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A imensidão dos Lençóis Maranhenses, em Santo Amaro do MA |
Deixamos o estado do Pará para trás, com gosto de "quero mais" e seguimos para o Maranhão, o primeiro estado da região Nordeste nesta viagem! Trocamos os carapanãs pelas muriçocas (que no fundo são a mesma coisa e incomodam em qualquer local)!!! rsrsrsr
Como estamos no inverno amazônico onde chove todos os dias, e às noites também, principiou infiltração de água na nossa barraca de teto.
Mesmo selando melhor algumas costuras, essa infiltração continuou e descobrimos que não eram as emendas e costuras, mas o próprio tecido da cobertura superior que apresentava desgaste pelo atrito. Afinal milhares de aberturas e fechamentos, aliados ao atrito causado no deslocamento em viagem causaram buracos no tecido. As intensas chuvas que nos atingiram no Pará, deixaram claro que a capa de proteção/cobertura de nossa barraca estava com a estanqueidade comprometida! Buscamos a solução definitiva, efetuando a troca da mesma. Para isto, usamos como base operativa o endereço fixo de um amigo em São Luís, capital do Maranhão, para solicitar uma nova cobertura para a Empresa Blue Camping, do nosso amigo Julio Vahldieck, e fomos direto para lá. O Archer, também viajante, nos recebeu em sua casa, na Raposa, município vizinho à capital, onde acabamos estendendo nossa permanência que deveria ser de uns 10 dias, para mais de um mês e meio.
É claro que nesse tempo de estadia acabamos executando diversos trabalhos para ajudar nossos anfitriões, procedimento que já tornamos corriqueiros e naturais. Sempre ajudamos quem nos ajuda, e acabamos sempre fazendo trabalhos voluntários ou remunerados na região onde nos fixamos por algum tempo. É uma troca de energia e conhecimentos que nos gratifica e resolve problemas para outros.
São Luís, capital do estado do Maranhão, fica numa ilha, chamada de Upaon-Açu, onde também ficam as cidades de São José de Ribamar, Raposa e Paço de Lumiar. Para alcançá-la, optamos por um caminho mais curto - BR 308/MA 106, não seguindo pela BR 316 depois de Gov. Nunes Freire - e que faz a travessia da baía de São Marcos saindo de ferryboat de Cujupe (Itaúna) em direção a São Luís (Ponta da Espera), trajeto feito em 45 min, aproximadamente, a um custo de R$ 140,00 - U$28 (carro com motorista + passageiro).
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Ferryboat chegando à Ponta da Espera |
Nossos amigos Archer e Taynara nos acolheram oferecendo abrigo e amizade num momento bastante complicado, visto que poucos dias depois de nossa chegada, minha sogra, mãe do Marcos, faleceu no Sul (em Curitiba - PR) do Brasil. Não foi nem possível conseguir uma forma de retornar ao sul para os procedimentos necessários, assim nossas lágrimas foram solitárias e longe de tudo.
Aproveitamos nosso tempo aqui em São Luís para consertar um vazamento no radiador do Garça, trocar as molas traseiras (uma delas tinha quebrado nos inúmeros buracos da rodovia "maravilhosa" de Lethem a Georgetown, na Guiana) e efetuar a troca da cobertura da barraca. Também auxiliamos nossos amigos com serviços necessários e efetuando aquela troca boa e saudável, onde "um ajuda o outro"!
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Troca de molas necessária, pois uma delas estava quebrada desde a Guiana |
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Repassando o spray impermeabilizante na parte de baixo da barraca... a cobertura nova ainda não tinha chegado!
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Os dias foram passando e além de diversos passeios e atividades na região, revisitamos a capital, São Luís, após 8 anos... estivemos aqui no Maranhão por ocasião de nossas Bodas de Prata (dez2015/jan2016) e você pode conferir nossas impressões e aventuras naquela época, visitando o link: https://www.viagemfamilia.com.br/2016/01/sao-luis-capital-do-maranhao.html e também na outra postagem, onde contamos sobre nossa viagem naquela época: https://www.viagemfamilia.com.br/2016/01/rumo-carolina-chapada-das-mesas-maranhao.html
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E a cobertura nova chegou... |
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Agora "nosso ninho" já com cobertura nova! |
Revisitando a cidade...
