A surpreendente Turquia é um país euro-asiático que ocupa toda a península da Anatólia (entre Europa e Ásia). Sua capital é Ancara, porém a cidade mais famosa e densamente populosa do país é Istambul!
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Vista de Hagia Sofia |
Nesta primeira passagem pelo país tínhamos como objetivo extremo a intensa Istambul, na divisa entre Ocidente e Oriente, onde fica o Estreito de Bósforo e onde estava localizada uma das civilizações mais antigas da humanidade.
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Divisa perto de Malko Tarnovo (BG) |
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Nossas mascotes só observando nossachegada à divisa |
Nossa entrada no país foi tranquila, mas um pouco demorada, pois havia bastante gente na fila da aduana e há a cobrança do Seguro Carta Verde, que fizemos com uma validade para 3 meses, por 50 Euros. Também é realizada uma "fiscalização aduaneira", pois aqui não é permitida a entrada de bebidas alcoólicas e outros produtos. Sendo país de maioria muçulmana, a bebida alcoólica não é permitida, porém há um DutyFree na divisa onde se pode comprar cigarros e bebidas de todos os tipos, pagando muito caro!!! De qualquer forma a tal fiscalização acabou não acontecendo, pois o fiscal em questão ficou desconcertado quando abrimos o porta-malas e dele caiu um soutien da Mari. Rapidamente nos mandou seguir.
Já sabendo disso anteriormente, havíamos tomado as cervejas no dia anterior e escondido a Mastika Búlgara e o vinho Mavrud que havíamos comprado dias antes em Plovdiv (BG).
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Com Burak, nosso "anjo" que resolveu o problema da internet |
Toda a burocracia resolvida, entramos na Turquia por uma rodovia linda e bem pavimentada, ansiosos para viver experiências novas e diferentes. Nossa primeira parada foi na pequena e agitada Pinarhisar, onde buscamos uma loja da Vodafone para resolver pendências que não conseguimos solucionar na vizinha Bulgária. O atendente, Burak, foi super solícito e resolveu nosso problema (coisa simples, não resolvida antes por falta de conexão descente). Ainda sacamos umas Liras Turcas e seguimos por estradas secundárias até Kiyiköy, no litoral do Mar Negro.
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Kiuiköy |
O lugar não era tão aprazível quanto esperávamos e mesmo na área de camping municipal acabamos não gostando muito da estrutura (e do vento intenso), seguindo adiante em direção à Saray, parando num local escondido, no meio da mata.
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Liras Turcas: TRL ou TL. 1 Euro = 9 TL |
A Lira Turca (TRL ou TL, simplesmente) é a moeda corrente na Turquia. Esta moeda foi introduzida no país em 1844, substituindo o kuruş (que passou a denominar os centavos). Com a inflação crescente a partir dos anos de 1970, em 2005 a nova moeda, chamada de Nova Lira Turca (YTL) substituiu a antiga. Uma YTL equivalia a um milhão das antigas liras turcas. Desde 2009, ela voltou a chamar-se Lira Turca. Atualmente um Euro vale 9 TRL, aproximadamente.
Sabíamos que para trafegar nas Autoestradas da Turquia precisa-se pagar a vignette, porém não achamos informações ou local para adquirir o tal selo ou documento referente. Este acabou sendo um dos motivos para "fugirmos" das autoestradas. Na única vez que trafegamos por ela, havia um posto de fiscalização e um sinal tocou, avisando que não tínhamos o selo!!! Affff! Que medo! Mas ninguém veio atrás e logo em seguida pegamos a saída para uma secundária.
O nome do país é composto por um prefixo "türk" que significa "ser humano forte" e o sufixo "iye" significa "proprietário" ou "relacionado com".
