Viagem Família______________________________________

.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

CANADÁ - Costa Oeste: muito mais que gelo e montanhas e Costa Leste: Ottawa e Niagara Falls

Rios de águas cristalinas por todos os lados
Nossa entrada no Canadá foi feita por uma divisa pequena, próxima de Abbotsford e não levou mais de 30 segundos!!! A agente aduaneiro só perguntou se tínhamos weed ou firearms e como a resposta foi negativa para ambas, viu nosso visto do Canadá e disse: "Welcome to Canada!" simples assim...

Rest Area às margens das rodovias canadenses
BRITISH COLUMBIA: Hope, Yale, Boston Bar, Cache Creek, Clinton, 100 Mile House, Quesnel,  Cariboo Hwy, Prince George, New Hazelton, Bell, Mehan Lake, Stewart-Cassiar Hwy

British Columbia é um estado enorme, sendo o terceiro em tamanho e população no país!!! Conhecida apenas pela sigla BC, é a província mais ocidental do Canadá, localizada entre o Oceano Pacífico e as Montanhas Rochosas! A concentração urbana maior está em Vancouver e Vitória, capital da província e localizada na Ilha de Vancouver. No restante do estado são milhares de hectares de florestas, lagos, rios, parques nacionais e áreas de reserva. Passam-se centenas de quilômetros sem encontrar vivalma!!! 



Local de pesca de salmões

Apenas a população local possui a permissão para a pesca

O estado possui no turismo e setor de transportes sua maior fonte de renda, mas a indústria madeireira corresponde a 60% de toda a madeira produzida no país! São centenas de hectares com pinus e outras coníferas plantadas exclusivamente para a produção de casas e móveis. 


Foram 4 dias inteiros rodando praticamente das 10h até às 19h, no mínimo, para cruzarmos o estado de BC!! As paisagens estonteantes com lagos e rios de águas cristalinas se sucedendo em estradas bem pavimentadas, porém com asfalto bastante abrasivo e áspero! Não é à toa: no inverno elas ficam cobertas de gelo e neve e sendo menos lisas, a probabilidade de acidentes por escorregamento é menor!

Good Hope Lake


O primeiro urso a gente nunca esquece!
Nossos dias eram bem compridos, pois como é verão, o sol está se pondo depois das 22h!! A maioria dos pernoites foram feitos em pequenas rest areas com pit toilets (banheiros químicos), bem simples, mas funcionais! Elas têm mesas com bancos e a grande maioria não têm água corrente. Diferentemente dos EUA, aqui não existem estruturas grandes com maior infraestrutura para camping

Mehan Lake, próximo de Bell


Existem cerca de 14 designações de parques e áreas protegidas na província. Existem 141 reservas ecológicas, 35 parques marinhos provinciais, 7 sítios de Patrimônio Provincial, 6 sítios históricos nacionais do Canadá, 4 parques nacionais e 3 reservas do Parque Nacional. Cerca de 12,5% ou 114.000 km² da Colúmbia Britânica são considerados protegidos sob uma das 14 designações diferentes que incluem mais de 800 áreas distintas.




YUKON - Alaska Hwy, Nugget City, Whitehorse (SS Klondike, rio Takhini, rio Yukon, Beringia Interpretative Center, Miles Canyon), Beaver Creek, Carcross, Dawson City, 





Entramos no Yukon e na fumaça... infelizmente no verão as queimadas em grande escala são frequentes nesse canto do mundo também!! Neste ano de 2019 foram registrados mais de 600 focos de incêndio em todo o estado e 400 foram provocados pelo ser humano! A incidência de tempestades de raios nesta parte do planeta é grande e como a floresta das coníferas é seca e as árvores possuem seu óleo natural, ele acaba atuando como combustível no caso de um raio atingi-la! Ainda assim, passamos dias sem ver muita paisagem ou bichos...  


Região ao norte de Whitehorse, próximo da divisa com o Alaska - maior incidência dos focos de incêndio


Kluane Lake, ao norte de Whitehorse
Pegamos a famosa Alaska Highway em direção à Whitehorse, passando e abastecendo em Nugget City.
Importante destacar que por ser uma região bastante remota é imprescindível sempre deixar o tanque do carro cheio, pois não se sabe se na próxima vila haverá combustível! Assim, víamos no mapa as distâncias a serem percorridas e fazíamos os cálculos para determinar onde e quando encher o tanque. 