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Praça em frente à Igreja do Carmo |
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Igreja do Carmo |
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Mercado Público |
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Vielas do centro histórico |
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A beleza escondida num sobrado centenário abandonado |
Enfim... relembramos a capital, conhecendo locais diferentes e interagindo com a população local em diversas ocasiões. Interessante observar que mesmo já tendo estado na cidade uma vez, muito pouco nos ficou na memória!!! Então voltamos a São Luís e a conhecemos desta vez... pelo menos agora, os casarões, os azulejos, a arquitetura ficou guardada em nossa memória! Infelizmente as obras de restauro do centro histórico e arredores é muito lento e mesmo tendo sido tombado pelo IPHAN, desde 1997, o que se vê é muito abandono e descaso com a história.
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Forte de Santo Antônio da Barra (fins do séc. XVII), localizado no espigão da Ponta d'Areia |
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Museu de Embarcações Maranhenses (dentro do Forte): com réplicas de 17 tipos de embarcações tipicamente usadas no estado |
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Além de um Museu de Embarcações típicas maranhenses, há também um salão com alegorias e outros símbolos relativos ao Bumba-meu-Boi e outras manifestações folclóricas do estado |
Um pouquinho de história...
A única capital brasileira fundada por franceses, em 1612, São Luís tornou-se portuguesa quando as tropas venceram a Batalha de Guaxenduba, em 1614. Alguns anos mais tarde, em 1641, foi a vez dos holandeses invadirem a área para tomar a produção açucareira da região (como já haviam feito em outras áreas da região nordeste). Nesta invasão, a cidade de São Luís foi saqueada e o governador da cidade foi feito prisioneiro. Durante um ano os holandeses foram tomando conta do estado e saqueando toda a produção de açúcar, além do tabaco, sal, azeite, cravo, algodão, aguardente, couro, farinha de mandioca e baunilha,... Finalmente em 1644, após uma batalha sangrenta, os holandeses foram expulsos e desocuparam a capital.
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A Ilhinha, no bairro São Francisco, hoje revitalizada |
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Fonte do Ribeirão (1796): era uma das fontes que forneciam o abastecimento de água potável para os moradores |
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Na fonte vivem centenas de peixinhos, atestando a qualidade da água |
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Catedral Metropolitana - Nossa Senhora da Vitória |
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Os altares estavam cobertos, pois era época de quaresma. Seu retábulo de talha dourada é do séc. XVII, uma representação da arte barroca |
O edifício construído inicialmente pelos jesuítas, em 1622, tinha por objetivo abrigar um colégio e em 1690 a igreja atual foi erguida utilizando-se mão de obra indígena. Com a expulsão dos jesuítas, em 1759, os bens da Companhia de Jesus passaram à Coroa. A igreja, então, passou a ser a catedral da cidade e após reformas que alteraram seu projeto inicial, no início do séc. XX, ela passou a ter 2 torres.
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Palácio dos Leões - sede do Governo do estrado |
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Existe a visitação guiada, gratuita |
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Lindos salões em diversos estilos, que ainda hoje são utilizados em ocasiões especiais |
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Descendo a ladeira para encontrar o Mercado das Tulhas |
O Mercado das Tulhas - Feira da Praia Grande - tem sua história iniciando lá pelos idos de 1800, quando um terreno em frente ao mar foi aterrado e comerciantes locais usaram o espaço para fazer um comércio, composto por muitas barracas, onde se vendia de tudo (menos carne bovina). Apenas em 1861 é que foi concluída a obra de construção do atual mercado, substituindo os antigos barracos por uma construção mais sólida e higiênica.
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No Mercado das Tulhas pode-se encontrar de tudo: temperos, roupas, lembranças, lanchonetes |
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Espigão da Ponta d'Areia |
São José de Ribamar e a Praia de Araçagi
São José de Ribamar, distante aproximadamente 35 km de São Luís, possui aproximadamente 180 mil habitantes e é a cidade natal de nosso amigo Archer. Localizada de frente para a baía de São José, a cidade era originalmente ocupada pelos indígenas gamelas e depois a área foi doada para a Companhia de Jesus, em 1627. O nome da cidade é uma homenagem ao padroeiro do estado, São José.
