Viagem Família______________________________________

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terça-feira, 10 de março de 2015

Pensínsula Valdés - Chubut - Argentina

15 de janeiro de 2015
Puerto Madryn - Península Valdés - Puerto Madryn
Punta Pirâmides - loberia
     Como de Pto. Madryn até a Península Valdés tem de se percorrer aproximadamente 53 km até o Istmo Carlos Ameghino e de lá, mais 104 km até Punta Norte ou 100 km até a Caleta Valdés, precisávamos acordar relativamente cedo. Assim sendo, logo após o café da manhã, reunimos o grupo e seguimos até o nosso destino, desta vez sem o casal Abutre (Edu e Luiz) que ficou na cidade por motivos de saúde.


     O ingresso para o Parque Natural tem um custo de P$ 180 por pessoa(estrangeiros), pago em espécie! Portanto, retire dinheiro no banco (não são aceitos cartões de crédito) antes de seguir até a Área Natural Protegida Península
A 20 km do local onde se paga o ingresso fica o Istmo Ameghino - homenagem ao naturalista e paleontólogo nascido em 1865, em Lujan - fica o Centro de Visitantes (www.puertopiramides.gov.ar) onde recomendamos parar para pegar as informações sobre os passeios disponíveis para o dia A duração de cada passeio, as condições do mar e da estrada, bem como informações sobre a visualização de animais são atualizados o tempo todo e informados aos visitantes.  Há também um pequeno museu com ossadas de baleia franca e outros animais marinhos, uma maquete em relevo mostrando a geologia histórica da formação da península e uma loja de conveniências.




Pegando as informações necessárias, descobrimos que neste dia a Punta Delgada (que tínhamos a intenção de conhecer) estava fechada a visitação e portanto, decidimos seguir até a Punta Cantor, onde há uma pinguineira e mais adiante, uns 10 km, uma colônia de elefantes marinhos.

A caminho da Caleta Valdés



     Ver os pinguins assim tão pertinho é muito legal e eles são extremamente simpáticos e receptivos, sendo curiosos e ficando bem perto da cerca que os separa dos humanos! Nessa região a espécie de pinguim encontrada é o Pinguim-de-Magalhães, cuja altura média é de 70 cm e pesando cerca de 6 kg. Como chegamos na época da reprodução, vimos muitos filhotes trocando de plumagem em suas tocas e ninhos construídos no chão em meio a vegetação rasteira.



A maior parte dos espécimes tem na cabeça uma risca branca, que passa por cima das sobrancelhas, contorna as orelhas e se une no pescoço, e uma risca negra e fina na barriga em forma de ferradura. São espécies monogâmicos que partilham e incubação e cuidados parentais. 




De lá seguimos até a colônia de elefantes marinhos que já havíamos visitado no ano de 2010, mas desta vez, talvez por ser maré alta, tinha poucos animais na praia.


A fêmea desta espécie pode chegar a 3,5m e o macho a 6,5m, pesando quase 6 toneladas!!! Os elefantes marinhos passam cerca de 80% de sua vida dentro do mar, podendo ficar até 80min sem respirar e mergulhando a uma profundidade de até 1700m. Cada macho dominante mantém um harém e procura cobrir uma grande quantidade de fêmeas por estação, muitas vezes morrendo de exaustão por conta do esforço excessivo! 

Retornamos pela mesma rodovia (R52), indo em direção a Punta Pirâmides onde há uma loberia. No caminho encontramos um bando de guanacos. No caminho fomos surpreendidos por uma tempestade de areia que diminuiu consideravelmente a visibilidade. As estradas são todas de rípio e areia e por este motivo recomendamos cautela tanto com as condições do piso quanto com a eventuais animais na pista e a grande incidência de ventos tão comuns por estas bandas.


Já na loberia, observamos a grande movimentação de filhotes e machos dominantes defendendo seus haréns!Algumas brigas bem barulhentas também ocorrem entre eles para ver quem será o chefe do bando.