Pôr de sol às 22 h às margens do rio Takhini, Whitehorse


Chegamos a Whitehorse, capital da província, e fomos fazer compras e colocar a internet em dia - visto que nosso chip da AT&T não funcionava aqui (não há antenas retransmissoras na região), usando o sinal de wi-fi do Starbucks. Estávamos no estacionamento do Walmart quando um casal se aproximou e fomos bater papo. O Johan é natural da Holanda, mas vive no Canadá há 40 anos!! Sua namorada, Carol, é canadense e ele nos convidou para acamparmos em seu quintal, distante uns 10 km do centro da cidade. Aceitamos e com um mapinha em mãos e endereço no GPS, chegamos ao local, às margens do rio Takhini, onde paramos próximos de um abrigo para carro. Ali ficamos por alguns dias antes de seguirmos para o Alaska. 



Com Johan: jantar na varanda, com salmão e aspargos frescos

Com um grande amigo e "anjo", Johan!!!
Fizemos um bom amigo e acabamos passando por aqui na volta do Alaska também!!! Desta vez, nossa permanência prevista apenas para 2 ou 3 dias se estendeu por 28 dias!!! O alternador do Garça "deu pau" e entre compras na internet e entregas (essa história será detalhada mais abaixo), acabamos ficando uma temporada em Whitehorse, o que nos proporcionou um conhecimento da cidade e região!! Lugar lindo e top 10!!!

Conhecendo Whitehorse...
A cidade foi construída em 1950 e está localizada no km 1426 da Alaska Hwy! Com temperaturas amenas no verão (20 a 25°C) e dias longos com até 19 h de sol, que contrastam com os invernos gelados e temperaturas médias em torno de - 25°C em dias curtos, há muitas opções de passeios e locais para conhecer na cidade!! 




O SS Klondike era o barco que fazia o transporte pelo rio Yukon, de provisões, garimpeiros e ouro entre Dawson City e Whitehorse durante a corrida do ouro, no início do século XX. A visitação é gratuita e muito interessante, tendo um vídeo informativo de uns 20 min, aproximadamente (em inglês e/ou francês).  




Com capacidade de carga de 270 toneladas, facilitava em muito o transporte de provisões para Dawson City, o que levava 4 dias (se fosse por terra este tempo mais que dobrava). Já o retorno, carregado com ouro e contra a correnteza, levava de 7 a 10 dias, passando pelo 5 Fingers Canyon, onde o barco era içado por sistema de cabos.



Esse barco que se visita é o SS Klondike II. O primeiro encalhou por imperícia de seu comandante, em 1936, e a caldeira, acessórios e motores foram resgatados e colocados nesse segundo modelo, que atuou até 1950.



Outro lugar interessante para conhecer na cidade é o Museu da Beríngia! Ele conta de maneira muito didática como se deu a passagem pelo estreito de Bering, há 18 mil anos, por uma imensa ponte terrestre. A Beríngia era uma região de estepe onde mamutes e outros animais encontravam alimento farto, por se tratar de uma região entre montanhas, muito seca (por isso não havia geleiras) com alta concentração de gramíneas, ervas e flores. Nesta gigantesca estepe viviam mamutes, bisões e cavalos Yukon, além dos predadores: leões americanos, ursos gigantes, gatos cimitarras e os primeiros humanos.






Aprendendo a usar o lançador de flechas usado pelos primeiros humanos

Ainda bem que não dependemos disso para comer... Não acertamos os alvos! Quem sabe treinando mais!!
Outro local incrível para conhecer próximo da cidade de Whitehorse é o Miles Canyon, com suas trilhas ao redor do rio Yukon. Pode ser feito de bike também. Tivemos a companhia do Johan e nos divertimos bastante, pois o lugar é bonito e cheio de histórias.



Yukon -"Yu - kun - ah": o maior dos rios


Carrinhos que levavam as provisões até outro ponto do rio Yukon
Para fazer o transporte de cargas pelo rio Yukon aqui havia um posto de fiscalização. Apenas embarcações menores podiam seguir pelo rio. As outras tinham que descarregar tudo e transportar seus bens nesses carrinhos construídos e em trilhos improvisados ao redor do desfiladeiro, até o outro lado onde voltavam a carregar as embarcações para seguir seu caminho.