ISTAMBUL (em turco, Istanbul)
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Mega estrada já na grande Istambul |
Diferentemente de outros países que conhecemos e onde nunca priorizamos cidades grandes, aqui na Turquia, mesmo sabendo que Istambul é uma metrópole cosmopolita, a 5ª cidade mais populosa do mundo (maior que São Paulo, na 8ª posição), nossa curiosidade foi maior e nos organizamos para ficarmos na capital pelo menos 4 dias! Impossível acampar por lá, portanto nos hospedamos no Sultanahmed Nu Hotel, a poucos metros da praça das mesquitas (uns 5min a pé) - Praça Sultanahmet - e pagamos um preço bem em conta, usando o Booking.com (8,5 Euros por pernoite, para casal, sem café da manhã).
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Com os queridos Ali (à esquerda) e Serhot |
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Com Serhot e Mehmet do estacionamento, da esquerda para a direita |
Ali e Serhot eram os recepcionistas - dois rapazes super solícitos e queridos - e além de darem excelentes dicas, ainda nos contaram histórias da cidade e do país, falaram sobre curiosidades e delícias culinárias, nos auxiliaram a encontrar vaga de estacionamento para o Garça (na área central é impossível encontrar um hotel com estacionamento próprio) e negociaram a estadia do carro com o proprietário do P (75 TRL por dia = 8 Euros).
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Observando a Mesquita localizada em frente ao Grande Bazar |
Istambul, chamada de Bizâncio naqueles tempos, foi fundada no ano 667 a.C. por Bizas, rei de Mégara. Depois passou a chamar-se Constantinopla, capital do Império Romano no Oriente, a partir do séc. IV d.C. Só adotou o atual nome a partir da ocupação otomana, em 1453, quando Mehmed II (Maomé II) a invadiu e dominou.
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Obelisco próximo do Grande Bazar |
A cidade possui dois centros principais: a Praça Sultão Ahmet, onde foi o hipódromo de Constantinopla - centro da cidade romana e bizantina, local onde estão as Mesquitas Santa Sofia e Azul e a outra, Praça Taksim, ao norte, que é a parte mais ocidentalizada da cidade e onde está o centro da cidade moderna.
No Hipódromo de Constantinopla ocorriam corridas de bigas e quadrigas e ele podia abrigar até 100 mil espectadores. Estima-se que o hipódromo, ampliado durante o reinado de Constantino, o Grande (324 d.C) tinha cerca de 450 m de comprimento por 130 m de largura. Calcula-se que os restos desta obra ainda estão sob o local onde foi construída a praça, a 2 m de profundidade. Não foram realizadas escavações arqueológicas mais aprofundadas, porém durante algumas escavações encontraram-se parte das arquibancadas e assentos, colunas,... que foram retirados e movidos para vários museus de Istambul.
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Coluna de Constantino, localizada na praça Sultanahmed |
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Coluna de Constantino |
Ainda no local onde se encontrava o Hipódromo está o Obelisco de Thutmosis III, mais conhecido como "Obelisco de Teodósio". Trata-se de uma coluna talhada em granito rosa, trazida do Egito por volta do ano 390, por Teodósio, o Grande. Originalmente esta coluna do ano 1490 a.C. estava no templo de Karnak, em Luxor, e para movê-lo para Constantinopla, Teodósio a dividiu em 3 peças, das quais apenas sobrou a parte superior, que está sobre um pedestal de mármore.
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Base do Obelisco, em mármore |
Com resquícios de civilização que são datados de 6500 a.C., quando o Bósforo ainda não havia se formado e o Mar de Mármara era apenas um lago interior, a história desta cidade é muito antiga. Onde hoje está o Palácio Topkapi havia assentamentos de tribos trácias, que habitaram a região entre os séculos XIII e XI a.C. Séculos mais tarde, no mesmo local, foi fundada a acrópole de Bizâncio.
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Vista da Mesquita Azul |
Durante o Império Bizantino foram construídas muitas igrejas pela cidade, incluindo aquela que durante praticamente 1000 anos foi a maior catedral do mundo, a Basílica de Santa Sofia - Hagia Sofia, um dos maiores exemplos da arquitetura bizantina.
