20 de janeiro de 2011
Araxá – Uberaba (MG)
Hoje estamos com o dia livre... não temos longas distâncias a percorrer e vamos até Uberaba mais pro final do dia, para fazer uma surpresa pro nosso amigo Eurípedes, que está fazendo aniversário.
Saímos prum city tour por Araxá, e já de início encontramos um pequeno museu da Família Zema que chegou a cidade em 1915 e de lá para cá expandiram seus negócios, vindo a se tornar um dos conglomerados empresariais mais importantes da cidade. Araxá significa “terras altas de onde primeiro se vê o sol” na língua dos índios Arachás que viveram nesta região. Em 1759, Bartolomeu Bueno de Prado comandando uma expedição, destruiu o quilombo do Ambrósio e sete anos depois, Inácio Correia Pamplona exterminou os remanescentes da tribo dos Arachás, restando poucos que se espalharam ou se deixaram escravizar.
Doug e Nati - Studbacker 1954 |
Esse Ford Bigode 1914 foi utilizado pelo velho Zema como táxi pela cidade de Araxá e também como meio de ligação entre Araxá e Uberaba. Em 1917, durante um temporal muito forte, na travessia do Rio das Velhas (atual Rio Araguari), foi tragado pelas suas águas e afundou, ficando perdido.
Exatamente 48 anos depois, no mesmo lugar onde havia afundado, (por conta de uma grande seca) foi reencontrado, retirado e... surpresa! Depois de uma lavagem do motor e troca de óleo, em três dias estava funcionando novamente! O fato foi noticiado em jornais e revistas da época em toda região e até fora do país!
Atualmente é utilizado em ocasiões especiais e está exposto no Museu da família Zema.
A cidade possui uma população aproximada de 90.000 habitantes e tem um interessante sistema de passaporte cultural, pelo qual se paga o valor de R$ 6,00 e permite visitar as principais atrações culturais como museus e casas de cultura pela cidade, destacando-se entre elas a Casa da D. Beja e o Memorial de Araxá.
Neste memorial, fomos muito bem atendidos pela Daniele que nos explicou diversas coisas sobre a cultura e costumes da cidade, inclusive sobre a casa onde é o Memorial que pertencia a uma família de músicos que tinham uma orquestra. Era a família Porfírio, que possui uma sala inteira dedicada a eles. Os outros aposentos da casa estão repletos de objetos e documentos históricos relevantes para a cultura passada da cidade.
Em seguida fomos visitar a casa de Ana Jacinta de São José, popularmente conhecida como D. Beja, que viveu em Araxá na primeira metade do século XIX. Nossa atendente, a simpática Maria do Carmo, nos explicou que D. Beja era uma cortesã, que tinha muitos amantes endinheirados da região, entre eles o imperador D. Pedro I. Nesta casa estão representados os objetos de época e há uma reconstituição do quarto da proprietária muito bem caracterizado. Mas o único objeto que realmente pertenceu a D. Beja é uma gargantilha, pois como ela era mal vista pela sociedade, quando ela abandonou a cidade suas coisas pessoais foram com ela, o que restou provavelmente foi depredado pelos moradores para apagar a memória dela.
No ano de 1965, Assis Châteaubriant, após ter adquirido a propriedade, restaurou-a e transformou-a em um museu.
Antiga estação de trem - atual Centro de Artesanato |
Vista de frente do Centro de Artesanato |
D. Beja, já pelos anos 1915 e 1916 em sua adolescência se banhava nas águas e lamas do Barreiro, dando início a fama medicinal de sua região, posteriormente comprovada por estudos científicos do Barão de Eschwige - cientista alemão - e mais tarde ratificada e chancelada por Saint Hilaire. Em 1912 a Empresa de Águas de Araxá construiu o primeiro balneário no local, seguido pela construção do Hotel Rádio, hoje em ruínas, e finalmente o Grande Hotel cujas obras iniciaram em 1938 e foram concluídas em 1944. Os jardins que circundam o Hotel Tauá, atual nome da construção, foram executados por Burle Marx com a colaboração do botânico Henrique Melo Barreto. Em 1944 o Grande Hotel foi inaugurado com grande pompa contando, inclusive, com a presença do presidente Getúlio Vargas, dando início ao polo turístico de Araxá.
Entrando no Hotel Tauá, antigo Grande Hotel |
Fonte D. Beja |
Vista da piscina principal |
Dentro da Fonte D. Beja |
Depois de uma gostosa água de coco, rumamos a Uberaba, mais 100 km. No caminho, a chuva torrencial se fez presente e uns 13 km antes de nosso destino, no município de Peirópolis, visitamos o Museu do Dinossauro (ingresso: R$ 6,00 por pessoa), que está instalado na antiga estação ferroviária da cidade, fundada pelo Conde D’Eu, em 1886.
As primeiras descobertas de fósseis pré-históricos aconteceram na década de 40, e apenas entre os anos 1947 e 1974, sob a responsabilidade de Llewellyn Ivor Price, gaúcho de origem inglesa, que descobriu o fóssil do Uberabasuchus Terrificus (primórdio dos crocodilos), organizou-se e aprofundaram-se as pesquisas. Apenas em 1992 fundou-se o Museu, que está organizado e continua acrescentando peças ao seu acervo.
Uberabasuchus Terrificus |
O "Uberaba" em seu habitat |
A região de Uberaba é rica em fósseis e possui uma grande concentração de sítios arqueológicos com predominância de ovos e coprólitos (cocô de dinossauros), além de titanossauros, troncos fossilizados, anfíbios, tartarugas, moluscos,... Só foram encontrados aqui, até agora, fósseis de dinossauros herbívoros, que chegavam a atingir 20 metros de comprimento e até 10 toneladas.
Saímos de lá depois de duas horas e chegamos à Uberaba aí pelas 16h30min para a festa de aniversário de nosso amigo Eurípedes. Mas essa já é outra história!!!
Tchau!
O acervo exposto é pequeno, mas muito interessante, pois o espaço da estação é limitado. Por esse motivo, foi construído recentemente um novo prédio, projetado pela filha de Lúcio Costa, que está ampliando o espaço e materiais à disposição dos visitantes. No Museu está exposta, no jardim, a única réplica em tamanho natural do Titanossauro, no Brasil.
Saímos de lá depois de duas horas e chegamos à Uberaba aí pelas 16h30min para a festa de aniversário de nosso amigo Eurípedes. Mas essa já é outra história!!!
Tchau!
Titanossauro |
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