Quando temos poucos dias para aproveitar, sejam férias ou um feriado prolongado, surgem algumas dúvidas de para onde e como fazer render esse pouco tempo sem que a viagem se transforme num stress total.
Muitas vezes as opções estão bem na nossa frente e mais perto do que pensamos. Não é necessário imaginar grandes preparativos e locais longínquos para proporcionar uma bela viagem com paisagens e experiências únicas.
Nesse mês de julho de 2016 tínhamos apenas 8 dias e decidimos ir conhecer a Serra da Mantiqueira que abrange principalmente os estados de São Paulo e Minas Gerais. Mas é claro que para chegarmos lá escolhemos o caminho mais comprido e optamos de percorrer o litoral sul de São Paulo.
Saindo de Santa Catarina no domingo pela manhã, teríamos aproximadamente 500 km a percorrer até a cidade de Peruíbe no litoral sul de São Paulo, com uma paradinha rápida na cidade de Curitiba-Pr.
É claro que imprevistos acontecem como o congestionamento que nos atrasou quase duas horas na rodovia BR 116(Regis Bittencourt) por ocasião de um acidente com um caminhão perto da Represa de Capivari. dessa forma acabamos chegando quase no final da tarde em Peruíbe e optamos por acampar na Praia de Guaraú, bem pertinho da Estação Ecológica Juréia-Itatins. Optamos pelo Camping da Vovó (R$ 50,00 para 3 pessoas). As opções são poucas e todos os campings tem uma estrutura bem básica, chegando a ser precária. No geral contam apenas com banheiros(nem sempre limpos), área arborizada, água e energia elétrica. O que conta a favor é que neste mês estamos em baixa temporada, proporcionando pouco movimento e no nosso caso tivemos exclusividade. Também é possível negociar o preço pela pouca procura nessa época.
A dica é estar sempre bem equipado com comida e equipamentos em geral para não ficar passando fome ou frustração.
No acampamento em questão tivemos sorte de que pertinho havia um pequeno mercado onde poderíamos adquirir itens indispensáveis como "aquela"cervejinha gelada!!!
Logo pela manhã bem cedo começamos a nossa exploração da região e iniciamos pela Reserva Ecológica Juréia-Itatins que para ser visitada é necessário adquirir ingressos na portaria do Parque. Os ingressos são gratuitos servindo apenas para o controle da quantidade de visitantes.
Primeiro percorremos parte do Rio Perequê com suas corredeiras e espraiados numa profusão de água limpíssimas propícias ao banho (que não tomamos aqui) e também para canoagem.
Mais um pouco adentrando a mata chega-se ao Rio Itinguçu que além das piscinas naturais proporciona uma trilha de aproximadamente 400 m até a Cachoeira Paraíso onde decidimos tomar um banho já que as águas são transparentes e muito limpas. Claro que também geladas, pois além de tudo estamos em pleno inverno no mês de julho, mas nem isso nos impediu de literalmente nos atirarmos naquela piscina natural.
Gelaaaaaaada, muito gelada! Essa é a temperatura da água do Rio Itinguçu nessa época do ano, mas Nati e eu(Marcos) não iríamos perder a oportunidade de desfrutar este paraíso.
Seguimos adiante sempre acompanhando a linha da costa conhecendo outras praias quase intocadas. Toda essa região desde a Barra do Rio Una em direção a Peruíbe tem praias lindas e pouco conhecidas, seja pelo difícil acesso ou pouca infraestrutura. Nós achamos ótimo pois quanto mais preservado melhor. De qualquer forma quem tiver interesse pode contratar passeios guiados com veículos 4 x 4 no centro da cidade de Peruíbe.
Acesso a Praia do Caramborê |
Barra do Rio Una-Litoral sul de São Paulo |
Praia do Caramborê |
As vezes durante o dia fazemos uma ou duas paradas rápidas para um lanchinho ou quando há algum local com alguma infraestrutura alimentícia típica com vista aprazível que convide para um breve repouso.
