Nossa passagem do Peru para o Equador se deu pela cidade de Macará, pois saímos da rota mais tradicional que seria seguir via Rodovia Pan-Americana, costeando o Oceano Pacífico na rota por Tumbes, no Peru.
CORDILHEIRA DOS ANDES - SERRA
Lado peruano, aduana rápida e sem burocracia, já no lado equatoriano demorou quase 40 minutos só para acertar a papelada para a entrada dos nossos carros, no Equador. Como chegamos no meio da tarde e nosso plano era ir na direção de Cuenca, decidimos seguir até a cidade de Loja. Sim, esse é o nome da cidade: Loja. Piada: quem mora em Loja é...??
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Subindo para Cuenca - Rodovia sem acostamento e com diversos desmoronamentos |
Acampamos na entrada do Parque Temático das Águas, chamado "El Guayabal" - tipo como "O Goiabal", debaixo de uma chuva fina e chata. Aqui está mais friozinho, pois estamos subindo os Andes Equatorianos. Nada como estar equipado com uma boa barraca e um toldo lateral, que permite que possamos fazer nossas refeições num local abrigado e seco.
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Acampando no estacionamento do Parque Temático das Águas, em Catamayo |
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Café da manhã caprichado |
Seguindo sempre sentido norte para Cuenca, é só subida! Cuenca é a capital do famoso "sombrero" chamado Panamá! Todo mundo achando que o chapéu Panamá é feito no Panamá, mas na verdade é fabricado no Equador, sendo as cidades de Cuenca e Montecristi os verdadeiros e originais centros produtores desse adereço, confeccionado em dezenas de pequenas indústrias familiares e caseiras.
A história do " Chapéu Panamá" é bem mais antiga. Já era produzido pelos Incas com a palha chamada Carludovica palmata, há mais de 1000 anos, com técnicas bem refinadas e uma trama bem fechada e flexível. A fama mesmo veio quando o Canal do Panamá estava sendo construído por trabalhadores franceses e norte-americanos, que usavam esse chapéu para se protegerem do forte sol da região. Quando perguntados diziam que o chapéu era " lá do Panamá". Mais tarde, o então Presidente Roosvelt apareceu usando este tipo de chapéu, impulsionando de vez o nome e dando a ele a fama que existe até hoje.
Existem chapéus Panamá com preços variando de U$ 15,00 até a alguns milhares de dólares. Tudo dependendo da cara do freguês, da palha utilizada e do poder aquisitivo de cada um.
Depois da aula sobre confecção e manutenção de um autêntico Sombrero Panamá, no Museu del Sombrero, centro de Cuenca, nos separamos da Edu e do Luiz, que irão dormir em hotel nesta noite. Aproveitamos para comer uma fatia de pizza e um copo de suco, admirando a linda arquitetura colonial da cidade, com presença de muito mármore e estilo neoclássico nas construções já do período contemporâneo.
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Casa do sombrero, em Montecristi, no litoral do Equador |
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Experimentando Panamás, em Cuenca |
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Pequena fábrica dos sombreros Panamá, em Montecristi |
Em Cuenca acampamos bem no centro da cidade, num estacionamento de um restaurante, pagando o valor de U$ 7,50. Prático, pois conseguimos passear à noite por todo centro da cidade, tudo bem pertinho, sem precisar usar o carro, já que como é cidade grande muitas vezes é difícil achar algum lugar para estacionar. Cumpre citar aqui que no Equador TUDO é dolarizado. A moeda corrente é o dólar, desde o ano 2000, quando substituiu o Sucre, que era a moeda corrente nacional equatoriana.
