Viagem Família______________________________________

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domingo, 5 de junho de 2022

Peru: da divisa com Equador até a Cordilheira Blanca (3N)

Retornamos ao Peru após quase 4 anos! Com o COVID -19, muitas regras novas foram estabelecidas (ao menos, temporariamente) e não tínhamos o carnê de vacinação, necessário (com todas as doses e reforço) para podermos entrar/cruzar o país. Fomos até a divisa e mostramos nosso PCR, feito no Equador 5 dias antes. 

Laguna 69 - Parque Nacional Huascarán (Ancash)

O agente aduaneiro disse que ele não era válido, pois tinha mais de 72h e após termos argumentado e explicado que não havíamos entrado em contato com ninguém no período, ele disse que tínhamos que passar pela inspeção médica feita ali mesmo, na divisa. Nos disse: "se o médico atestar e validar este PCR, vocês poderão entrar!" Fomos até o posto médico, distante uns 200m, e fomos surpreendidos, pois o rapaz não só validou nosso PCR, como ainda disse que se lembrava de nossa passagem por ali, em janeiro de 2019!!! Conversamos sobre nossa viagem e ele ficou todo empolgado! 

Posto próximo de Sullana, onde dormimos

Voltamos ao guichê da aduana e o rapaz, muito a contra gosto, teve de permitir nossa entrada no país, perguntando quantos dias iríamos necessitar para voltar ao Brasil. Dissemos que precisaríamos, no mínimo, de 10/15 dias. Sem perceber nenhuma anotação no nosso passaporte, fizemos a entrada do Garça - o oficial aduaneiro muito tranquilo nos indicou onde comprar o SOAT e com o seguro pago (para um mês), seguimos pela PanAmericana até a cidade de Tambogrande, onde sacamos uns Soles e fizemos uma compras, compramos chip para o celular antes de buscarmos local para dormir (desta vez, um posto de combustível com ducha maravilhosa na Interoceânica).

"Coisas do Peru 1": tuc tucs por todos os lados

"Coisas do Peru 2"

Por ser nossa 4ª vez no país, optamos por fazer um trajeto distinto, buscando atrações e sítios arqueológicos diferentes, que não conhecíamos ainda. 

Nossa primeira parada foi em Lambayeque, onde necessitávamos algumas coisas mais específicas para o Garça (troca de óleo e bateria auxiliar, buzina nova). Paramos na Jonaz Car e lá já efetuamos a troca de óleo e compramos a bateria auxiliar. Já na vizinha Chiclayo, hospedamo-nos no Hostal Llampayec (llampayechostal.com.pe), com excelente custo x benefício e ducha maravilhosa (Pedro nos atendeu e o preço da hospedagem ficou em $64 Soles). Aproveitamos para comer uma deliciosa pizza na Pizzaria Via Roma (pizzeriaviaromachiclayo@gmail.com), cujo proprietário Roberto é músico, e ficava a 1,5 quadra de nosso Hostal. Foi uma noite muito agradável, com direito à música de qualidade ao vivo e o ambiente ser super acolhedor. 

Pizzaria Via Roma: "ein prosit"


Lugar super aconchegante


Curtindo uma musiquinha, com Carlos na guitarra e Roberto na bateria

De volta à estrada, deixamos da PanAmericana 1N e sempre pelo vale do rio Jequetepeque, pela ruta 8, fomos em direção à Kuntur Wasi, observando o solo seco e a paisagem árida. Na Represa Gallito Ciego - Tembladera (Ruta 8), demos uma paradinha para observar o lindo lago e continuamos subindo a Cordilheira, até alcançar nosso objetivo do dia. 

Represa Gallo Ciego - Tembladera: ruta 8

Vale do rio Jequetepeque: campos de cultivo nas margens

Rodovia serpenteando as montanhas

O Museu da vilazinha Kuntur Wasi, próxima de San Pablo, estava fechado, mas encontramos um local bacana para acamparmos depois de conversarmos com José Garcia, vereador da cidade, que já nos deu as informações sobre horário de funcionamento do museu e das ruínas, anexas. 