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Quando percorríamos a praça Sultanahmed, conhecemos o Mehmed, que acabou se transformando em guia por algumas horas. Deixamos claro que não queríamos um guia, porém ele se colocou a nossa disposição, desde que fôssemos conhecer a loja de tapetes e iguaria da família. Assim, tivemos a oportunidade de ouvir as histórias e conhecer um pouco dos costumes deste povo peculiar e receptivo. |
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Hagia Sofia ao fundo |
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Mehmet nos explicando a história das principais atrações do centro histórico de Istambul
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Hagia Sofia - Sagrada Sabedoria - é uma construção imponente, construída entre os anos 532 e 537 durante o reinado de Justiniano para ser a Catedral de Constantinopla (ortodoxa). Famosa principalmente pela sua cúpula (domo), ela foi projetada pelo arquiteto e cientista grego, Isidoro de Mileto, com a ajuda de Antêmio de Trales, matemático grego.
O imperador mandou trazer materiais de construção de todo o império: colunas helênicas, retiradas do Templo de Ártemis (em Éfeso), grandes blocos de pórfiro do Egito, mármores verdes da Tessália, pedras negras do Bósforo e amarelos da Síria. A igreja continha uma grande coleção de relíquias que foram removidas quando o Império Otomano se instalou. Muitos dos mosaicos foram recobertos por gesso, tendo sido restaurados em parte apenas em 1931, quando a mesquita (anteriormente igreja) passou a ser Museu Secular.
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Este local era usado apenas pelo sultão para realizar suas preces e cada pedra do mosaico veio de uma parte diferente do Império Otomano |
A mais importante restauração de Santa Sofia foi ordenada pelo sultão Abdul Mejide I, em 1847, e os antigos candelabros foram substituídos por novos, suspensos (que podem ser admirados até os dias atuais). Discos gigantescos (medalhões) foram pendurados nas colunas e inscritos com os nomes de Alá, do profeta Maomé, dos 4 primeiros califas (Abacar, Omar, Otoman e Ali) e de dois netos de Maomé: Hassain e Hussein.
Durante o período em que ela foi mesquita, foram acrescentadas à construção os 4 minaretes (pois foi construída por um sultão importante), o mimbar (púlpito de onde o imã profere seu sermão) e o mirabe (nicho que tem como função indicar a posição de Meca).
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O ponto mais alto da nave está a 55,6m de altura. |
Em julho de 2020 o presidente Erdoğan determinou a reclassificação de Santa Sofia, revogando seu status de museu do templo e convertendo-a novamente em mesquita. Por este motivo, a visitação atualmente é gratuita, porém há locais que não podem mais ser visitados. Parte do Museu ficou acessível por um portão de fundos, onde após pagar o ingresso, pode-se admirar os lindos mosaicos que foram restaurados há alguns anos, além de outras peças.
Na Idade Média, esta foi a maior e mais próspera cidade do continente europeu, só perdendo sua importância depois da Quarta Cruzada (1202-1204), quando foi saqueada, pilhada e ocupada por forças cristãs! No século XIV a cidade, enfraquecida e vulnerável, foi invadida pelas tropas do sultão Maomé II, o Conquistador (Fatih), e o último imperador bizantino (Constantino XI) foi morto. O sultão (também chamado de califa) imediatamente convocou uma imã para proclamar a fé islâmica e o maior símbolo da fé cristã - Hagia Sofia - foi convertido numa mesquita imperial. Este fato histórico é conhecido como a Queda de Constantinopla e marca o fim da Idade Média, em 1453!
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Mesquitas com um minarete são construídas por pessoas comuns |
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Uma das centenas de fontes distribuídas nas ruas, para a realização da ablução (purificação antes das rezas, na mesquita), com Mehmed |
Depois da conquista da cidade, Maomé II empenhou-se em reerguer a cidade e torná-la novamente um centro cosmopolita. Iniciou a construção do Grande Bazar e também do Palácio Topkapi, que serviu de residência imperial oficial por 400 anos. Mandou construir, também, a Mesquita de Fatih sobre os escombros da Igreja dos Santos Apóstolos, que tornou-se a maior da cidade depois de Santa Sofia.