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Cuenca, cidade tombada pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, em 1999. |
Cuenca, ou Santa Ana de Los Ríos de Cuenca, é a terceira maior cidade do Equador, ficando atrás apenas da capital, Quito e de Guayaquil, no litoral. Está localizada a 2550 msnm e foi fundada em 1557, por ordem do Vice-rei do Peru, Andrés Hurtado de Mendoza. Mas os povos que aqui habitavam há mais de 8000 anos chegaram da Sibéria e acabaram se instalando na região, formando a civilização Cañari. Por volta de 500 a.C e 500 d.C, os Cañari desenvolveram agricultura, ourivesaria, trabalhos em cerâmica e com tecidos e a partir daí, o comércio com os povos andinos e com os povos da amazônias se intensificou. Por volta de 1460 os incas invadiram a região, consolidando o Império Tahuantinsuiu, e aumentando a sua produção agrícola, visto que os campos altos da região de Cuenca eram extremamente produtivos e a população inca só aumentava. Quando os espanhóis invadiram a região, encontraram uma cidade desenvolvida e, sem encontrar muita resistência, dominaram os cañari que agora faziam parte do Império Inca.
A principal característica geográfica da cidade de Cuenca é que ela é banhado por 4 rios: Tomebamba, Yanuncay, Tarqui e Machángara.
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Arquitetura colonial presente nas construções e a venda de flores, exportadas para outros países |
Outra dica é que os preços no Equador são em geral bem bons e mais ainda o combustível, que nós pagamos a média de U$ 1,00 o galão (3, 8 litros). Claro que nos locais turísticos o custo é mais elevado, mas para compras em geral usamos mercados populares, feiras-livres e outros estabelecimentos que os equatorianos usam no dia a dia.
Conhecemos muitos estrangeiros que vem para o Equador justamente pela estabilidade econômica mantida pelo dólar e por ser um país que está conseguindo melhorar significativamente questões como segurança pública, acesso e infraestrutura turística e um grande salto de qualidade na questão do saneamento básico e serviços a população. Nas nossas medições de qualidade de água, descobrimos que o Equador tem águas potáveis de excelente qualidade servidas à população em quase todo seu território! Motivo de orgulho para os moradores de Cuenca, que possuem água de excelente qualidade.
Nosso próximo destino na cidade de Cuenca era o Mirador de Turi, bem no alto do morro e de onde se tem uma vista privilegiada da cidade. Lá reencontramos nossos amigos/irmãos Luiz e Edu e também conhecemos muitos turistas ingleses, com quem conversamos e fizemos contatos. Quem sabe não os hospedamos em suas casas quando formos para a Europa?
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Vista panorâmica da cidade de Cuenca |
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Mirador de Turi, cidade de Cuenca, ao fundo |
Antes de seguimos para o Parque Nacional Cajas, local das nascentes do 3 principais rios que banham a cidade, fomos até o mercado público, onde compramos nosso jantar (bifes de coxão mole e tomates de árbol, chamados no Brasil de tomates japoneses).
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Tomates de árbol comprados |
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Sessão: batatas |
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Bifes de coxão mole. Carne de excelente qualidade, fresquinha! |
O Parque Nacional Cajas está localizado a pouco mais de 35 km de Cuenca e tem mais de 2000 corpos de água, destacando mais de 178 lagos distribuídos em seus 285 km² de área. Esses lagos e rios têm origem glacial e representam 60% da água distribuída em Cuenca. Nesse parque acontece a divisão das bacias hidrográficas do Equador, pois os rios Tomebamba, Yanuncay e Paute correm em direção ao Amazonas e os rios Balao e Cañar correm em direção ao Oceano Pacífico.
Aqui fomos conhecer a Laguna Llaviucu, cuja entrada é gratuita.
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Entrada do Parque Nacional |
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Trilhas sinalizadas ao redor da laguna |
Antes de seguirmos viagem, aproveitamos para comer um sanduíche gourmet na Dos Chorreras Hosteria, por U$4. Essa região é bem bonita e há inúmeras opções de lanchonetes e restaurantes para atender o turista.
ATENÇÃO: Um pouco de cuidado há de ser tomado com o trânsito e sinalizações nas ruas e rodovias. Em geral, as placas de sinalização estão posicionadas depois dos cruzamentos ou acessos, tornando o ato de dirigir algo bem desgastante, para evitar conversões ou rumos errados. Outro fato a considerar é que as rodovias NÃO possuem acostamentos. Algumas, nas montanhas, são bem estreitas, o que requer atenção triplicada ao conduzir.
