Viagem Família______________________________________

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sexta-feira, 31 de março de 2017

De Cusco a Huaráz - Cordilheira Blanca - Etapa 3

 
Iglesia de La Compañia de Jesus (1571)
      Depois de rever Cusco - "O Umbigo do Mundo" - dez anos após a primeira viagem para o Peru e conhecer mais sobre a região, hoje é dia de nos despedirmos e continuar rumo norte, ao nosso destino escolhido que é a Cordilheira Blanca.
     Cusco é linda e pode-se visitá-la diversas vezes que sempre aparecerão surpresas e belas paisagens e novidades a serem admiradas. Nossa recomendação é que se fique pelo menos de 7 a 10 dias na região para visitar e conhecer o básico dessa parte tão famosa do Peru.
     Em 2007 quando da nossa primeira visita ao país nossa meta era Cusco e Machu Picchu, e depois voltaríamos descendo para o sul, via Abancay, capital do Departamento de Apurimac. Desta vez nossa meta e conhecer o Peru mais ao norte.  O Peru está dividido em 25 regiões chamadas Departamentos e cada uma tem sua capital definida. De Cusco saímos no dia 5 de janeiro e percorremos pouco mais de 190 km pela Ruta 3 S. É uma estrada muito bonita, mas bastante sinuosa e estreita pela qual se cruza a Cordilheira de Vilcabamba e também o caudaloso Rio Apurimac.
Tomando café da manhã a beira da estrada entre Cusco e Abancay

Parada para admirar o Rio Apurimac

Rio Apurimac
     Fundada como Santiago de Abancay, em 1574, definitivamente não é uma cidade bonita. Localizada na encosta da montanha, às margens do Rio Mariño, afluente do Pachachaca, tem trânsito confuso o que só piora com o fato da Ruta 3 S passar bem pelo meio da cidade. Muita calma nessa hora com a confusão de pedestres, animais e veículos de todos os tipos e tamanhos que muitas vezes se arrastam para vencer as íngremes subidas e descidas dessa cidade. Muito lixo nas ruas e casas e ruas mal cuidadas passam uma impressão não muito agradável da cidade. Abancay possui aproximadamente 60.000 habitantes e está situada a 2.378 msnm, portanto quase 1.000 m abaixo do nível de Cusco.
Abancay situada no vale do Rio Mariño
     A economia da região é baseada na agricultura da cana de açúcar, frutas, alfafa, hortaliças e cereais. Também possui diversas instituições de ensino e universidades, sendo sede da Universidade Tecnológica de Los Andes. Vencida essa parte continuamos na  Ruta 3 S rumo a Ayacucho situada a 380 km de Abancay.

     Cabe agora explicar um pouco sobre os deslocamentos nos Andes e no Peru, especificamente. Qualquer que seja a dúvida em relação às distâncias a serem percorridas, sempre calcule-as em horas, e não em quilômetros.Somente para exemplificar. hoje saímos de Cusco cedo pela manhã, aproximadamente, 8h. Percorremos o dia todo uma distância de pouco mais de 400 km até a cidade de Chincheros, onde chegamos perto das 18h. Resumindo: 10 horas de estrada com bom asfalto para vencer a distância de 400 km!
Explicação: Variação intensa de altitudes de 1.800 msnm até 4.500 msnm. Incontáveis curvas muitas delas em formato de ferradura. Diversos povoados situados no percurso onde a vida da cidade ocorre da própria rodovia. Animais cruzando e calmamente caminhando pela rodovia é uma cena tão comum que no fim quase se torna hábito. Dessa forma, sempre recomendamos viajar de dia e em baixas velocidades de forma a apreciar a paisagem e não provocar acidentes.

     Chincheros, localizada a 225 km ao oeste de Abancay, será nosso local de pouso no dia de hoje. Não confundir a cidade de Chincheros com a localidade e ruínas de Chinchero, nos arredores de Cusco! Chincheros, com 51.000 habitantes - na sua maioria descendentes da tribo dos indios Chanka, tem como o Quéchua a língua mais ouvida nas suas ruas. Na avenida/rodovia que cruza a cidade encontram-se diversos hotéis e pousadinhas e fomos recepcionados gentilmente pelo Hector, no Hotel Ibeth, nossa segunda tentativa, visto que a primeira, um hotel do outro lado da rua estava aberto, mas ninguém apareceu para conversar. Confortavelmente instalados em dois quartos com água quente, internet e todas as mordomias por módicos $ 70,00 soles.
Agora, para saciar a fome de um dia inteiro na estrada vendo belas paisagens, nada como um jantar no Gourmet Restaurante com direito a pastelzinhos orientais -wantan de aperitivo e pratos individuais bem generosos regados a cerveza peruana custando pouco menos de $80,00 soles para 4 pessoas!
 