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Entrada principal para o Palácio Topkapi |
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Fonte Ahmed III, localizada em frente ao portão de acesso ao Palácio Topkapi e nos fundos de Hagia Sofia
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Em frente à entrada do Palácio Topkapi |
O Palácio Topkapi foi construído por Maomé II, o Conquistador, logo depois da Queda de Constantinopla (1453) e foi ampliado pelos seus sucessores. Recebe uma média de 2 milhões de visitantes por ano e por 400 anos foi a residência oficial dos sultões.
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Com os ingressos na mão |
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Portão da Felicidade |
Ocupando uma área de 700 mil m², conta com 4 pátios, o Museu Arqueológico, diversos ambientes em seu interior (cozinha, estábulo real, tesouro real, harém etc). Transformado em museu, fomos visitá-lo e ficamos pelo menos umas 3 a 4 horas percorrendo os inúmeros prédios, quiosques e salões, com riqueza e beleza indescritíveis.
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Uma das bibliotecas do sultão |
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Interior da biblioteca |
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Prédio próximo do Harém |
O ingresso custa 100 TL (11 Euros, aproximadamente) e a visita vale cada centavo. Há, no lado de fora, a opção de se contratar guias para acompanhar a visita, porém optamos por fazê-la no nosso ritmo e interesse. O Palácio tem 3 portas: Porta Imperial, Porta da Saudação e Porta da Felicidade.
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Quiosque utilizado pelo sultão para divertir-se com suas odaliscas |
Dentro dos diversos salões pode-se admirar objetos de ouro (tronos, miniaturas, joias, berços, talheres,...), roupas, objetos em prata, cerâmica chinesa datada de a.C, relíquias sagradas e armamentos usados por sultões e membros da elite muçulmana.
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Sala do trono |
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Na entrada de mais uma sala de exposições |
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Sala das armas |
As vistas mais bonitas do Estreito de Bósforo onde o Mar Negro encontra o Mar de Mármara são vistos dos jardins do Palácio.
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Ao fundo, vê-se a nova mesquita com 6 minaretes |
O Grande Bazar de Istambul (Kapaliçarşi), construído em 1455, é um dos maiores e mais antigos mercados do mundo. Fomos visitá-lo num fim da tarde, quando algumas lojas já estavam fechadas ou em vias de fechar. Ele ocupa uma área de 45000 m² e nele trabalham cerca de 20 mil pessoas.
Este mercado recebe uma média de 300 a 500 mil visitantes diários, dependendo da época! São 3600 lojas (lojas de comércio, casas de câmbio, duas mesquitas, fontes de água - usadas para a ablução (rito de higienização do corpo antes das orações), delegacia, cafés, restaurantes), distribuídas em 64 "ruas" acessíveis por 22 portas - são 4 portões principais. Aqui você encontra tapetes, cerâmicas, especiarias, joias, roupas típicas e tecidos, lembranças (souvenires), artigos de decoração, roupas e calçados em geral, roupas de couro, luminárias lindas e coloridas,... a arte de pechinchar faz parte e em qualquer compra (até de um doce) vale a negociação.
Os turcos adoram os brasileiros e todos sempre sabem alguma palavra em português para nos atrair a suas lojas. Os vendedores são insistentes e há que se ter paciência e bom humor para enfrentar as diversas interrupções durante sua caminhada. Acabamos fazendo boas compras e conhecendo alguns personagens bem divertidos em nossas visitas ao Grande Bazar e também ao Bazar das Especiarias, próximo daqui.
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Um dos portões do Grande Bazar |
Bazar de Especiarias ou Mercado Egípcio (Misir Çarşis) é bem menor que o outro, com apenas 2 ruas e cerca de 100 lojas. Aqui se encontram temperos, condimentos e especiarias, além de sementes, castanhas, frutas secas, souvenires, entre outros. É um festival de cores e odores muito interessante e nosso passeio por aqui foi formidável. Aproveitamos para comprar especiarias e uma faca de damasco, negociando os preços, é claro!!!