Nosso caminho seguiu rumo norte para chegarmos a Quito, capital equatoriana. Então, antes de Riobamba decidimos dormir num Quartel do Bombeiros da localidade de El Tambo. O soldado Moisés prontamente nos ofereceu as instalações do quartel e aproveitamos para tomar um gostoso banho quente, até porque nesses dias todos o friozinho está insistindo e a chuva também está quase sempre presente.
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Com soldado Moisés, em El Tambo |
Indo em direção ao Parque Nacional Cotopaxi, fomos subindo os Andes e descobrindo as curiosidades locais. O clima não está ajudando muito e os vulcões estão encobertos, mas as belezas naturais e culinária particular desta parte do equador são incríveis. Além do cuy, porquinha da Índia, outro prato típico da região e que é servido de uma maneira bem peculiar é o porco assado, inteiro, vendido em fatias ou pedaços às margens das rodovias! Uma experiência única vislumbrar o bichinho pendurado, assado e cheiroso! Delícia das delícias!
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Estando na região de Cuenca (província de Azuay), aproveite para provar o porco assado |
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Prato típico: cuy! Estava U$10 a peça! |
Em Colta, já na província de Chimborazo, descobrimos a igreja mais antiga do Equador, construída em 1534: Iglesia Santísima Virgen María Natividad de Balbanera. Havia uma feira pública na cidadezinha e aproveitamos para comer uma
empanadita de queso e
tortilla de queso por U$ 0,50 cada!
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Iglesia Santísima Virgen María Natividad del Balbanera (1534) |
Chegamos a Latacunga ao entardecer, com chuva fina e frio. Esta cidade já foi destruída completamente por duas vezes sob a ação das erupções do vulcão Cotopaxi e a última atividade sísmica na região foi em agosto de 2015! Havíamos comprado um pacote de camarões num mercadinho, a bom preço, e aproveitamos fazê-los no bafo, acompanhado de banana caramelada e piña colada!!!
No dia seguinte iremos reencontrar nos amigos Luiz e Edu e os irmãos Alfredo e Cris no Parque Nacional Cotopaxi. Com o clima chuvoso que está fazendo nos últimos dias, provavelmente não iremos enxergar nenhum dos vulcões, mas pelo menos será divertido encontrar os amigos!
O Vulcão Cotopaxi é o terceiro vulcão ativo mais alto do mundo, com 5897 msnm! Chegamos a entrada do parque perto do meio-dia e não havia sinal de nossos amigos viajantes, que estavam vindo de Quito! Fizemos toda a estrada parque até a entrada norte e nada deles. Assim, voltamos em direção à entrada sul e lá pegamos a informação de que haviam feito o
check-in na portaria sul!
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Visitor Center do Parque Nacional |
Nosso encontro aconteceu perto da Laguna Limpiopungo e lá decidimos que eu e Marcos faríamos a trilha ao redor da Laguna, aproveitando a abertura de sol que nos brindou no momento e eles decidiram subir até o Refugio Jose Rivas, numa subida árdua para o carro. Dali, se anda mais um trecho para alcançar o refúgio! O frio e o vento estão intensos, afinal estamos a uma boa altitude!!
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Cavalos selvagens dentro do parque |
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Encontro do Viagem Família às margens da Laguna |
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Vista panorâmica do lago |
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Melhor vista do Vulcão Cotopaxi |
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Jantar com direito à fogueira e vinho! |
O acampamento foi feito num lugar abrigado ao lado da Cafeteria, que estava fechada, próximo da Laguna. No dia seguinte iremos até o Vulcão Quilotoa, cuja última erupção foi em 1280! Estamos contando com a sorte de pegarmos bom tempo!
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Cânion a caminho do Quilotoa |
Amanheceu frio e com muito vento! Quilotoa (3914 msnm) é o vulcão mais ocidental dos Andes equatorianos e possui uma caldeira cheia de água de mais de 3 km de extensão e 250 m de profundidade. O ingresso para ver a laguna é de U$ 1,50 por pessoa. Existe a opção de descer até a base da cratera, porém optamos por não fazê-la, visto que iria demorar bastante e Luiz/Edu e Alfredo/Cris tinham cronograma bastante restrito de tempo, pois estão voltando para o Brasil. Já nós queremos um pouco de calor, pra variar... Faz dias que a temperatura não passa de 10°C!!!