O lobo marinho nada em profundidades de até 100m e na fase adulta pode comer até 6% de seu peso por dia. Os machos adultos pesam cerca de 200kg, enquanto que as fêmeas são bem menores, atingindo um peso médio de 60kg. Eles chegam a medir1,80m e as companheiras não ultrapassam 1,5m. Eles vivem, em média, de 10 a 15 anos.  
Casal "namorando"


     Após muitas fotos, seguimos até o povoado de Puerto Pirâmides, onde os corajosos Marcos, Nati e Doug molharam as pernas... Esta localidade possui infraestrutura básica de hospedagem, alimentação, lojas e posto de combustíveis, detalhe bastante importante pois as distâncias dentro da Península Valdés são grandes. Chega-se a rodar mais de 400 km em apenas um dia dentro da península para conhecer os principais atrativos.



Praia de Puerto Pirâmides
Retornamos a Puerto Madryn ainda em tempo de tomar um banho com o Luiz - que já estava melhor - e a Edu. Nosso projeto de jantar no tenedor libre do chinês (onde comemos da última vez que estivemos por aqui -2010- cardápio variado com frutos do mar à vontade) foi frustrado, pois houve uma queda de energia geral na cidade e o restaurante em questão estava fechado, assim compramos umas pizzas, cervejas e refris e jantamos no nosso Hostel mesmo.

Quinteto coragem: a água é muito fria!!!


Todos com suas moedinhas de $100: Marcos cumprindo a promessa!!!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Esquel a Gaiman - Província de Chubut - ARG

Dia 13 de janeiro de 2015
Saindo de Esquel e chegando a Gaiman - Chubut
Ruta 25 - cruzando até o Atlântico
Esquel é a principal cidade da cordilheira de Chubut e está localizada no departamento de Futaleufú, a 65 km da divisa com o Chile. Ela possui aproximadamente 29 mil habitantes e sua economia está baseada no turismo, principalmente no inverno, por possuir estação de esqui La Hoya e tendo como uma das principais atrações o Parque Nacional Los Alerces. O nome Esquel advém do som pronunciado pelos habitantes tsonek, quando se referiam a flora local, alguns arbustos com espinhos, dentre os quais pode-se destacar o calafate. Há, ainda uma grande atração turística na cidade, que é "La Trochita" - uma Maria fumaça com peças originais e que faz o trajeto de Nahuel Pan (povoado mapuche) até El Maitén, num trajeto de aproximadamente 200 km e 7h de duração. Se for até Nahuel Pan, a distância é de 20 km e a duração é de 3 horas. Próxima a essa região também se pode visitar o Cañadón de los Bandidos, que serviu de refúgio ao bando de Butch Cassidy e Sundance Kid, no século XIX. 

Luiz junto com o Mauro, proprietário da Cabaña Punto Sur 


Efetuando a troca de óleo dos possantes
Após o café da manhã, os meninos foram efetuar a troca de óleo de nossos possantes e depois de nos despedimos de Mauro e sua mãe (que tem uma tia morando em SP) e retornamos até a RN 40, uns 12 km, para depois seguir até Tecka (81 km), onde nos despedimos da nossa companheira RUTA 40!!! A paisagem é monótona e basicamente composta de morrinhos, arbustos e muita areia.


Na altura de Paso de Índios há o início de montanhas e o encontro com o Rio Chubut em Los Altares mereceram uma parada para fotos e degustação de famoso sanduíche de presunto cru (copa) no posto ACA.

Rio Chubut



Sanduiche de jamón crudo


Seguimos mais alguns quilômetros (250 km, aproximadamente) até Gaiman, onde procuramos pouso. Na segunda tentativa, encontramos uns apartamentos muito simpáticos próximos da praça principal e das casas de té famosas na região.



Souvenir típico da região

Há centenas de árvores frutíferas nas ruas da cidade e aproveitamos pra nos deliciar com cerejeiras e ameixeiras carregadas de frutas. Como ainda havia tempo, pois eram 18h, seguimos até uma casa de té para experimentar o bolo galês e o té inglês. Já estivemos em Gaiman, em 2009/2010, quando fomos à Ushuaia, e não não lembrávamos mais, mas as casas de té por aqui são com menu fechado: você paga uma taxa por pessoa (em torno de $150 por pessoa) e come todos os pratos que vêm à mesa (muito diferente das casas de café colonial no Brasil, onde você se serve quantas vezes e do que quiser!).
www.cpatagonia.com ou tygwyn@tygwyn.com.ar

Não estávamos com vontade de encarar bolos e mais pães, assim conseguimos numa das casas de té que se fizesse 6 serviços completos para os 11 membros do Viagem Família. Compartilhamos o que veio à mesa e nos surpreendemos com o preço da xícara extra de chá: $50!!!! Um abuso!!!