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Nós e Archer em frente à Igreja Santuário de São José |
A cidade possui um dos Santuários mais importantes do país e a Igreja Matriz recebe fiéis anualmente em setembro, quando ocorrem 10 dias de festa (na lua cheia). Conta a lenda que durante uma tormenta a tripulação de um navio que vinha de Lisboa foi salva após invocar o nome do santo, na baía de São José, e construíram uma capela em sua homenagem, lá colocando a imagem de São José.
Durante a romaria, os romeiros saem de Paço do Lumiar e vão a pé até São José de Ribamar, teoricamente refazendo o trajeto feito pela imagem de São José (trazida no séc. XVII), quando os fieis resolveram tirá-la de sua ermida original (a capela construída pelos náufragos) e levá-la até a vila vizinha (Paço do Lumiar), ao que a imagem retornava milagrosamente sozinha ao ponto original. Entendendo que ali era o seu lugar, construíram a Igreja Matriz no lugar da capela. A igreja matriz foi destruída 3 vezes, quando finalmente fizeram sua construção com a frente para o mar!
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Carnaval de Lava Pratos (ocorre uma semana após o Carnaval "normal"): a festividade ocorre desde 1946, "Carnaval da Vitória" - em homenagem à participação positiva dos pracinhas na 2ª Guerra Mundial |
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Archer e Marcos em frente à réplica da Capela de Fátima |
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Monumento a São José do Ribamar, com 33 m de altura |
Após passearmos pelo centro histórico da cidade natal de nosso amigo, Archer, fomos à praia de Araçagi, também pertencente ao município.
A Praia de Araçagi faz parte de São José de Ribamar e ali se percebe claramente a grande amplitude de maré existente nesta porção do Brasil, que chega a 8m, em alguns lugares. Os banhistas chegam com seus carros na praia, durante a maré baixa (quando se formam piscinas naturais), e alguns são surpreendidos após algumas horas (cada maré dura 6 horas), quando a maré sobe rapidamente e seus carros são alcançados e alagados ou até mesmo são arrastados pela força das marés...
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Passeando de carro na praia... observem que a maré está recuando |
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Nosso passeio foi feito no "Pikachu", uma Toyota Bandeirante 1962 |
O local se desenvolveu muito nos anos 1990 e hoje é um bairro que recebe uma população de classe média alta de São Luís. Seu nome, Araçagi, vem do tupi e significa "água do araçá". Além da Praia do Meio, ou Praia de Ponta Grossa, também o Farol de Araçagi é um ponto turístico da região (pena que é fechado para visitação).
Raposa e as Dunas de Carimã (Fronhas Maranhenses)
Esta pequena cidade, fundada no final dos anos 1940, conta com aproximadamente 31 mil habitantes. Tradicionalmente ocupada pelos indígenas potiguaras, Raposa só passou a município em 1994, quando se separou de Paço do Lumiar. A atividade pesqueira é o motor econômico da cidade e muito do pescado vendido na capital vem daqui. Com embarcações de diferentes tipos (bianas, catamarãs, lanchas,...) o tráfego de canoas é intenso nos igarapés e movimentam a economia local.
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Do molhe construído há poucos anos pode-se observar os barcos entrando e saindo do canal do Curupu |
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Buscando pescado fresco na Raposa |
Povoado originalmente por migrantes cearenses, o Corredor das Rendeiras traz a tradição das rendas de bilros em diferentes peças (toalhas de mesa, blusas, enfeites, redes), e no local ainda se pode ver as rendeiras trabalharem em suas "almofadas de renda".
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Rendas de bilros artesanais |
"Moramos" na Raposa por, aproximadamente, 45 dias e acabamos nos inserindo na comunidade local, efetuando nossas compras de pescado por ali, além de passear pelas ruas da vila. Mais uma vez, "os gringos" se inserindo nas comunidades locais. Amamos essas experiências! Aprendemos muito e compartilhamos conhecimentos. É gratificante!
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Peixes secando ao sol |
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Farol de Araçagi, na Raposa (não é permitida a visita) |
Bem próximo do Farol, acabamos conhecendo um casal muito bacana... Diane é artista plástica e Carlos, seu marido, um "professor Pardal" criativo, e eles também estão começando a viajar e acabaram se inspirando e pegando algumas dicas conosco. Foram muitos bate-papos gostosos, onde aprendemos sobre manifestações folclóricas locais e muitas outras curiosidades.
