conhecemos o Arcádio, proprietário do Camping Kausay Punku nos hospedando ali. ($25 para nós quatro). Douglas e Natasha ficaram numa cabana rústica, feita de barro, com iluminação a base de garrafa pet ($ 15 soles por cabana) e nós, Marcos e Mari, ficamos em nossa barraca de teto!($ 5 soles cada).
As acomodações são simples, mas confortáveis, tem até água quente quando faz sol durante o dia para aquecer a água num engenhoso sistema de mangueiras enroladas. Aproveite para curtir a natureza cercado de silêncio, lhamas, e um céu noturno deslumbrante com direito a ver a Via Láctea como você nunca viu em outro lugar.
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Lhama na porta da cabana |
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Observando as milhares de estrelas e a Via Láctea junto com outro hóspede, o israelense Ubi e sua família. |
Como não havia comida no local e não estávamos devidamente abastecidos para fazer nosso jantar seguimos até a cidade, pouco mais de 4 km, e jantamos deliciosas pizzas assadas na pedra, em forno a lenha. Mari (eu) optou pelo té de coca, visto que é intolerante a mariscos e havia alguns no ceviche degustado anteriormente em Cusco!
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Restaurante Inti Killa, na praça central de Pisac |
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Viela em Pisac |
No amanhecer do dia seguinte, fizemos nosso delicioso café da manhã e aproveitamos pra bater um longo papo com o Arcádio (Facebook: Arcádio Ccapa Balanda), que nos explicou seu projeto ecológico de permacultura com a proposta de voltar a uma vida mais simples e natural, produzindo seu alimento, construindo suas casas,...
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Conversando com o amigo Arcádio |
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Preparando o café da manhã em Pisac |
No dia anterior ficamos sabendo que hoje haveria Feira de Artesanato na cidade. A feira de artesanato de Pisac é famosíssima e possui uma imensa variedade de itens, com bons preços. Com certeza é muito difícil sair de lá sem comprar alguma utilidade ou souvenir. Em diversas barracas são aceitos cartões de crédito e bem na praça central existem diversos ATM-Cajeros Automáticos que operam em $ Soles Peruanos ou em U$ Dólares Americanos. Assim, antes de seguirmos a Ollantaytambo, fizemos umas comprinhas na "feira da perdição"!
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Feira de Artesanato e, ao fundo, os terraços de plantio |
Ollantaytambo é o último povoado que compõe o Valle Sagrado (60 km de Cusco) e de onde se pode pegar o trem à Machu Picchu. Foi justamente de Ollantaytambo que partimos à Machu Picchu quando estivemos no Peru, há 10 anos!!! Dessa vez, diferente da viagem anterior, aproveitamos para conhecer e visitar com calma essa importante cidadezinha da civilização Inca.
Foi aqui que os incas construíram um importante centro militar, religioso e agrícola e do alto da montanha se tinha a visão de todo o vale. Ollanta, como é carinhosamente chamada, também foi um importante centro de cobrança de impostos sobre os produtos que circulavam pelo Vale Sagrado, devido a sua estratégica localização por onde passavam muitos caminhos que seguiam a Cusco e a Machu Picchu. Sendo assim, foi construída uma fortaleza que servia para proteção de uma possível invasão. Até hoje os descendentes da nobreza cusquenha vivem nesta cidadezinha, em seus palácios, mantendo a arquitetura original, com pátios internos.
Curiosidade: tambo significa cidade-alojamento
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Este passeio foi feito debaixo de chuva fina!!! |
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Templo do Sol com seus gigantescos monolitos |
O nome do povoado e da área arqueológica deve-se ao cacique Ollanta, que segundo conta a tradição oral apaixonou-se por uma princesa filha do Inca Pachacútec e foi duramente castigado.
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Vista panorâmica do Sítio Arqueológico |
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Aquedutos |
No caminho de retorno à Cusco, aproveitamos para ver ainda, Salinas de Maras e Moray.
Em 1932, membros da expedição Shippee-Johnson sobrevoaram o vale de Vilcanota (rio que passa por Machu Picchu) em busca de uma maravilha escondida entre as montanhas. Perto do povoado de Maras, encontraram enormes terraços circulares, de 150 m de profundidade: uma das obras mais importantes dos incas! Seu nome está relacionado com o Aymoray (a colheita do maíz). O investigador John Earls estudou por muito tempo os terraços e chegou a uma teoria, muito aceita até os dias de hoje: ele concluiu, após medir cada um dos diâmetros dos andares e suas alturas, de que as diferenças de altitude criavam microclimas e que, desta forma, Moray era um berçário para criação de mudas de diferentes tipos de plantas (coca, batata, milho, a destacar).