Parada para bater papo e curtir o visual na companhia do Johan
O Miles Canyon foi formado antes do Pleistoceno. As rochas vulcânicas basálticas que se vêem nas margens do rio Yukon provavelmente são originárias de algumas erupções vulcânicas ocorridas 8,5 milhões de anos.

Stand up padlle no rio Yukon

Lancha da polícia fazendo a fiscalização do rio

Diversas espécies de cogumelos que você encontra nas florestas do Yukon:






Em andanças pelos matos da cidade e região pode-se encontrar dezenas de tipos de cogumelos... até dei uma olhada num livro do Johan pra saber quais são comestíveis, mas não arriscamos! rsrsrsrs

Sapatos levados pelas raposas para a floresta
A cidade também merece uma visita! Mesmo sendo relativamente nova, possui uma história bem interessante, que envolve a cultura inuit (esquimó) e os povos nativos que habitavam a região quando o homem branco chegou.





Esperando o trem na linha... rsrsrsr

Totem erguido pelo povo nativo em homenagem às crianças que foram levadas à força para frequentar as escolas normais, separadas da família e de sua cultura



Ouvindo as histórias do povo nativo
Conforme tinha relatado acima, tivemos um contratempo aqui em Whitehorse em nosso retorno do Alaska.... pois bem! Pretendíamos ficar apenas dois pernoites, tempo suficiente para comprarmos nossas provisões para os próximos dias, em que iríamos nos embrenhar em estradas menos civilizadas e onde tudo é muito caro (o acesso é difícil e a distância é muito grande para efetuar o transporte)! Só não sabíamos que o alternador que havíamos trocado em Cartagena, na Colômbia, iria nos deixar na mão!
Sem conserto, pois aqui ninguém conserta nada, tivemos que efetuar a compra da peça pela internet e esperar de 7 a 10 dias! Como não recebemos a peça no tempo previsto e percebemos tardiamente que se tratava de uma empresa fake de Quebec, tivemos que efetuar outra compra, desta vez pela Amazon dos EUA, e em 10 dias recebemos nossa encomenda! Nesse meio tempo aproveitamos para escrever nosso livro, atualizar o blog, conhecer os arredores com um carro emprestado pelo Johan, cortar lenha para duas temporadas de inverno (no mínimo), ajudar na montagem do novo jardim do nosso amigo, entre outras atividades...



A pilha de lenha ficou maior até o final do trabalho

Cortando os cabelos da amiga, Luciane Kumm, viajante brasileira 

Trabalho finalizado, com Luciane e Walfredo Kumm

Nova bancada construída-com madeira reutilizada

Organização e montagem do novo jardim

Muitos jantares maravilhosos
Sem dúvida nossa estadia em Whitehorse foi inesquecível... Com nosso "anjo" tivemos bons momentos e incríveis jantares, regados a ótimos vinhos e excelentes histórias!! Para fecharmos com chave de ouro, e nossa despedida dessa nossa "base canadense" fizemos uma feijoada à moda brasileira para nosso anfitrião e família!!!

Johan, Carol, Pat, Isaac (se escondendo) e o marido da Pat - almoço em família

Feijoada brasileira no Yukon!

Um brinde à vida e à amizade, com uma caipirinha de rum!!!
Finalmente, depois de quase 28 dias conseguimos montar o carro e voltar a viajar, dessa vez seguindo a Alaska Hwy em direção a Watson Lake.

Ebaaaaa! O alternador chegou!!

Alternador novo já no lugar
Arredores de Whitehorse...


Banho no gelado e lindo Takhini River

Takhini River, próximo do encontro com o Yukon
Lake Laberge, a uns 40 km ao norte de Whitehorse, na Klondike Hwy


Além de passeios de barco ou simplesmente nadar, há opção para camping com estrutura básica no Lake Laberge
Rio Yukon, na foz do rio Takhini

Curtindo a água geladinha do Yukon

Observando o encontro dos rios Takhini e Yukon
Momentos de deleite que tivemos durante nossa estadia de quase um mês em Whitehorse


Com nosso novo amigo Rainer, da Alemanha

Fazendo jantar comunitário... vamos repetir da dose na Alemanha!!!