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Com Carlos e Diane, amigos queridos |
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O Bocão |
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Peças em cerâmica confeccionadas pela Diane |
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A história deste São Francisco de Assis é maravilhosa e inspiradora... |
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Conchas e outros artigos de artesanato |
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Casario em palafitas, na Raposa |
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Meio de transporte comum e corriqueiro |
Atravessando o canal do Curupu com um barquinho (R$ 5,00 -U$1 - por pessoa), chegam-se às Fronhas Maranhenses ou Dunas de Carimã, poças ou lagoas de água doce (algumas salobras) onde se pode banhar e curtir a paisagem tranquilamente, após uma caminhada de uns 1,2 km. O lugar é visitado durante os finais de semana, quando são oferecidos passeios de catamarã, com duração de 4 horas, a um custo de R$ 60,00 (U$12) por pessoa. Nós aproveitamos uma linda quarta-feira, tranquila, onde fizemos o passeio de R$ 5,00 (U$1), e tivemos o privilégio de estarmos sozinhos, curtindo toda a beleza do local.
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Canal do Curupu |
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Curtindo as lagoas das Fronhas |
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Algumas lagoas possuem vegetação sobre as águas e também gramíneas no solo |
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Hora do relax |
Alcântara
O município de Alcântara faz parte da região metropolitana de São Luís, mas fica do outro lado da baía de São Marcos, sendo apenas alcançada por barco que sai do terminal hidroviário - Cais da Praia Grande - ao lado do Palácio dos Leões. Existe outro caminho terrestre por rodovia, mas seu acesso se dá pela BR 316 ,bem mais ao norte. Quem vem do norte pode optar por qualquer um dos caminhos. um por via terrestre e outro por balsa.
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Passagens compradas... hora de embarcar |
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Com as amigas mineiras de Cons. Lafayete, Marli e Fátima (em frente) |
Contando com pouco mais de 20 mil habitantes, originalmente o povoado de Tapuitapera era habitado pelos indígenas da etnia tupinambá. Daniel de La Touche, francês, líder da expedição que deu início à colonização do norte do Brasil, em 1612, foi o primeiro a entrar em contato com os indígenas, construindo a primeira capela.
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Ladeira do Jacaré |
Os portugueses expulsaram os franceses e ocuparam o território entre os anos de 1616 e 1618, quando os holandeses tomaram conta da região. Apenas em 1648 é que os portugueses retomaram a área e ali instalaram engenhos de açúcar e a produção de algodão, que rivalizava com a vizinha São Luís e trouxe grande desenvolvimento à cidade. Os grandes agricultores (que se utilizavam de mão de obra escrava em suas fazendas) mandavam seus filhos estudarem na Europa.
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A menina de rosa, em frente à casa rosa |
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Praça das Mercês |
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Capela de N. Sra. do Desterro, atual Igreja de São José, com seu campanário |
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Campanário da igreja... não resistimos e tocamos o sino!! |
Alcântara foi tombada como patrimônio histórico pelo IPHAN, em 1948, levando em consideração seu conjunto arquitetônico, que fomos conhecer numa sexta-feira, saindo muito cedo da capital. Por conta da maré, existem horários preestabelecidos para a travessia e que mudam de dia para dia. Alguns dias antes tínhamos passado pelo porto de embarque para verificar os horários e o melhor dia para podermos aproveitar o passeio da melhor forma possível. O barco com capacidade para umas 120 pessoas saiu às 7h e retornou às 16h, proporcionando boas horas para andarmos pela cidadezinha, que é muito charmosa e nos surpreendeu positivamente. A passagem custa R$ 12,00 (U$2,4) por pessoa, cada trecho.
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Um dos tantos casarões em ruínas, na Rua da Amargura |
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Caminhando pela Rua da Amargura... ao fundo, Capelas usadas na procissão da Semana Santa |
Quem quiser visitar a cidade de carro terá de pegar o ferryboat para Cujupe/Itaúna (que pegamos para chegar à capital) e de lá, mais uns 30 km até alcançar a cidade. O custo, nesse caso, é muito maior (verifique acima, no começo do texto).
Já na chegada à área portuária, tomamos nosso café da manhã mais tardio hoje, na lanchonete da Anilza, acompanhado de coxinha de camarão com catupiry... dizer que estava delicioso não é exagero! O Antigo Mercado Público está fechado, porém a vista da baía é bem bonita e merece muitas fotos.