Cena comum nas estradinhas do Peru-Muitos animais na pista


Hospedagem muito boa e barata em Chincheros

   Apesar de historicamente nessa época do ano as chuvas serem mais frequentes e intensas nessa região, até aqui não fomos afetados por elas. Poucas e curtas precipitações tem ocorrido, o que para nós acaba sendo muito proveitoso. Assim também as temperaturas são agradáveis proporcionando certo conforto em caminhadas e deslocamentos rodoviários. Hoje o céu amanheceu novamente nublado e agora indo para o norte pelos caminhos de montanha na parcela oriental da Cordilheira dos Andes, conhecida como Cordilheira Huagaruncho, As altitudes oscilam sempre entre 3.000 a 4.000 msnm e já estamos bem aclimatados com essas altitudes, pois estamos aqui já há 4 dias.
     Depois de um desajuno feito à beira da estrada na cidadezinha de Orcos pouco mais de 155 km nos separam da próxima cidade mais importante, Ayacucho. São de 3 a 4 horas ainda pela Ruta 3S e chegamos perto do meio-dia. O legal de viajar pelo Peru é que para se achar qualquer coisa em uma cidade desconhecida basta rumar para a Plaza de Armas ou Praça Central, que existe em todas as cidades que visitamos.
     
Desajuno perto de Orcos entre Chincheros e Ayacucho

     
Cenas muitas vezes vistas nas estradas peruanas.

     Ayacucho mantém as mesmas características das demais cidades peruanas interioranas. Ruas estreitas e vielas ainda mais. Uma Plaza de Armas grande onde se pode obter todas as informações sobre atrações turísticas, alimentação e hospedagem. Passeamos a pé pelo centro da cidade e aproveitamos para nos abastecer de água mineral geladinha. Esse é também um fato a relatar: não é tão fácil adquirir água mineral gelada fora das cidades maiores. Em muitos lugarejos até havia água, mas sempre a temperatura ambiente (fria). Por mais que insistíssemos na mineral helada, sempre diziam que só havia esta, na temperatura ambiente. 
     Ayacucho (Rincão da Alma), nomeada assim por Simon Bolivar, em 1825, antes chamava-se Huamanga, tendo sido fundada em 25 de abril de 1540. O primeiro nome, entretanto, dado a cidade foi San Juan de La Frontera, batizado por Francisco Pizarro, em 29 de janeiro de 1539. Também é conhecida como la Ciudad de Las Iglesias, pela grande quantidade de templos e igrejas ali construídos principalmente na época colonial. Oficialmente são 33 igrejas e templos da época colonial. Possui aproximadamente 180.000 habitantes e muitas de suas construções utilizam a Piedra de Huamanga, ou alabastro, mineral que mescla a cor cinza e branca, tão característica daquele luga. Há registros de que há mais de 22.000 anos a região era habitada ainda nos Períodos Neolítico e Paleolítico conforme comprovaram as escavações realizadas pelo arqueólogo norte-americano Richard "Scotty" MacNeish em 1966.
     Também em períodos alternados, durante os anos 100 DC e 1400 DC, as culturas Warpa, Chanka e Wari antecederam aos Incas que passaram a dominar toda a região até o ano de 1532 quando os espanhóis chegaram, promovendo guerras que duraram até 1537. Ayacucho, diferente de muitas cidades pré-hispânicas, teve sua cultura formada não apenas pelos Quéchuas do império Inca, mas muito dos Aimarás, da cultura Wari. 
Chegando em Ayacucho-Peru

Palácio Municipal de Ayacucho na Plaza de Armas

Catedral Basílica de Santa Maria - Ayacucho (1672)



Templo de Santo Domingo (1548)

Rodando pelo centro de Ayacucho

Plaza de Armas ou Parque Sucre com estátua do Mariscal (Marechal) Antônio José de Sucre-1890
     Cidade visitada de forma rápida, merecendo um retorno com alguns dias de permanência pela sua importância histórica, pré-histórica, econômica e religiosa para o Peru e para a América do Sul. Voltamos a estrada continuando sempre em direção norte - nosso objetivo é chegar hoje a Huancayo, mais 260 km a frente.
     Daqui em diante a estrada ficou cada vez mais estreita, sinuosa e íngreme. Na sua maior parte permite o trânsito de apenas um veículo de cada vez, obrigando-nos a estratégia de observar atentamente o percurso mais a frente para ver se  vem algum carro ou caminhão ao nosso encontro. Esse procedimento é muito importante visto que a estrada tem trechos alternados de cascalho e asfalto não muito bom e principalmente pela impossibilidade de cruzarmos paralelamente os veículos em boa parte do trecho. O uso da buzina nas curvas fechadas sem visibilidade é sugerido e recomendado também pelas placas de sinalização espalhadas ao longo da rodovia. Inúmeras pontes existem nessa região, umas estreitas outras ainda mais, de concreto, madeira, ponte pênsil, cardápio completo.
Uma das inúmeras pontes no trajeto entre Ayacucho e Huancayo

A estrada é sempre assim, estreita e sinuosa.

Aguardando o caminhão cruzar o rio-logo será nossa vez.

Que tal?? Você encara??  E se vier outro carro no sentido contrário??

