Viagem Família______________________________________

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terça-feira, 2 de abril de 2013

Percorrendo a mítica Ruta 40 - Argentina, de Norte a Sul



Trafegar pela Ruta 40 é como imaginar-se na Route 66, nos Estados Unidos: é uma estrada cheia de histórias, paisagens e maravilhas a cada curva! Com seus 5.140 km de comprimento, é uma das rodovias mais extensas do mundo e liga o sul da Argentina, na Província de Santa Cruz (no Estreito de Magalhães) ao extremo norte, divisa com a Bolívia, em La Quiaca, na província de Jujuy.  Além de ser a estrada mais famosa da Argentina, também é a mais mítica, com histórias e lendas que povoam seus milhares de quilômetros.  Às vezes, é larga e asfaltada, outras vezes tão estreita e tímida que mais parece uma estradinha interiorana abandonada. Em tempos mais remotos, trechos da Ruta 40 foram utilizados por povos pré-colombianos e pré-incaicos, nos seus deslocamentos e desenvolvimentos locais, e, desta forma, esta rodovia, faz parte da própria evolução e desenvolvimento da Argentina. Percorrer a Ruta 40 é uma experiência de vida, pois vive-se todos os climas, altitudes, comidas e costumes de norte a sul da Argentina. Paisagens lindas e surpreendentes fazem parte dessa experiência, venha conosco!

Para descrever os trechos já percorridos pelo Viagem Família, vamos optar pelo caminho inverso!!! Como a cidade de  La Quiaca está geograficamente mais próximo do Brasil, vamos tomar a liberdade e começar por ela!!!!! Iniciaremos pelo norte da Argentina já na divisa da Bolívia e vamos ao sul, até o Estreito de Magalhães, no finzinho da Patagônia Argentina. Acompanhem-nos nessa aventura! Vocês irão se apaixonar, como a gente!!!

Divisão regional:
- NORTE = incluindo as províncias de Jujuy, Salta, Catamarca e um pedacinho de Tucumán.
- CENTRO (chamado de CUYO) = La Rioja, San Juan e Mendoza.
- PATAGÔNIA (ao sul) = Neuquen, Chubut e Santa Cruz (uma das províncias mais lindas e cheias de atrativos).

La Quiaca é uma cidade fronteiriça, sem muitos atrativos com aproximadamente 14.000 habitantes localizada a 3442 metros de altitude. Sua maior importância é a de ser a cidade que faz divisa com Vilazón na Bolívia. Por este motivo tem intenso movimento e estrutura razoável, tendo todos os problemas e vantagens de uma cidade fronteiriça.  Descendo mais um pouco ao sul, chega-se a região de Susques, que fica em pleno Paso de Jama e de onde se desce a Quebrada de Humahuaca (Ruta 52), que é imperdível!!!
Luiz na placa indicativa na Ruta 40!(Susques)

Um dos únicos lugares bonitos da cidade de Susques: Iglesia Virgen de Belén (séc. XVI)
Primeira referência à Ruta 40!
Susques fica a 200 km da capital da província, San Salvador de Jujuy, e possui pouco mais de 1200 habitantes, estando a 3675 m de altitude. Quase não tem infraestrutura turística, possuindo poucas pousadas e locais de alimentação. Tem comércios pequenos e carece de atrações turísticas, fazendo com que seja um local de passagem ou pouso ocasional. É  o povoado mais próximo da divisa com o Chile, que está a pouco mais de 140 km de distância.
Salinas Grandes:  com 2000 m² de superfície, próximo de Susques
 - maior salar da Argentina
Quebrada de Humahuaca (Ruta 52): uma das rodovias mais lindas do mundo!

Seguindo pela Ruta 40, vai-se de Susques a Santo Antônio de Los Cobres, onde é o ponto de chegada do Trem das Nuvens (que sai de Salta).
Às margens da ruta, um aperitivo do Sierro 7 Colores

Santo Antonio de Los Cobres (3750 m) é uma pequena cidadezinha, com aproximadamente 2000 habitantes e que nos acolheu quando passamos por aqui em nossa primeira aventura, em janeiro de 2008.   Aqui fica o ponto mais alto da rodovia, chegando a 4952 m de altitude, já na província de Salta. É um lugarejo com casas térreas, que vive basicamente das minas da região! Possui alguma estrutura básica de turismo que com o passar dos anos está se aprimorando.
Vista da cidade de Sto. Antônio de Los Cobres