O nome Gaiman significa "ponta de pedra", em tehuelche. O chá galês é bebida típica e costume das famílias de imigrantes galesas e vem acompanhado de doces e pães. O destaque está para a Torta Negra, cuja confecção leva alguns dias (45h) e cada família possui uma receita, além de possui uma durabilidade muito grande se conservada em condições adequadas. Os primeiros moradores chegaram à região em 1865, estabelecendo-se em Gaiman por volta de 1885. Transformaram a paisagem árida e semi-desértica em um vale verde, e hoje a cidade possui um pouco menos de 10 mil habitantes.

Após o lanche, passeamos pela cidade ao entardecer.
Escultura na praça central
Vista da cidade


Já à noite, os Quero Queros e Abutres pediram uma massa para cada família, em nossa hospedagem. Ao solicitar os talheres extras, foram surpreendidos com o valor cobrado: $50 cada jogo de talher extra!!!
Portanto, FICA A DICA:
SE VOCÊ QUISER COMER NAS CASAS DE TÉ EM GAIMAN, VÁ PREPARADO PARA COMER BEM(mas não um exagero!) E PAGAR POR PESSOA! E MAIS, SE PRECISAR TALHERES EXTRAS, SERÁ COBRADO POR ISSO!!!


terça-feira, 2 de abril de 2013

Percorrendo a mítica Ruta 40 - Argentina, de Norte a Sul



Trafegar pela Ruta 40 é como imaginar-se na Route 66, nos Estados Unidos: é uma estrada cheia de histórias, paisagens e maravilhas a cada curva! Com seus 5.140 km de comprimento, é uma das rodovias mais extensas do mundo e liga o sul da Argentina, na Província de Santa Cruz (no Estreito de Magalhães) ao extremo norte, divisa com a Bolívia, em La Quiaca, na província de Jujuy.  Além de ser a estrada mais famosa da Argentina, também é a mais mítica, com histórias e lendas que povoam seus milhares de quilômetros.  Às vezes, é larga e asfaltada, outras vezes tão estreita e tímida que mais parece uma estradinha interiorana abandonada. Em tempos mais remotos, trechos da Ruta 40 foram utilizados por povos pré-colombianos e pré-incaicos, nos seus deslocamentos e desenvolvimentos locais, e, desta forma, esta rodovia, faz parte da própria evolução e desenvolvimento da Argentina. Percorrer a Ruta 40 é uma experiência de vida, pois vive-se todos os climas, altitudes, comidas e costumes de norte a sul da Argentina. Paisagens lindas e surpreendentes fazem parte dessa experiência, venha conosco!

Para descrever os trechos já percorridos pelo Viagem Família, vamos optar pelo caminho inverso!!! Como a cidade de  La Quiaca está geograficamente mais próximo do Brasil, vamos tomar a liberdade e começar por ela!!!!! Iniciaremos pelo norte da Argentina já na divisa da Bolívia e vamos ao sul, até o Estreito de Magalhães, no finzinho da Patagônia Argentina. Acompanhem-nos nessa aventura! Vocês irão se apaixonar, como a gente!!!

Divisão regional:
- NORTE = incluindo as províncias de Jujuy, Salta, Catamarca e um pedacinho de Tucumán.
- CENTRO (chamado de CUYO) = La Rioja, San Juan e Mendoza.
- PATAGÔNIA (ao sul) = Neuquen, Chubut e Santa Cruz (uma das províncias mais lindas e cheias de atrativos).