Atrás de um Tuc-tuc no caminho para a cidade de Huancayo

Problemas!!!  ônibus e caminhão cruzando na estreita rodovia

Cruzando com caminhão no alto dos Andes-Cordilheira Ocidental Norte
      É um trecho muito bonito a se percorrer durante o dia com bom clima e folga no tempo. Escarpas e despenhadeiros margeando os rios da região são uma constante exigindo muita atenção dos motoristas que trafegam por ali. Qualquer descuido é fatal com quedas de mais de 200m de altura.
     Novamente chegamos a nossa cidade escolhida-Huánuco,  para pouso já ao anoitecer. Apesar de termos percorrido pouco mais de 400 km, levamos para isso o dia todo viajando. Escolhemos o Hotel Del Rey bem no centro quase às 20h , e ali ao lado uma Polleria (restaurante que serve frango) acabou sendo a escolha natural para o jantar. Um dos motivos que nos levou a dormir em pousadas e hotéis nessa parte da viagem foi o baixo preço e acomodações razoáveis já que como segunda opção poderíamos acampar, mas o processo de montagem e desmontagem da barraca do Douglas e Nati seria mais demorado e incômodo e montamos um cronograma de percurso diário que precisamos manter razoavelmente pois temos pouco mais de 30 dias para terminar a viagem.
     As inúmeras atrações, paisagens e cidades até então desconhecidas para nós nos surpreenderam! Nossa recomendação é que viajantes e aventureiros dediquem pelo menos uma semana nessa região tão surpreendente e desconhecida para a grande maioria dos viajantes. Normalmente quem quer visitar a Cordilheira Blanca e a região do Pico Huascarán segue pela Rodovia Pan Americana mais ao leste margeando o Oceano Pacífico. Nós ao contrário decidimos pelo caminho mais difícil mas com certeza muito mais bonito. Nenhum arrependimento! Dá vontade de fazer novamente!
Região de Junin do Peru no caminho a Huánuco- 4300 msnm



Imensos rebanhos de lhamas na Cordilheira na região de Cerro de Pasco

Monumento em homenagem a Maca (tubérculo andino com propriedades medicinais) na cidade de Huayre-4.000 mnsm
      Completamente descansados e revigorados e desajuno tomado vamos hoje até Huánuco, mais 357 km ao norte. Esse trajeto todo é feito sempre em grandes altitudes ao redor dos 4.500 msnm com lindas vistas de montanhas e rios nos vales. Também se avistam grandes rebanhos de lhamas pastando tranquilamente nas encostas e montanhas.
     No caminho para Huánuco passamos pelo Departamento de Junin uma das regiões mais altas do Peru. Ali está localizado o Lago Junin, considerado o mais alto lago do mundo a 4.080 msnm
 Bem tranquila também foi a viagem nessa parte, visto que alcançamos a cidade de Huánuco no meio da tarde nos permitindo conhecer um pouco dela a pé.

Chegando a Huánuco

Confuso trânsito com muitos Tuc-Tucs

Cena comum nessa região do Peru

Iglesia de San Sebástian na Plaza de Huánuco
      Huánuco é a capital da província e do Departamento de Huánuco. Possui população de cerca de 130.000 habitantes com economia baseada na agricultura com muitas frutas e tubérculos. Também a criação de gado e atividades mineiras com destaque para a axtração de petróleo. Fundada em 1539 teve seu primeiro nome como La Muy Nobre y Leal Ciudad de Los Caballeros de León de Huánuco e teve grande importância militar no combate aos incas comandados por Illa Tupac, capitão do Imperador Manco Inca, e mais tarde na Guerra da Independência (século XVIII) e na Guerra contra o Chile-Guerra do Pacífico (1883). A capital está localizada a 1.800 msnm mas a província huanaqueña tem variações desde 250 até 6.632 msnm. 

Degustando um franguinho do KFC no Shopping de Huánuco
     Aproveitamos para visitar pela primeira vez na viagem um Shopping onde decidimos encarar um Fast Food para variar. Doug e Nati foram no KFC com tudo que tinham direito e Mari e eu(Marcos) fomos de combo de Sushi, Sashimi e camarão! Hehehehe, tudo bem eclético e sem remorsos e muita diversão e sabor!
Para dormir escolhemos o Hotel Venecia com atendimento muito bom bem no centro a um bom preço. Aqui cabe uma recomendação de atenção: Muitos hotéis na cidade são utilizados para... digamos... "encontros fortuitos" ou "por hora"! Apesar de serem hotéis normais de viajantes alguns possuem quartos de alta rotatividade, fato que descobrimos somente tarde da noite, o que gerou no dia seguinte muitas histórias engraçadas sobre o que se ouvia no "silêncio" da noite entre quatro paredes. De qualquer forma Huánuco foi apenas rota de passagem e no dia seguinte atingiríamos nosso ponto culminante de destino, a cidade de Huaráz.
 
Rodovia em direção a La Union- PE 3N

Nesse trecho muita terra e barro.