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Pastel de camarão e coxinha de camarão com catupiry |
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Tomando café em boa companhia... os "sócios" já chegaram para compartilharem da comida |
Subimos a Ladeira do Jacaré pavimentada pelos escravos há, aproximadamente, 200 anos e fomos admirando as casas coloridas e bonitinhas do caminho. Nossa primeira parada foi na Capela de Nossa Sra. do Desterro, atual Igreja de São José, com seu lindo campanário. Depois passamos pela Praça das Mercês e vimos o principal cartão postal da cidade: as ruínas da Igreja Matriz de São Matias (ruínas jesuíticas e pelourinho). Fomos ao Museu Casa Histórica de Alcântara onde a Jacira nos monitorou na visita, explicando aspectos históricos da cidade e região, bem como sobre a instalação da base espacial, destacando alguns pontos positivos e negativos relacionados a isso. Contou-nos também sobre a grande quantidade de quilombos existentes na área (mais de 200), etc
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Ruínas da Igreja Matriz de São Matias, com o pelourinho |
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As ruínas, outrora jesuíticas, com o pelourinho (que foi deslocado do centro da praça para cá) |
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Detalhe: pia de água benta (com água da chuva) |
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Muitas pedras da igreja foram retiradas e usadas em outras construções na cidade |
Dali passamos pela atual Prefeitura Municipal, onde antigamente ficava a Cadeia; passeamos pelas ruas, inclusive pela Rua da Amargura (onde estão localizadas dezenas de ruínas de casarões, simbolizando o declínio da cidade após a abolição da escravatura) e chegamos à Igreja Nossa Senhora do Carmo, onde estava acontecendo uma filmagem de uma película; depois admiramos as ruínas do Palácio Real de Alcântara, envolvida numa história de possível visita de D. Pedro II à cidade e que acabou não acontecendo.
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Interior do Museu |
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Visita monitorada |
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Museu Casa Histórica de Alcântara |
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Antiga cadeia pública, hoje Prefeitura e Câmara da cidade |
No Museu Casa do Divino a Kaylane nos explicou sobre as particularidades da festa por aqui (muito distinto da festa que acontece em Barra Velha - SC). A origem da festa é Alenquer, em Portugal, (e a d. Isabel, rainha da Casa dos Bragança) e cujos festejos nos anos pares são comandados por uma imperatriz, cujo símbolo é a pomba, acompanhada de 2 aias e 1 pajem. Já nos anos ímpares quem comanda a festa é o imperador, cujo símbolo é a cruz de Malta, acompanhado de 2 ajudantes e um mordomo régio (que usa verde).
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Com Kaylane, que nos explicou divinamente os festejos |
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Bandeira do Império... e aí: você continua acreditando que o verde são as matas, o amarelo, o ouro? |
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Obrigada pela gentileza, Kaylane!! |
Na Casa do Divino descobrimos que a Sra. Joralda é uma personagem folclórica na cidade, uma das últimas da antiga geração e conhecedora profunda da cidadezinha, sendo a responsável pela fabricação do famoso Licor da Joralda que é distribuído durante as novenas do Divino. Fomos conhecê-la em sua casa, degustamos o licor, compramos uma garrafa do Licor de Jenipapo e ficamos conversando por horas e ouvindo suas histórias deliciosas e cheias de detalhes. Também compramos o famoso e delicioso "doce de espécie" do sr. Antônio. Trata-se de um bombocado de coco, delicioso, e que já degustamos ali mesmo, sentados enquanto esperávamos o barco.
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D. Joralda, personagem folclórica na cidade, responsável pelo licor tradicional servido durante os festejos do Divino. Também é uma das poucas moradoras que ainda sabe como tecer as rendas de bilros |
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Degustando os tradicionais licores caseiros |
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Acabamos comprando o mais tradicional, de Jenipapo |
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Doce de espécie do Sr. Antônio... o melhor e mais tradicional da cidade |
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Pense num negócio delicioso!!! |
Na parte baixa da cidade visitamos a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (que era dos escravos) e a seu lado, o Casa da Cultura Aeroespacial do Centro de Lançamento de Alcântara. Lá ouvimos sobre os detalhes do projeto espacial brasileiro que investe em foguetes suborbitais (e que haviam lançado um foguete alguns dias antes) e sobre a grande facilidade em se lançar foguetes nesse paralelo.