Nosso alojamento, dentro do Quartel

Quando fizemos nossa primeira viagem juntos, para Machu Picchu (Peru), em 2007/2008, resolvemos voltar do Chile para a Argentina pelo Paso de Sico e chegamos à Sto. Antônio de Los Cobres à noite, com chuva!!! A temperatura já estava perto de 0°C e o único local em que encontramos pouso foi no Quartel do Exército. O comandante nos recebeu super bem e providenciou cobertores para todos. Assim, dormimos "como anjos" num belo alojamento de triliches!!! Viva o Convenção de Genebra! Assim fica a dica: se não encontrar pouso regulamentar, vá ao Quartel, pois eles também podem receber hóspedes. Nós resolvemos dar um valor em dinheiro pelo auxílio, visto que nada ia se cobrado.
Ruta 40 - próximo de Sto. Antônio de Los Cobres - rípio e precipícios abaixo de 0°C!
Avistando a estrada de ferro: Tren a las Nubes

A Ruta 40 foi criada a partir de uma lei de 1932 e 4 anos mais tarde foi estabelecido que as rutas de 1 a 50 seriam aquelas que ligariam as capitais das províncias e as de números entre 32 e 40 seriam aquelas que fariam os percursos de norte a sul. Assim sendo, estabeleceu-se que a Ruta 40 seria aquela mais "encostada" nos Andes. Seu traçado aproveitou alguns trechos de estradas pré-incaicas  e, na Patagônia, se aproveitaram os caminhos percorridos pelos índios Tehuelches. 
Viajar pela Ruta 40 é viajar pela história da Argentina!

Em nossa viagem ao Uyuni (Bolívia), no ano de 2011/2012, percorremos outro trecho da Ruta 40, já na província de Salta e que passa por Cafayate. Essa região é rica em vinícolas e frutas e possui muitas Quebradas - "canyons" - (Quebrada de lo Bispo, Quebrada de las Flechas, Quebrada del Rio de Las Conchas, a citar), sem contar o Parque Nacional de los Cardones (Cactus) -  que é espetacular e fica perto de Cachi - e que pertencem ao Valles Calchaquíes.
Subindo a Ruta 33, sentido a Cachi, onde encontramos a Ruta 40 novamente!
                                    

Cardones a perder de vista...
Cachi é uma cidade muito charmosa e pequena, situada a 157 km de Salta e fica a 2189 m de altitude. Para se chegar até lá, sobe-se a ruta 33 em estrada boa (sinuosa) parcialmente asfaltada. A subida é linda e possui paisagens de tirar o fôlego. Apesar de ter longos trechos em estrada de terra, é possível percorrê-la sem maiores problemas.
Cachi -Iglesia San Jose (séc. XVIII) - estilo colonial
                                     


Aqui continuamos novamente pela Ruta 40...
Ruta 40 - Sinuosa, estreita e com muita areia e pó!

Percorremos mais uns 140 km até chegarmos a Cafayate, nos vislumbrando com Quebradas e paisagens lunares incríveis, além das videiras carregadas.
Quebrada de las Flechas
                                     


Passamos pelo povoado de Molinos, fundada em meados do século XVII e cujas casas e construções são feitas em adobe. Sua igreja (Iglesia de San Pedro Nolasco)  foi construída em 1639. 
Molinos - confluência dos rios Humanao e Luracatao


Cuesta del  Obispo: observe que na placa da quilometragem, aparece: Ruta 40
- aqui não há totens demarcando a rodovia, pois muitos foram roubados ao longo dos anos!

Abutre atravessando a ponte sobre o Rio Calchaquí, uma das 236 do total

A Ruta 40 possui 236 pontes, cruzando importantes rios argentinos de norte a sul.

Chegamos a Cafayate a tempo de passearmos um pouco pela cidade antes do anoitecer! É uma cidade com um pouco mais de 10 mil habitantes e fica a 188 km de Salta (capital da província). Não há consenso sobre a sua fundação, mas diz-se que em 1817 foi construída a sua primeira capela, em homenagem a N. Sra. do Rosário.
Cafayate - Iglesia  Nuestra Señora del Rosario 

Rua da cidade de Cafayate

Uma das inúmeras vinícolas da região

Essa região foi povoada por pessoas de todas as partes e os primeiros a produzirem vinhos na região foram os jesuítas da Companhia de Jesus. O clima temperado e a baixa umidade do ar são propícios para a produção de vinhos, sobretudo o Torrontés (branco frutado, originário da Espanha, tipo moscatel). Além do Torrontés, também se produzem o Malbec, Cabernet-Sauvignon, Merlot e Tannat. A cave mais antiga é Vasija Secreta, de 1857, e que já ganhou diversos prêmios internacionais.

No dia seguinte, seguimos pela Ruta 40 até Tafí del Valle (Ruta 307), já na província de Tucumán.