Uma paradinha para apreciar a paisagem e fotos

     De Huánuco a Huráz são 327 km pela Ruta 3N. Para variar levamos o dia inteiro para chegar! Aproximadamente 8 horas de muitas aventuras. Só para começar, a diferença das altitudes das duas cidades supera 2.000m. A rodovia é extremamente sinuosa e estreita alternando trechos de terra, pedra e um pouco de asfalto. Para dificultar ainda mais, cruza-se uma das partes mais altas da Cordilheira onde alcançamos hoje a altitude de 4.600 msnm.
Também as temperaturas tiveram grande amplitude hoje pois saímos de clima quase tropical amazônico com 30°C e alcançamos clima de alta montanha com - 4,0 °C!! Resumindo o trecho: Muitas emoções em um caminho com subidas e descidas que mais pareciam um tobogã.
     Tudo normal até que de repente sem nenhum aviso... ... neve!!! Muita neve!! Começou com pequenas gotas de chuva granizada que logo se transformaram em flocos de neve. Isso nos contorno oeste do limite do Parque Nacional de Huascarán perto do lugarejo chamado Pachapaque onde está uma bifurcação que dá acesso ao Paso de Huanshalla ou Yanashalla.  Por que essa informação é importante? Esclarecendo a todos que nesse trajeto que percorremos pelos Andes Ocidentais, há pouquíssimas placas informativas de cidades, direções a serem tomadas ou distâncias. Toda atenção deve ser redobrada pois um erro pode levar a horas perdidas em caminho errado ou até em casos extremos fatal!
Pequenas vilazinhas quase abandonadas à beira da estrada

Trecho semi-asfaltado no vale do Rio Marañon

Cachoeira quase no alto da Cordilheira Huayhuash
     No nosso caso só conseguimos avistar no meio da tempestade de neve uma placa indicando " PARQUE NACIONAL HUASCARÁN".  O detalhe é que a tal placa estava fora da rodovia já numa estradinha de terra a uns 30 m do asfalto e apontava para a direita-oeste, mesmo trajeto indicado no GPS. Acontece que a estrada de asfalto a Ruta PE 3N segue nesse lugar em sentido sul, contrariando as marcações iniciais apresentadas pelo GPS e Google que indicam atravessar o Parque no sentido leste oeste.
     Deixamos essa parte mais detalhada pois cruzar o Parque Huascarán em direção a cidade de Recuay do outro lado pode realmente ser maravilhoso e com vistas fantásticas e aproximadamente 65 km a menos.  Acontece que no nosso caso estávamos enfrentando uma nevasca com temperaturas inferiores a - 4,0°C , altitude superior a 4.600 msnm, perto das 17h onde não há horário de verão e não conhecíamos as condições da estrada que se apresentava extremamente enlameada, com gelo e visibilidade inferior a 15 metros.
Início da neve a 4.600 msnm perto do Parque Huascarán


     Paramos no entroncamento e debaixo de muita neve estudamos atenciosamente o mapa que tínhamos comprado em Cusco. O GPS indicava uma coisa, a única placa indicava o mesmo que o GPS mas nós sábiamente optamos por seguir a rodovia asfaltada para o sul que contornava o Parque via cidadezinha de Acquia e posteriormente reencontraria a Ruta PE 3N na cidade de Conococha. Não sabemos as consequências se tivéssemos optado por seguir na estradinha de rípio, mas com certeza não teriam sido muito boas! Nada como ter sempre um mapa físico atualizado nas mãos para tirar você de um aperto.
     Agora mais uns poucos quilômetros e chegamos sem mais surpresas já com noite escura na nossa cidade destino HUARÁZ!!
    Em poucos minutos encontramos o confortável Hotel Las Tejas com direito a internet, elevador, estacionamento coberto e melhor, bem no centro mas tranquilo, tudo a $ 90,00 soles para quatro pessoas.

Mapa com o trecho de Cusco a Huaráz


   
   

     

domingo, 5 de março de 2017

De Puerto Maldonado a Cusco e Vale Sagrado, no Peru - Etapa 2


Finalmente, após mais de 4000 km percorridos, entramos no Peru!!!

A divisa com o Brasil fica na cidade de Iñapari, departamento de Madre de Dios, e seguimos por estrada boa, por 230 km - porém pouco sinalizada, até Puerto Maldonado, capital do Departamento e da província de Tambopata, passando por dois postos de pedágio.
No Peru não há horário de verão, desta forma, a diferença de fuso aqui é de 3 horas a menos do que horário de Brasília (normalmente seriam 2 horas a menos).

Puerto Maldonado é uma cidade de pouco mais de 38 mil habitantes, agitada e com boa infra-estrutura. Por estar localizada na região amazônica, as opções de passeios que partem da cidade são inúmeras. Desde reservas ecológicas onde se faz arvorismo (Inkaterra Reserva Amazônica, Canopy WalkwayCarachamayo,...), Mariposário Tambopata e serpentário, há também passeios pelos rios Madre de Dios, Tambopata e Inambari e a visita ao Lago Sandoval. 
 
Mototáxi - meio de transporte comum e econômico dentro das cidades peruanas

Fomos surpreendidos pela grande opção de passeios que partem de Puerto Maldonado!
Chegamos na cidade ao anoitecer e, após alguma pesquisa, hospedamo-nos no Royal Inn Puerto Hospedaje (royalinn102907@gmail.com) por $150 para 4 pessoas. Seguimos a pé por uma quadra e jantamos numa polleria, com serviço rápido e comida deliciosa, pagando $75 para os 4!