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Experimentando gostosuras |
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Grande variedade de frios, embutidos |
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e queijos |
Istambul foi por muitos séculos o símbolo da cultura islâmica, tendo sido ocupada após a Primeira Guerra Mundial por tropas britânicas, francesas e italianas. O último sultão otomano, Mehmed VI, foi deposto e exilado em 1922 e a República da Turquia nasceu em 1923, a partir a assinatura do Tratado de Lausanne, que estabeleceu as fronteiras da Turquia e determinou a capital do novo país em Ancara, já no lado asiático do país.
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Palácio de Bucoleão: ruínas do período bizantino, próximo do estreito de Bósforo |
O Palácio de Bucoleão (Boukoléon) foi um dos palácios imperiais de Constantinopla e provavelmente foi construído por Teodósio II, durante o século V. Situado junto do mar de Mármara, fomos visitar suas ruínas quando passeamos pela beira mar, observando os pescadores locais. O seu nome surgiu provavelmente em finais do século VI, sob Justiniano, quando foi construído um pequeno porto em frente ao palácio e colocada uma estátua representando um touro e um leão.
Diz-se que o Palacio tinha mais de 500 salas e um salão para banquetes que podia abrigar até 300 convidados.
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Observando os pescadores locais no Mar de Mármara (Estreito de Bósforo) e os gatinhos esperando um peixinho também |
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Ferry que faz a travessia do lado Ocidental para o lado Oriental |
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Ferry, Estreito de Bósforo e ao fundo, a nova Mesquita com 6 minaretes |
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Em algum lugar em Fatih |
CURIOSIDADES:
- O hábito do brasileiro em tomar um cafezinho aqui é comparado ao hábito de se tomar chá (Türk çayi). Em todas as lojas, ou qualquer encontro que se faça o chá sempre está presente. Houve dias em que tomamos até 10 xícaras de chá, de diversos sabores (um mais delicioso que o outro), sendo os mais comuns o de maçã e romã. O café turco é uma iguaria e diferente do nosso, é bastante forte e encorpado, com pó decantado.
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Escolhendo alguns chás para degustar e comprar |
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Cháes solúveis em água fria e quente! Uma delícia!! |
- O cumprimento "olá" (hi, good morning ou qualquer equivalente) deve ser substituído pelo bonito e respeitoso "as-salām ‘alaikum (Salaam Aleikum)" cuja resposta é "wa 'alaykum as-salam (Aalaikum As-Salaam)". Este cumprimento significa: "que a paz esteja sobre vós" e a resposta é "e sobre vós a paz"!! Esta expressão deu origem a expressão portuguesa salamaleque demonstrando a presença do árabe em nosso idioma (e a presença da cultura e costumes árabes durante a invasão otomana em Portugal, há séculos, influenciando a cultura e a arquitetura, entre outros).
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Realizando a "limpeza" antes das orações no fim da tarde |
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Na fonte em frente à Santa Sofia, ouvindo as explicações de Mehmet |
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Efetuando a lavagem (purificação) simbólica com Mehmet |
- A maior parte da população de Istambul é muçulmana, mas há também uma minoria de cristãos e judeus. Pelas questões religiosas, optamos por usar calça comprida e camisetas, apesar de não haver restrições a outros tipos de vestimenta na cidade (setor histórico e turístico). Para entrar nas mesquitas é obrigatório o uso do véu - "khimar"- para as mulheres. O hijab é maior e mais completo, pois deixa apenas o rosto de fora e é usado pelas muçulmanas, tendo como complemento uma túnica. O uso da Burka é obrigatório para determinadas etnias e observamos algumas mulheres as usando, sempre acompanhadas do marido ou de um membro masculino da família.