Tomando tequila com nossa amiga Jane, de Washington State (USA), em Whitehorse

Reunião de overlanders no quintal do Johan, em Whitehorse. Da esquerda para a direita: Walfredo e Luciane Kumm (Florianópolis, SC, Brasil); Sérgio, seu filho Rafael e a esposa (de verde), Gisele; Gunjan (de rosa) e o marido Farhan, da Índia; os paranaenses Luciano e Cláudio!!! 

Conhecendo CARCROSS 

Cidade localizada a pouco mais de 70 km de Whitehorse e originalmente conhecida como Caribou Crossing, fica às margens do lago Bennett e teve sua população de caribous (renas) dizimada durante a Corrida do Ouro de Klondike, onde os garimpeiros faziam sua parada obrigatória a caminho de Dawson City.




Chegamos junto com o trem... Ele sai de Whitehorse e vai até Skagway: C$ 278 (dólares canadenses)



Casario antigo na cidade de Carcross

Barco que foi queimado logo após a construção
Dodge Prospector, 1984 - nosso carro enquanto o Garça estava "no estaleiro"!

St. John, the Baptist - Catholic Mission


Loja de souvenires

Padaria onde compramos um pão de canela

Loja de artesanato - Luis, artesão mexicano que trabalha com metal

Centro comunitário e de exposições, fora da cidade

Totem dos povos nativos, da etnia Tagish
Ainda na cidade fica o deserto de Carcross, onde havia muitos veículos preparados (tipo ATV) andando nas dunas e também pessoas saltando de pára-quedas. E pensar que este lugar já foi um glaciar....

Conhecido como o "menor deserto do mundo"



Emerald Lake, a caminho de Carcross



Conhecendo DAWSON CITY

Entrando no Canadá pela Top of the Wordl Hwy (quando se vem do Alaska) chega-se ao rio Yukon, onde a travessia é feita por um ferry que não tem custo! Esperamos na fila por 15 minutos, aproximadamente, e fizemos a travessia, que dura uns 10 minutos.
Barco de turismo navegando pelo Yukon
A cidade de Dawson City, que fica do outro lado do rio, é bem interessante e bonitinha, ao estilo Velho Oeste. Trata-se da cidade onde o SS Klondike terminava sua jornada e onde os mineiros tinham seu garimpo durante a Corrida do Ouro. A cidade viveu seu apogeu entre os anos de 1896 e 1900 quando chegou a ter 40 mil habitantes. Com a diminuição do ouro na região, houve a evasão da população e em 1902 ela tinha pouco mais de 2000 habitantes, tornando-se uma cidade fantasma.

Passeio de barco: C$ 115 (dólares canadenses) para duas pessoas, com serviço de bar (não incluso) - Duração: 1h30min



As ruas são todas de terra e as calçadas são feitas em madeira. Na verdade, todas as construções são feitas em madeira!! Durante seu apogeu, Dawson City contava com teatro (com opção para cinema mudo), muitos saloons, alguns bordéis e hotéis. Hoje, como atração turística, o teatro oferece peças temáticas com roupas de época. No dia em que chegamos à cidade haveria uma apresentação, porém o horário seria muito tarde para seguirmos adiante, o que era nosso objetivo.



Ela foi a capital do território do Yukon até 1952, quando este título passou a Whitehorse. Dawson City se reinventou e tornou-se destino turístico. As pessoas que vem para cá querem conhecer o lugar onde aconteceu a Corrida do Ouro, apesar da distância e da rusticidade do lugar. Para aqueles que curtem gibis (anteriores ao ano 2000), devem recordar do Tio Patinhas!! Pois é, foi aqui que ele fez sua fortuna!!! Rsrsrsr
Entramos em alguns comércios, mas os preços nos afastaram a ideia de fazer alguma compra.



Vista do interior de um saloon, ainda me funcionamento





No caminho entre Dawson City e Whitehorse fica a famosa Five Fingers Rapid, a corredeira no rio Yukon que tornava a viagem do Klondike tão perigosa e trabalhosa... Trata-se de um estreitamento do rio, entre pedras, e que exigia muita destreza do capitão da embarcação para atravessá-la. Na subida do rio, no retorno a Whitehorse, eram usadas cordas e sistema de catraca para içar o barco rio acima!