Ainda tínhamos uma preocupação constante neste trecho percorrido, pois não havíamos conseguido adquirir um mapa rodoviário do Peru e como a sinalização rodoviária é bastante incipiente, necessitávamos urgentemente de um guia confiável para nos localizarmos.
Na manhã seguinte, após nosso desajuno, seguimos até a Prefeitura, onde nos forneceram mapas parciais dos Departamentos, auxiliando bastante nosso percurso até Cusco. O fato é que as agências de turismo não fornecem esse auxílio para o turista provavelmente com receio de perderem a clientela que poderá fazer os passeios de forma autônoma.
Calle peatonal - centro de Puerto Maldonado


Puente Billinghurst, sobre o rio Madre de Dios
Seguimos viagem pela rodovia Transoceânica passando por lugarejos e iniciamos a subida dos Andes... São apenas 460 km que nos separam de Cusco, mas a viagem levará boas 10h, pois a subida é intensa - saímos de 500 msnm, em Puerto Maldonado para 4000 msnm, em Urcos, depois descendo para Cusco (3400 msnm).
Neste trecho não há muitos postos de combustível, portanto é bom abastecer na cidade grande. Há, ainda, na Ruta PE3 Oc, mais dois pedágios, dos quais um é livre! Poucos atrativos pelo percurso, mas existem algumas cidades com ruínas e opções turísticas pouco divulgadas e conhecidas. Com tempo disponível vale a pena pesquisar novas opções.
As cidadezinhas (Mazuco, Santa Rosa,...) que ficam às margens da Transoceânica praticam comércio variado. Vende-se de tudo: frutas, carne, autopeças, artigos eletrônicos,...

 Infelizmente, o lixo também está presente e se acumula do lado da estrada, próximo das vilas! 
Iniciando a subida dos Andes Orientais, a paisagem muda! Muitas curvas sinuosas à direita e à esquerda... As placas de sinalização sugerem que se toque a buzina para alertar sua presença ao condutor que está no sentido contrário e não o visualiza! Muito cuidado e velocidade reduzida são indicados já que a rodovia é estreita e possui bastante movimento normalmente. No nosso caso quase não havia, pois era o começo do ano de 2017.



Rio Inambari - todas as pontes são pintadas de alaranjado

Entrocamento onde se pode ir em direção ao Lago Titicaca (Puno) 
As montanhas começam a aparecer em sua magnitude
A subida é íngreme. A temperatura começou a cair e a altitude foi aumentado rapidamente a cada quilômetro percorrido Tivemos de parar para nos agasalhar, pois o termômetro já marcava 5,4 °C e a altitude estava em 4500 msnm. Logo começou  uma chuva fina e gelada, bem típica da altitude!!!

Ruta PE 3 Oc

Aproveitamos para fazer um lanchinho e relembrar o sabor maravilhoso do choclo com queso degustado ali mesmo, à beira da estrada!!!



A vista impressiona... as cidadezinhas incrustadas nas montanhas e as plantações em terraços por todo lugar! Vimos as primeiras lhamas desta viagem!!!



Próximo de Urcos há uma entrada para Ausangate onde se pode fazer trilha e observar montanhas multicoloridas! Como nosso objetivo era chegarmos a Cusco, seguimos mais uma hora pela estrada linda e cheia de paisagens de tirar o fôlego!

Início da Transoceânica, em Urcos - província de Quispicanchi
No meio do caminho, vimos umas ruínas e resolvemos parar.

Pikillaqta (piki, em quechua, significa pulga e lakta significa lugar) fica a 20 km de Cusco. Era uma aldeia do povo Wari, uma das civilizações anteriores aos incas e que viveu na região por volta de 1100 a 500 a.C.




Aqueduto construído pelo povo Wari, antecedentes dos Incas
A cidade foi descoberta em 1927, por Luis Valcarcel, porém apenas após a década de 1970 é que Gordon MacEvan aprofundou as pesquisas e realizou escavações onde fez importantes descobertas!
O sítio pode ter sido local para festas, pois há um grande pátio para celebrações. Além disso, há inúmeros aquedutos e foram encontradas sementes durante as escavações.




O milho era importante para o povo Wari e foi pintado na cerâmica junto com divindades e formas sobrenaturais. Canais, reservatórios, aquedutos estavam em Pikillaqta juntamente com terraços e campos cultivados. Pikillaqta controlou economicamente a área através da agricultura. Havia uma rede hidráulica que era conduzida, por canais, aos campos de agricultáveis e para o povo.