La Quiaca é uma cidade fronteiriça, sem muitos atrativos com aproximadamente 14.000 habitantes localizada a 3442 metros de altitude. Sua maior importância é a de ser a cidade que faz divisa com Vilazón na Bolívia. Por este motivo tem intenso movimento e estrutura razoável, tendo todos os problemas e vantagens de uma cidade fronteiriça.  Descendo mais um pouco ao sul, chega-se a região de Susques, que fica em pleno Paso de Jama e de onde se desce a Quebrada de Humahuaca (Ruta 52), que é imperdível!!!
Luiz na placa indicativa na Ruta 40!(Susques)

Um dos únicos lugares bonitos da cidade de Susques: Iglesia Virgen de Belén (séc. XVI)
Primeira referência à Ruta 40!
Susques fica a 200 km da capital da província, San Salvador de Jujuy, e possui pouco mais de 1200 habitantes, estando a 3675 m de altitude. Quase não tem infraestrutura turística, possuindo poucas pousadas e locais de alimentação. Tem comércios pequenos e carece de atrações turísticas, fazendo com que seja um local de passagem ou pouso ocasional. É  o povoado mais próximo da divisa com o Chile, que está a pouco mais de 140 km de distância.
Salinas Grandes:  com 2000 m² de superfície, próximo de Susques
 - maior salar da Argentina
Quebrada de Humahuaca (Ruta 52): uma das rodovias mais lindas do mundo!

Seguindo pela Ruta 40, vai-se de Susques a Santo Antônio de Los Cobres, onde é o ponto de chegada do Trem das Nuvens (que sai de Salta).
Às margens da ruta, um aperitivo do Sierro 7 Colores

Santo Antonio de Los Cobres (3750 m) é uma pequena cidadezinha, com aproximadamente 2000 habitantes e que nos acolheu quando passamos por aqui em nossa primeira aventura, em janeiro de 2008.   Aqui fica o ponto mais alto da rodovia, chegando a 4952 m de altitude, já na província de Salta. É um lugarejo com casas térreas, que vive basicamente das minas da região! Possui alguma estrutura básica de turismo que com o passar dos anos está se aprimorando.
Vista da cidade de Sto. Antônio de Los Cobres

Nosso alojamento, dentro do Quartel

Quando fizemos nossa primeira viagem juntos, para Machu Picchu (Peru), em 2007/2008, resolvemos voltar do Chile para a Argentina pelo Paso de Sico e chegamos à Sto. Antônio de Los Cobres à noite, com chuva!!! A temperatura já estava perto de 0°C e o único local em que encontramos pouso foi no Quartel do Exército. O comandante nos recebeu super bem e providenciou cobertores para todos. Assim, dormimos "como anjos" num belo alojamento de triliches!!! Viva o Convenção de Genebra! Assim fica a dica: se não encontrar pouso regulamentar, vá ao Quartel, pois eles também podem receber hóspedes. Nós resolvemos dar um valor em dinheiro pelo auxílio, visto que nada ia se cobrado.
Ruta 40 - próximo de Sto. Antônio de Los Cobres - rípio e precipícios abaixo de 0°C!
Avistando a estrada de ferro: Tren a las Nubes

A Ruta 40 foi criada a partir de uma lei de 1932 e 4 anos mais tarde foi estabelecido que as rutas de 1 a 50 seriam aquelas que ligariam as capitais das províncias e as de números entre 32 e 40 seriam aquelas que fariam os percursos de norte a sul. Assim sendo, estabeleceu-se que a Ruta 40 seria aquela mais "encostada" nos Andes. Seu traçado aproveitou alguns trechos de estradas pré-incaicas  e, na Patagônia, se aproveitaram os caminhos percorridos pelos índios Tehuelches. 
Viajar pela Ruta 40 é viajar pela história da Argentina!

Em nossa viagem ao Uyuni (Bolívia), no ano de 2011/2012, percorremos outro trecho da Ruta 40, já na província de Salta e que passa por Cafayate. Essa região é rica em vinícolas e frutas e possui muitas Quebradas - "canyons" - (Quebrada de lo Bispo, Quebrada de las Flechas, Quebrada del Rio de Las Conchas, a citar), sem contar o Parque Nacional de los Cardones (Cactus) -  que é espetacular e fica perto de Cachi - e que pertencem ao Valles Calchaquíes.
Subindo a Ruta 33, sentido a Cachi, onde encontramos a Ruta 40 novamente!
                                    