Vista do Five Fingers Rapid-Corredeira dos Cinco Dedos


                               Conhecendo WATSON LAKE - Sign Post Forest e arredores


Morley Lake, na Alaska Hwy


Nosso café da manhã com Dustin, seu primo Paul e Gypsy (Australian Cheep Dog), viajantes de Idaho (USA)
Outra cidade que vale a pena ser visitada no Yukon, já na divisa com British Columbia, é Watson Lake. Depois de nossa temporada em Whitehorse, passamos pelo Morley Lake, lindíssimo, e chegamos a Watson Lake, localizado na milha 635 da Alaska Hwy. O lugar mais famoso e imperdível na cidade é a Sign Post Forest - Floresta de Placas Indicativas - onde viajantes do mundo todo colocam sua marca, placa, ou algum adereço para marcar sua presença por aqui.


Fixando nossa placa na Sign Forest


Não podíamos deixar de colocar nossa marca lá também e assim procedemos. Tinha confeccionado nossa placa alguns dias antes, na casa do Johan. Ficou bonitinha e o lugar escolhido pelo Marcos foi TOP!!
A história do local tem a ver com a construção da Alaska Hwy, nos idos de 1942, quando um soldado adoentado recebeu a incumbência de refazer uma placa de sinalização na estrada que estava sendo construída (durante a 2ª Guerra Mundial, por ser estratégica). Este soldado, por estar com muita saudade de seu lar, resolveu incrementar a placa, adicionando a ela a distância de sua cidade natal: Danville, Illinois, 2835 milhas. Assim nascia o hábito se sinalizar e hoje essa "floresta" conta com mais de 80 mil placas (entre outros objetos), incluindo a do Viagem Família!






BRITISH COLUMBIA - Liard River Hot Springs (parque provincial), Fort Nelson, Fort St John, Dawson Creek

Na Alaska Hwy, já na província de British Columbia, existe uma cidade termal, chamada de Liard Hot Springs, cujo ingresso é de C$ 5 por pessoa ou C$ 10 (dólares canadenses) por família. Está localizada em um Parque Provincial que foi criado em 1957; mas as primeiras passarelas de acesso às piscinas naturais foram construídas pelo exército americano, durante a construção da Alaska Highway, em 1942.




Liard River Hot Springs é o lar das maiores fontes termais naturais do Canadá



Aproveitamos para relaxar nas águas sulfurosas e quentinhas do lugar, meio selvagem, em meio à floresta. Aproveitamos as instalações do parque para fazermos nossa refeição, sempre monitorando para não sermos surpreendidos por algum urso! Por ser uma região bastante inabitada, a presença de mooses (alces) e ursos por essas bandas é bem frequente!

Cardápio do dia: postas de salmão com massa e salada de repolho roxo
Neste caminho encontramos dezenas de bisões... os bandos estavam pastando e caminhando majestosamente pela rodovia, sem se abalar com nada. O macho alfa sempre na frente, liderando os grupos. Muito imponente animal!


O bisão, ou búfalo americano, possui 2,8 m de comprimento, com peso variando entre 350 kg a 1 tonelada

Andando na linha... e nós esperando!



Na saída das termas o coletor do escapamento do Garça quebrou e o Marcos fez um "MacGyver", prendendo-o com arame. No dia seguinte tivemos que buscar um serviço de solda!! Como estamos numa região bem remota e pouco populosa, seguimos até Fort Nelson, cidade de pouco mais de 4 mil habitantes. Lá fomos super bem atendidos na NAPA (loja de tudo para o carro e acessórios), onde a Carol nos deu dicas. Mas como já passava das 16h30min e o comércio já estava fechado, tivemos que esperar pelo dia seguinte. Acampamos no terreno da NAPA (com permissão) e na manhã seguinte fizemos a solda, no Welding DUSHAY. Não foi barato (C$40), mas ao menos conseguimos arrumar o escape para seguirmos viagem.
A mão de obra aqui no Canadá é bastante cara. Se conseguir fazer sozinho, melhor, ou então prepare seu bolso!

Alaska Hwy (entre Watson Lake e Fort Nelson): asfalto abrasivo, montanhas e rios ao redor e estrada vazia!!!

Muncho Lake - "lago grande", na língua Kaska, com 12 km de comprimento

Encontrar ursos negros ao lado das rodovias do Canadá, no verão, é comum!!
Agora encontrar a mommy bear com 2 cubs foi show!!