Chegamos à Cusco ao entardecer. As opções de pernoite são inúmeras... há de todos os tipos, preços, locais,... escolhemos um Hostal bem simples e com cochera em San Jeronimo, bairro que fica a aproximadamente 10 km do centro e da Plaza de Armas. Depois de instalados, pegamos um táxi ($10) e seguimos para o centro. Vale a pena utilizar táxis em Cusco, pois é muito difícil achar vagas para estacionar perto do centro. Negocie o preço antes com os taxistas. Os preços são bem baratos e você de quebra pergunta sobre a cidade e atrações para o motorista que acaba sendo um guia informal.
Catedral de Cusco


Plaza de Armas, Cusco - Peru


Bagunça com o pisco!
Na manhã seguinte, saímos de "mala e cuia" do hotel, pois o local escolhido não foi tão bom assim e principalmente porque queríamos seguir até o Vale Sagrado, mais precisamente, Pisac!
Assim, fomos até o centro da cidade de Cusco procurar local pra estacionar (coisa impossível!) e encontramos vaga a umas 8 quadras da Plaza de Armas (ótimo!!!) na Calle Recoleta. A proposta para a manhã era de rever lugares incríveis no centro da cidade e conhecer outros locais, como museus e igrejas.
Calles estreitas do centro de Cusco
Há mais locais incríveis para se conhecer nesta cidade e que já tivemos a oportunidade de ver na nossa viagem de 2007 para cá. Confiram nos links http://www.viagemfamilia.com.br/2009/11/cuzco.html; http://www.viagemfamilia.com.br/2008/01/machu-picchu-peru.html

Caminhando pelas vielas, conseguimos finalmente encontrar um mapa rodoviário completo do Peru, bem como um guia básico com os principais locais a serem visitados neste país maravilhoso e cheio de encantos. Se você for especialmente para Cusco, há guias específicos da cidade, visto que as opções de passeios e locais a serem conhecidos é muito grande!!! Conselho? Conheça Cusco a pé! Separe pelo menos dois dias para perambulas pelas vielas e ruas ao redor do centro da cidade. Um local especial pra se encantar é o bairro San Blas!






Chegamos ao Museu Qoricancha e nos entristecemos, pois para conhecê-lo deve-se comprar ou o passaporte turístico completo ($130), que dá direito a 16 atrações em Cusco e arredores (todos os principais sítios arqueológicos (8), museus (4), igrejas (4)), incluindo o Vale Sagrado, ou então, adquirir o passaporte para 4 Museus ($70).
Pode-se adquirir o passaporte parcial para outras atrações e então optamos por adquirir o passaporte para Moray, Pisac, Chinchero e Ollantaytambo já sabendo que iríamos nesse percurso conhecer ainda as Salinas de Maras, que tem seu ingresso cobrado a parte.
No ano de 2008 já havíamos conhecido os quatro templos: Quengo, Sacsayhuaman, Tambomachay e Puca-Pucara. Como nosso interesse, neste momento, era apenas o Qoricancha, abandonamos este projeto e fomos ao plano B: ingressamos no Museu e Convento San Domingo (declarado Patrimônio da Humanidade, em 1983), pagando $15 por pessoa. Ele fica anexo ao Qoricancha e tem um acervo bem interessante! Vale a pena conhecê-lo!



Vista lateral da Iglesia San Domingo
Este convento com construído sobre o templo Inti Cancha ("campo do sol") de 1534 a 1633. Em 1650 houve um grande terremoto que destruiu boa parte do mesmo, mas que não afetou as estruturas do Qoricancha! Sendo assim, o convento foi reconstruído até 1680. 



Obras de arte de diversos períodos em exposição


  A atual igreja tem uma plataforma de construção em forma de cruz grega, a fachada é de características platerescas e a torre da igreja é de característica barroco inclinado a Churrigueresco.
Tanto a igreja como o convento dominicano foram construídos sobre a estrutura do Qorikancha (sítio de ouro), o principal templo Inca (dedicado à adoração ao sol) cujas paredes, de acordo com os cronistas, foram encontradas revestidas com folhas de ouro.

O jardim à esquerda pertence ao Museu Qoricancha - Cusco ao fundo.

Placa de ouro onde há inscrições com simbologias incas


Ruínas remanescentes do antigo Templo Qoricancha original que foi englobado pela Iglesia de Santo Domingo. 
Como já havia passado de meio dia, resolvemos fazer "uma boquinha"! Degustamos um delicioso ceviche (ou cebiche) ao lado da Plaza de Armas. Local chiquetérrimo e comida maravilhosa!




Deixamos Cusco e seguimos até Pisac, distante 32 km, por rodovia em bom estado de conservação, e mais curvas! Pisac tem aproxidamente 10 mil habitantes e é considerada uma das cidades mais importantes do Vale Sagrado.



O Parque Arqueológico Nacional de Pisac consiste em agrupamentos arqueológicos, entre os quais se destacam: plataformas, aquedutos, caminhos associados a muralhas e fachadas, cursos de água canalizados, cemitérios, pontes, etc.
A extensão que cobre este grupo é de 04 quilômetros quadrados. Sobre esta área estão as ruínas que ocupam as colinas, formando grupos de arranjo complicado. Há indícios de que a vigilância ficava bem acima do vilarejo de modo a poder enxergar a chegada de algum invasor!
Nessa área se fazia o plantio de maíz (milho), papas (batata) e outros alimentos, que depois eram levados à capital, Cusco, para alimentar o povo e o Inca juntamente com sua corte.