Cardones a perder de vista...
Cachi é uma cidade muito charmosa e pequena, situada a 157 km de Salta e fica a 2189 m de altitude. Para se chegar até lá, sobe-se a ruta 33 em estrada boa (sinuosa) parcialmente asfaltada. A subida é linda e possui paisagens de tirar o fôlego. Apesar de ter longos trechos em estrada de terra, é possível percorrê-la sem maiores problemas.
Cachi -Iglesia San Jose (séc. XVIII) - estilo colonial
                                     


Aqui continuamos novamente pela Ruta 40...
Ruta 40 - Sinuosa, estreita e com muita areia e pó!

Percorremos mais uns 140 km até chegarmos a Cafayate, nos vislumbrando com Quebradas e paisagens lunares incríveis, além das videiras carregadas.
Quebrada de las Flechas
                                     


Passamos pelo povoado de Molinos, fundada em meados do século XVII e cujas casas e construções são feitas em adobe. Sua igreja (Iglesia de San Pedro Nolasco)  foi construída em 1639. 
Molinos - confluência dos rios Humanao e Luracatao


Cuesta del  Obispo: observe que na placa da quilometragem, aparece: Ruta 40
- aqui não há totens demarcando a rodovia, pois muitos foram roubados ao longo dos anos!

Abutre atravessando a ponte sobre o Rio Calchaquí, uma das 236 do total

A Ruta 40 possui 236 pontes, cruzando importantes rios argentinos de norte a sul.

Chegamos a Cafayate a tempo de passearmos um pouco pela cidade antes do anoitecer! É uma cidade com um pouco mais de 10 mil habitantes e fica a 188 km de Salta (capital da província). Não há consenso sobre a sua fundação, mas diz-se que em 1817 foi construída a sua primeira capela, em homenagem a N. Sra. do Rosário.
Cafayate - Iglesia  Nuestra Señora del Rosario 

Rua da cidade de Cafayate

Uma das inúmeras vinícolas da região

Essa região foi povoada por pessoas de todas as partes e os primeiros a produzirem vinhos na região foram os jesuítas da Companhia de Jesus. O clima temperado e a baixa umidade do ar são propícios para a produção de vinhos, sobretudo o Torrontés (branco frutado, originário da Espanha, tipo moscatel). Além do Torrontés, também se produzem o Malbec, Cabernet-Sauvignon, Merlot e Tannat. A cave mais antiga é Vasija Secreta, de 1857, e que já ganhou diversos prêmios internacionais.

No dia seguinte, seguimos pela Ruta 40 até Tafí del Valle (Ruta 307), já na província de Tucumán.

Aqui há um hiato, pois esse trecho, que vai de Santa Maria até Mendoza, por enquanto, nos é desconhecido, porém, as informações disponíveis atestam que a maior parte está asfaltada e possui muitos sítios arqueológicos pré-hispânicos e muito artesanato em tecido! A cidade de Belen é conhecida pelos tecidos catamarquenhos (província de Catamarca) de vicunha, lhama ou ovelha, feitos em teares rústicos. São famosos os ponchos produzidos por essas paragens!
Assim atingimos a região meridional, chamada de Cuyo, e que vai de Alpasinche a Mendoza, seguindo até
Barrancas.
Caminhando pela "calle peatonal"- rua para pedestres, em Mendoza

Mendoza é a capital da província de mesmo nome, possuindo aproximadamente 150 mil habitantes, sendo a 4ª cidade argentina mais populosa (ainda mais se contarmos com seus arredores, conhecidos como Grande Mendoza). É um importante produtor de vinhos e azeites e briga com a província de Córdoba, sobre a paternidade do alfajor (deliciosa espécie de carolina recheada com os mais diversos sabores!! Imperdivel!)
Fábrica de Alfajores - em Carlos Paz

A cidade de Mendoza fica encostada nos Andes, a pouco mais de 800 m de altitude. 
Foi fundada em 1561 e visitada, na segunda metade do séc. XIX, pelo naturalista Charles Darwin que fez referências a aspectos culturais, geológicos e biológicos da região em seus estudos.
Avistando o Aconcágua. Vista que se tem da estrada que liga Mendoza a  Uspallata

                                

           Sempre margeando a Cordilheira dos Andes, a Ruta 40 vai permeando as províncias de La Rioja, Mendoza e San Juan, presenteando o viajante com paisagens estonteantes e de tirar o fôlego.
           Atingindo a Patagônia Argentina, percorre-se as províncias de Chubut, Rio Negro e Neuquén.
Esse trecho foi percorrido por nós, do Viagem Família, quando fizemos a viagem à Ushuaia, em 2010.