Nosso acampamento, às margens da rodovia 8A, a 500 m do Museu

KUNTUR WASI (Casa do Condor)


Ingresso no Sítio Arqueológico: $2 Soles cada (aposentado)

Construído no topo de uma colina, conhecida como La Copa, é uma espécie de fortificação construída em etapas. Seu primeiro período, datado de 1100 - 800 a.C, Fase Ídolo, foi quando construíram o centro cerimonial. De 800 - 500 a.C, desenvolveram a ourivesaria e cerâmica finas, na Fase Kuntur. De 500 - 250 a.C, melhoraram o sistema de drenagem da construção  (Fase Copa) e de 250 - 50 a.C, a civilização teve seu declínio (Fase Sotera). Segundo o arqueólogo japonês, Yoshio Onuki, esta civilização teve influência dos Chavin (Chavin de Huantar é um sítio arqueológico localizado próximo de Huaraz, distante 800 km ao sul) e também dos Cupisnique. 

Ingresso no Museu: $8 Soles cada



Artefatos em ouro com riqueza de detalhes


Durante as escavações, foram descobertos 4 túmulos, onde foram encontrados artefatos de ouro e porcelanas finas, além de muitos adornos pessoais, inclusive com múmias. O requinte de detalhes das peças é incrível e demonstra a alta tecnologia e conhecimento deste povo. 


Sistema de drenagem

Marcos ao lado da estela (pedra com desenhos/escritas líticas) de Chavin

A construção toda ocupa uma área aproximada de 130.000m², com pirâmides retangulares e terraços cujo acesso era feito por uma escadaria na entrada norte. 

Escada ao fundo, que leva de um nível para outro

Imagem das escavações feitas pelo arqueólogo japonês. As estruturas pesquisadas e escavadas foram novamente cobertas de terra, após as descobertas e retirada de materiais

Deixamos o sítio próximo do meio dia e continuamos subindo e descendo montanhas. 

Antes de chegarmos a Cajamarca ainda tínhamos outro sítio arqueológico em mente: Ventanillas de Otuzco, localizado no distrito de Baños del Inca (8km de Cajamarca). Trata-se de um sistema de criptas com nichos individuais parecidos com janelas, com profundidade média de 8 a 10 m e uma altura de 50 cm, em média. 


Pertencente à Cultura Cajamarca (200 - 800d.C), os ritos funerários contemplavam primeiro o enterro, em cova, para depois os ossos serem trasladados para cá, para poderem ser venerados pelos seus familiares. Há, ao todo, 337 celas ou "janelas" e o local é bastante visitado. 

Ventanillas de Otuzco

Desta forma, chegamos à Cajamarca, capital do departamento e da província de mesmo nome. A cidade, que tem uns 280 mil habitantes e que foi palco, em 1533, da condenação do último Inca, Atahualpa, por Francisco Pizarro. Hospedamo-nos num Hostal por $ 8 Soles o pernoite e mais $5 Soles para o estacionamento do carro!

Conhecida como "Pueblo de Espinas" (Cidade de Espinhos), em função da grande quantidade de cactus espinhudos existentes na região, Cajamarca foi reedificada e refundada em 1549, quando os espanhóis dominaram a área, inclusive se mudando para cá. Em 1678 já havia 362 famílias espanholas morando e tirando seu sustento destas terras. 

Rodovia 3N, entre San Marcos e Huamachuco: sem pavimentação
Época política: tudo pintado com os nomes dos candidatos

Campesinos disputando espaço na rodovia

Mesmo não sendo pavimentada, a rodovia tem linha regular de bus

Não nos detivemos na cidade e sempre pela 3N, agora em estrada sem pavimentação (depois de San Marcos), continuamos até Huamachuco, apenas parando para pernoitar próximos do lago Sausacocha.

Acampamento próximo do lago


O Lago Sausacocha ("lagoa que nunca seca"), localizada a 3200msnm ocupa uma área de 4 km². Em suas margens há restaurantes onde o prato principal é a truta, criada aqui mesmo. 

Já em Huamachuco, apenas fizemos compras no mercado público (sempre neles, pois a oferta de produtos frescos é grande e consegue-se negociar os preços) e seguimos para nosso próximo destino: Marcahuamachuco (9,5 km distante).