Terraços para plantio
Na saída das ruínas há comércio de artesanato local com bom preço. Aproveite para negociar... não leve seus souvenires pelo primeiro preço oferecido! Os bons comerciantes de todo o Peru gostam de barganhar e pechinchar,  desde que não se diminua ou desvalorize o produto! Dica: Os melhores preços são conseguidos ao final do dia quando já há poucos visitantes, logo antes dos parque encerrarem suas atividades diárias.

Kausay Punku - Proyecto Ecológico: camping
Começando a descer a montanha, a Nati viu a placa de camping. Assim voltamos para ver o local e conhecemos o Arcádio, proprietário do Camping Kausay Punku nos hospedando ali. ($25 para nós quatro). Douglas e Natasha ficaram numa cabana rústica, feita de barro, com iluminação a base de garrafa pet ($ 15 soles por cabana) e nós, Marcos e Mari, ficamos em nossa barraca de teto!($ 5 soles cada).
As acomodações são simples, mas confortáveis, tem até água quente quando faz sol durante o dia para aquecer a água num engenhoso sistema de mangueiras enroladas. Aproveite para curtir a natureza cercado de silêncio, lhamas, e um céu noturno deslumbrante com direito a ver a Via Láctea como você nunca viu em outro lugar.

Lhama na porta da cabana



Observando as milhares de estrelas e a Via Láctea junto com outro hóspede, o israelense Ubi e sua família.
    Como não havia comida no local e não estávamos devidamente abastecidos para fazer nosso jantar seguimos até a cidade, pouco mais de 4 km, e jantamos deliciosas pizzas assadas na pedra, em forno a lenha. Mari (eu) optou pelo té de coca, visto que é intolerante a mariscos e havia alguns no ceviche degustado anteriormente em Cusco!

Restaurante Inti Killa, na praça central de Pisac


Viela em Pisac
No amanhecer do dia seguinte, fizemos nosso delicioso café da manhã e aproveitamos pra bater um longo papo com o Arcádio (Facebook: Arcádio Ccapa Balanda), que nos explicou seu projeto ecológico de permacultura com a proposta de voltar a uma vida mais simples e natural, produzindo seu alimento, construindo suas casas,...

Conversando com o amigo Arcádio


Preparando o café da manhã em Pisac


No dia anterior ficamos sabendo que hoje haveria Feira de Artesanato na cidade. A feira de artesanato de Pisac é famosíssima e possui uma imensa variedade de itens, com bons preços. Com certeza é muito difícil sair de lá sem comprar alguma utilidade ou souvenir. Em diversas barracas são aceitos cartões de crédito e bem na praça central existem diversos ATM-Cajeros Automáticos que operam em $ Soles Peruanos ou em U$ Dólares Americanos. Assim, antes de seguirmos a Ollantaytambo, fizemos umas comprinhas na "feira da perdição"!


Feira de Artesanato e, ao fundo, os terraços de plantio
Ollantaytambo é o último povoado que compõe o Valle Sagrado (60 km de Cusco) e de onde se pode pegar o trem à Machu Picchu. Foi justamente de Ollantaytambo que partimos à Machu Picchu quando estivemos no Peru, há 10 anos!!! Dessa vez, diferente da viagem anterior, aproveitamos para conhecer e visitar com calma essa importante cidadezinha da civilização Inca.



Foi aqui que os incas construíram um importante centro militar, religioso e agrícola e do alto da montanha se tinha a visão de todo o vale. Ollanta, como é carinhosamente chamada, também foi um importante centro de cobrança de impostos sobre os produtos que circulavam pelo Vale Sagrado, devido a sua estratégica localização por onde passavam muitos caminhos que seguiam a Cusco e a Machu Picchu. Sendo assim, foi construída uma fortaleza que servia para proteção de uma possível invasão. Até hoje os descendentes da nobreza cusquenha vivem nesta cidadezinha, em seus palácios, mantendo a arquitetura original, com pátios internos.
Curiosidade: tambo significa cidade-alojamento

Este passeio foi feito debaixo de chuva fina!!! 

Templo do Sol com seus gigantescos monolitos


O nome do povoado e da área arqueológica deve-se ao cacique Ollanta, que segundo conta a tradição oral apaixonou-se por uma princesa filha do Inca Pachacútec e foi duramente castigado.



Vista panorâmica do Sítio Arqueológico

Aquedutos
No caminho de retorno à Cusco, aproveitamos para ver ainda, Salinas de Maras e Moray. 

Em 1932, membros da expedição Shippee-Johnson sobrevoaram o vale de Vilcanota (rio que passa por Machu Picchu) em busca de uma maravilha escondida entre as montanhas. Perto do povoado de Maras, encontraram enormes terraços circulares, de 150 m de profundidade: uma das obras mais importantes dos incas! Seu nome está relacionado com o Aymoray (a colheita do maíz). O investigador John Earls estudou por muito tempo os terraços e chegou a uma teoria, muito aceita até os dias de hoje: ele concluiu, após medir cada um dos diâmetros dos andares e suas alturas, de que as diferenças de altitude criavam microclimas e que, desta forma, Moray era um berçário para criação de mudas de diferentes tipos de plantas (coca, batata, milho, a destacar).