Através de seus estudos, revelou-se que 60% de todas as variedades de verduras conhecidas pelos incas eram produzidas aqui, 3 mil espécies de papas, maíz e outras espécies comestíveis e ornamentais.
Dali, seguimos até as Salinas de Maras, (3050 msnm) no caminho de volta à cidade, propriedade particular e cooperativa, a um custo de $10 por pessoa. A mina de sal é composta por 3 mil poças de 5 m² cada.
Diz a lenda que esta região era propriedade do cacique inca muito poderoso cujo povo se rebelou por não querer pagar os impostos que eram abusivos! Buscando vingança, o cacique buscou ajuda do deus Sol (Inti), que em castigo fez chover sal sobre o povoado de modo que as terras ficassem estéreis e o povo morresse de sede.
Após a invasão e domínio dos espanhóis sobre os incas, Maras passou a ser a cidade colonial com o traçado atual. A vila chamou-se San Francisco Asís de Maras.
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Centro de Maras |
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Diversas espécies de maiz cultivadas na região de Maras e Moray |
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Sal rosa, com propriedades medicinais |
Já era fim da tarde quando nos dirigimos à Chinchero. Último destino de nosso passaporte turístico, já no caminho de volta à Cusco. Chinchero fica a pouco mais de 20 km de Cusco e possui uma forte tradição religiosa, produto do sincretismo cultural dos espanhóis e dos andinos. A sinalização do sítio arqueológico é bastante precária e mesmo procurando com atenção foi difícil achar a sua localização de forma que tivemos de perguntar à polícia local onde ficava.
Chegamos à entrada do sítio quando os últimos visitantes estavam saindo... Desta forma, pudemos curtir o local com pouco turistas e as compras foram boas, visto que no pátio interno das ruínas há uma feira livre com artesanato e produtos têxteis de ótima qualidade.
Chinchero, situada a 3.770 msnm, foi utilizada como lugar de descanso pelo inca Túpac Yupanqui, que mandou construir templos, palácios e banhos para seu deleite. Muitos anos depois, Manco Inca arrasou o povoado para despistar os espanhóis que estavam em seu encalço.
Diferente de outras cidades exclusivamente produtoras, Chinchero era um povoado urbano onde o comércio era sua principal atividade. Neste local reuniam-se produtores de todo vale para fazer escambo e trocas de produtos em geral.
O nome Chinchero é devido ao grande comércio da maíz negra que dá origem a Chincha Morada (bebida fermentada naturalmente pela grande umidade local, a base de milho escuro). Muitos produtores dessa Chincha se encontravam uma vez por ano para comparar e competir numa espécie de festival, para saber qual era a melhor Chincha produzida na região. Chinchero era então também conhecida como a capital da Chincha.
A cidade está situada numa região muito sujeita a tempestades com relâmpagos e trovões. O ruído destas trovoadas era atribuído, pela população, aos jaguares que outrora habitavam a região, demonstrando a força e a pujança do vale.
Quando os espanhóis dominaram a região, construíram sobre o palácio de Túpac Yupanqui um templo, cuja edificação terminou em 1607. Em seu interior conserva altares barrocos e pintura mural, sendo proibida a utilização de máquinas fotográficas e filmadoras no seu interior.
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Plaza de Chinchero com a Iglesia Virgen de La Natividade, que tem lindas pinturas em afresco no teto e paredes |
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A Iglesia da Virgen foi construída sobre as ruínas de um templo Inca |
Já era noite quando deixamos Chinchero. Até pensamos em pernoitar no lugar e havia uma simpática pousada na cidade, mas nosso carro não entrava na garagem, pois a barraca no teto deixa o Garça muito alto para as baixas construções locais e não queríamos arriscar de deixá-lo na rua. Desta forma, seguimos novamente à Cusco, onde nos hospedamos Inka's Llacta, cuja proprietária Joana era, por assim dizer, um pouco "fora da casinha"! A tal senhora parecia que não queria hóspedes usando seu hotel, pois até a água quente desligou para economizar energia. Algumas palavras ríspidas e atitudes levaram-na a voltar a religar a água quente e ceder toalhas para nós quatro. Porém as acomodações eram ótimas e havia cochera. Além disso, o preço foi bem razoável: $105 para quatro, em dois quartos amplos. O jantar foi num local bem simples e pouco recomendável e com higiene deixando a desejar.. Estava gostoso, mas... sobrevivemos sem nenhum problema... rsrsrsrsr
A segunda parte de nossa viagem acaba aqui, com gostinho de quero mais!!! Ainda há muito a se ver nessa região!!
Abaixo, seguem algumas fotos de locais visitados em 2007/2008, em Cusco e arredores e que são imperdíveis aos visitantes!!!