Plaza Mayor de Huamachuco: a beleza das esculturas feitas nos arbustos

As campesinas sempre estão ocupadas fazendo algum serviço manual

Campanário da cidade

Huamachuco ("terra dos falcões") é o centro de uma região onde há muitos sítios arqueológicos importantes. Perto daqui ficam as Ruínas da civilização de Wari, também chamada de Huari (600 - 1100) e contemporâneos dos Tiwanacu (Bolívia). Também próximo daqui está o sítio arqueológico de Viracochapampa ( Huiracochapampa), um centro administrativo da cultura Wari. 



Após a conquista pelos espanhóis, cidade foi fundada em 1553 por freis agostinianos, que foram responsáveis pela catequização do povo que havia na região, inclusive dos remanescentes da cultura Wari (Huari).

Garantindo o jantar: carne de carneiro

Negociando frutas e verduras... aqui o preço foi "pra gringo"!

MARCAHUAMACHUCO - a Machu Picchu do Norte

Nosso objetivo, no entanto, era outro Sítio Arqueológico, também localizado aqui próximo (10 km, aproximadamente), chamado de Marcahuamachuco


A construção deste sítio se deu por volta de 300d.C e continuou se expandindo por uns 500 anos. Isto foi antes da cultura Wari e da posterior expansão do Império Inca, que só conquistou o local no séc. XIV. 


O acesso ao sítio arqueológico é feito por uma estradinha muito sinuosa, às vezes bem estreita e não pavimentada

Importante centro político, econômico e militar, Marcahuamachuco expandiu seus domínios e cultura até o sul do Equador, fazendo comércio com os Mochica (a oeste, na costa), com os Recuay ao sul, os Cajamarca ao norte e os menos conhecidos Marañon, ao leste (já na planície amazônica - rio Marañon é afluente do Amazonas/Solimões).

Há voluntários que fazem a recepção dos visitantes - custo da visita: zero!

Fomos recebidos pelo...., muito querido, que nos explicou as regras de visitação (não subir nos muros, não sair da trilha demarcada, não jogar lixo,...) e também que há uma parte do sítio que não pode ser visitada, pois está sendo pesquisada e há uma equipe trabalhando: o local conhecido como Templo das Monjas.

A construção, erguida num platô com 5km de comprimento e 500m de largura, possui um muro que a cerca, de paredes duplas, de até 12m de altura! Pesquisadores, em 1991 - John e Theresa Topic - sugerem que a ocupação máxima era de 6000 pessoas, baseados na quantidade de terra arável e água disponível no local. 


As edificações/ruínas constam de oráculos, construções administrativas, residências, além de praças cerimoniais e local para sepultamentos. Quando os freis agostinianos aqui chegaram, após o domínio dos espanhóis sobre os incas,  houve o registro das atividades e festividades realizadas pela comunidade que ainda vivia aqui... este diário está na Espanha e serve de fonte de pesquisa para os arqueólogos entenderem as particularidades desta civilização (isto nos foi contado por um rapaz local, que estuda arqueologia de maneira informal e tem muito conhecimento. Atualmente ele está fazendo faculdade de química, pois foi desestimulado pelos arqueólogos locais a estudar história e aprofundar-se em sua cultura!)




As primeiras escavações e pesquisas feitas no local datam do séc. XVIII. Apenas em 1900, Max Uhle e Julio C. Tello fizeram as primeiras pesquisas formais corrigindo mapas anteriores e posteriormente, outros arqueólogos fizeram seus estudos no sítio. 
As estruturas circulares e com diversos andares são únicas. Havia residências multifamiliares distribuídas nestas construções e que ainda hoje surpreendem pela altura. 


Setor Las Monjas ao fundo, onde estão sendo feitas pesquisas - 3200msnm

Plaza central - Setor El Castillo

Muro e entrada principal da fortificação - Muros del Castillo







Setor Las Monjas, com seus Templos circulares


Fontes de água em sistema de piscinas interligadas


Como as pesquisas neste sítio são muito recentes (estão se aprofundando apenas agora, pois há um organismo internacional injetando dinheiro desde 2011), ainda existe muita coisa para ser descoberta. Segundo os especialistas, num futuro próximo, este sítio será tão ou mais importante que Machu Picchu, pela riqueza e tamanho.  

Deixamos o local maravilhados e curiosos em relação a tudo que ainda será descoberto!!! Nosso destino era seguir sempre pela 3N em direção ao Cañón del Pato. Porém, uma chuva forte e neve fina acabaram mudando nossos planos.



