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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Alemanha 1 - chegando à terra dos antepassados! Explorando a região centro-norte

A linda e histórica Hachenburg
Deixamos Portugal e pegamos um voo para Frankfurt, na Alemanha. Por ser mais perto do porto onde o Garça aportaria em alguns dias, na Bélgica (Antuérpia), conversamos com um amigo, Rainer, que mora a 120 km ao norte de Frankfurt, na pequena e desconhecida Unnau, região de Westerwald, e ele  (e sua esposa Anja) aceitaram nos receber por uns dias. 

Nosso voo pela Lufthansa saiu de Lisboa às 16h20min e chegou em Frankfurt às 20h30min


O aeroporto de Frankfurt é e-nor-me... nosso ponto de encontro era o portão A - Terminal 0
Conhecemos o Rainer durante nossa estada em Whitehorse, no Yukon - Canadá, no mês de agosto/2019, quando passamos uma temporada na casa do Johan. Ele deixou seu contato e disse para virmos visitá-lo!! Aceitamos o convite e cá estamos!!! Trocamos a temperatura amena de 15° a 25°C de Oeiras (Portugal) por temperaturas próximas de 0°C!! Normal, visto que é fim de novembro e logo, logo, começa o inverno propriamente dito, além de que estamos no noroeste da Alemanha, bem mais ao norte do que Portugal. 

Vista da janela da cozinha 

Fomos recebidos com esses mimos!! Inesquecível o carinho com que fomos recebidos!!!
Nossa intenção era de ficarmos aqui até o dia 05 ou 06 de dezembro, quando o carro já tivesse aportado em Antuérpia (aproximadamente 4 horas dali). Infelizmente, os trâmites foram mais demorados e tivemos problemas com o desembaraço do carro (história já relatada aqui no blog, há duas publicações atrás!). Desta forma, acabamos estendendo nossa permanência na casa de nossos amigos para quase 25 dias!!!!! Aproveitamos esse tempo para organizar o blog, conhecer a região de Westerwald (Floresta Ocidental), frequentar as famosas Feiras Natalinas e nos deliciar com a culinária local, que nos é conhecida e a qual adoramos, visto que remete às nossas origens! 

Caminhos em Unnau


Paisagens tranquilas da região
A região de Westerwald é uma cadeia montanhosa (altitude máxima de 657 m) do oeste da Alemanha, que se estende por 3 estados federais: Renânia-Palatinado (onde estamos), Hesse e Renânia do Norte - Vestfália. 

Arquitetura tradicional


NOSSAS ORIGENS
Marcos é descendente de alemães, pois seu avô, natural de Leipzig, foi para o Brasil nos idos de 1917, já após a 1ª Guerra Mundial! A família Junghans foi uma das famílias que colonizou o interior do estado do Paraná e as histórias dessas aventuras estão descritas num livro/diário de Kurt Junghans (avô do Marcos) do qual foram feitas poucas cópias para a família e alguns amigos mais chegados!
Já minha família (Mari) é natural da Áustria. Minha mãe nasceu em Viena em 1938 e com o início da 2ª Guerra Mundial, meu avô (judeu), minha avó e ela seguiram para o Brasil, buscando uma vida nova e melhor! Já meu pai, natural de Salzburg, só foi para o Brasil alguns anos depois que Guerra havia acabado, também buscando uma vida melhor!!! 
Assim, nossas famílias se conheceram em Curitiba, pois frequentavam a mesma comunidade, tinham amigos em comum na igreja e tinham a cultura e língua alemã que os unia! Desta forma, muitos anos mais tarde, eu e Marcos nos conhecemos (depois de grandes) e iniciamos nossa vida juntos, aprendendo e desenvolvendo essa aventura deliciosa que é viver!! E agora estamos aqui: na terra de nossos antepassados, revivendo a cultura, os costumes e a língua que nos acompanha a vida toda!!! Esta é a nossa primeira vez na Europa! Muita emoção!!! 

Ein Prosit!!