Nossa última oportunidade de vermos a aurora boreal estava chegando ao fim... infelizmente não foi desta vez! Deixamos a região onde ainda se pode enxergar o fenômeno no fim de agosto e nesta época do ano ainda é muito cedo para se ter uma visão completa e bonita do fenômeno. Numa única noite tivemos a sorte de ver um pouquinho... as outras noites em que estávamos em áreas propícias, estava chovendo ou nublando!! Portanto, teremos que retornar para termos uma visão completa e fenomenal desta beleza natural!

ALBERTA: Grande Prairie, Grande Cache, Hinton, Jasper National Park, Banff National Park, Yoho National Park, Radium Hot Springs, Skookumchuck, Kootenay River, divisa com os EUA

Nosso último ursinho no Canadá
Ao entrarmos na província de Alberta fomos surpreendidos com o preço do combustível mais baixo!!! Isso é ótimo, pois no Yukon e na British Columbia os preços de gasolina e diesel são altíssimos!
Pegamos informações turísticas na cidade de Hinton e seguimos até o Jasper National Park, pagando o ingresso de diária. No Canadá também existe um Annual Pass, porém o custo é muito alto! Assim,  optamos por pagar o ingresso individual (do carro) por 1 dia: C$ 19,60 - entramos no dia 01º de setembro às 11h e tínhamos até às 16h do dia seguinte para deixarmos o parque.


Jasper National Park: Lake Talbot, Maligne Canyon, Athabasca Falls, Sunwapta Falls, Columbia Icefield

A pequena e charmosa cidade de Jasper já fica dentro da área do parque. Ela é bastante parecida com Villa la Angostura, na Patagônia Argentina. Apenas passamos por ela e já pegamos a estrada parque.

Lake Talbot - lindo, com o reflexo das montanhas em suas águas e os barquinhos!



No Maligne Canyon aproveitamos para fazer uma caminhada de aproximadamente 1h, percorrendo pontes e trilhas que cruzam o cânion, cuja profundidade é de 50m.





A próxima atração a ser visitada foi a Athabasca Falls, com seus 23 m de altura.









Com uma caminhada de pouco mais de 20 minutos, acessamos a Sunwapta Falls.






Estrada parque, serpenteando as Montanhas Rochosas...




A caminho do Columbia Icefield... sempre subindo as montanhas e chegando ao glaciar. Lá no alto, o parque Jasper passa se chamar Banff!



Chegamos ao Banff National Park no fim da tarde e a chuva nos alcançou, inibindo nossas paradas para ver e fotografar os lindos lagos no caminho!
Os únicos lugares disponíveis e onde é permitido acampar dentro dos parques (a multa para quem é pego acampando fora dessas áreas é altíssima!), no Canadá, são os established campgrounds. Buscamos um onde houvesse espaço, porém estava difícil. Acertamos justamente o feriado do Labors Day e há muitas pessoas no parque!! Só encontramos lugar disponível no Monarch Camping, já no Yoho National Park. A noite estava se aproximando e a chuva também estava engrossando.



O pagamento destes campgrounds pode ser feito em espécie, depositando o dinheiro no envelope, ou em cartão de crédito, baixando um aplicativo no celular. O valor do pernoite era de C$ 17,60!! Nós acabamos pagando em dólares americanos, pois não tínhamos dólares canadenses trocados.
Choveu muito a noite toda e mesmo pela manhã o tempo continuava instável. Resolvemos seguir adiante, saindo da área dos parques nacionais e nos direcionando à divisa dos EUA.

Deixando as Rochosas para trás
Em Radium Hot Springs paramos num centro de informação turística para atualizar nossa internet (lembrando que nosso chip da AT&T não funciona no Canadá!) e fazer umas compras e alguns km mais a frente, ao lado do rio Kootenay, perto de Skookunchuck, paramos para secar tudo: barraca, cobertores, colchão,... De quebra, ainda aproveitamos o calorzinho para tomar um banho!

Rio Kootenay




Assim terminamos nossa aventura na Costa Oeste do Canadá, onde percorremos as estradas das províncias de British Columbia, Yukon e Alberta!

Cruzamos a divisa do Canadá para os Estados Unidos (texto posterior) e só depois de 20 dias percorrendo estradas dos EUA, retornamos ao Canadá, desta vez na Costa Leste do país (Oceano Atlântico) quando fomos visitar nossos amigos Carol e Tom, em Ottawa, na província de Ontário.