Quiruvilca: 4150msnm

Pegando informação com a polícia local

Paramos numa blitz, em Shorey (nome bem sugestivo rsrsr - a localidade é horrível "de chorar"), para nos informarmos sobre a condição da estrada que pretendíamos seguir (3N: Shorey - Santiago), porém o policial não só não conhecia o trajeto, quanto disse que o melhor, naquela situação (neve e altitude), seria seguirmos pela estrada pavimentada 10A (vale do rio Moche) até a PanAmericana (Trujillo) e alguns quilômetros a frente (uns 130km), em Chimbote, pegar a ruta 12 serpenteando o vale do rio Santa até encontrarmos novamente a 3N, em Chuquicara. 




Ficamos felizes em rever o Oceano Pacífico novamente! Esta seria a última oportunidade nesta viagem de vê-lo e aproveitamos para acampar ao lado da foz do rio Huamensaña, na Playa Esperanza, (localidade de Laramie) curtindo o fim de tarde e o pôr de sol! 



CANON DEL PATO ou Cañón del Pato

Localizado no rio Santa no extremo norte do Callejón de Huaylas, a estradinha é um encanto. Tendo uns 35 túneis, todos em mão única, a pista é bastante sinuosa e exige perícia e cuidado no seu trafego. 


Rio Santa



Buscar lugar para acampar não foi tarefa fácil, visto que a estrada é bastante estreita, com desfiladeiros e penhascos em toda a extensão. 

Nosso acampamento ao lado do rio Santa, alguns quilômetros a frente de Yucsamarca




A atividade de mineração está muito forte aqui no Peru. Já passamos por inúmeras áreas restritas e o tráfego de caminhões pesados sinaliza que muito minério está sendo retirado destas montanhas. Isto tem interferido diretamente na qualidade da água (que é usada para irrigação).




Garça desaparece perante a grandeza das montanhas

Chegamos à Usina Hidrelétrica Cañón del Pato no segundo dia, após uma boa noite dormida numa área de escape que ficava ao lado da rodovia (o único local bom disponível na região para se acampar).



Considerada uma das obras de engenharia mais notáveis do país andino, ela foi construída em 1958. 





Mesmo sendo bastante estreita, os caminhões fazem o transporte de bens de consumo para as vilas e cidadezinhas locais



A rodovia teve sua construção iniciada em 1952, partindo de Caraz, sentido Chimbote (sentido contrário que estamos percorrendo). Na mesma época, foi construída uma linha férrea paralela à estrada, porém o terremoto de 1970 acabou destruindo uma parte, e ela (a via férrea) acabou sendo abandonada. 

CARAZ

Caraz (em quechua, Qaaray: lugar de agaves - espécie de suculenta) foi fundada como San Ildefonso de Caraz, em 1573. Localizada a pouco mais de 2200msnm, possui uma população de aproximadamente 15 mil habitantes. 

Mercado público de Caraz: experiências únicas


Tudo muito limpo e fresco!



Paramos lá e fomos ao mercado público nos abastecer, pois nossos próximos dois dias serão "longe da civilização": iremos ao Parque Nacional Huascarán, fazer a trilha para a famosa Laguna 69.

Comprando um chinelo novo... as tiras do velho arrebentaram 


A limpeza é impressionante... não existem moscas por aqui, já cachorrinhos?!?!?!

Comprando um pãozinho

A presença humana nesta região data de 10000 a.C, segundo pesquisas arqueológicas. Porém a civilização Chavin se desenvolveu e floresceu por estas bandas por volta do ano 1500a.C e durou até o ano 200a.C, sendo sucedida pelos Wari (ou Huari), Recuay e mais tarde, os Incas. 
Caso tenha interesse, temos informações sobre o Sítio Arqueológico Chavin de Huantar (e outros passeios), localizado aqui próximo, na Cordilheira Blanca. Estivemos aqui com nossos filhos há alguns anos. Segue o link abaixo: 
https://www.viagemfamilia.com.br/2017/04/huaraz-cordilheira-blanca-chavin-de.html

PARQUE NACIONAL HUASCARÁN 

Subindo a estrada parque, observando os picos nevados




Observe a estradinha: parece um risquinho!