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Normativas para visitação das mesquitas |
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Comprando meu khimar. A negociação foi boa e iniciou em 200 TL. Marcos foi duro na queda e irredutível e acabou ficando por 40 TL!!!! Bodi, o vendedor, não ficou muito satisfeito, mas efetuou a sua última venda do dia!!! |
- A presença de tapetes coloridos e lindíssimos em todos os lugares é também uma marca registrada da Turquia. Nas mesquitas, o chão recoberto por eles convida ao descanso e contemplação, uma vez que os calçados ficam do lado de fora dos templos. Também em restaurantes mais típicos senta-se em almofadas, próximas do solo recoberto de tapetes. Os calçados ficam ao lado da mesa e o bate papo regado a chá é bem intimista. O custo de muitos destes tapetes é inatingível para nosso padrão. Há tapetes tecidos a mão, de dois nós, que demoram meses para ficar prontos. Os materiais mais usados na tapeçaria são a lã de ovelha, algodão e a seda, às vezes com inserção de fios de ouro. Os estilos mais conhecidos são o hereke e o ushak. Os padrões geométricos e simétricos são muito presentes, porém também vimos outros lindíssimos com temas variados. Mehmed, do Bazaar Abdülhamid, nos mostrou e contou a história da tecelagem no país, demonstrando e mostrando a grande variedade de tipos, padrões e preços!!! Foi um show a parte... pena não termos o $$$ para comprar ao menos um pequeno como lembrança deste lugar incrível!
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Em frente a loja do primo de Mehmet, que também se chama Mehmet rsrsrsrsrs |
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Recebendo uma aula sobre tapetes com Mehmet, primo do outro Mehmet |
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Padrões diversos. Este com fios de seda |
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Este também com fios de seda |
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A presença de padrões geométricos e simetrias |
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Fazendo um bom amigo em Istambul. Mehmet foi jogador de futebol e hoje administra os negócios da família |
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Preparando o autêntico e delicioso Gözleme (pão turco) |
- Os doces turcos são deliciosos. Experimentamos diferentes Turkish Baklava, um mais delicioso que outro. Feitos com massa bem fina e crocante (yufka), encharcados em mel leitoso ou calda de açúcar e recobertos de nozes ou pistaches, são uma excelente pedida para a sobremesa.
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Deliciosas Baklava |
A grande variedade na culinária turca acabou sendo um deleite para nós, pois a cada dia experimentamos pratos típicos da culinária local, sempre aliando preço e qualidade. A apresentação das comidas é um prazer à parte! Tudo muito bonito e elaborado de tal maneira que não tem como não gostar daquilo que está sendo servido. Ao contrário de algumas cozinhas, aqui os temperos são bem harmonizados e cada coisa ocupa seu lugar de forma a ressaltar o sabor das iguarias.
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Ortaklar - bom restaurante, a poucos metros de nosso Hotel |
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Kebab com acompanhamentos |
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Tipo de ensopado de carne |
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Mesmo sendo um país islâmico, onde a bebida alcoólica é proibida, existe a cerveja local Efes |
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Prato de steak bem servido e delicioso |
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Outro prato com espetos de kebab |
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Prato de massa com legumes |
- Outro fato curioso é que ao andar pelas ruas de Istambul vêem-se centenas de gatos e cachorros, aparentemente sem dono. No entanto, ao se aproximar, percebe-se que todos são chipados e castrados na sua maioria. A população os alimenta na rua mesmo. Nos pátios internos das mesquitas é comum encontrá-los repousando tranquilamente. Ninguém os agride ou assusta. É uma convivência pacífica e ordenada.
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Na praça Sultanahmed, em frente da Mesquita Azul |
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Cachorrinhos descansando nos jardins da Mesquita de Süleymaniye |
Outro local bem interessante para visitar em Fatih, no centro velho de Istambul, é a Cisterna da Basílica (Yerebatan Sarnici), a um custo de 30 TL por pessoa.
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Interior da Cisterna da Basílica |
Local que já apareceu em muitos filmes, só para citar o clássico do "007 - From Russia With Love", estava em reforma quando o visitamos, por isto a falta da presença da água, mas isso não tirou o charme e beleza do local. Construída no ano 532, em pleno Império Bizantino, é a maior de centenas de cisternas construídas e responsáveis pelo abastecimento de água da população.
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A Medusa de ponta cabeça |
Ocupando uma área de 10 mil m² e com 336 colunas romanas procedentes de templos pagãos da Anatólia (Ásia Menor), a maioria de origem coríntia, a Cisterna da Basílica (próxima de Hagia Sofia) tem 8 m de altura e capacidade para 30 milhões de litros. Funcionou regularmente até o século XIV e foi restaurada em meados do século XIX.