O visual da cratera do Quilotoa é lindo! Há muitas lojas, restaurantes e lanchonetes nos arredores do parque.
Saindo do Quilotoa subimos a 4000 msnm e dali foi só descida, pela E30, até a cidade de La Maná (580 msnm)!! A estrada é sinuosa e normalmente é usada para descer a serra apenas. Poucos são os loucos que a sobem, pois há outras opções menos abruptas que ligam a serra ao litoral!
Um pouco adiante de Quevedo paramos para dormir, num posto de combustíveis, onde o Rodolfo, frentista, nos mostrou as instalações com ducha!! A temperatura aqui, quase ao nível do mar, está em torno de 30°C, às 19h!
LITORAL
Nosso primeiro destino na costa do Equador foi Montecristi, a terra os chapéus Panamá, já citados acima. A cidade estava às escuras em função de uma tormenta e quando chegamos à cidade chovia muito! Na Secretaria de Turismo apenas pegamos um mapa com as informações da cidade e seguimos a pé pelas vielas buscando duas pequenas fábricas de chapéus, entendendo o processo de fabricação, que é extenuante e que na atualidade não têm mais adeptos. Hoje quase tudo é feito por máquinas. Porém os chapéus feitos à mão têm outra qualidade e os preços também acompanham essa característica.
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O artesão se apoia sobre o chapéu, fazendo pressão e tecendo as fibras!
Imagine as costas como ficam depois de um dia de trabalho! |
Deixamos Montecristi e seguimos para Manta, capital da província e cidade portuária. Observamos muito prédios interditados pela Defesa Civil com rachaduras provocadas por abalos sísmicos e também como a elevação dos oceanos está interferindo na geologia local. Muitos prédios, construídos na beira mar, agora estão tendo problemas, pois o mar está retomando sua área.
Passeamos pela costa, sentido sul, e encontramos um casal de franceses com seu neto que nos deram a dica de pernoitarmos em Cruzita. Aceitamos a sugestão e fomos até lá, buscando no IOverlander uma opção de pernoite. A Casa Jaguar é um local onde o Santiago Granja recebe viajantes. Ficamos hospedados dois dias em sua casa, acampando na rua e usando a casa como QG. Aproveitei para lavar roupas e festejar meu aniversário com amigos!! Coincidentemente havia outro brasileiro hospedado lá também, o Evandro Luis, mais conhecido como Evandro Penopedal, que está viajando de bicicleta "Tereza" desde 2004! Além de conhecer o lugar, aproveitamos para fazer um peixinho fresco frito e conversar bastante, pegando dicas sobre os locais do país para conhecer e montando o roteiro seguinte.
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Negociando peixe fresco na beira da praia de Cruzita |
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Almoço de aniversário com os amigos, Evandro e Santiago |
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Será uma instalação? Não, é lavação de roupa mesmo! |
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Brinde no café da manhã! |
Mais ao sul, em direção à Montañita, paramos em San Lorenzo, praia onde as tartarugas vêm desovar. Depois, Puerto Cayo e finalmente Salatitas, onde dormimos nas terras (na praia) de um senhor, Arturo Bárcia, que permitiu que pernoitássemos lá ainda nos trazendo
tortillas de maíz pela manhã.
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Playa de San Lorenzo |
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Praia demarcada com proteção nos ninhos de tartarugas |
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Trilha del faro, mais ou menos 40 min ida e volta |
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Playa de Salatita, no pôr-de-sol! |
SUBINDO A SERRA NOVAMENTE
Decidimos não descer mais ao sul, mas inverter a marcha, indo até Bahia e subindo parte da serra até El Carmen. Neste trajeto a subida não é tão íngreme e alcançamos o Ciudad de La Mitad Del Mundo no outro dia.