ONTÁRIO: Ottawa (Parliament, Sparks Street, Rideau Canal, Alexander Bridge, Major's Hill Park),  Ontario Lake, Niagara Falls, Quebec (Gatineau Park)

Próximo de Sudbury havia muitas obras na rodovia e acabamos conhecendo o casal Dave e sua esposa Anne Lott. Ele nos convidou para acamparmos em seu terreno, uma pequena fazenda de onde eles tiram sua subsistência. Ele é geólogo e tem um emprego fixo e a família possui horta, vacas, galinhas, perus etc e tal. O casal tem 5 filhas, todas com nomes interessantes e diferentes, meio bíblicos. A filha mais nova é Patience Hope e tem 10 anos. O curioso é que Anne ensinou todas as filhas em casa, no sistema homeschooling, muito usado por famílias que não concordam com os sistema educacional do país ou que acham o nível educacional muito baixo!

Com os novos amigos fazendeiros Anne e Dave Lott, na companhia de Roofie

Ajudando a levar o feno para as vacas


Hoje o jantar foi todo orgânico... produção própria

Com Roofie (cão) e Sweety (porquinho da Índia)
Na manhã seguinte nos despedimos, após um baita café da manhã preparado pela Anne, com direito à bacon (defumado por eles), omelete de ovos com queijo e cogumelos, batata assada, tomates,... muito interessante a forma de vida deles! Mesmo estando a poucos km da cidade, optaram por uma via simples e autônoma! Foi uma experiência incrível, apesar de rápida!


A caminho de Ottawa, já chegando nos arredores da cidade pela highway, uma viatura da polícia se colocou na nossa rabeira e fez sinal com as luzes. Paramos no acostamento e ficamos imaginando o que havia acontecido!? Fomos surpreendidos sendo cumprimentados em bom português: "bom dia!!!" Descobrimos que o policial é brasileiro de Blumenau, cidade quase vizinha a nossa!! Que bacana encontrar um compatriota por essas bandas. Raul Pasta Jr mora aqui há 15 anos e ficou surpreso em ver uma placa brasileira de SC em Ontário, por isso nos parou. Trocamos cartões de visita e pegamos dicas, inclusive para encontrar o endereço de nossos amigos, Tom e Carol.

Tom comandando a churrasqueira: salmão à moda! Foram dias de muita culinária deliciosa!!
Reencontrar os amigos Tom e Carol foi muito legal!! Conhecemos essa família na Costa Rica, durante nosso passeio no Vulcão Poás. Ela é muito querida e fomos recebidos super bem! Foram dias deliciosos que ficamos com eles e curtimos as crianças, brincando e aprendendo francês com o pequeno Felix, de 5 anos!! Vanessa, um pouco mais velha (7 anos) gosta de brincadeiras mais intelectuais e aproveitei pra treinar minha memória, com muitos jogos de memória. De quebra, ampliei meu vocabulário e aprendi um pouco de francês com ela também!

Levando "uma surra" da Vanessa

Pink Lac, no Gatineau Park, em Quebec
No nosso primeiro passeio na região optamos por atravessar a ponte, entrando em Quebec para conhecer o Gatineau Park. Paramos o carro e fizemos uma trilha ao redor do Pink Lac. Trata-se de um lago meromítico (que possui camadas de água de não se misturam) e cujas águas de verde intenso possuem algas abundantes. Por este motivo, o lago está em risco de eutrofização, isto é, por ter excesso de plantas aquáticas, a qualidade da água passa a ser imprópria para consumo por possuir altos níveis de nitrogênio e fósforo.



Depois deste passeio, retornamos para Ottawa, a capital federal do Canadá. Ottawa é uma cidade grande, com mais de 1 milhão de habitantes. Às margens do rio Ottawa, que faz divisa com Quebec, aproveitamos para conhecer os principais pontos turísticos da cidade e ainda participamos, meio sem querer, da manifestação em prol do meio ambiente: Dia do Planeta!! O único problema foi encontrar vaga para estacionar o carro. Acabamos optando por um estacionamento pago, meio caro: pagamos C$ 15 por 1h30min!!!