Ruta dos 7 Lagos 
           Reencontramos a Ruta 40 (em nossa aventura à Ushuaia/2010) quando entramos novamente na Argentina, pelo Paso Tromen O'Mamuil Malal, vindos de Pucón, no Chile. Assim, antes de chegarmos a San Carlos de Bariloche, ou simplesmente, Bariloche, como chamamos aqui no Brasil, passamos pelas cidades de Junin de los Andes e San Martin de los Andes, vindo a dormir em Villa La Angostura, às margens do Lago Nahuel Huapi.
         Junin  de Los Andes ainda é na província de Neuquen e é a localidade mais antiga desta. Nela ocorreram uma série de disputas por terra junto aos mapuches, e foi oficialmente fundada em 1883, tendo atualmente, mais de 13 mil habitantes. É o local de saída para se visitar o Vulcão Lanin, no Parque Nacional Lanín (na cidade de San Martin de los Andes) e há muitas outras opções de passeios. 
Encontramos mais uma das famosas placas indicativas da Ruta 40 - San Martín de los Andes

Lago Traful
Villa la Angostura é considerada uma das aldeias mais lindas da Patagônia. Apesar de sua população flutuante ultrapassar 12 mil habitantes, ainda assim mantém o título de aldeia. Possui boa infra estrutura hoteleira e de alimentação, com restaurantes espalhados pela sua avenida principal. Aqui pode-se alugar cabanas para passar uma temporada, por exemplo. 

Turma do Viagem Família na "praia" do lago Nahuel Huapi - Villa la Angostura

O Lago Nahuel Huapi é um lago de origem glacial, com profundidade de até 450 m, e que possui diversas ilhas, sendo a mais importante ou famosa, a Isla Victoria.
Lago Nahuel Huapi - região de San Carlos de Bariloche
San Carlos de Bariloche fica na província de Rio Negro e é a porta de entrada de uma das mais belas regiões do mundo, possuindo montanhas/picos nevadas, lagos, rios, glaciares e uma flora exuberante! Suas contruções são de pedra e madeira, bem típicas da região alpina. Seu nome remonta à língua mapuche, "Vuriloche" que significa "povo de trás da montanha".


San Carlos de Bariloche - uma cidade pequena com muitas opções e agitação!
Possuindo aproximadamente 130 mil habitantes, foi fundada em 1895, por um imigrante alemão, Karl Wierderhold. É famosa pelas estações de esqui (Cerro Catedral), mas possui muitas outras opções depasseios (cidadezinhas vizinhas) e locais bonitos a serem visitados. Há Museus Paleontológicos, cassinos, institutos de pesquisa e até o Museu do Chocolate. 

Cerro Catedral


Ruta 40 - região dos 7 Lagos
Alfazemas na beira da estrada
        Seguindo pela Ruta 40, chega-se a cidade de Perito Moreno - não confundir com o Glaciar Perito Moreno, que fica uns 400km mais ao sul. Dali, seguimos para a atração Cueva de las Manos, onde há inscrições rupestres que vão desde 7300 a.C até o ano 1000 d.C. Nessa região nasce o rio Deseado e se está muito próximo do Lago Buenos Aires. 

Vale do Rio Pinturas - Cueva de Las Manos

Cueva de Las Manos - Perito Moreno
         Continuando pela Ruta 40 ao sul, imperdível a visita à cidade de El Chaltén (na Ruta 23, aproximadamente, 90km), onde fica o famoso pico Fitz Roy, com seus 3375m de altitude. Montanhistas experientes e amantes do trekking vão à cidade, de pouco mais de 500 habitantes, para praticar esportes de aventura na montanha mais difícil do mundo! El Chaltén é considerada a Capital Mundial do Trekking!