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Chegando ao Parque/Ciudad de La mitad del Mundo |
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Brincadeiras usuais: cada um num hemisfério! |
O Parque de la Mitad del Mundo é imperdível! Localizado a 26 km ao norte da capital, Quito, foi o local escolhido para celebrar a Missão Geodésica Francesa que aconteceu em 1736. Apenas em 1935 o governo equatoriano resolver erguer um monumento de 10 m de altura para homenagear a expedição francesa sob a orientação do geógrafo Luis Gudiño. Esse pequeno monumento foi substituído por outro, de 30 m de altura, de onde se pode ver todo o Parque e em cada andar há um museu explicativo e interativo.
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Parte interativa do museu do monumento: experimentos que comprovam teorias sobre movimentos da Terra |
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Painéis explicativos contando a história da Missão Geodésica Francesa |
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Colocando o ovo em pé: equilíbrio por ser o "meio do mundo"! |
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Museu do chocolate |
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Degustando o elixir!! |
Hoje, com a tecnologia e atuais GPS sabe-se que a Linha do Equador (Latitude 0°) fica a 240 m daqui, porém os estudos realizados no século XVIII são de uma precisão incrível. Temos de lembrar, também, que a largura da Linha do Equador é de 4 km, aproximadamente. Além do monumento, há ainda um planetário, a cidade de Quito em miniatura, restaurantes variados e lojas com souvenires. Além disso, existe a opção de experimentar cervejas artesanais, visitar o museu do chocolate e fazer degustação e conhecer a história do local através de painéis informativos.
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Apresentações culturais no pátio |
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Miniatura da cidade de Quito, a capital |
O custo é de U$ 5 o ingresso por pessoa e mais U$ 3 de estacionamento. Tivemos a felicidade de acompanhar apresentações culturais e danças típicas, além de passearmos pelo local, aprendendo sobre o porquê e como se calculou a posição da linha do Equador. Não é a toa que este é o lugar mais frequentado por turistas no Equador!
Deixar o Parque de la Mitad del Mundo e seguir para a cidade de Quito perto das 14h já deixou claro que só iríamos passear rapidamente pelo centro histórico da cidade. Estacionamos o carro numa praça e havia um segurança por ali. Perguntamos se era seguro e ele disse que iria ficar monitorando o espaço até às 17h! Assim, seguimos rapidamente até o setor histórico, tirando fotos aqui e ali.
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Igreja da Companhia de Jesus |
Quito, ou San Francisco de Quito, está a 2850 msnm, e foi construída sobre as fundações de cidade antiga inca, possuindo um setor histórico em estilo colonial, com muitas igrejas dos séculos XVI e XVII. Foi fundada em 1534 pelo espanhol Sebastián de Benalcázar. Ela é a segunda cidade capital mais elevada do mundo, atrás de La Paz, na Bolívia. Por estar situada na metade do mundo, possui apenas duas estações do ano: verão (seca) e inverno (chuvosa).
Assim como Cuenca, sua história está relacionada aos povos que vieram do Estreito de Bering e colonizaram a região entre 14000 a.C e 2000 a.C. Depois veio o domínio inca e pelos idos de 1500 o domínio espanhol.
Em 1541 Gonzalo Pizarro, governador de Quito, organizou uma expedição em que Francisco de Orellana, sem querer, descobriu o caminho para o Oceano Atlântico, tendo usado um bergantim através do rio Amazonas. Essa descoberta foi uma das mais importantes da história colonial das Américas.
Além disso, essa cidade foi palco de muitas revoluções e disputas de poder.
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Igreja de São Francisco |
Como toda cidade grande, Quito possui problemas! Muita gente desocupada nas ruas e trânsito confuso e caótico fazem com que se tenha que ter muita atenção, não "dando bobeira" pro azar!
Passeamos e voltamos pro carro 2h depois com gosto de "quero mais"! Temos de voltar pra conhecer mais e melhor essa cidade bonita!
Deixamos a cidade grande e seguimos rumo à divisa, parando num local denominado Parque Arqueológico Cochasquí. Este sítio arqueológico fica a uns 5 km de distância da rodovia principal e chegamos lá ao entardecer. Carlos, um funcionário que mora ali, nos recebeu o explicou que nas 2ª e 3ª feiras, o
camping está fechado! Porém, nos levou até as instalações para podermos tomar banho e já estava escuro quando voltamos, usando lanterna, para o lugar onde estacionamos nosso carro.