Aqui há um hiato, pois esse trecho, que vai de Santa Maria até Mendoza, por enquanto, nos é desconhecido, porém, as informações disponíveis atestam que a maior parte está asfaltada e possui muitos sítios arqueológicos pré-hispânicos e muito artesanato em tecido! A cidade de Belen é conhecida pelos tecidos catamarquenhos (província de Catamarca) de vicunha, lhama ou ovelha, feitos em teares rústicos. São famosos os ponchos produzidos por essas paragens!
Assim atingimos a região meridional, chamada de Cuyo, e que vai de Alpasinche a Mendoza, seguindo até
Barrancas.
Caminhando pela "calle peatonal"- rua para pedestres, em Mendoza

Mendoza é a capital da província de mesmo nome, possuindo aproximadamente 150 mil habitantes, sendo a 4ª cidade argentina mais populosa (ainda mais se contarmos com seus arredores, conhecidos como Grande Mendoza). É um importante produtor de vinhos e azeites e briga com a província de Córdoba, sobre a paternidade do alfajor (deliciosa espécie de carolina recheada com os mais diversos sabores!! Imperdivel!)
Fábrica de Alfajores - em Carlos Paz

A cidade de Mendoza fica encostada nos Andes, a pouco mais de 800 m de altitude. 
Foi fundada em 1561 e visitada, na segunda metade do séc. XIX, pelo naturalista Charles Darwin que fez referências a aspectos culturais, geológicos e biológicos da região em seus estudos.
Avistando o Aconcágua. Vista que se tem da estrada que liga Mendoza a  Uspallata

                                

           Sempre margeando a Cordilheira dos Andes, a Ruta 40 vai permeando as províncias de La Rioja, Mendoza e San Juan, presenteando o viajante com paisagens estonteantes e de tirar o fôlego.
           Atingindo a Patagônia Argentina, percorre-se as províncias de Chubut, Rio Negro e Neuquén.
Esse trecho foi percorrido por nós, do Viagem Família, quando fizemos a viagem à Ushuaia, em 2010.

Ruta dos 7 Lagos 
           Reencontramos a Ruta 40 (em nossa aventura à Ushuaia/2010) quando entramos novamente na Argentina, pelo Paso Tromen O'Mamuil Malal, vindos de Pucón, no Chile. Assim, antes de chegarmos a San Carlos de Bariloche, ou simplesmente, Bariloche, como chamamos aqui no Brasil, passamos pelas cidades de Junin de los Andes e San Martin de los Andes, vindo a dormir em Villa La Angostura, às margens do Lago Nahuel Huapi.
         Junin  de Los Andes ainda é na província de Neuquen e é a localidade mais antiga desta. Nela ocorreram uma série de disputas por terra junto aos mapuches, e foi oficialmente fundada em 1883, tendo atualmente, mais de 13 mil habitantes. É o local de saída para se visitar o Vulcão Lanin, no Parque Nacional Lanín (na cidade de San Martin de los Andes) e há muitas outras opções de passeios. 
Encontramos mais uma das famosas placas indicativas da Ruta 40 - San Martín de los Andes

Lago Traful
Villa la Angostura é considerada uma das aldeias mais lindas da Patagônia. Apesar de sua população flutuante ultrapassar 12 mil habitantes, ainda assim mantém o título de aldeia. Possui boa infra estrutura hoteleira e de alimentação, com restaurantes espalhados pela sua avenida principal. Aqui pode-se alugar cabanas para passar uma temporada, por exemplo. 

Turma do Viagem Família na "praia" do lago Nahuel Huapi - Villa la Angostura

O Lago Nahuel Huapi é um lago de origem glacial, com profundidade de até 450 m, e que possui diversas ilhas, sendo a mais importante ou famosa, a Isla Victoria.
Lago Nahuel Huapi - região de San Carlos de Bariloche
San Carlos de Bariloche fica na província de Rio Negro e é a porta de entrada de uma das mais belas regiões do mundo, possuindo montanhas/picos nevadas, lagos, rios, glaciares e uma flora exuberante! Suas contruções são de pedra e madeira, bem típicas da região alpina. Seu nome remonta à língua mapuche, "Vuriloche" que significa "povo de trás da montanha".


San Carlos de Bariloche - uma cidade pequena com muitas opções e agitação!
Possuindo aproximadamente 130 mil habitantes, foi fundada em 1895, por um imigrante alemão, Karl Wierderhold. É famosa pelas estações de esqui (Cerro Catedral), mas possui muitas outras opções depasseios (cidadezinhas vizinhas) e locais bonitos a serem visitados. Há Museus Paleontológicos, cassinos, institutos de pesquisa e até o Museu do Chocolate. 

Cerro Catedral


Ruta 40 - região dos 7 Lagos
Alfazemas na beira da estrada
        Seguindo pela Ruta 40, chega-se a cidade de Perito Moreno - não confundir com o Glaciar Perito Moreno, que fica uns 400km mais ao sul. Dali, seguimos para a atração Cueva de las Manos, onde há inscrições rupestres que vão desde 7300 a.C até o ano 1000 d.C. Nessa região nasce o rio Deseado e se está muito próximo do Lago Buenos Aires. 