Mistura de estilos arquitetônicos 




Fundada em 1826 como Bytown e alterando o nome para Ottawa em 1855, foi lar dos Algonquins por milhares de anos antes da chegada dos europeus. Philemon Wright, neozelandês, foi o primeiro a estabelecer um assentamento europeu em 1800, onde o comércio de madeira através do rio era o forte.
Parliament Hill - House of Commons





Senate




O Canal Rideau foi construído estrategicamente para servir como rota segura entre Montreal e Kingston, visto que o Lago Ontario faz divisa com o estado de Nova York e a cidade ficava muito vulnerável ao ataque dos ingleses (Guerra de 1812).

Alexander Bridge ao fundo. sobre o rio Ottawa 

Rideau Canal, com suas eclusas de madeira

Durante o inverno as eclusas são fechadas e o canal vira uma enorme pista de gelo


A escolha de Ottawa para ser a capital do país foi feita pela rainha Vitória. Em detrimento de outras cidades grandes e desenvolvidas no país, ela a escolheu por estar no meio entre Toronto e Kingston (oeste) e Montreau e Quebec (leste), e por este motivo ser mais fácil de protegê-la.


Obra de Louise Bourgeois, "Maman", e ao fundo, catedral de Notredame

Jardins do Major's Hill Park

Museu de Arte, ao lado do Rideau Canal
Antes de voltarmos para casa, ainda demos uma voltinha pelo calçadão Sparks Street.

Sparks Street, downtown 


Ficamos pouco menos de uma semana na cidade, porém foram dias intensos, onde passeamos de bicicleta e fomos visitar uma feira de orgânicos, também curtimos um banho em piscina pública da cidade, além de reunirmos a família e fazermos altos jantares com culinária variada e boa.

Passeio de bicicleta pelas inúmeras ciclovias de Ottawa, com Carol e Vanessa






Nesse espaço acontece a feira livre durante o inverno!

Piscina pública em família

Pizza feita em casa: Tom é especialista em pães e massas!

Muita filosofia e histórias após os lautos jantares
Deixamos Ottawa com o coração apertado! Nosso último destino previsto no Canadá eram as Niagara Falls, já na divisa com o estado de Nova York. Pernoitemos numa marina pública, às margens do Lago Ontario, St. Catherine, onde conhecemos um casal muito legal, Serge (francês) e Celia (canadense), que nos convidaram a visitá-los em sua casa próxima de Niece. 














Como o tempo estava excelente e a previsão é de que no dia seguinte inicie a chuva, recusamos o convite do casal de permanecermos uns dias com eles aqui e seguimos até as cataratas. 
O lado canadense é muito bonito e organizado. O parque tem entrada gratuita, porém o estacionamento é pago! Pagamos C$ 12 e aproveitamos bem a 1 hora que tínhamos para passear pelo lugar. Além da vista fantástica das cataratas o parque possui tirolesa, passeio de barcos, restaurantes, Hard Rock Cafe, hotéis, funicoli, roda gigante, cassinos, ... 







As Niagara Falls são formadas pelo rio Niagara que liga os lagos Erie (mais alto) e Ontario (mais baixo). São compostas por três conjuntos de cachoeiras: a do lado canadense, a do lado americano e o Véu de Noiva (Bridal Veil). São as mais extensas da América do Norte e quando o volume de água é alto, cerca de 168 m³ de água caem nas quedas, por minuto. 
Além de ser um destino turístico importante, suas águas ainda são responsáveis por gerar energia elétrica. 


Assim terminamos essa etapa da viagem, deixando o Canadá com "gostinho de quero mais"! Existem ainda muitos lugares a serem desbravados nesse imenso país e que termos de explorar numa próxima oportunidade. Além das pessoas maravilhosas que conhecemos, o país nos surpreendeu pela beleza selvagem dos lugares. Por sua baixa densidade demográfica, a natureza permanece quase intacta em muitos lugares e a qualidade e quantidade de água que encontramos aqui nos deixa claro se trata do país com a maior reserva de água potável do mundo!!! 
Nossa viagem continua, porém em terras americanas!!! 
Au revoir!!! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Grato por visitar o ViagemFamilia. Críticas, elogios e quaisquer comentários são desejados, desde que feitos em terminologia ética e adequada.

SE FIZER QUESTIONAMENTOS POR FAVOR DEIXE ALGUMA FORMA DE CONTATO PARA POSSIBILITAR A RESPOSTA, COMO E-MAIL, POR EXEMPLO