Ruta 23 - acesso à El Chaltén
Fitz Roy (3375m) - El Chatén 
Vista da cidade de El Chaltén, com as montanhas ao fundo. Em destaque, Fitz Roy.
De El Chaltén a El Calafate percorre-se, aproximadamente, 200 km em estradas boas, de asfalto e o visual é deslumbrante! 

El Calafate (acessada pela Ruta 11, distante 40km da Ruta 40) é a cidade mais próxima do maior glaciar do mundo o Glaciar Perito Moreno. Está situada no Parque Nacional dos Glaciares! É uma cidade com boa infraestutura, que é utilizada como ponto de apoio para os passeios aos glaciares (Perito Moreno e Upsala). Há supermercados, oficinas mecânicas, lojas com materiais de camping, trekking e escalada. Há, também lavanderias, hostels e o Museu Multilinguagem de El Calafate, com fósseis de dinossauros, linha do tempo com os primeiros habitantes da região, os Aonikenk. 
Museu Multilinguagem - El Calafate

Fóssil de Megatério
Os extensos lagos Viedma e Argentino são usados para pesca desportiva e esportes náuticos.  Há, também, o Parque de Nieve El Calafate, com esqui, a 17 km do centro, possuindo pistas de nível intermediário, alto e extremo, com extensões de até 3000m. 
Glaciar Perito Moreno - dentro da Reserva Prov. Pensínsula de Magallanes

Trekking sobre o gelo


Ainda seguindo pela Ruta 40, ao sul, passa-se bem perto da cidade de Puerto Natales (Chile), percorrendo-se um trecho de 65 km de rípio. 
As cidades são pequenas e não possuem infra-estrutura, portanto, abasteça seu veículo e compre alimentos, pois nesse trecho não há muitas opções.  Recomendamos que passeios, excursões e aventuras na região sejam baseados em Puerto Natales que está preparada para receber todos turistas com lojas, oficinas mecânicas, hotéis e mercados. Sempre tenha em mente que é uma cidade muito sujeita a vento e frio intenso, mesmo no verão.
Dali, segue-se a leste, 250 km, até Rio Gallegos (capital da província), em estrada de rípio, paralelamente ao rio Gallegos. 
Rio Gallegos
Rio Gallegos possui, aproximadamente, 80 mil habitantes e é a capital da província de Santa Cruz, conhecida com "cidade dos ventos" Possui museus, complexo cultural, e o imperdível  Isla Deseada e de lo Pinguinos onde podem ser observados os mais diferentes espécimes de vida animal selvagem  (acesso pela Ruta 3 e provincial 55). 

Estreito de Magalhães - 
          De Rio Gallegos até o Estreito de Magalhães, percorre-se 120 km, pela Ruta 3 (Argentina) e Ruta 255 (não esquecendo que o Estreito fica no Chile). A famosa Ruta 40 acaba/inicia pouco antes/depois de Rio Gallegos, nos entrocamentos das Rutas 5 e Provincial 53. As marcações oficiais iniciam neste lugar e seguem em direção ao norte, exatamente ao contrário do roteiro que descrevemos até aqui. Para se atingir o Estreito de Magalhães e seguir a Ushuaia, percorre-se (toda em rípio), a parte chilena, com intenso movimento de caminhões e veículos em geral, pois é a única opção rodoviária para se atingir o ponto mais austral (ao sul) do mundo. O Paso de Integración Austral fica a 65 km do centro da cidade e os trâmites são demorados, pois o movimento é muito grande. Caso faça a entrada no Chile, tenha bastante paciência!

Esperamos que essas informações ajudem a todos que queiram percorrer a Mítica Ruta 40, importante estrada que cruza a Argentina de norte a sul (ou de sul a  norte)!  Seria pretensão nossa aqui querer resumir toda a Ruta 40 nesse pouco espaço, mas a nossa intenção é mostrar o caminho básico dessa indispensável rodovia para a integração argentina.
Mantenha sua documentação em dia, pois como a Ruta 40 margeia os Andes, perto do Chile, há a  possibilidade de você querer conhecer algumas atrações chilenas, que distam poucos km do eixo principal. Assim, o passaporte é bastante recomendado e facilitará seus trâmites. 

BOA VIAGEM!!! DIVIRTA-SE BASTANTE!!!