Peruíbe é uma cidade com aproximadamente 60.000 habitantes fundada em 18 de fevereiro de 1959, mas sua história é muito mais antiga, remontando a anterioridade do Descobrimento do Brasil, quando já existia na região a Aldeia dos Índios Peroibes. Em 1534 passou a pertencer a Capitania de São Vicente de Martim Afonso de Souza, Em 1549 foi construída o que se considera a primeira igreja do Brasil, a Igreja de São João Batista que hoje só restam ruínas, conhecidas como as Ruínas do Abarebebe (Padre Voador) em homenagem ao padre Leonardo Nunes que segundo indígenas parecia sempre estar em diversos lugares ao mesmo tempo.
Peruíbe também contou com a passagem por lá do padre jesuíta José de Anchieta pelos idos de 1554 e até o anos de 1789 havia movimentação na região quando nesse ano os jesuítas foram expulsos levando ao declínio e abandono da cidade. Apenas já ao redor de 1914 com a construção da estrada de ferro Santos-Juquiá a cidade voltou a se desenvolver e nos idos dos anos 1950 com a construção de rodovias passou a ser uma estância balneária e ao redor de 1970 a lama negra medicinal de Peruíbe ganhou notoriedade internacional pelas suas propriedades terapêuticas.
É claro que por esse motivo as meninas aproveitaram para fazer um tratamento com a famosa Lama Negra medicinal que ao custo de R$ 3,00 (três reais) é possível fazer a aplicação facial com resultados bem satisfatórios. Essa lama composta de argila, feldspato, quartzo, magnetita, monazita, turmalina entre outros componentes é indicada no tratamento de artrite, afecções circulatórias, gota, mialgias, flebite e reumatismo, psoríase, além de cosmética para melhorar a pele.
Tratamento de beleza com máscara facial de Lama Negra Medicinal |
Esta cidade possui também um aquário com mais de 80 espécies de animais como tubarões, raias, tartarugas, repteis, anfíbios e peixes. No Aquário de Peruíbe (www.aquariodeperuibe.com.br) também existe um Centro de Reabilitação de animais e Educação Ambiental estando localizado na Praia do Centro.
Neste Aquário ainda existe um local chamado tanque de contato onde o visitante pode sentir e interagir com espécimes naturais em seu ambiente de forma didática e muito interessante.
Tanque interativo. |
Após passar o dia em Peruíbe e já no fim de tarde seguimos em direção a São Vicente passando por Praia Grande. Muitas tentativas e busca inútil por um local para estacionarmos o carro e armarmos a nossa barraca Blue Camping (www.bluecamping.com.br) percorrendo desde Peruíbe até a cidade de São Vicente, optamos para dormir em alguma pousada ou hotel.
A infraestrutura para camping nessa parte do litoral emtre Praia Grande e São Vicente é inexistente. Perguntamos até em duas pousadas sobre a possibilidade de estacionar o carro no estacionamento da pousada e armar a barraca, mas nos foi informado que até existe uma lei municipal que proibe essa prática. Não confirmamos oficialmente a veracidade dessa informação, mas lamentamos o posicionamento de receptividade turística lá existente.
Utilizando o GPS acabamos nos decidindo pelo Hotel Chácara do Mosteiro (www.hotelchacardomosteiro.com.br). Lá chegando explicamos o nosso jeito de alojamento solicitando se houvesse possibilidade de armar a barraca em algum local nas dependências do hotel. Fomos gentilmente recebidos pelo Johnatan informados da não possibilidade desse recurso, mas em contrapartida nos ofereceu um ótimo quarto por R$ 150,00 após negociações muito boas algumas diretamente com o proprietário o Sr. Nery Ambrozio, gente finíssima e com ótimas histórias para contar. Assim, contrariando nossa expectativa de acampar todas as noites mas pela completa ausência de opções na cidade e arredores, ficamos confortavelmente alojados no quarto 112 com direito a ótimas conversas com todos funcionários amigos que ali estavam.
Agora é jantar um delicioso Yakissoba e bananas carameladas no China Gourmet do Wagner, ali pertinho e dormir já pensando nos passeios do dia seguinte em São Vicente-SP.
Vista noturna de São Vicente do Hotel e Chácara Mosteiro |
Yakissoba e bananas carameladas nota 10!!! |
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