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Igreja N. Sra. do Rosário dos Pretos |
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Na Casa da Cultura Aeroespacial... posando com modelo real de foguete suborbital |
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Ouvindo as explicações do sargento (infelizmente não anotamos seu nome, que era diferente, e acabamos o esquecendo) |
O passeio foi TOP!!! De quebra, comemos mais uma coxinha de camarão com catupiry na Anilza e ainda levamos algumas unidades da iguaria ainda sem fritar para prepararmos em casa... será que é bom?????
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Igreja N. Sra. do Carmo, onde estavam acontecendo filmagens para um longa metragem |
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Ruínas do Palácio Real de Alcântara, onde D. Pedro II deveria ter se hospedado |
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Dizem que muitas pedras da Igreja de São Matias foram usadas aqui... e o local acabou sendo "amaldiçoado"... lendas urbanas locais |
Observação: nesta época do ano (abril) a travessia para Alcântara é bem tranquila, pois os ventos são menos intensos. Dizem que no verão a turbulência do mar é bastante grande e muitas pessoas acabam passando mal e enjoam durante esta travessia de barco, então fica a dica!
Humberto de Campos
O município anteriormente conhecido como Miritiba é o local onde o poeta maranhense Humberto de Campos nasceu. Assim, desde 1934 passou a ser chamado pelo nome do poeta. A antiga sesmaria foi colonizada na época em que os franceses vieram para estas bandas, nos idos dos anos 1600. Como já estava entardecendo, decidimos acampar por aqui mesmo às margens do rio praticamente dentro da cidadezinha às margens da rodovia.
Resolvemos assim conhecer a cidade, que teve papel importante na Balaiada (1838-1841), e que fica às margens do rio Periá, onde acampamos por uma noite.
Santo Amaro do Maranhão
Em nossas Bodas de Prata conhecemos a cidade de Barreirinhas e uma das entradas do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Desta vez, resolvemos conhecer o outro lado do Parque e fomos à Santo Amaro do Maranhão. Para nossa surpresa, daqui se pode acessar ao parque sem a necessidade de contratar passeios com veículo 4 x 4. Seguimos a pé pelas dunas e passeamos por horas no parque, admirando as lagoas que já estavam com bastante água (o período de chuvas já começou faz tempo), tomando banho e admirando as paisagens praticamente a sós e gratuitamente. Apesar de ser quase desconhecida, é a Santo Amaro que pertence a maior parte da área do Parque Nacional dos Lençóis e a maior parte das grandes lagoas pertence ao seu território.
A cidade possui uma infraestrutura básica, com hotéis e restaurantes atendendo a todos os bolsos, bem como a uma grande gama de passeios que podem ser agendados (e negociados). Acampamos dois dias na cidade, às margens do rio Alegre. Como era Semana Santa, por respeito à quaresma, não teve música ao vivo e tivemos a felicidade de curtir o silêncio e a calma da natureza...
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Tivemos a companhia de alguns veículos de turismo durante a nossa caminhada |
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Centenas/milhares de peixinhos nas lagoas |
Além dos Grandes Lençóis (Santo Amaro + Barreirinhas) e das Fronhas Maranhenses (Raposa), existem por estas bandas ainda, os Pequenos Lençóis, que ficam no caminho para o Piauí, depois de Barreirinhas, próximos da cidade de Paulino Neves. Lá decidimos ver o mar e acampamos na área do Parque Eólico Omega, na Praia do Barro Vermelho. No Marisco's Restaurante, a Ana e o Wallace nos ofereceram ducha e banheiro free para o pernoite. Aproveitamos para tomar um refrigerante gelado e tomamos uma deliciosa caipirinha feita pelo Wallace, que é barman com curso feito no Rio de Janeiro!! Amanhã é domingo de Páscoa e a muvuca durante o dia está grande, porém o bom é que à noite ficamos sozinhos e pudemos curtir o sossego tranquilamente.
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Parque Eólico Omega |
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Praia do Barro Vermelho |
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Um brinde à vida... gratos ao Marisco's Restaurante (Ana e Wallace) pela acolhida |
Nossa aventura no estado do Maranhão estava chegando ao fim... no dia seguinte fomos explorar o litoral do Piauí!! Mas esta já é outra história!!!
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