Através de seus estudos, revelou-se que 60% de todas as variedades de verduras conhecidas pelos incas eram produzidas aqui, 3 mil espécies de papas, maíz e outras espécies comestíveis e ornamentais. 


Dali, seguimos até as Salinas de Maras, (3050 msnm) no caminho de volta à cidade, propriedade particular e cooperativa, a um custo de $10 por pessoa. A mina de sal é composta por 3 mil poças de 5 m² cada. 


Diz a lenda que esta região era propriedade do cacique inca muito poderoso cujo povo se rebelou por não querer pagar os  impostos que eram abusivos! Buscando vingança, o cacique buscou ajuda do deus Sol (Inti), que em castigo fez chover sal sobre o povoado de modo que as terras ficassem estéreis e o povo morresse de sede. 



Após a invasão e domínio dos espanhóis sobre os incas, Maras passou a ser a cidade colonial com o traçado atual. A vila chamou-se San Francisco Asís de Maras. 

Centro de Maras

Diversas espécies de maiz cultivadas na região de Maras e Moray

Sal rosa, com propriedades medicinais 
Já era fim da tarde quando nos dirigimos à Chinchero. Último destino de nosso passaporte turístico, já no caminho de volta à Cusco. Chinchero fica a pouco mais de 20 km de Cusco e possui uma forte tradição religiosa, produto do sincretismo cultural dos espanhóis e dos andinos. A sinalização do sítio arqueológico é bastante precária e mesmo procurando com atenção foi difícil achar a sua localização de forma que tivemos de perguntar à polícia local onde ficava. 
Chegamos à entrada do sítio quando os últimos visitantes estavam saindo... Desta forma, pudemos curtir o local com pouco turistas e as compras foram boas, visto que no pátio interno das ruínas há uma feira livre com artesanato e produtos têxteis de ótima qualidade.


Chinchero, situada a 3.770 msnm, foi utilizada como lugar de descanso pelo inca Túpac Yupanqui, que mandou construir templos, palácios e banhos para seu deleite. Muitos anos depois, Manco Inca arrasou o povoado para despistar os espanhóis que estavam em seu encalço. 
Diferente de outras cidades exclusivamente produtoras, Chinchero era um povoado urbano onde o comércio era sua principal atividade. Neste local reuniam-se produtores de todo vale para fazer escambo e trocas de produtos em geral. 
O nome Chinchero é devido ao grande comércio da maíz negra que dá origem a Chincha Morada (bebida fermentada naturalmente pela grande umidade local, a base de milho escuro). Muitos produtores dessa Chincha se encontravam uma vez por ano para comparar e competir numa espécie de festival, para saber qual era a melhor Chincha produzida na região. Chinchero era então também conhecida como a capital da Chincha.
A cidade está situada numa região muito sujeita a tempestades com relâmpagos e trovões. O ruído destas trovoadas era atribuído, pela população, aos jaguares que outrora habitavam a região, demonstrando a força e a pujança do vale. 
Quando os espanhóis dominaram a região, construíram sobre o palácio de Túpac Yupanqui um templo, cuja edificação terminou em 1607. Em seu interior conserva altares barrocos e pintura mural, sendo proibida a utilização de máquinas fotográficas e filmadoras no seu interior.

Plaza de Chinchero com a Iglesia Virgen de La Natividade, que tem lindas pinturas em afresco no teto e paredes

A Iglesia da Virgen foi construída sobre as ruínas de um templo Inca 


Já era noite quando deixamos Chinchero. Até pensamos em pernoitar no lugar e havia uma simpática pousada na cidade, mas nosso carro não entrava na garagem, pois a barraca no teto deixa o Garça muito alto para as baixas construções locais e não queríamos arriscar de deixá-lo na rua. Desta forma, seguimos novamente à Cusco, onde nos hospedamos Inka's Llacta, cuja proprietária Joana era, por assim dizer, um pouco "fora da casinha"! A tal senhora parecia que não queria hóspedes usando seu hotel, pois até a água quente desligou para economizar energia. Algumas palavras ríspidas e atitudes levaram-na a voltar a religar a água quente e ceder toalhas para nós quatro. Porém as acomodações eram ótimas e havia cochera. Além disso, o preço foi bem razoável: $105 para quatro, em dois quartos amplos. O jantar foi num local bem simples e pouco recomendável e com higiene deixando a desejar.. Estava gostoso, mas... sobrevivemos sem nenhum problema...  rsrsrsrsr

A segunda parte de nossa viagem acaba aqui, com gostinho de quero mais!!! Ainda há muito a se ver nessa região!! 
Abaixo, seguem algumas fotos de locais visitados em 2007/2008, em Cusco e arredores e que são imperdíveis aos visitantes!!! 

Templo do Sol-Sacsayhuaman

Escorregador utilizado pelas crianças quéchuas no Império Inca- Sacsayhuaman

Templo das Águas-Tambomachay

Templo da Terra-Qenko