Com Rainer, nosso amigo
FEIRAS NATALINAS

Cidade de Bad Marienberg toda enfeitada

Doces tradicionais: bolachas de mel e outras delícias

Com Anja, em frente a uma tenda bérbere
Nas grandes cidades da Alemanha, Áustria, Tirol do Sul (Itália) e algumas partes da França, as Feiras Natalinas, ou Weihnachtsmarkt, são muito grandes e permanentes, durante todo o período de advento. Já nas cidades pequenas as feiras são marcadas nos finais de semana, de tal modo que a cada semana haja feira em uma pequena localidade da região. Desta forma, todos os comerciantes de cada cidadezinha, os artesãos e a comunidade têm a possibilidade de se divertir e curtir o espírito do Natal em seu local.

Um ferreiro à moda antiga, forjando o ferro - em Bad Marienberg

Artesanato variado

Shows de música: estilos diferentes para agradar a todos! Nesse caso, uma banda de estilo celta!

Tomando um Glüwein (quentão ou vinho quente, como queiram)
As feiras natalinas remontam à Idade Média, onde registros de eventos em Dresden (1434), Bautzen (1384), Frankfurt (1393) e Munique (1310), além da feira de Viena (1294) foram registrados. 

Apresentação do coral das crianças da escola da pequena vila Ober Möersbach

Com o Papai Noel (Nikolaus) fitness, na pequena Ober Möersbach
Frequentamos as Feiras de Bad Marienberg, vizinha de Unnau, e que se pode alcançar a pé. Também fomos na feira de Hachenburg, de Koblenz (cidade grande) e até de uma pequena vila, onde a Anja nasceu, chamada Ober Möersbach. 

Em Hachenburg

Muito artesanato com madeira. Esses bonecos são Räuchermännchen, bonecos para queimar velas de incenso

Os bonecos para queimar incenso fazem referência à profissões e o primeiro registro do "brinquedo" foi em 1830 

Na praça central de Hachenburg
No túnel que une a igreja ao castelo, em Hachenburg

Casario típico em enxaimel - Hachenburg

Apresentação das trompas alpinas, instrumento tradicional nos Alpes, desde o séc VI.
Era usado pelos pastores da época para se comunicarem e fazerem música
Em Koblenz

Naquelas janelas do telhado são contados os dias do calendário do advento: em cada uma tem um dia! Koblenz

Koblenz é uma cidade grande e turística, portanto a feira é bem frequentada e lotada 
Não tem como ir a uma feira natalina e não se render às iguarias oferecidas e tradicionais: Bratwurst (salsichão), Glüwein (vinho quente ou quentão), Reibekuchen (espécie de bolinho de batata ralada), Dampfnudeln (massa cozida recheada), Waffles e, é claro, ein Bier (uma cerveja) em temperatura ambiente (gelada)!!

Bradwurst de muitos estilos diferentes, feitas de carne de boi, de porco, com queijo, curry,...

Bradwurst, estilo Turíngia: delícia!!! Se parece com nossa linguiça na brasa, do Brasil 
Glüwein, que pode ser saborizado com um gole de rum ou ser sem álcool
Reibekuchen (bolinho de batata ralada) com purê de maçã e quark (requeijão azedo)


Waffles, com açúcar de confeiteiro
Dampfnudeln (espécie de pão branco doce cozido, com geleia)
A Weissen sempre é servida no copo de 1 litro: eu não sabia disso!! Essa noite vai ficar na história! rsrsr

Um brinde com os amigos!
Experimentando uma Dunkel
São inúmeras as Brauereis (cervejarias) em toda a Alemanha. As fórmulas são passadas de geração em geração, produzindo cervejas mais ou menos encorpadas. Bebemos muitas, todas deliciosas! Com o clima frio, as mais encorpadas acabaram sendo as preferidas! Só uma dica importante: quando for pedir a Weiss (de trigo), lembre-se que o copo é de 1 litro!!! É tradição! 

HACHENBURG

Cidade com pouco mais de 6 mil habitantes, pertence a região da Renânia-Palatinado e tem origem por volta do ano 1180, quando o castelo de mesmo nome foi construído, tendo sido finalizado em 1212, sob o reinado do Conde Heinrich III. Foi designada cidade em 1314, pelo rei Ludwig da Baviera.


Igreja Barroca Católica da Ordem Franciscana (1734)


Na Wilhelmstaβe: importante centro comercial da cidade e ponto turístico obrigatório. Trata-se de um passeio peatonal

Praça central

Casario antigo em estilo enxaimel
 Igreja de Santa Catarina, evangélica - era  igreja do castelo. Construída no séc XV


Hotel e Restaurante Zur Krone (1452-1493): uma das construções em pedra mais antigas da Alemanha. Foi residência oficial do Conde Gehard II (séc XV) antes da construção do castelo. 