Manhã gelada... preparando o café

Solzinho descongelando a barraca

Localizado na província de Ancash, o Parque Nacional Huascarán foi fundado em 1975 com o objetivo de proteger a fauna e flora locais, além de também salvaguardar o sítio arqueológico de Chavin. Declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, em 1985; o parque cobre uma área de 3400 km² e conta com 712 glaciares, 434 lagos e 41 afluentes de três rios importantes: Santa, Marañón e Pativilca (que pertencem a bacias hidrográficas distintas, uns correndo para o Pacífico e outro para o Atlântico).




O nome do parque é, na verdade, o nome da montanha mais alta do Peru: o pico Huascarán possui 6768 m de altitude. Além de sua imponência, há ainda outros 20 picos nas redondezas, todos acima de 6000msnm!! O pico Huascarán foi desbravado em 1908, por um americana acompanhada de dois suíços. 





Folhas de coca: imprescindível para auxiliar na subida
Quando estivemos no mercado público de Caraz acabamos esquecendo de comprar folhas de coca para fazer um chá! Acabamos ganhando estas folhas de um casal peruano que também estava fazendo a caminhada. 



Laguna Consuelo: 4297msnm

Nosso objetivo, desta vez, aqui no parque, era fazer o trekking para a Laguna 69! Depois da noite gelada, com chuva fina que acabou atraindo as vacas para debaixo da barraca e do toldo para se protegerem (balançavam o carro e lamberam ele todinho, além de morderem e levarem embora uma das sapateiras com o chinelo novo do Mar)... Marcos teve de levantar de madrugada para afugentá-las para termos sossego), esperamos o solzinho da manhã secar tudo e seguimos para a trilha demarcada! 



Até aqui já havíamos caminhado uns 3 km!!

A caminhada para a Laguna 69 começou, para nós, na área de estacionamento onde pernoitamos. Para os turistas que vem de van, da cidade de Huaraz, o trecho se inicia uns 2,5 km mais acima.  Os primeiros quilômetros são tranquilos, sem muito aclive. Depois se alternam trechos de subida com caminhadas planas, num total de 8km (aproximadamente) para se chegar à última (e ferrada) subida, que leva uns 45 min (500m). 



Reabastecendo a água


Como iniciamos a subida mais tarde, ali pelas 10h da manhã, acabamos encontrando o povo que subiu antes (que vieram de van, de Huaraz) já descendo! Isto foi bom, pois tivemos muita tranquilidade e silêncio para curtir a Laguna, quando chegamos (já eram umas 14h). 

O lugar é incrível!!! Simplesmente lindo!!!



Parada para o lanchinho


Não tínhamos muito tempo para ficar descansando, visto que o anoitecer chega perto das 17h e ainda tínhamos 8 km para descer (pelo menos). 
Iniciamos a descida ali pelas 15h e só paramos para ajudar um rapaz, Mario, que estava com soroche (mal da altura: enjoo, tontura, falta de ar,...), deixando o resto de água e algumas folhas de coca que tínhamos para ele. O grupo com quem estava o deixou para trás e acabamos alcançando eles na Laguna Consuelo, avisando que teriam que buscá-lo, pois era extremamente perigoso ele descer aquele trecho da montanha desassistido. 

Fomos descendo e apreciando a paisagem por outro ponto de vista. A caminhada é pesada, mas vale cada segundo!!! As paisagens são incríveis! 




A trilha é o risquinho embaixo na foto


Retornamos ao acampamento já na penumbra... eram passados das 17h30min. Vimos quando o Mario (rapaz que havia passado mal) chegou de carona com o casal de peruanos (que havia nos dado a coca) numa caminhonete!! Ufa! Que bom que ele encontrou alguém bacana para auxiliá-lo! Ele realmente não estava em condições para caminhar todo o trecho. 

Obs.: os rapazes (3) subiram na mesma hora que a gente, porém chegaram uns 15 min antes à Laguna. Festejaram o feito tomando cervejas... isto nunca é uma boa ideia nesta altitude!!! O álcool deve ser evitado ao máximo em grandes altitudes, ainda mais se você está se propondo a andar e  fazer uma trilha! Fica a dica! Substitua a cerveja pelo chá de coca, ou masque as folhas (como fizemos): ajuda muito!!!

Ainda bem que tínhamos feito comida para dois dias... assim, era só esquentar o ensopado e se preparar para dormir!!! 
Amanhã a aventura continua!




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