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A coluna que chora - uma coluna construída em homenagem às centenas de escravos que morreram durante a construção da Cisterna |
MESQUITAS
Visitamos inúmeras Mesquitas. na cidade. Todas muito lindas, com espaços para meditação e transmitido muita paz. A Mesquita Azul, também localizada na praça Sultanahmed, estava em reforma, porém pudemos visitá-la rapidamente. Construída entre 1609 e 1616, possui 6 minaretes (uma exceção) e belos mosaicos azuis de Iznik. Junto das mesquitas, por serem local de utilidade pública, sempre havia uma escola, uma sauna, uma cozinha onde eram preparados alimentos para os pobres e muitas lojas, cuja renda era utilizada para manutenção e construção das obras no templo.
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Mesquita Azul |
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Pátio interno da mesquita |
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Postal com vista superior da Mesquita Azul |
A Mesquita Süleymaniye (Solimão), construída por volta do ano 1550, na segunda colina de Istambul, é classificada pela UNESCO (1985) como Patrimônio Mundial e também possui 4 minaretes (pois foi construída por um sultão). Sua cúpula está a 47,7 m de altura do solo com um diâmetro de 27,5 m. Seu interior é quase quadrado (59 por 58m) e é ricamente ornamentado. Semelhantemente a outras mesquitas, em seu redor ficavam um hospital, uma escola primária, quatro madraçais (escolas islâmicas especializadas em ensinar o hadith), banhos públicos, uma hospedaria e o refeitório público.
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Área específica para a oração das mulheres |
Mesquita Hagia Sofia Pequena construída entre os anos 527 e 536, a mando de Justiniano I e sua esposa, Theodora, esta mesquita nasceu como igreja em homenagem a São Sérgio e São Baco, anexo ao então Palácio de Bucoleão. Foi convertida em mesquita no ano 1497, durante o reinado do sultão Beyazit II. Ela possui um domo em forma octogonal e sua edificação foi totalmente restaurada duas vezes, uma em 1836 e outra em 1956.
Parque Gülhane é um espaço público e é o parque mais antigo e extenso de Istambul. Situado junto ao Palácio Topkapi, trata-se de um espaço público onde há áreas de passeio e bancos para descanso, além de ser sombreado e possuir muitas árvores. Passeamos pelo seu interior num final de tarde, curtindo a paisagem e ouvindo as histórias de nossos amigos, Yaasmina (natural do Marrocos, em visita à cidade) e Ali (turco de nascença, porém morando em Amsterdã há muitos anos).
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Com Yaasmina e Ali, tomando chá e batendo muito papo |
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Amizade inesperada |
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Jantar de confraternização e despedida |
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Deixando Istambul... |
Nossa passagem por Istambul acabou chegando ao fim. Deixamos a cidade para trás, com gosto de quero mais. Fizemos amigos e ainda temos muito a conhecer nesta linda e grande cidade.
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Percorrendo a estrada E84, às margens do mar de Mármara |
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No litoral do mar de Mármara |
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Rota cênica às margens do mar de Mármara. Ponto de salto de parapente |
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Depois dos intensos dias vividos em Istambul, nos demos umas férias de 2 dias em uma praia deliciosa de pedras |
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Preparando um delicioso camarão frito |
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Comprando um peixinho fresco em Şarkoy |
Nosso objetivo era atravessar da Turquia para a Grécia. Fizemos a tentativa, mesmo já tendo sido advertidos de que as divisas entre estes dois países estavam fechadas por questões políticas. Os oficiais aduaneiros nos explicaram que a divisa da Turquia está aberta, porém a da Grécia não! Ok. demos meia volta e tivemos de retornar uns 100 km contornando um pequeno estreito até a Bulgária...
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Divisa com a Grécia: fechada! |
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Retornando à Bulgária via Turquia (E90) |
Nossa passagem pela Bulgária já foi descrita no texto anterior a este. Nos acompanhe na nossa próxima aventura: a Macedônia!!!!
Li e "degustei" seus relatos.
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