Almoço em família, com Georg e Beate (irmã da Anja), Anja e Rainer!!

Tradicional casa de relojoeiros, Roetig und Uhr. Detalhe na janela: relógio pontual pendurado
O castelo original não resistiu a um grande incêndio em 1654 e outro, em estilo barroco, foi construído no mesmo local. Infelizmente não é possível conhecer o castelo por dentro, por se tratar de uma propriedade particular, da Universidade do Deutsche Bundesbank, mas o setor histórico da cidade é lindo e vale cada visita. Fomos à cidadezinha umas 3 vezes durante nossa permanência em Unnau, vizinha a ela. A Igreja de Santa Catarina é unida ao castelo por uma passarela elevada, pois antigamente era a igreja do castelo e sua família nobre. 

Vista da Vila Judaica


Löwenbrunnen (poço do leão): presente do Conde Alexander von Hachenburg (1888)
 - localizado na praça do mercado central

Praça central, do mercado público e onde aconteceu a Feira de Natal

Homenagem às vítimas do nazismo - bairro judaico da cidade

Observando as placas com os nomes das vítimas judias da 2ª Guerra Mundial

Placas alusivas às vítimas da 2ª Guerra

Beust'sches Haus - Casa onde viveu a escritora Albertine von Grün (1749- 1792). Goethe também esteve hospedado no local
(ABTEI) MARIENSTATT



Fundada em 1212 e ligada à Ordem Beneditina, a igreja e monastério de Marienstatt é de estilo gótico e possui cervejaria com restaurante, loja de souvenirs e artesanato, hotel e escola secundária anexa. Nossa visita foi noturna, numa noite gelada com um pouco de neve. Com certeza voltaremos em outra oportunidade, durante o dia, pois o local é lindíssimo.


Seminário de Marienstatt

O órgão da igreja foi montado em 1969/1970, por Franz Rieger e segue o modelo espanhol, de 1732.
Foi ampliado em 2006 e novamente em 2015, contando com 5000 tubos atualmente!

Às 19h, fomos surpreendidos pelo horário da oração, dos monges, em cantos gregorianos. Muito  bonito e emocionante! 
UNNAU

A pequena localidade de Unnau, onde nossos amigos vivem, tem uma população inferior a 2 mil habitantes. O lugar foi mencionado pela primeira vez no ano 1000. Não é autônoma, dependendo das agências bancárias e supermercados de Bad Marienberg, distante 3,5 km. Ainda assim, um lugar bonito e tranquilo para se morar!


Memorial aos mortos da 1ª Guerra Mundial

Cemitério da cidade

Casinha para os passarinhos, construída pelo Rainer e Marcos

Caminhada pela mata, em sentido Bad Marienberg

Arquitetura particular da cidade: usam-se pedras para recobrir as paredes

Caminhão da Defesa Civil 
Unnau com neve...




Meu primeiro boneco de neve (Schneemann)


BAD MARIENBERG

De origens medievais, citada em 1048, hoje é mais conhecida pelos banhos termais. Bad Marienberg também tem um pequeno zoológico anexo a um restaurante (que visitamos, Steig - Alm) e é vizinha à Unnau, tendo sido nosso ponto de comércio e banco enquanto esperávamos nosso Garça chegar e ser desembaraçado na Antuérpia.  










Durante o período em que estivemos aqui, houve a Feira de Natal na cidade e aproveitamos para nos deliciarmos e curtirmos as atrações oferecidas. 

Ouvindo showzinho durante a Feira de Natal, aproveitando para se aquecer com um Glüwein



Livraria pública: empréstimos gratuitos e na rua

Famosa confeitaria e restaurante na cidade

Brincando na cidade
KOBLENZ: die Deutsche Ecke (Canto Alemão)

Koblenz, antigamente Coblenz, fica às margens dos rios Reno e Mosela (Rhein e Mosel), exatamente no encontro dos mesmos. Estabelecido como posto militar romano por Drusus, por volta do ano 8 a.C., seu nome em latim significa "confluência" - que hoje é conhecida por Canto Alemão. No local da confluência dos rios, está a estátua equestre do Imperador Guilherme I. A cidade comemorou seu 2000º aniversário em 1992!!!