Nosso jantar foi um frango crocante que havíamos comprado algumas horas antes no KFC, na cidade de Quito, acompanhado de salada e pão com queijo!
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Área de cabanas para alugar nos finais de semana (U$ 40 por dia, cabanas para 4 pessoas), no sítio arqueológico |
Esse sítio arqueológico que pertenceu a Cultura Quitucara se estende por 84 ha e possui 15 pirâmides, 4 pequenos museus e 21 montículos funerários ou tumbas. As pirâmides tinham 3 funções principais: religiosas, astronômicas e militares. A cultura Quitucara se extinguiu quando os incas conquistaram a região, mas suas pirâmides em forma de T, com rampas, contam a história de um povo que viveu há mais de 1500 anos.
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Caminhando por entre as pirâmides |
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Observando a maquete demonstrativa das pirâmides e tumbas mortuárias |
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Casa da época dos Quitu-caras |
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Pirâmide 13, com calendário lunar e cerâmicas |
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Muitos dos montículos não foram pesquisados ainda |
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Calendário lunar |
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Casas de taipa |
Para conhecer o sítio os estrangeiros pagam U$ 3 por pessoa. As visitas são guiadas e a nossa guia foi a Jenny. Os guias são pessoas do povoado próximo, muitos descendentes de indígenas da região e que possuem treinamento específico. Alguns são bilíngues. Na pirâmide 13 existe um calendário lunar e lajotas cozidas. As primeiras pesquisas foram realizadas por Max Uhle, em 1913. Depois, se sucederam trabalhos de pesquisa em 1934, 1963 e 1986.
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Museu com peças coletadas no sítio arqueológico |
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Esqueleto encontrado numa das tumbas |
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Cerâmicas ornamentadas |
No caminho para a divisa com a Colômbia, passamos pela cidade de Tabacundo, importante produtora de flores para exportação e com centenas de estufas especiais para este cultivo. Além das flores
in natura, fazem arranjos e enfeites com as flores dando forma de bichinhos e outros objetos. Incrível de ver a criatividade e a beleza dos ornamentos e das flores.
Existe o hábito cultural de se ter flores vivas em todos os locais comerciais e mesmo nas casas das pessoas no Equador. Por este motivo, a produção e venda de flores é tão popular no país.
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Enfeites em forma de bichinhos com flores |
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Barracas de flores por toda a cidade |
Chegamos à cidade de divisa, Tulcán, já perto do anoitecer e por questão de segurança (muito trânsito e gente indo e vindo da Colômbia), optamos por dormir em um
hostal. Após algumas pesquisas achamos o Hostal Mi Madrigal, onde o Darwin nos mostrou os quartos e optamos por um com janelas, por U$ 8 por pessoa. Existem opções mais baratas, de quartos sem janelas ou com banheiro coletivo... Este foi o melhor custo x benefício encontrado na cidade. O quarto era bem bonitinho e limpinho. Não tem elevador, portanto chegamos ao 3º andar caminhando!!
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Jantar especial: espetinho misto por U$ 1 cada!! |
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Esses letreiros coloridos com o nome da cidade são uma febre em todo lugar! |
Tulcán é uma cidade fronteiriça, sem muitos atrativos, porém um lugar imperdível para se conhecer é o cemitério! Esculturas feitas nos arbustos dão um toque especial ao lugar e atrai centenas de visitantes, pela criatividade e beleza das formas. Quando estivemos lá, vimos a manutenção sendo feita e os "artistas" trabalhando para dar forma aos arbustos. Vale a visita!!!
O Equador é um país incrível, com paisagens muito bonitas e contrastantes! Está dividido em 3 áreas:
costa/litoral do Pacífico,
sierra/Cordilheira dos Andes e
floresta amazônica, que não conhecemos desta vez!!
Despedimo-nos do Equador com uma sensação de que iremos voltar um dia para desbravar mais e melhor seus encantos!!!
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