Vale do Rio Pinturas - Cueva de Las Manos

Cueva de Las Manos - Perito Moreno
         Continuando pela Ruta 40 ao sul, imperdível a visita à cidade de El Chaltén (na Ruta 23, aproximadamente, 90km), onde fica o famoso pico Fitz Roy, com seus 3375m de altitude. Montanhistas experientes e amantes do trekking vão à cidade, de pouco mais de 500 habitantes, para praticar esportes de aventura na montanha mais difícil do mundo! El Chaltén é considerada a Capital Mundial do Trekking!

Ruta 23 - acesso à El Chaltén
Fitz Roy (3375m) - El Chatén 
Vista da cidade de El Chaltén, com as montanhas ao fundo. Em destaque, Fitz Roy.
De El Chaltén a El Calafate percorre-se, aproximadamente, 200 km em estradas boas, de asfalto e o visual é deslumbrante! 

El Calafate (acessada pela Ruta 11, distante 40km da Ruta 40) é a cidade mais próxima do maior glaciar do mundo o Glaciar Perito Moreno. Está situada no Parque Nacional dos Glaciares! É uma cidade com boa infraestutura, que é utilizada como ponto de apoio para os passeios aos glaciares (Perito Moreno e Upsala). Há supermercados, oficinas mecânicas, lojas com materiais de camping, trekking e escalada. Há, também lavanderias, hostels e o Museu Multilinguagem de El Calafate, com fósseis de dinossauros, linha do tempo com os primeiros habitantes da região, os Aonikenk. 
Museu Multilinguagem - El Calafate

Fóssil de Megatério
Os extensos lagos Viedma e Argentino são usados para pesca desportiva e esportes náuticos.  Há, também, o Parque de Nieve El Calafate, com esqui, a 17 km do centro, possuindo pistas de nível intermediário, alto e extremo, com extensões de até 3000m. 
Glaciar Perito Moreno - dentro da Reserva Prov. Pensínsula de Magallanes

Trekking sobre o gelo


Ainda seguindo pela Ruta 40, ao sul, passa-se bem perto da cidade de Puerto Natales (Chile), percorrendo-se um trecho de 65 km de rípio. 
As cidades são pequenas e não possuem infra-estrutura, portanto, abasteça seu veículo e compre alimentos, pois nesse trecho não há muitas opções.  Recomendamos que passeios, excursões e aventuras na região sejam baseados em Puerto Natales que está preparada para receber todos turistas com lojas, oficinas mecânicas, hotéis e mercados. Sempre tenha em mente que é uma cidade muito sujeita a vento e frio intenso, mesmo no verão.
Dali, segue-se a leste, 250 km, até Rio Gallegos (capital da província), em estrada de rípio, paralelamente ao rio Gallegos. 
Rio Gallegos
Rio Gallegos possui, aproximadamente, 80 mil habitantes e é a capital da província de Santa Cruz, conhecida com "cidade dos ventos" Possui museus, complexo cultural, e o imperdível  Isla Deseada e de lo Pinguinos onde podem ser observados os mais diferentes espécimes de vida animal selvagem  (acesso pela Ruta 3 e provincial 55). 

Estreito de Magalhães - 
          De Rio Gallegos até o Estreito de Magalhães, percorre-se 120 km, pela Ruta 3 (Argentina) e Ruta 255 (não esquecendo que o Estreito fica no Chile). A famosa Ruta 40 acaba/inicia pouco antes/depois de Rio Gallegos, nos entrocamentos das Rutas 5 e Provincial 53. As marcações oficiais iniciam neste lugar e seguem em direção ao norte, exatamente ao contrário do roteiro que descrevemos até aqui. Para se atingir o Estreito de Magalhães e seguir a Ushuaia, percorre-se (toda em rípio), a parte chilena, com intenso movimento de caminhões e veículos em geral, pois é a única opção rodoviária para se atingir o ponto mais austral (ao sul) do mundo. O Paso de Integración Austral fica a 65 km do centro da cidade e os trâmites são demorados, pois o movimento é muito grande. Caso faça a entrada no Chile, tenha bastante paciência!

Esperamos que essas informações ajudem a todos que queiram percorrer a Mítica Ruta 40, importante estrada que cruza a Argentina de norte a sul (ou de sul a  norte)!  Seria pretensão nossa aqui querer resumir toda a Ruta 40 nesse pouco espaço, mas a nossa intenção é mostrar o caminho básico dessa indispensável rodovia para a integração argentina.
Mantenha sua documentação em dia, pois como a Ruta 40 margeia os Andes, perto do Chile, há a  possibilidade de você querer conhecer algumas atrações chilenas, que distam poucos km do eixo principal. Assim, o passaporte é bastante recomendado e facilitará seus trâmites. 

BOA VIAGEM!!! DIVIRTA-SE BASTANTE!!!