Vista da Neustadt (cidade nova) ou Klemenstadt

Deutsche Eck: encontro dos rios Mosel e Reno - Altstadt (cidade velha), no triângulo entre os rios
Na margem oposta do Reno está a Cidadela/Fortaleza de Ehrenbreitstein, que fomos visitar a um custo de € 14,80 o ingresso combinado: museu + teleférico. Localizada a 118 m acima do nível do rio Reno e considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO (2002), o local foi utilizado pelos romanos e outros povos que viveram na Idade Antiga por ser estratégico. Por volta do ano 1000, um nobre mandou construir o Castelo Ehrenbreitnstein (seu nome) em cima das ruínas que haviam no local, tendo sido ampliado algumas vezes depois por arcebispos (ocupação religiosa) que passaram a viver no castelo.




Paredes da fortaleza
Durante o séc. XVI essas obras de ampliação o transformaram numa fortaleza resistente a tiros de canhões. Em 1632 foi ocupada por franceses e 5 anos depois por tropas do Império, durante a Guerra dos 30 Anos.


Mosaico em piso original

Moedas encontradas sob as ruOuvindoínas

Ouvindo as histórias do passado


Em 1815, o território passou a ser parte da Prússia e por sua localização estratégica, foi reforçada com mais muralhas, podendo a Fortaleza conter até 1200 soldados para fazer a proteção da região e do reino. Ao final da 1ª Guerra Mundial, a Fortaleza foi ocupada pelo exército americano e posteriormente pelo exército francês! Durante a 2ª Guerra Mundial, por ser local seguro, foi utilizada como arquivo e guardião de objetos culturais.

Armação de escudo e gládio romana

Espada romana


Elmo romano encontrado debaixo das ruínas
Entre os anos de 1946-1950 foi usado como campo de refugiados. Em 1952 transformou-se num Albergue da Juventude e 4 anos depois, em Museu. Em 1972 foi inaugurado o Memorial aos Mortos do exército alemão.

Memorial aos mortos do exército alemão

Com aos amigos Anja e Rainer. Ao fundo, encontro dos rios Reno e Mosel e a estátua do Guilherme I (Wilhelm I)

Horta em cima das construções, dentro da muralha





Alambique no museu 
Assim, sendo utilizado de diferentes modos passou a fazer parte da história da cidade e é importante centro cultural do Vale do Alto Reno.



Atravessando o Reno de teleférico e alcançando a Altschtadt de Koblenz


Visão da Fortaleza, no alto da colina
Às margens do Reno, em estilo barroco, o propriedade de Franz Georg von Schönborn (séc XVIII)
Pegamos o teleférico e descemos até o outro lado do Reno, onde passeamos pela área da cidade antiga, onde estava acontecendo a Feira de Natal. Também aproveitamos pra ver de perto a estátua equestre do Imperador Wilhelm I (Guilherme I) e do encontro dos rios, importante meio de transporte da região há séculos.
Estátua equestre de Wilhelm I: estátua de cavalo de 14 m de altura!

Encontro dos rios


Igreja Basílica de São Castor (Kastorkirche): fundada em 836, mas construída no atual estilo (gótico) em 1208,
com telhado gótico de 1498
Já na cidade aproveitamos o Weihnachsmarkt (Feira de Natal). Os preços praticados aqui estavam mais caros que nas outras feiras que frequentamos: coisa de cidade grande!!!



Praça central, onde está o calendário de advento, nas janelinhas do prédio


Passeio turístico de charrete pelo centro histórico da cidade de Koblenz

Monumento de 10 m de altura, inaugurado na festa de 2000 anos da cidade (1992). Feita pelo artista Jürgen Weber, conta em cada andar da espiral a história da cidade desde o tempo dos romanos. Localizada na GörresPlaz.


Pedaços do Muro de Berlim

Com a liberação do Garça, no dia 22 de dezembro (era para ter sido no dia 05, ou próximo disso!) seguimos ao sul, para a Áustria, onde passamos os feriados de fim de ano com os amigos/tios Erika e Robert!!!!
Passamos (e permanecemos) pela Alemanha em outras ocasiões e iremos relatar nossas experiências e dicas em outras postagens posteriores!!  

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